A festa continuava animada em Hogwarts. A garota de cabelos castanhos, assim como olhos, está sozinha, apenas observando os casais ao seu lado rodopiando.

—Está sozinha, Granger? —Pergunta o garoto de olhos cinzentos.

—E estou bem assim, obrigada.

—Eu não me interesso se você está bem, apenas quero saber se está sozinha.

—Sim, estou sozinha.

—E você está bem?

—Como se você se importasse.

—É, eu realmente não me importo, mas acho educado perguntar.

—Eu realmente estou bem, Malfoy, obrigada por perguntar.

—Não há de que.

—Quer dançar? —Pergunta a garota.

—Não.

—Então porque está aqui?

—Não tenho lugar melhor para ficar.

—Nem eu.

—Eu sei. —O loiro diz, dando de ombros. —Ei, o que acha de dançarmos?

—Mas você não disse que...

—Agora eu quero.

—Mas eu não.

—Então eu vou embora, posso ir?

—Não, eu quero dançar—A garota diz e eles rodopiam lentamente pelo salão, sem atrair muitos olhares.

—Fiquei sabendo que você está namorando o ruivo Weasley, é verdade?

—É verdade, sim.

—E onde ele está?

—Não sei, deve ter passado mal.

—Não devia ter deixado uma garota linda como você sozinha.

—Se você está tentando flertar comigo, não está dando certo, essa cantada foi péssima.

—Péssima, admito, porém é verdade. —A garota fica rosada no mesmo momento. —Granger, você gosta mesmo do Weasley?

—Não muito, mas ele é uma opção legal.

—Você pretende ter algo sério com ele, tipo... Casar?

—Sim.

—Que desperdício de futuro, Granger.

—Por quê você acha isso?

—Uma garota intêligente como você poderia ser tantas coisas, mas ignorando essa ideia, ira se tornar uma mulher adulta, casada com um Weasley, com alguns filhos ruivos para criar, trabalhando em casa...

—Não vai ser assim... Eu espero.

—Eu também. —Eles falam e o silencio domina a dança,  agora eles apenas giram pelo salão, em sincronia.

—Você dança bem, Granger.

—Você também, Malfoy.

—O que você faria se eu lhe contasse que sou apaixonado por você?

—Eu diria que eu também sou, sempre fui.

—E se eu te pedisse para me esperar?

—Como assim?

—Promete que vai me esperar? Promete que vai tentar não casar com o Weasley sem ao menos pensar em mim antes?

—Prometo.

—O que o Weasley faria se eu te beixasse?

—Não sei, provavelmente não ficaria sabendo.

—Você não contaria?

—Não. Seria melhor assim.

E então o loiro sela seus lábios, sem cerimônia alguma, sem declaração, sem permissão. Draco acha a boca da morena quente e macio, enquanto ela saboreia o sabor de canela dos seus lábios. A necessidade de oxigênio faz eles se separarem.

—Me desculpe por isso. —Diz o garoto de olhos cinzentos

—Eu não queria. —Resmunga Hermione.

—Nem eu.

—Então por quê?

—Não sei. Não agüentei.

—É... Foi bom.

—O Weasley vai ficar sabendo?

—Não por mim, você pretende contar? —Hermione perguntou, sem realmente se interessar na resposta.

—Acho que não.

—Obrigada.

E então a voz de Pansy ecoa pelo salão, chamando o nome de Draco.

—Eu preciso ir.

—Vocês são namorados? —Pergunta Hermione.

—Sim.

—Não  desperdíce seu futuro com ela. —Diz a morena, com os olhos marejados, talvez ela fosse seja apenas mais um nome na lista de garotas que Malfoy já beijou.

—Depende, você irá desperdiçar seu futuro com o Weasley?

—Vou tentar lembrar disso antes de aceitar casar com ele—Fala a morena, com um pequeno sorriso nos lábios quentes e macios cujo Draco jamais iria esquecer, ela nem faz ideia do tamanho de sua promessa.. Eles se separam alguns metros, quando Draco volta e a puxa, dá um rápido beijo desesperado e diz:

—Se você não lembrar, eu vou lembrar você.

—Você vai estar com a Pansy.

—Oh não... Eu prometo nunca esquecer de você, Granger. —Diz o loiro e então eles vão cada um para o seu lado.

6 anos depois.

  A mulher, até então noiva de Rony Weasley, anda vagarosamente até o altar. Ao lado de seu melhor amigo. Harry Potter. Ela sabe que tinha algo para lembrar nesse dia, ela sabe que há algo de errado em tudo isso, porém ela não consegue se lembrar o que é. Os olhos da mulher, chamada Hermione Granger, vagam pela igreja, tentando buscar alguma resposta para a pergunta que ecoava em sua cabeça. Ela vê sua amiga Gina Weasley Potter, agora esposa de Harry. Seu amigo Neville ao lado de Luna, de mãos dadas, com as alianças de casamento vagamente visíveis em seus dedos. E um homem loiro, sozinho, de olhos azuis acinzentados e terno todo preto, de grife. Como um pequeno vislumbre, a conversa que tivera com o um menino chamado Draco alguns anos atrás lhe passa pela cabeça e então o desespero toma conta da menina mulher, seus olhos desviam-se para a mão do homem, que agora ela já reconhecia, seus dedos estavam livres, sem qualquer sinal de aliança ou até mesmo uma esposa por perto. Ela chega ao altar e o padre começa a dar os votos, porém os olhos da garota não podem desviar-se de Draco, não agora, ela havia feito uma promessa, ele á cumpriu, porém ela não. Agora era tarde demais para renunciar ao casamento, esperando anos e economizado todo o dinheiro que tinham, ela não poderia jogar tudo isso fora como se fosse lixo. Hermione pergunta várias vezes a sí mesma se ama o ruivo Weasley, porém as respostas encontradas não agradariam nem um pouco ninguém presente ali, a não ser Draco. O padre fala, depois de um grande discurso.

—Senhor Ronald Weasley, você aceita Hermione Granger como sua esposa, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte vos separe?

—Aceito—Diz o ruivo, com um sorriso gentil nos lábios. Hermione ainda observa a Draco, com um sorriso para ela, como se quisesse dizer aquilo e não pudesse, não ali.

—E você, Hermione Granger, aceita Ronald Weasley como seu marido, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte vos separe? —Diz a voz do padre, rouca e falha.

Hermione pensa em tudo que já viveu, no trio de ouro, das aventuras ao lado de Rony e Harry, da guerra que matou vários de seus entes queridos em Hogwarts, Draco estava lá, na guerra, e algo dizia á Hermione que de alguma maneira ele á protegia. Os olhos da garota ficam marejados, não de emoção, como grande parte dos convidados devia ter imaginado, e sim de tristeza, tristeza por não poder cumprir sua parte da promessa. A mulher sente olhares pesados sobre ela, esperando o sim, e logo depois iria ter uma possível festa, a lua de mel, alguns meses depois ela logo iria descobrir a noticia da gravidez, as crianças nasceriam, ambas ruivas, e Hermione passaria o resto de sua vida em casa, cuidando das crianças. Ela não queria isso. Hermione tenta imaginar seu futuro caso seus lábios pronuncíem o famoso “não” Draco provavelmente ficaria contente, porém nada, além disso. Ela iria embora da igreja, sendo vaiada, afinal ela jamais teria sequer um lugar na mansão Malfoy.

—Aceito—Falou Hermione enquanto lágrimas pesadas desciam por seu rosto.

—Se há alguem aqui presente nesse momento que seja contra a união do casal, que se pronuncie agora ou cale-se eternamente—A voz falha do padre anúncia. Hermione olha para Draco, os olhos cinzentos do homem estavam inpenetráveis.  Hermione então, com corada além do normal, fala baixinho.

—Eu sinto muito... Rony.

—O que você disse, querida? —Diz o padre.

—Eu sou contra isso, eu não quero eu não... Eu não mereço isso—Diz a mulher e então sai correndo da igreja, segurando o longo pano do vestido para não cair. Todos da igreja vaiam. Rony desaba no chão, sentindo-se humilhado, em meio ao tumulto, Draco Malfoy se levanta e sai da igreja, em busca de Granger, ele não via a hora de sentir seus lábios tocarem nos delas novamente. O garoto mexe no bolso, pegando a aliança com o nome de Hermione escrito ao lado de seu próprio nome. Alguns minutos correndo e ele encontra a garota, chorando em um beco.

—Granger, estou aqui—Fala Draco.

—Obrigada Draco.

—Pelo que?

—Por ter vindo me consolar.

—Eu sempre vou te consolar a partir de hoje, Hermione—Diz o homem, se ajoelhando ao lado dela e mostrando a aliança. —Casa comigo?

—Você não era contra casar e ter filhinhos ruivos correndo pela casa, enquanto sua esposa é uma dona de casa?

—Não se esses filhos forem parecidos com você e comigo, e se essa esposa dona de casa for você—Diz o loiro, matando o desejo dos lábios da garota, em um beijo desesperado e demorado.

—Aceito—Diz a mulher, em meio ao beijo.