Dona Distância - 1ª Versão (HIATOS) escrita por Capitã Sparrow


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amados o/ Olha o cap novo de Dona D saindo do forno :3
Obrigada a todos que acompanham!! >u< Você são demais!
Enjoy :)



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Solidão estava indignada. Além de Destino se recusar a ajuda-la, agia como se fosse infinitamente superior, queria que o Sentimento se curvasse perante ele. Isso a deixava cada vez mais irritada.

— Você não entende! Tempo quer destruir tudo, eu preciso impedi-lo!

— Pela primeira vez concordo com você, Sentimento. — Os olhos de Solidão brilharam e uma expressão de vitória começava a se formar em sua face. — Você precisa impedi-lo. Boa sorte com isso. Agora deixe-me em paz, pois o Destino não se traça sozinho. — disse com ar entediado sem tirar os olhos do livro.

Solidão ficou com tanta raiva que não conseguiu pensar logicamente. Pegou a maçã mais próxima de seus pés e jogou, mirando a cabeça de Destino.

— Caso não se lembre, eu sei de tudo, Sentimento tolo. — disse calmamente após inclinar a cabeça para a esquerda e deixar a maçã atingir o tronco da árvore atrás de si.

— Espero que morra engasgado com suas maçãs envenenadas, seu robô asqueroso! — gritou em resposta, enquanto corria sem rumo.

Aquele foi o único momento que Destino tirou os olhos do livro e encarou a garota que fugia para longe de suas garras. Por baixo da máscara, um sorriso sinistro se formou.

***

A garota vermelha pegou um espelho no bolso do kimono e arrumou os fios rebeldes em seu penteado que lembrava um coração. Passou o rubi nos lábios, enquanto ouvia a irmã ralhar:

— Olhe o que você fez sua idiota! Como consegue ser tão desastrada? — encarava a irmã caçula com muita fúria, enquanto apontava para uma jovem desacordada.

Durante a discussão, Emoção se empolgou e chutou o ar, fazendo com que seu sapato vermelho atingisse Distância em cheio. Ela estava estendida no chão, a toalha que a enrolava havia se soltado, mas seus cabelos cobriam seu pequeno corpo, como um casaco quentinho e macio. Estava imóvel como uma boneca de porcelana sem vida.

— Não se preocupe Razyh! Eu posso consertar! — exclamou eufórica, erguendo seu braço com o punho fechado.

— Pare de me chamar assim! E nem tente, vai acabar piorando a situação.

Emoção apenas riu e beijou a bochecha da outra, deixando a marca exata de seus lábios no rosto da irmã.

— Sua!!

Antes que Razão pudesse reagir, Emoção usou sua única perna e correu o máximo que conseguiu, três passos à frente. Usou os braços para impulsionar o corpo para o chão, caindo ao lado de Distância e beijando a bochecha da garota desacordada. A mais velha foi “arrastada” junto, caindo desajeitada sobre o corpo da caçula.

— O que você tem na cabeça? Imbecil. — Razão deu um peteleco na irmã. Balançava a cabeça negativamente, em desaprovação.

— Mas... Mas... Por que me bate? Eu a consertei com o poder do amor! — Emoção parecia confusa e parecia prestes a chorar. Logo as lágrimas quentes começaram a escorrer sem parar, e cobriu o rosto com o braço, tentando escondê-lo.

— Você parece uma criança.

— E você uma velha rabugenta!

Razão continuou a repreender a irmã que estava em prantos. Nem perceberam quando a marca do beijo em Distância se dissolveu na pele pálida. Ela abriu os olhos sentindo um formigamento estranho em sua bochecha, que logo rumou para seu coração. Sentiu-se aquecida, apesar da dor latejante em sua cabeça.

— Lonjura! — Emoção gritou e pulou sobre a garota, abraçando-a, enquanto Razão deu leves tapinhas no braço fino e pálido de Distância.

***

Solidão correu para o mais longe de Destino que conseguiu, sem se importar com a direção que havia tomado. Quando parou, se viu cercada por pedras pretas e acinzentadas. Lá não havia grama, nem flores, nem vida. Não havia nada além das pedras e um grande tear abandonado. Muitos fios dourados estavam largados no chão, eles deveriam ser os fios de vida dos humanos.

— Engraçado como um simples objeto pode tecer a vida e dar formato à morte. — disse a voz que surgiu nas sombras. O sentimento não conseguia ver o que estava escondido ali, além de um par de olhos que pareciam em chamas.

— Láchesis? Onde estão suas irmãs?

— Você é muito esperta, Solidão. Mais esperta do que Destino imagina. — Ao ouvir o nome do mais recente integrante de sua lista negra, Solidão fechou a cara. — Elas foram embora. Destino às expulsou. Desde então não pude mais vê-las, estou presa aqui. Mas, ainda posso conceder um pouco de Sorte. — terminou saindo das sombras e se mostrando ao sentimento. Seu corpo era o de uma mulher madura, em seus quarenta anos. Não vestia nada além de suas chamas um tanto apagadas, que vistas de longe, dariam a impressão de ser uma raposa meio-humana. Estava longe do esplendor que costumava ser, parecia fraca e sem forças.

— O que ele fez com você? — perguntou horrorizada com a situação da mulher que costumava ser admirada e desejada por todo o Universo.

— Coisas que um sentimento não suportaria, nem por cinco minutos. Não importa o que ele fez, mas sim o que eu vou fazer para me vingar.

— E o que pretende fazer? — Solidão tinha pena, mas mais que tudo, sentia raiva de Destino. Aquele ser estúpido que se julgava superior.

— Vou te ajudar.

***

Distância sentou, sem perceber que a toalha havia ficado no chão. Enrolou-se com o próprio cabelo, ruborizando de vergonha.

— Ai que fofinha, ela está corada!— Emoção exclamou apertando a bochecha melecada de vermelho da irmã mais velha, o que fez Razão bufar.

— Bom, acho que já causamos muita confusão por aqui. Está na hora de voltarmos. — Razão fuzilou a irmã com os olhos e continuou: — Mas lembre-se, antes de tomar qualquer decisão você precisa pesar tudo que já aconteceu. Encare seus medos e seus machucados, só assim tudo vai cicatrizar e poderá tomar uma decisão racional. — terminou, puxando para o lado o kimono sobre o ombro revelando as pequenas cicatrizes azuladas de seu passado. Emoção olhou a irmã com pena e dor, afagando carinhosamente as costas dela e olhou a garota envergonhada à sua frente:

— Seu coração te mostrará o que deve fazer. — falou sorrindo docemente. Então as duas desapareceram no ar, deixando para trás uma Dona Distância confusa e incerta.

***

— Como pretende me ajudar? — indagou quase gritando.

Láchesis apenas sorriu. Um sorriso malicioso que escondia muitas verdades e revelava o pré sabor doce da vingança. As chamas em seu corpo ficaram mais vívidas e adquiriram tons avermelhados que lembravam sangue fresco.

— Diga! — Solidão implorou curiosa.

A chama em seus olhos pareceu faiscar quando respondeu:

— Caos.


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Notas finais do capítulo

Huhuhu E ai o que acharam? Onde será que Caos vai entrar nesses planos maquiavélicos? hehehe Vocês descobrirão no próximo cap de Dona Distância o/ kkkk
Como ninguém conseguiu resolver o desafio do cap anterior, vou pensar em outro mais fácil o/ Se quiserem me dar ideias, estou aceitando ^^ Também gostaria de saber se vocês preferem ganhar um capítulo especial de Dona D. feito especialmente para o ganhador OU uma ilustração de um dos personagens? >u< Por favor, me ajudem a pensar >< Estou indecisa kkkk
E, se puderem, comentem pudins o/ Muitos me deixaram no vácuo no último cap ;-; kkkk Me digam se estão gostando do rumo que a fic está tomando, critiquem *o* Bjuss