Dona Distância - 1ª Versão (HIATOS) escrita por Capitã Sparrow


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oieeeee o/

Sei que diz que a história está finalizada, mas acho que vou continuar ^^
Desculpem os erros...
Espero que gostem *-*

Bjus



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“Dona” Distância, como normalmente era chamada por todos, estava caminhando por seu reino, quando recebeu mais cartas.

Ela sempre recebia muitas e muitas cartas. E, só conseguia recebê-las, por haver mágica em seu domínio, senão as cartas nunca chegariam ao seu destino. “Por que?” você me pergunta.

Bem...

É porque ela mora longe de tudo e de todos. Um lugar isolado e remoto. Mais longe de onde reinam os Sentimentos, o Tempo, o Sonho, o Caos, o Nada e a própria Morte. Um lugar além do fim do universo. Um lugar realmente muito... Distante.

As cartas que recebia sempre eram tristes e sofridas. E, Distância entendia esse sofrimento. Ela já sofrera também. Distância e o Tempo foram amantes, mas não puderam ficar juntos. Afinal ele é o Tempo e ela...

Ela gostaria de poder ajudar, mas era ciente de suas responsabilidades.

Seus longos cabelos brancos fazem contraste com seus olhos extremamente negros. Mas, apesar da cor de seus cabelos, não se via nenhuma ruga em seu rosto perfeito. Lábios avermelhados em uma face pálida, que carregava sempre um ar melancólico e nostálgico, um ar de saudade. Sua aparência sempre mudava. Às vezes tinha a aparência jovem, como agora, e, às vezes, assumia a aparência de uma velhinha. Sempre usava roupas “atrasadas”, pois quando a moda alcançava seu reino, já havia acabado em todos os outros reinos há muito tempo.

Não lembrava quem era antes de ser Distância. Mas, tinha certeza que nem sempre fora o que agora é.

Abriu a primeira carta e leu, absorvendo palavra por palavra:

“Cara dona Distância,

Gostaria de perguntar-lhe:

Por que me odeias?

Por que tiras tudo de mim?”

“Eu não te odeio, criança.” Pensa e volta a ler.

“O pouco que tenho tiras de mim...

Por que sempre me afasta de quem eu amo?”

“É preciso.” Pensa triste.

...

“Agora a Solidão bate a minha porta

E não quero abrir.”

...

“Por favor, dona Distância...

Leve a Solidão para longe de mim.”

A melancolia que sempre a mantinha calma, agora se fora, dando lugar a solidão. Ela focou nesse sentimento e, imediatamente, “trouxe” a Solidão para seu domínio.

– Você e essa mania de me trazer de repente. Eu tenho lugares para estar! – disse Solidão sem paciência.

Solidão era tão pálida, ou até mais, que Distância. Também tinha a aparência jovem, apesar de existir a muito tempo. Tinha os cabelos negros, longos e muito mal cuidados. E usava um moletom largo demais para seu corpo magro. Seus olhos negros transmitiam tudo o que representava. Olhos solitários e melancólicos, sem brilho algum.

Elas não se consideravam amigas, mas Solidão era, sem dúvidas, sua companheira mais fiel. Os outros sentimentos não precisavam estar presentes para afetar-lhe, como com todos os outros “seres”. Pois seu reino era distante demais, e ir a um lugar tão remoto, era quase como deixar de existir. Seu reino era o único que não precisava ser visitado. Mas, Solidão sempre estava lá. Pois esse era o sentimento mais forte que possuía.

Nenhuma das duas sabia ao certo o que uma representava para a outra, além do óbvio, claro.

– Leia isso. – disse mostrando as cartas. – Você deve se afastar dela. – Distância realmente tinha certo controle sobre os sentimentos, conseguia afastá-los, mas nem sempre.

– Você sabe que não funciona assim... Essa garota está muito próxima de mim. Agora já é tarde demais.

Distância deixou escorrer uma lágrima e foi abraçada pela Solidão. Sentia-se aquecida e ao mesmo tempo vazia. Era inexplicável o que Solidão causava em si. Ao mesmo tempo em que fazia companhia, dava-lhe esse sentimento solitário. Era um paradoxo.

– Eu preciso ir... Volto mais tarde para nosso “clube do livro”. – Solidão sorriu. Apesar dela ser o que é, tinha um sorriso. Que usava muito raramente. Não era feliz ou alegre, mas Distância gostava.

– Você sempre esquece as duas primeiras regras.

– Elas são muito complicadas. – Solidão fez careta.

– Mas são iguais! É só não falar sobre o assunto, oras! – Distância sorriu. Solidão era a única que conseguia isso... Bom... Tempo já havia conseguido também...

***

Quando Solidão foi embora, Distância procurou seu tinteiro e um pedaço de papel. Demorou muito, mas achou. Fazia tempo que não respondia uma carta...

Começou a escrever e logo o papel transbordava de palavras. Havia apenas um pequeno espaço no final da folha. Ela terminou:

“Existem muitas formas de amar. E não sei por qual você sofre... Mas isso que vou te dizer serve para todas elas:

O amor não é como um passarinho que você mantém dentro de uma gaiola. Às vezes é preciso libertá-lo e deixá-lo voltar sozinho até você.

A Solidão pode estar presente, mas a Esperança também está. Ela te dará forças.

Dona Distância.”

Ela enviou a carta e depois de um tempo sentiu-se sozinha. Então seus olhos brilharam e ela exclamou com um pequeno sorriso:

– Solidão!


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Notas finais do capítulo

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