Um Novo Level escrita por Alexia Dankan


Capítulo 10
Sim, foi real


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem a demora para postar.
Espero que todos gostem, e não sei se devo me desculpar pelo tamanho? De qualquer forma, dei o meu melhor.
Queria também avisar que TODOS os personagens tiveram a personalidade baseada em pessoas reais, então... talvez isso explique algumas coisas.



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Luna POVs

Estava com Yann na fortaleza do clã, cortando uma árvore. Muito tempo se passara, o suficiente para eu perder as contas. Nesse tempo, eu e Mahoma havíamos entrado para o clã Kyoukai, com uma nova formação composta por Kalestri, Yann, Holstenan, Mahoma, eu, e liderado por Isdridor, o mais velho de todos nós. Era digno do respeito que recebia.

Com tudo, mesmo sendo membros sem muitas funções, todos devíamos trabalhar na fortaleza.

A fortaleza do clã, além de um lugar para reunir os membros para discussões, também era um ótimo lugar para treinarmos nossas habilidades. Isdridor fazia com que trabalhássemos pelo menos uma vez por semana. De inicio, achei aquilo desnecessário, mas, mais tarde descobri que quanto mais trabalhávamos, mais forte a fortaleza ficava, e outras "sessões de entretenimento" (o que incluía desde rochas para escavações até pistas de dança). Quanto mais forte a fortaleza ficava, mais respeito o clã ganhava.

Devo admitir que nossa fortaleza não era muito forte.

Bom, você deve estar se perguntando o que aconteceu com Scarlet e Sarah certo?

Sarah, depois de aprender e treinar bastante, ela resolveu que se aventuraria pelo mundo de Guilenor. Todos nós já havíamos chego a conclusão que quase tudo era idêntico ao jogo, então ela queria ver com os próprios olhos como era esse mundo. Não a impedimos, mas desejamos boa sorte e pedimos para ter cuidado. Não fazia muito tempo desde que fora se aventurar, talvez uns três meses. Mas até então não recebemos nenhuma notícia.

Scarlet começou a andar com alguns garotos e garotas que, pelo o que notamos, são totalmente bem de vida. Não só bem treinados, como também tinham armaduras e armas caras.

Sim, ela nos abandonou.

Não vou dizer que fiquei muito triste com isso, mas devo admitir que fiquei chocada quando a encontrei no centro de Varrock. Ela estava com alguns de seus novos amigos, que estavam descansando entre as quatro fontes na frente do castelo.


FlashBack on


Passei pela fonte para ir ao Mercado Geral. Ir pelo atalho de Fronteiriça teria me poupado tempo, mas eu não estava afim de passar pelo subsolo. Ok, confesso que queria enrolar para não ter que trabalhar na fortaleza naquela semana.

Foi quando avistei longos cabelos loiros. Reconheci Scarlet numa fração de segundos. Deixando a timidez de lado, me aproximei. Ela estava com alguns, aparentemente, novos amigos.

Luna: Hey, Scarlet!

Ela se virou, ficando de frente para mim.

Me analisou com os olhos de cima a baixo.

Scarlet: Oi.

Percebi que ela não estava feliz em me ver.

Senti meu rosto esquentar e então percebi que a timidez havia voltado.

Luna: Então... como você está?

Scarlet: Estou bem.

Pude ouvir alguns de seus amigos cochichando.

Depois de alguns segundos de silêncio, ela se manifestou.

Scarlet: O que você quer, hein?

Eu fiquei pasma. Eu esperava tudo, menos algo desse tipo - vindo dela. Quer dizer, ela nunca foi delicada com as palavras, e eu já estava acostumada com o excesso de autoestima dela, mas, isso me pegou de surpresa.

Luna: E-eu... só vim dar um oi e...

Ela me interrompeu, grosseiramente.

Scarlet: Tá, agora vaza.

Os amigos pareciam aprovar a atitude agressiva.

Luna: Mas...

Scarlet: Se você não tem nada de útil para falar,vá embora. Me deixe em paz, criança chata.

Ela se virou e simplesmente voltou a conversar. Ela me ignorou. Eu estava chocada.

Sem nada para dizer, apenas continuei meu caminho até o Mercado Geral.


Flashback Off


Se fosse hoje... Eu teria falado algumas verdades para ela, pensei.

Eu tenho que admitir, eu estava gostando da vida atual. Mas confesso que coisas como a internet me fazia falta as vezes.

Yann POVs

Luna: Mas e você?

Luna me encarou com um olhar curioso.

Yann: E eu o que?

Luna: Como você chegou aqui, ué.

Apoiei meu machado no chão por um momento. Como eu cheguei aqui?

Yann: Eu... não lembro...

Ela me olhou, agora irritada, e apontou o machado pra mim. Rapidamente me afastei, mesmo sabendo que ela não iria me atacar.

Luna: Como assim não lembra?! Isso é impossível!

Acho que gaguejei um pouco. Uma garota com um machado na mão é um tanto... assustador.

Yann: Bom...

Me sentei no chão.

Yann: Eu acho que tinha uns... dez anos? É, por ai. Eu sempre gostei de videogames e, perto da minha casa havia uma loja de jogos.

Eu realmente estava me esforçando para lembrar. O bom de conversar com Luna era que, diferente de Holstenan, ela procurava não abandonar suas lembranças, então ter uma conversa "normal" com ela era totalmente possível.

Yann: Eu estava voltando da escola, e tinha finalmente economizado o suficiente para comprar jogo. Eu passei lá depois da aula e comprei o jogo.

Nesse ponto, ela já estava sentada na minha frente.

Yann: Uma velha, devia ter seus... setenta anos? Apareceu do nada e, quando eu estava para pegar minha sacola com o jogo, ela pegou e saiu. Sem motivo, sem dizer nada.

Luna: Mas e o vendedor?

Yann: Ele não fez nada. Só ficou olhando. Eu era uma criança, e não pensei no que podia acontecer. Eu apenas fui atrás. Quando sai da loja, a velha estava virando a esquina, e eu sai correndo gritando "devolve meu jogo". Eu achei que ela era surda, porque me ignorava. E então um temporal começou...

Olhei para Luna, confirmando se estava prestando atenção.

Yann: E eu escutei um trovão, e dai eu sai correndo mais rápido ainda e dai eu cai. Fim.

Me preparei para levantar.

Luna: Espera

Yann: O que foi?

Luna: Isso é tudo? Mas... o que aconteceu com a mulher, e como você caiu...?

Yann: Ela simplesmente sumiu, e tinha apenas uma rachadura no chão. Lembro disso porque eu e meus colegas tentávamos abri-la. É engraçado pensar nisso hoje... achávamos que iriamos encontrar algo embaixo do solo, algum lugar. Tipo, sei lá... o inferno?

Sorri ao lembrar da minha infância.

Luna: Isso foi tão... simples... E como você se adaptou ao lugar?

Yann: Quando eu cheguei, eu parei em Varrock, perto do museu. Eu perguntei para um dos funcionários onde eu estava, e apenas me responderam "Varrock, claro", e logo em seguida me deixaram sozinho. Eu acho que aprendi as coisas sozinho com o tempo, e uns dois anos depois conheci Holstenan, e dai... deu nisso.

Conversamos mais um pouco sobre isso, e então terminamos nosso trabalho na fortaleza. Agora, iriamos nos encontrar com os membros do clã em Faladore. Nosso ponto de encontro: o músico que tocava em frente a entrada da cidade.

Mahoma POVs

Holstenan: Adivinhem que arqueiro lindo está vindo para a cidade?

Nós mal tínhamos sentado quando Holstenan começou a falar.

Percebi que Luna ainda não sabia sobre os gostos de Holstenan. E de quase todo o clã.

Kalestri: É melhor você ficar longe dele.

Holstenan: E quem vai me impedir? Você?

Luna parecia não compreender, enquanto Yann observava a discussão de maneira desinteressada, ao contrário de Isdridor, que, mesmo não parecendo, eu sabia que ele estava prestando atenção em cada detalhe daquela pequena briga.

Kalestri: É claro que sim. Você deve me obedecer.

O enfase que ele deu ao "deve" me fez rir. Por mais que Kalestri fosse um príncipe, não era levado muito a sério. Pelo menos não entre nós.

Holstenan: Vai nessa.

Kalestri: Ora, seu...

Isdridor resolveu interromper.

Isdridor: Já trabalharam na fortaleza esta semana?

Luna respondeu com um animado "sim", enquanto Yann disse apenas um "aham".

Ele se virou para nós três. Não foi necessário perguntar o porque.

Kalestri: Eu tenho minhas ocupações em Kharid. Não tenho tempo para...

Mahoma: Pare de dar desculpas e vai trabalhar, você não faz nada da vida.

Claro que foi uma brincadeira. Mesmo não tendo muitas responsabilidades, com certeza deveria ser difícil ter um cargo como o dele.

Holstenan: Eu e Mahoma ficamos praticando e estudando herbologia...

Isdridor parou para me olhar, como se estivesse querendo confirmar se o que Holstenan dizia era verdade. Fiz apenas um sinal afirmativo com a cabeça.

Isdridor: Então vamos todos, agora.

Todos nos levantamos, então Luna puxou Yann pelo braço.

Luna: Boa sorte pra vocês!

Mas é claro que Isdridor não deixaria eles fugirem tão fácil, mesmo já tendo completado suas tarefas.

Isdridor: Não tão rápido. Mesmo que vocês tenham terminado, esta é um atividade em grupo. Venham nos fazer companhia.

Luna suspirou e então nos seguiu. Fomos andando até o portal que levava para a nossa fortaleza.

Kalestri e Holstenan foram na frente, discutindo. Isdridor tentava acalma-los uma vez ou outra. Luna e Yann ficaram mais atrás. Procurei ficar pouco a frente, para poder ouvi-los.

Luna: Do que diabos eles estavam falando?

Yann: Eles quem?

Luna: Holstenan e Kalestri...

Yann riu.

Yann: Você não percebeu?

Ela ficou em silêncio.

Yann: Luna, Holstenan é gay.

Ela deve ter ficado surpresa, pois permaneceu calada por alguns longos segundos.

Aparentemente, ela começou a pensar em voz alta.

Luna: Então... Se ele é... E e estava brigando com o... Isso significa... KALESTRI É GAY!

Todos paramos de caminhar e viramos para encara-la. Vi seu rosto ficar vermelho. Isso acontecia sempre que ela ficava tímida.

Kalestri: BIssexual, e não precisa espalhar isso para toda Guilenor.

Logo em seguida, ele e Holstenan voltaram a discutir, como se nada houvesse acontecido. Antes que o assunto fosse esquecido, Isdridor se aproximou de Luna e contou sobre sexualidade também. Ela ficou impressionada. Eu sabia que ela não tinha problema com homossexuais, mas eu sabia também que ela nunca conhecera tantos - e de uma vez só.

Chegamos na fortaleza mais rapido do que eu esperava. Eu não era acostumado a andar até ela, já que podíamos nos teleportar até o lugar onde o portal se localizava.

Sarah POVs

Estava realmente animada. Eu havia marcado um encontro com Scarlet, tinha novidades que iriam animar todo mundo!

Já fazia um bom tempo que eu não via Luna, Mahoma e ela. Mas, mesmo que fossem poucas vezes, eu conversava com Scarlet por comunicação mental. Era uma habilidade que demorei para conhecer e aprender. Ela permitia que conversássemos com nossos amigos mentalmente, sem ninguém ouvir. Exigia um certo esforço e atenção para que "ouvíssemos" totalmente. Mas, vou ser sincera, eu tinha planos além de apenas rever meus amigos. Eu queria ver Holstenan. Não sabia exatamente o que, mas algo me chamava atenção nele. Eu gostava dele, e queria poder passar um tempo junto.

Eu estava perdida em meus pensamentos, imaginando lugares onde poderia convida-lo a me acompanhar, quando avistei Scarlet nas fontes que marcavam o centro de Varrock.

Acho que é melhor eu afastar estes pensamentos agora.

Sarah: SCARLET!

Ela se virou e sorriu. Parecia mais animada do que eu. Totalmente o contrário da imagem da "nova Scarlet" que Mahoma e Luna haviam me contado.

Nos sentamos ali mesmo e começamos a conversar animadamente. Eu estava para contar minha descoberta, quando senti um tremor vindo do chão. Em seguida, pude escutar um enorme estrondo. Era como se toda a Varrock tivesse parado para ver o que aconteceria a seguir, quando alguém gritou.

Alguém: É EM LUMBRIGDE!

Pudemos ouvir gritos vindo de longe, e então, toda Guilenor pôde ver o que eu vi.

Luna POVs

Mahoma, Yann e eu, estávamos em Lumbrigde. Algo estava acontecendo, e como não tínhamos compromisso, resolvemos tentar descobrir o que era.

Luna: Vem logo.

Mahoma estava mais a frente, enquanto eu esperava Yann apressar o passo.

Andamos até a parte de trás do castelo de Lumbrigde, e nos deparamos com um portal gigante. Nos aproximamos, com cuidado.

Várias pessoas estavam em volta. Algumas faziam reverencias enquanto outras cochichavam teorias do que seria aquilo.

Mahoma: Há quanto tempo isto está aqui?

Algumas pessoas o encararam.

Alguém: Três semanas.

Ele ia fazer outra pergunta, até que o portal se expandiu. As pessoas se afastaram. Algumas ficaram horrorizadas.

Assustadoras asas revelaram uma criatura gigante de aparência tremenda.

Não vou mentir, tive medo.

A criatura então, encarou uma rachadura que estava brilhando, e a atacou. Um buraco foi formado a partir da explosão do seu ataque, e um homem que o observava chegou perto de se machucar.

Criatura: Eu... preciso ter isto...

Sua voz era tão demoníaca quanto sua aparência.

Em seguida, vários ataques se seguiram. Aleatoriamente, partes próximas aquele lugar começaram ser destruídas.

Rapidamente, nós três corremos para nos esconder atrás do que, um dia, foi uma parede.

Ficamos abaixados, vendo a criatura se afastar.

O chão começou a tremer novamente. Apertei os olhos, com medo do que aconteceria em seguida.

Abri os olhos lentamente, e vi um ataque de cor azul acertar as costas do demônio.

Ele se virou, enquanto fazia a mesma pergunta na qual eu pensava.

Criatura: O que foi is...

Ele parou a frase quando avistou algo.

Criatura: Saradomin.

Ele disse...

A criatura riu, e então pude ver um ser ficar do mesmo tamanho que o demônio. Aquele era Saradomin.

Saradomin: Zamorak.

Observei a aparência dos dois. Saradomin tinha a pele azul, e sua barba era branca. Usava uma coroa dourada e carregava um cetro também dourado. Sua armadura variava entre azul, dourado, prata, e vermelho. Era atraente, para um deus.

Zamorak tinha chifres vermelhos, e a cor de sua pele era um tom próximo de cinza. Seus dentes eram afiados. Ele também usava uma túnica vermelha e dourada, com uma abertura até um pouco acima da cintura. Percebi que as garras de Zamorak também eram douradas.

Fui afastada de meus pensamentos quando ouvi a voz de Saradomin novamente.

Saradomin: Eu não posso permitir que você continue.

Os dois ficaram um momento em silencio, até que Zamorak atacou Saradomin. Saradomin revidou, e seus ataques se encontraram. Eles eram fortes.

Saradomin: O QUE?

Zamorak: ESSE PODER É MEU!

Algo que eu não podia ver estava acontecendo. Eles começaram a usar mais força, e então de repente era como se todos os sons tivessem desaparecidos. Por um momento, o silêncio dominou o planeta. Senti alguém me abraçando de maneira protetora, e então pude ouvir o som de uma explosão.

Depois de termos certeza que a guerra terminara, saímos do "esconderijo''.

A parte atrás do castelo estava irreconhecível. Nós três e mais algumas pessoas ainda nos encontrávamos no meio daquilo tudo. Zamorak e Saradomin começaram a levantar rochas do chão, formando acampamentos. Os deuses criaram suas tropas, e então alguém gritou.

Alguém: POR ZAMORAK!

As tropas foram em direção umas as outras. Procuramos nos retirar daquele campo de batalha o mais rápido possível.

A guerra havia começado.

Holstenan POVs

Lumbrigde estava quase que totalmente destruída. A aparência do castelo era horrível. Tropas de Zamorak e Saradomin estavam lutando na arena que acabara de ser criada atrás do castelo. Alguns guerreiros se ofereciam para lutar, em troca de recompensas.

Estava saindo de Al-kharid com Kalestri, quando avistei Yann, Luna e Mahoma caminhando em direção a Varrock. Os chamei.

Holstenan: Ei, vocês!

Eles se viraram. Puxei assunto enquanto me aproximava.

Holstenan: Vocês viram?

Mahoma e Luna fizeram um sinal positivo com a cabeça.

Yann: Acho que Guilenor inteira viu.

Kalestri: De que lado vocês vão ficar?

Todos respondemos Saradomin. Kalestri obviamente não havia gostado da resposta. Ele havia feito essa pergunta depois do ocorrido, e quando falei minha resposta, ele chegou perto de

me dar uma palestra sobre o porque deveríamos seguir Zamorak.

Luna: Você vai seguir Zamorak, Kalestri?

Ele fez um sinal negativo com a cabeça.

Kalestri: Minhas origens não permitem.

Luna pareceu não entender, então Kalestri contou sobre uma antiga briga entre os zamorakianos e kharidianos.

Kalestri e eu resolvemos seguir os três até Varrock, já que não tínhamos planejado algo para aquela tarde.

Scarlet POVs

Não sabíamos o que havia acontecido, então resolvemos permanecer onde estávamos por um tempo, para garantir que não nos machucaríamos ou coisa do tipo.

Longe, avistei Mahoma, Luna, Yann, Holstenan e Kalestri. Estavam vindo em nossa direção.

Luna foi a primeira a se manifestar. Ignorando minha presença, foi até Sarah. Animadamente, a cumprimentou. Em seguida, os garotos começaram a cumprimentar nós duas.

Holstenan: Vocês viram?

Kalestri: TODO mundo viu. Pare de perguntar isso toda hora.

Holstenan permaneceu calado depois disso.

Eles começaram a discutir sobre deuses. Saradomin e Zamorak. Permaneci calada. Quando me questionavam, apenas respondia que não entendia sobre deuses. Não estava mentindo. Mas aquela conversa estava me deixando com muitas duvidas. De qualquer forma, não queria obter respostas com eles.

Estava me preparando para ir embora, quando Sarah começou o assunto que ela havia para contar desde sua chegada.

Sarah: Eu descobri!

Todos nós olhamos para ela.

Mahoma: O que?

Sarah: Como podemos sair daqui.

Eu, Mahoma e Luna nos animamos. Os outros três não demonstram reação.

Scarlet: Como?

Meus olhos brilhavam de alegria. Acho que isso assustou um pouco eles, pois todos me encaravam de maneira estranha.

Sarah continuou.

Sarah: Primeiro, precisamos de runas.

Scarlet: Isso é fácil.

Sarah: Não tanto. As runas que precisamos são justamente as mais difíceis de conseguirmos.

Scarlet: Só precisamos comprar.

Sarah: Não. O feitiço só funcionará se todas as runas forem criadas por quem quer se teleportar.

Mahoma: Mas como teremos certeza que ela nos levará de volta para o nosso mundo? Se for algo que não temos certeza que dará certo, melhor não arriscarmos.

Sarah: Por incrível que pareça, existe alguns... "ingredientes"... que levam para determinado local. Para o nosso mundo, existem cinco ingredientes.

Luna: Mas nós devemos achar todos? Isso é muita coisa.

Luna suspirou.

Sarah: Não, apenas um já o suficiente.

Mahoma: Quais?

Sarah: Como eu já disse, precisaremos, antes de tudo, de runas. E, para piorar, seus altares são um tanto perigosos.

Scarlet: Quais?

Sarah: Quais o que?

Scarlet: Quais runas?

Sarah retirou um livro antigo da mochila, e começou a folhear as páginas.

Sarah: Uma runa do sangue. Uma runa da morte. Uma runa da alma. Eu já mencionei que cada um deve conquistar o seu material, certo? Não podemos emprestar ou usar o mesmo portal que o outro.

Permanecemos em silêncio, agora, sentados entre as fontes do centro de Varrock. Ela continuou.

Sarah: Agora, o que nos levará ao nosso destino. Podemos usar: um objeto que tenha vindo do local, uma memória, caso queiramos ir para um lugar específico, um desejo...

Luna: Como assim, um desejo?

Sarah: Creio que, se tivermos um forte desejo de voltar, isso bastará. Mas terá que ser muito, muito forte.

Luna pareceu compreender.

Sarah: Também podemos usar sangue de alguém que tenha nascido no mundo para qual queremos ir, desde que ela ainda não tenha tido um grande contato com a cultura do mundo em que estamos.

Aquilo me chamou a atenção.

Scarlet: Um corte basta? Para coletar o sangue...

Sarah: Não. A pessoa de quem o sangue será tomado deverá estar morta. Mas isso não importante, certo? Acho que não seriamos capaz de matar para sairmos daqui. Não é?

Todos concordamos.

Eu seria.

Kalestri POVs

Estava sozinho, andando pelo deserto, enquanto pensava em coisas aleatórias. A partida de Luna, Mahoma, Sarah e Scarlet me deixava aflito. Não tínhamos amizade o suficiente para sermos considerados grandes amigos, mas eu sabia que sentiria falta.

Pensei em tentar passar mais tempo com eles enquanto procuravam suas runas, mas, dos quatro, os únicos que eu teria amizade o suficiente para isso seria Mahoma e Luna. Provavelmente, eles iriam em busca do que precisavam juntos, ou na companhia de Yann.

Pensei um pouco mais e fui até a minha residência. Peguei o mapa com os altares de runas, e resolvi procurar Mahoma e Luna. Aquilo seria útil para eles, não só para acharem o caminho, como poderiam se teletransportar até os altares após a primeira visita.

Me comuniquei mentalmente com Yann, e ele me disse que estavam no Mercado Geral. Não demorei muito para chegar até eles.

Scarlet POVs

Levei em torno de três dias para conseguir as runas da alma e da morte. Levei mais três para conseguir as do sangue. Eu havia decidido procurar o que eu precisava sozinha. Sarah se ofereceu para me fazer companhia, já que havia coletado suas runas enquanto descobria o mundo de Guilenor, mas recusei.

Agora, só me faltava o que iria me levar de volta. A "chave" do portal.

Eu pensei em outras opções. Não tinha um objeto, e não queria usar uma memória ou um desejo, tinha medo de errar. Tudo o que havia restado era matar.

Fiquei em Lumbrigde, esperando algum novato aparecer.

Não demorou muito para um garoto que parecia um pouco mais novo que eu se aproximar.

Garoto: Moça, ei moça!

Ele era bem mais baixo que eu, e começou a puxar minha blusa para chamar minha atenção.

Scarlet: No que posso ajuda-lo?

Garoto: Onde estou?

Sorri.

Scarlet: Você está em Guilenor. De onde veio?

Garoto: Eu vim... eu vim da Terra? Guilenor é um planeta ou uma cidade? EU FUI SEQUESTRADO?

Pelas suas atitudes, julguei ter entre oito e dez anos.

Scarlet: Calma, calma. Guilenor é um planeta, e você não foi sequestrado. Você veio aqui porque tem uma missão a cumprir, siga-me.

Sem hesitar, ele me seguiu até o pântano de Lumbrigde, que, para minha sorte, estava vazio.

O levei até a parte mais isolada do pântano.

Scarlet: Fique aqui, já volto.

Garoto: Promete?

Scarlet: Juro.

Me afastei e me escondi num lugar onde podia observa-lo. Deixei que prestasse mais atenção no lugar, e quando estava distraído, o ataquei.

Minhas garras cravaram seu peito e ele mal teve tempo de se manifestar. Logo, seu coração estava em minhas mãos.

Pegando um frasco que carregava comigo com frequência, o completei com sangue.

Joguei o coração e o resto do corpo no rio. Olhei em volta para garantir que não estava sendo observada, e a princípio, não estava.

Escondendo o frasco na mochila, comecei a caminhar até a saída do pântano e, quando passei por Xênia, percebi que seu olhar era triste. Ignorei.

Kalestri POVs

Estava com os quatro em Porto Sarim, num lugar afastado.

Sarah: Bom... é agora.

Holstenan: Esperem por nós!

Olhamos em direção a voz. Holstenan e Yann se aproximavam. Os encaramos com um olhar indagador.

Yann: Nós também iremos.

Eles estavam tão surpresos quanto eu.

Luna: Que método vocês usarão?

Yann e Holstenan: Memórias.

Ela sorriu.

Holstenan: E vocês?

Luna, Sarah e Mahoma: Objeto

Todos os olhares foram direcionados a Scarlet.

Kalestri: E você?

Scarlet: Sangue.

Todos ficaram em silêncio. Ela não parecia se importar. Depois de um tempo, Sarah se manifestou.

Sarah: Vamos começar, então. Alinhem as runas na ordem. Alma, sangue e morte.

Todos fizeram. Apenas observei. As runas começaram a brilhar.

Sarah: Ótimo, agora coloquem os objetos em cima das runas. Scarlet... despeje o sangue sobre as runas, e Holstenan e Yann... toquem as runas e concentrem-se em suas memórias.

Todos os fizeram. Um por um, portais começaram a se abrir. Eram coloridos, e todos iguais.

Sarah: Prontos?

Holstenan: Estou levando runas reservas, caso eu queira voltar.

Eles iam entrar, quando Isdridor apareceu e puxou Scarlet para fora. Ninguém esperava sua presença.

Isdridor: Você não poderá ir.

Todos, incluindo eu, ficaram surpresos.

Scarlet: O QUE? Me dê um bom motivo para isso.

Isdridor: Você deverá pagar a vida da criança que você matou.

Todos a encaramos, surpresos.

Luna: Eu sabia que você tinha matado, Scarlet, mas, uma criança? O que você tem na cabeça?

Ela não sabia o que dizer.

Scarlet: E.. eu... Descul... pa...

Kalestri: Não.

Agora os olhares se direcionaram a mim.

Kalestri: Não aceitaremos suas desculpas. Isso é um crime. Isdridor, leve-a a Kharid. Cuidarei disto pessoalmente.

Percebi que eles ficaram impressionados com minha atitude.

Kalestri: Continuem.

Sarah: Mas... Scarlet...

Isdridor: Não se preocupem com ela. Façam boa viagem de volta. Espero vê-los novamente algum dia.

Eles olharam uns para os outros, e então entraram nos portais.

Sarah POVs

Todos os portais deram para o mesmo lugar: a casa onde tudo havia começado.

Andamos até a saída, e parecia que um temporal jamais tivera passado por ali.

Luna: O tempo passou, certo?Nossos pais... deveríamos procura-los?

Ao terminar a frase, escutamos o som que deveria ser um toque de celular. Paramos para seguir o som, e então vimos quera da mochila de Luna.

Luna: Como isso veio parar aqui?...

Mahoma: Não importa. Quem é?

Luna: Meu pai.

Mahoma: Atenda.

Ela respirou fundo, e então atendeu. Ela colocou no viva-voz.

Luna: Alô?

Era fácil notar que ela estava nervosa.

Pai de Luna: Você vai vir pro jantar?

Nos entreolhamos.

Luna: Que?

Pai de Luna: Você vai jantar aqui?

Luna: Eu... estou com Sarah e Mahoma aqui...

Pai de Luna: Ah, certo. E Yann e aquele outro... Holsetenan?

Ela nos olhou surpresa. Retribuímos o olhar da mesma maneira.

Yann sussurrou para ela.

Yann: Enrola ele.

Luna: Sim, eles vão também, eu acho... E é HOLSTEnan.

Pai de Luna: Vocês vão comer a onde?

Luna: No shopping.

Pai de Luna: Ah, certo. Então depois a gente se fala.

Luna: Ok...

Em seguida, ele desligou.

Luna: Como ele sabe?

Sarah: Parece que vamos ter que descobrir.

Nos entreolhamos, e sorrimos.

Mahoma: É... Temos uma nova missão. Estão juntos nessa?

Ele se referia a Holstenan e Yann, que afirmaram logo em seguida.

Luna: Vamos comer algo. O shopping não é muito longe. Vocês tem dinheiro?

Reviramos nossas mochilas. Todas as nossas moedas haviam se convertido para o real. Era incrível, mas ao mesmo tempo assustador e estranho. Não parecia real, mas todos sabiamos que era.

Luna, Mahoma e Yann foram na frente, enquanto eu e Holstenan ficamos mais atrás, conversando.

Sarah: Então... Eu estava pensando...

Holstenan: No que?

Sarah: Depois que tudo isso acabar... Nós podiamos... Não sei, sair? Sabe, dar uma volta e...

Ele colocou um de seus braços em torno de minha cintura. Senti meu rosto esquentar. Em seguida, ele sussurrou em meu ouvido.

Holstenan: Eu sou gay.

Dez anos depois

Luna POVs

Estava arrumando a mesa para o jantar. Sarah, Mahoma, Yann e Holstenan me visitariam naquela noite.

Comecei a lembrar do que aconteceu após voltarmos para a Terra.

Nós descobrimos que o tempo continuou passando neste mundo, e era como se jamais tivéssemos sumido. Continuávamos estudando, vendo nossa família. Mas a única coisa de que lembrávamos era de ter ido parar em Guilenor.

Holstenan e Yann não conseguiram fazer contato com seus familiares, talvez pelo tempo em que estavam longe. Mesmo assim, conseguiram voltar aos estudos sem nenhum problema, conseguindo se graduar normalmente.

Scarlet foi torturada e morta por Kalestri, que o fez em segredo.

Não demorou muito para nos adaptar novamente.

Sarah se formou em psicologia, e Mahoma em biologia. Yann ficou em dúvida até o ultimo ano do Ensino Médio, mas decidiu trabalhar com jogos. Holstenan fez engenharia civil, o que me impressionou muito. Sempre considerei um trabalho difícil. E eu, me formei em letras, com o objetivo de trabalhar numa editora e escrever livros.

Um portal se abriu no meio da sala do meu apartamento, e Holstenan apareceu.

Holstenan: Boa noite!

Fui até ele e o abracei. Logo em seguida, a campainha tocou. Era Yann e Sarah. Mahoma foi o ultimo a chegar.

Após todos terem chego, fomos comer.

Holstenan: Vocês souberam?

Mahoma: Sobre o que?

Holstenan: Kalestri.

Ficamos em silêncio, esperando ele continuar.

Holstenan: Ele foi morto.

Perguntei como, enquanto mastigava um pedaço de carne.

Holstenan: Parece que descobriram que ele torturou Scarlet.

Sarah: Mas já fazem dez anos.

Holstenan: Sim, mas ele estava para substituir o cargo do pai. O povo descobriu, e não queriam uma pessoa como ele para governa-los. Mas, o mais incrível é que parece que quem revelou tudo foi o Isdridor.

Mahoma: Isdridor? Estou surpreso. Você nunca mais falou dele, achei que tivesse morto ou algo do tipo.

Holstenan: Eu também. Minhas tentativas de contato sempre foram em vão.

Holstenan, com frequência, visitava o mundo de Guilenor. Isso era bom, pois assim não só saberíamos o que estava acontecendo, como também seria quase que impossível nós esquecermos das experiências que tivemos.

Nunca mais fomos levados para Guilenor ou qualquer outro mundo, sem vontade própria, e também nunca mais encontramos alguém que tenha vivido as mesmas experiências.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, este é o ultimo capitulo de Um Novo Level.
Primeiramente quero agradecer a todos que me acompanharam até aqui, obrigada por lerem minha fanfic.
Se alguma dúvida não foi esclarecida durante a história, eu não me importarei em responder nos comentários.
Mais uma vez, obrigada, e espero ter o apoio de vocês nas minhas próximas histórias



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