Broken Wings escrita por Sweet Heart


Capítulo 15
Drowning in Deep Lies


Notas iniciais do capítulo

Então... Oi gente, tudo bem com vocês? Como vocês estão? Faz um tempinho, né? (risada nervosa e muito arrependida)

Snow White
majudetutu
Stormy Eyes
Diamonds
Ster
Azura Campbell Worloock
MarianSakamaki
Vicky Megurine
Srta Medeiros

Vocês são demais por terem deixado comentários no último capítulo de BW meeeeses atras (Sorry again) e eu agradeço muito cada um de vocês por me darem forças para continuar. Principalmente uma certa menina com tempestade nos olhos que não me deixou em paz até que eu postasse isso hoje (Só para constar, estamos no Skype e ela ainda está me dizendo para correr!!! Calma, Lena, você não é a única que precisa acordar cedo hoje!)

Amo muito vocês, seus lindos! Espero que vocês ainda acompanhem meu trabalho, pois foi feito para vocês.
OBS: Isso está sendo postado sem a ajuda das minhas betas, então vocês só podem contar comigo bêbada de sono. É... Já me desculpo antecipadamente por isso.



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Lissana foi a primeira a sair do banho e, consequentemente, a primeira a deixar o vestiário, com uma toalha jogada sobre os ombros e a pele rosada pela água quente. Ela acenou distraidamente para todas as garotas, principalmente para Mira e Cana, sua melhor amiga, antes de encostar a porta do vestiário feminino.

Nem mesmo Aquarius estava na quadra naquele momento, então tomou a liberdade de se dispensar da aula.  A treinadora provavelmente estava com o professor Scorpio em algum canto da escola e não voltaria a aparecer tão cedo. Suspirou feliz, marchando para sair do ginásio. Na próxima aula ela encontraria seu namorado, Natsu, e nada podia distraí-la mais do que aquele simples pensamento. Fazia tempo que eles não passavam um tempo juntos, achava. Agora ele parecia mais distante e muito mais indiferente com cada toque que ela ousava fazer primeiro. Não fazia mais nenhum esforço para ficar perto dela e suas visitas noturnas até seu quarto tornaram-se muito mais esparsas. A humana chegou até ao ponto de sentir falta da aura demoníaca ao seu redor.

Como ela saiu cedo talvez eles pudessem aproveitar esses minutos na enfermaria ou em algum depósito vazio, como muitas outras vezes antes dessa. Se tivessem sorte encontrariam a enfermaria vazia, sem sua irmã ou o namorado dela transando nas macas. Ah, ela se lembrava bem daquela sala. Sua primeira vez havia sido lá, quando finalmente havia cedido à Natsu uma semana depois de se conhecerem. Ele era um novato na época, junto Erza e Laxus. Sim, o Demônio loiro foi rápido em se aproximar de Mira, Natsu não ficou para trás, seduzindo a outra irmã Strauss em um piscar de olhos. Pouco tempo depois Laxus revelou sua verdadeira natureza para a irmã mais velha quando teve certeza de que se tratava de sua Anima, uma companheira fixa para os Demônios pelo que Lissana entendeu. Claro que Mira fez questão de alertar a família sobre seus novos colegas demoníacos para a proteção de todos. Na época ela não sabia do envolvimento de Lissana com Natsu.

Desde então ela se esforçava para deixar Natsu feliz, acatando a cada pedido do Demônio. Cachorrinho? As vezes ela escutava o nome sendo sussurrado enquanto andava pelo corredor, mas não se importava mais. Ela não era um cachorrinho. Ela era a Anima dele. Por que motivo ele ainda estaria com ela caso ela não fosse?

Lissana começou a praticamente correr para encontrá-lo, não tirando o pensamento que deveria vê-lo o mais rápido possível. Ele deveria estar sentindo falta dela tanto quanto ela sentia a dele.

Talvez, se tivesse prestado atenção ao seu redor, ainda conseguiria ver Lucy debater-se dentro d´água, lutando para continuar consciente enquanto era arrastada cada vez mais para o fundo.

#♥#

Gray jogou, pela terceira vez, seu corpo contra a porta maciça do vestiário. Diversos alunos se aglomeravam ao seu redor, alguns assustados com os gestos bruscos dele, outros preocupados por estarem presos em um lugar que nenhum deles lembrava possuir uma tranca.

―Ninguém tem a chave? ̶  Alguém gritou de dentro dos chuveiros, alheio ao desespero de Gray. Reconheceu como sendo a voz de Jet, um semi-humano que sempre acompanhava Levy pelos corredores. A baixinha já havia se acostumado, mas Gray ainda se sentia incomodado de ver um Descendente do Lago de Fogo tão perto dela. Felizmente ele possuía um sangue demoníaco ralo, quase inexistente, e não parecia uma ameaça para ninguém. Ele não permitiria que ele se aproximasse caso fosse uma.

―Alguém vai abrir a porta, cara. Calma. ̶ Droy bateu nas costas de Gray, tentando acalmá-lo, porém não houve reação. Desse Descendente Demoníaco ele até gostava. Por mais que parecesse estranho, ele conseguia manter a integridade física de Levy sempre questionando Jet quando ele sugeria algo perigoso. Talvez não fosse intencional, mas funcionava.

A energia de Lucy arrastou-se na direção do guerreiro, mais fraca do que a primeira onda que enviara. No mesmo instante soube que algo estava muito errado. Jogou seu corpo com ainda mais força e sentiu seu ombro estralar no processo. Sentiu a aura mais uma, duas, três vezes. Na última vez, até sentiu um pequeno desconforto. A aura parecia mais pesada e vibrante alguns segundos antes de se dispersar pelo ar. E então, em um piscar de olhos, a energia de Lucy sumiu. Alguns Descendentes se arrepiaram, afetados pelo pedido de ajuda que Lucy enviara. Até alguns humanos completos pareciam confusos.

Os olhos do moreno arregalaram-se.

― Lucy! ̶ Gritou, agora a ponto de desespero. Ele afastou-se, pronto para se jogar novamente contra a porta, e desta vez até iria usar sua própria aura para isso. Esperava que Makarov entendesse que a porta quebrada seria para uma boa causa.

Parou a meio passo de concluir seu objetivo ao ouvir a porta do vestiário feminino ao lado se atacada com a mesma ferocidade, mas, ao contrário dele, parecia estar tendo sucesso com isso.

―Mas que merda está acontecendo?―Uma garota gritou, parecendo chorosa.

―Os meninos estão presos também? ―Outra completou.

―Juvia, você vai acabar se machucando!

―Treinadora! Por favor!―Alguém gemeu, já desesperada.

―Espera. Alguém lembra disso aqui ter uma fechadura antes?

Quando houve um suspiro coletivo Gray soube que elas, ao contrário dele, estavam livres. Escutou os passos apressados delas vindo em direção ao vestiário masculino e logo a maçaneta estava sendo forçada

―Vocês estão bem?―Uma garota gritou para eles.―Alguém sabe o que está acontecendo? Juvia não sabe...

―A Lucy está com vocês?―Perguntou agitado.

A maçaneta parou de se mexer.

―Juvia não a sente mais...Você também?―A voz pareceu cautelosa enquanto sussurrava, confiante que o Anjo a escutaria. Gray franziu o cenho, sussurrando um temeroso sim como resposta.―Ah merda, alguém viu a Lucy?!

Murmúrios seguiram-se enquanto as garotas procuravam, ansiosas, a Principado. E então, para o profundo desespero do Guerreiro, uma delas gritou.

― O que ta acontecendo ai?! ̶ Droy gritou, preocupado.

― Ah meu Deus! É a Lucy mesmo? ̶ Alguém do lado de fora perguntou.

Gray bateu mais uma vez com a mão espalmada contra a porta por pura frustração. De longe não foi sua investida mais forte, mas a porta simplesmente cedeu e o trinco foi aberto.

Ele franziu o cenho antes de sair do vestiário a tempo de ver a novata de cabelos azuis correndo em direção à piscina. Juvia era o nome dela, lembrava-se, era quem aparentemente havia conseguido libertar as garotas.

Nesse momento Gray viu onde sua pequena Principado estava.

Sentiu seu coração bater freneticamente no peito enquanto a queimação em suas costas tornava-se intensa.

Não, não, não! Isso não podia estar acontecendo.

Só percebeu que estava paralisado na porta do vestiário quando os outros alunos passaram por ele e assim teve o impulso de correr até a borda da piscina, pronto para ajudá-las a sair da água.

― Vamos lá. ̶  Juvia grunhiu, segurando Lucy pela cintura e nadando até a borda. A cabeça do anjo pendia para o lado e a outra fazia esforço para deixá-la acima da superfície. Os lábios de Lucy pareciam sem cor, quase azuis, combinando com os cabelos da outra garota.

Juvia finalmente chegou ao limite da piscina, entregando a garota aos colegas assim que a distância foi anulada. Eles puxaram a com um esforço notável para seres humanos e Descendentes, deitando-a na borda. Sem hesitar Gray colou seus lábios nos entreabertos de Lucy, fechando suas narinas e soprando ar para dentro de seus pulmões.

Ele não ia deixar o corpo morrer. Não podia.

Não iria.

Oh Deus, a alma da Principado iria permanecer “viva”, mas ainda havia a chance dela não acordar mais. Tecnicamente para um humano estaria morta. Para um anjo seria condenada ao nada, não tendo nem o direito de existir no plano físico. Não até que suas penas fossem queimadas e fosse dado um fim no seu sofrimento. Então o anjo deixaria de existir em qualquer lugar, Céu, Limbo ou Terra. Simples assim.

Quando Lucy chegou à Terra havia perdido muito sangue, claro, mas Gray sabia que ela não morreria assim tão fácil. Os Arcanjos não a deixariam partir sem que a castigassem primeiro, seja lá o que ela havia feito. Foi assim com todos, até mesmo com ele que permaneceu por dias com seus ferimentos de queda abertos, sangrando. Ele esperou pacientemente pela morte, mas esse alívio nunca veio. Apenas quando Ur o encontrou soube que Caídos quase nunca pereciam nos primeiros dias na Terra, sendo que eles tinham que aprender sua lição primeiro. Vendo Lucy naquele estado, porém, o fez duvidar de qualquer coisa que lhe fora ensinada.

Na dúvida ele não ia deixar o corpo morrer. Não conseguiria. Não depois de Ur.

Ele afastou-se por um segundo, mas Lucy permaneceu na mesma situação.

Uma pequena multidão havia se formado ao seu redor, com o novato que viera com Juvia um passo a frente de todos com os braços cruzados. Gajeel. Gray tinha certeza que ele não estava na aula antes nem em nenhum lugar do vestiário. Alguns humanos ainda estavam ali, a maioria saindo para pedir ajuda, mas os Descendentes de ambos os lados, Céu e Inferno, pareciam se recusar a sair. Todos olhavam preocupados para Lucy.

Juvia ajoelhou-se ao seu lado, pegando a mão da loira.

―Juvia está escutando o coração dela. ̶  Constatou suavemente, encontrando neste momento os olhos do Guerreiro, que mantinha toda a sua concentração em Lucy parecendo tão apático quanto ela.―Gray-Sama não escuta também?

Ignorando o comentário, o guerreiro curvou-se novamente apertando seus lábios contra os de Lucy e repetindo a manobra que dizia salvar a vida de muitos humanos antes.

Todos olharam em direção a entrada da quadra quando as portas se abriram bruscamente, menos Gray, que apenas se afastou com o barulho.

O Demônio Dragão entrou no recinto no mesmo instante, aparentemente muito mais irritado do que o normal. Seu maxilar estava rígido e os punhos cerrados. Gray conseguia ver as ondas de calor que emanavam dele a cada respiração pesada. Sem dizer uma palavra o dragão avançou em direção a multidão a beira da piscina.

―Lucy! ―Gritou ao vê-la, afastando todo em seu caminho de uma forma nada delicada.―Mas que porra aconteceu com você?

A loira virou-se de lado, finalmente tossindo, e acabou encontrando o braço de Natsu perto de seu corpo. O agarrou com força enquanto tentava manter a respiração normal, parecendo utilizá-lo como âncora.

― Le... Levy... ̶ Gaguejou, procurando o rosto da amiga na multidão.

― Estou aqui, Lu-chan. ̶ Garantiu suavemente a garota dando um passo a frente para que Lucy a visse.

Seus olhos brilhavam com as lágrimas não libertadas e Gajeel franziu o cenho ao vê-las. O novato afastou-se da multidão, lançando, antes de sair, um olhar significativo a Juvia. Gray a viu assentir, antes de ela inclinar-se para acariciar a cabeça de Lucy, parecendo preocupada.

Natsu segurou seu pulso com força antes que ela a tocasse, empurrando-a para trás.

― Fique. Longe. Dela. ̶  Sussurrou, puxando Lucy para si que caiu sem forças em seu peito. Com facilidade e com um cuidado que nenhum dos presentes imaginaria que ele pudesse demonstrar, o demônio acolheu-a. Os Descendentes abriram caminho no mesmo instante como se fossem comandados.

Gray sabia onde ele provavelmente iria levá-la. Porlyusica, a enfermeira chefe. Ela já havia cuidado de dezenas de Caídos, Demônios e Descendentes que haviam passado pela Fairy Tail, Gray incluso. Sempre sabia como tratar cada espécie. Seu único defeito era não ser a maior fã de cuidar de humanos, dizendo que os casos deles eram sempre simples demais.

Gray, neste momento, finalmente, começara a correr para acompanhar sua pequena protegida. Trocou um olhar vago com Natsu antes de estender os braços em sua direção.

―Eu levo ela. ―Falou o guerreiro determinado. ̶ Vem aqui, Lucy. ̶  A chamou, aproximando-se para que ela fosse transferida para ele. Ela apenas o encarava com os olhos semi-despertos, não parecendo ter entendido o pedido.

Natsu bufou, abraçando o Anjo mais perto de seu corpo.

―Nos seus sonhos, gelinho.

Juvia se aproxima de Gray tocando seu braço, fazendo-o parar momentaneamente. Natsu aproveitou desse momento para continuar seu caminho junto de Lucy.

―Juvia ouviu o coração dela bater, Juvia tirou-a da água, mas...― Antes de ouvir o final do que a Azulada estava dizendo, o guerreiro se libertou empurrando-a para o lado e seguiu pelo mesmo caminho que o Demônio havia levado sua Principado. Ele achou ter escutado a garota bufar irritada ao seu lado, porém sua mente só se concentrava em entender se Lucy havia realmente se aconchegado na direção do rosado assim que estava em seus braços ou aquilo fazia parte de uma perturbadora alucinação.

#♥#

― O que aconteceu? ̶  Porlyusica se agitou ao ver Natsu colocar Lucy na maca, molhando a proteção plástica que lá havia. Juvia e Gray chegaram alguns instantes depois. Lucy tossiu mais uma vez, sentindo seu peito doer na proporção que sua própria energia a curava progressivamente. Natsu achava que ela conseguiria se recuperar sozinha, mas ainda sim queria ter a opinião da enfermeira antes de qualquer coisa.

― A aula de Educação Física havia acabado e todos nós estávamos nos vestiários. ̶ Juvia começou a explicar. ̶ Ninguém sabe por que ela pulou se não sabia nadar.

― A Levy estava dentro da piscina. ̶ Lucy balbuciou abrindo os olhos e olhando na direção de Juvia. Sua respiração ainda estava irregular. ―Eu vi...

―Juvia acredita em você. ̶ Apressou-se em sua direção, segurando a mão de Lucy entre as suas. Ambas estremeceram pelo choque de energia, porém a azulada sorriu como se dissesse que estava tudo bem. ̶ Acontece que Juvia viu Levy no vestiário. Ela estava presa também, assim como todos nós...

―Será que ela ficou muito tempo sem oxigênio? ̶ Natsu a cortou, ansioso e infinitamente mais irritado ao ouvi-la balbuciando idiotices que não ajudavam em nada no momento, voltando-se para Porlyusica.

A enfermeira estreitou os olhos e não disse nada.

― Eu sei o que vi. ̶ Lucy arrastou cada palavra, tirando nervosa a mão de Juvia de perto de si.― Ou o que me fizeram ver. Não sei mais agora.

―Já disse que a Levy estava com Juvia... Juvia salvou você, então por que...?

―Você está insinuando que ela está mentindo?―Gray da um passo em direção a Juvia, cerrando os punhos.―Você nem deveria estar aqui!

―Nenhum de vocês deveria estar aqui. Eu só perguntei o que aconteceu. Afogamento, entendi. Agora calem a boca e saiam.  ̶  Porlyusica levantou a voz, já não aguentando mais tamanho drama adolescente. Ela caminhou até Lucy, empurrando-a de volta para a maca quando a loirinha tentou se levantar. ̶ Você não, baka.

Natsu ergueu as sobrancelhas, surpreso.

―Eu vou ficar com ela. ̶ Falou decidido, ignorando os olhares de interrogação dos que estavam discutindo momentos antes.

―Não é assim que funciona.―Porlyusica o lembrou.―Apenas a paciente como sempre foi. Vocês só vão atrapalhar.

Natsu não respondeu tudo o que gostaria apenas pelo respeito pela enfermeira.Após um longo olhar em direção à Lucy saiu batendo os pés da enfermaria. A próxima foi Juvia, que levantou-se da maca sem reclamar e, antes que saísse, parou em frente a porta esperando o Guerreiro acompanhá-la.

― Você vem, Gray-sama? Lucy-san precisa descansar agora.

―Gray... Vá falar com Loke por mim. Tenho certeza que ele não vai gostar se ficar sabendo pelos outros. ―Lucy sorriu tentando reconfortá-lo e demonstrar que ficaria bem com Porlyusica. Ela já confiava na senhora e isso foi o suficiente para convencê-lo.

Cerrando os dentes e muito contra sua vontade, ele assentiu.

―Precisamos conversar. ̶ Gray murmurou para Juvia quando passou ao seu lado, fechando a porta da enfermaria atrás de si.

―Só conversar?

Ele assentiu.

― Contanto que tentemos nos comportar como humanos normais e civilizados. ̶ Respondeu em voz baixa. ̶ tudo bem para Juvia.

Ele a guiou pelos corredores, ignorando os olhas lascivos que os outros alunos lançavam na direção dela. O uniforme dela ainda estava molhado e o branco não ajudava em nada para cobrir o sutiã escuro que usava. Ela não podia se importar menos, então Gray também não o fez.

―Onde está levando Juvia?

O Guerreiro não respondeu e continuou andando, apenas parando quando chegou em frente a uma sala vazia. Ele sinalizou para que ela entrasse o que Juvia prontamente o fez.

―Então, Gray-sama...―Começou, franzindo o nariz com o cheiro de poeira que ali estava. As cortinas estavam todas fechadas, fazendo com que a sala ficasse encoberta por escuridão. Ela virou-se na direção do Guerreiro, parecendo analisá-lo da cabeça aos pés, como se tivesse encontrado algo que procurava a um longo tempo. ̶ É bom te conhecer... Oficialmente, quero dizer.

Foi o que conseguiu dizer antes de sentir as mãos do Anjo se fechando em sua garganta com força e seu corpo ser pressionado contra um das mesas. O ódio nos olhos negros dela era delicioso. Ela sorriu, deixando as próprias garras crescerem e sua aura se expandir com o desafio. Ah sim, aquilo seria muito divertido.

#♥#

Lissana estava ficando cansada de procurar por Natsu.

A garota estava alheia a todo o incidente com Lucy e, consequentemente, perdera a pequena aparição do Demônio na piscina quando ele fora ver o anjo. Caminhava de cabeça baixa pelo corredor central, desviando de outros alunos que corriam para as suas respectivas aulas. Ela queria encontrar Erza, Jellal, Laxus ou qualquer outro associado de Natsu. Sentia-se bem quando estava perto deles, muito mais do que qualquer outro estudante. Talvez já estivesse viciada na energia de Demônios, pensou com um sorriso contido.

―Lissana Strauss?

A jovem se virou assustada ao escutar o tom grave utilizado pela pessoa que a chamou. Ela reconheceu como sendo o novato assustador que chegara com a outra menina.

―Sim?―Respondeu, escondendo bem toda a sua insegurança de antes e erguendo a cabeça para falar com ele. Ela não precisava posar de fraca para um recém chegado que ainda não conhecia de nada sua reputação. ―Gajeel-kun, não é?

―Dragneel me pediu para te chamar.―Respondeu simplesmente, dando as costas para ela. Ele caminhava de maneira lenta, com as mãos no bolso e parecendo muito entediado. Ele parou uma vez que viu que a albina não o estava seguindo.―Você não vem? Eu não tenho tempo pra isso.

Lis não pensou duas vezes e logo correu até o lado de Gajeel, agradecendo-o por chamá-la e confidenciando que também estava louca atrás de Natsu. Ele permaneceu calado, tentando ao máximo bloquear a voz, que ele descobrira achar demasiada irritante, da menina.

―Então... Onde ele está?―Perguntou finalmente, vendo que o novato a estava levando ao terceiro andar da escola. Ela abraçou o próprio corpo, incomodada.

―Natsu partiu um tempo atrás.―Respondeu.―Ele me pediu para desenhar um portal para você encontrá-lo na casa dele. Ele parecia ansioso por isso.

―Um portal?

―Nunca viajou em um, humana? É fácil, só prenda a respiração e deixa a cabeça o mais parada possível. ―Ele voltou-se para um armário qualquer e deixou apenas uma garra a mostra, esculpindo um intricado padrão na madeira. Ele admirou silenciosamente seu trabalho antes de se afastar para dar espaço para Lissana.

―Ele realmente deve confiar em você para isso.―Lis riu, colocando as mãos nas marcas e sentindo o poder que parecia irradiar de dentro. Ela engoliu em seco, esperando que pudesse se livrar do mal pressentimento que sentia ―Tem certeza que ele realmente me quer na casa dele?

Será que finalmente ele confiava nela o suficiente?

Gajeel limitou-se a assentir, indicando com a cabeça para que ela se apressasse.

Ela pousou a mão na tranca enferrujada do armário, mordendo o lábio quando a porta se abriu para fora com força e revelou o interior do portal. Arregalando os olhos, Lissana sufocou um grito e, assustada, deu um passo para trás.

―Le-Levy? O que...?

Sentiu então a respiração quente do demônio no seu pescoço e se xingou mentalmente por ser tão estúpida. Ela tremeu apenas, não tendo coragem de mexer um músculo. Sua boca se abriu, mas nenhum som conseguiu sair.

―Ansioso para trabalhar em você também, Strauss. ―Gajeel riu antes de empurrá-la para junto de Levy McGarden em sua própria câmara de tortura particular. A porta do armário foi fechada e Gajeel usou novamente as garras para arranhar a madeira de forma desigual, apagando os desenhos que utilizara antes. Abrindo o móvel uma ultima vez sorriu ao ver apenas vassouras e outros materiais de limpeza comuns no lugar das garotas. Sorriu, vendo que aquele Portal fora completamente destruído.

Agora Gajeel só precisava avisar Juvia que sua parte estava feita para poder voltar para casa e se divertir com os novos brinquedos que conseguira.


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Notas finais do capítulo

E então, meu amores lindos? Gostaram?
Me deixem saber se estão gostando do rumo que a história está seguindo e se querem dar alguma sugestão para os próximos capítulos. Querem colocar uma lula gigante no chafariz ou uma estrela do mar inflável na sala do Makarov? Estou aberta a qualquer tipo de ideia!
Tentarei realmente não demorar com o próximo (Really!) e logo teremos um certo especial do...Gray? (Na votação que fiz uns capítulos atras ele ganhou de lavada... É, nosso signo do leão irá esperar mais um pouco).
Elogios, críticas e vídeos de kpop são sempre bem vindos!
Até o próximo, minna
Nami-chan