Broken Wings escrita por Sweet Heart


Capítulo 14
A Sweet Taste of Heaven


Notas iniciais do capítulo

Sei que muitos querem me matar a essa altura do campeonato, portanto não vou me delongar em desculpas ou explicações antes que vocês leiam o capítulo, mas eu preciso dizes à:
Bru Weasley, Diamonds, Google818, Vicky Megurine, Babi, majudetutu, CandyPamyu, Janet Muusic, Ookami Hikari, Raykkenoha, Joice Alves, MarianSakamaki, Naless, Azura Campbell Worloock... Muito obrigada pelos comentários!!! E eu sei que demorou um pouco (2014...), mas o capítulo está dedicado a vocês, meus amores!
Espero que gostem desse gostinho de BW, sei que não é muito no momento, mas eu queria voltar a ativa logo... Já estou escrevendo os próximos para que não precisem esperar muito mais.
Love ya, minna



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̶ Natsu, o que foi? ̶  Erza perguntou, correndo atrás do dragão pelos corredores do terceiro andar da Fairy Tail, comumente evitado pelos demais alunos, já que não eram todos que se esforçavam para aguentar o cheiro de mofo e poeira do depósito acima das salas de aula. Jellal estava logo atrás dos Demônios Maiores, carregando tanto a sua própria mochila quanto a da namorada. Estava convencido de que com Demônios novatos na Fairy Tail ele precisava demonstrar algum sinal de submissão. Ser a casca de Zeref não lhe garantia nenhuma prioridade em relação a outros, o próprio havia lhe dito isso e Jellal não queria que os novatos pensassem o contrário.

 Erza obviamente era contra esse pensamento, mas no momento tinha outras coisas para se preocupar do que a repentina crise de status do namorado. Ela até pensava em segurar os ombros de Natsu, jogá-lo no chão e sentar em seu peito até que ele se acalmasse como já fizera diversas vezes, mas por algum motivo sentia que suas garras seriam arrancadas uma a uma caso o fizesse dessa vez.

 “O que pensa que está fazendo, esquentado?”

Natsu parou abruptamente, fazendo a outra chocar-se contra si. Ela sentiu pontadas em suas têmporas enquanto via dezenas de barreiras sendo erguidas na mente do Dragão, um antigo artifício para evitar diálogos mentais.  O rosado começou a andar novamente, ignorando os chamados dos dois. Sem poder fazer  mais nada, eles continuaram seguindo-o.

Erza tentou conectar-se a mente do dragão novamente, mesmo que o esforço não gerasse nada além da sensação de pequenas agulhas pressionando seu cérebro... Ela grunhiu, porém, não parou de tentar burlar as barreiras mentais do mais forte.

 “Natsu?”

̶ Saia da minha cabeça. Agora! ̶ Rugiu, fazendo os dois atrás de si pararem imediatamente, assustados. Suas auras recuaram perceptivelmente, submissas ao tom de voz usado. Natsu não queria exatamente causar essa reação, mas não podia deixá-la escutar seus pensamentos. Não agora que ele não estava conseguindo controlar nada.

Gajeel a ameaçou!

̶ Gajeel me ameaçou em meu próprio território.  ̶ Cerrou os dentes, tentando controlar as palavras que jorravam de sua boca. Ao mencionar o Torturador, Natsu imediatamente entrou no seu estado demoníaco novamente, não podendo evitar. Ele já conseguia sentir suas garras crescendo, ansiosas para arrancar cada piercing do corpo de Gajeel. ̶ Ele desafiou minha autoridade!

Erza suspirou e olhou para trás, encontrando o olhar preocupado de Jellal, que permanecia a certa distância dos dois.

̶ Não foi você que ele ameaçou, foi só a novata.

Ele queria machucá-la!

̶ Ele queria nos machucar! Você não sentiu a aura em volta da sala? Não sentiu o desejo dele de arrancar a garganta da... Nossa garganta?

̶ Você está assim por causa da Levy? Ou será que ... a loira!?  ̶ O corpo de Erza tencionou quando viu o de Natsu fazer o mesmo, ambos surpresos com as palavras que acabaram de ser pronunciadas em voz alta. Ele inspirou profundamente e cerrou os punhos, tentando retomar o controle. Obviamente sua mente não cooperava. ̶ Eu estou certa, não estou?

Ela. É. Minha!

̶ Ela é minha! ̶ Natsu explodiu, avançando contra a ruiva e segurando-a com força pelo queixo. Permitiu então que suas garras fossem expostas, pressionando as pontas afiadas na bochecha da garota, tão forte que ela sentia o sangue começar a escorrer. Deixou escapar um arquejo assustado que fez Jellal dar uma passo decidido em sua direção, interrompido quase que imediatamente pelo olhar de advertência do rosado. Ele rosnou, mas afastou-se, obediente.

Os olhos negros de Natsu arregalaram-se por um segundo ao perceber o que ele realmente havia falado aquilo em voz alta na frente da casca de Zeref. Ela é minha? Poderia ser mais óbvio?! A necessidade de consertar a situação de repente tornou-se prioridade.

̶ Você, Erza, é minha. ̶ Natsu completou em voz baixa. Ela arregalou os olhos, desviando o olhar rapidamente para Jellal. ̶ A Levy é minha, a Liz com certeza também é. A Mira, a Cana, a Lucy... o Gray, o Loke, você, Jellal, todos pertencem a mim. Fairy Tail inteira é minha. Eu não vou hesitar em destruir qualquer um que tente tirá-la de mim. Entendeu o motivo da minha raiva agora, Titânia?

A demônio apenas assentiu, mantendo os olhos baixos. Jellal repetiu o gesto, mesmo que a pergunta, obviamente, não tenha sido direcionada a ele. O ar ao redor deles parecia cada vez mais pesado e, por estar tão perto da fonte de seu desconforto, Erza estava começando a se sentir incomodada com a situação.

̶ Dragneel! ̶ Uma voz doce e agitada ecoou pelo corredor vazio e logo a silhueta da Pura ficou visível vindo em sua direção. Todos os Demônios a encararam. Ela estancou ao ver a posição em que Erza se encontrava, mas recuperou-se rápido, voltando ao seu ritmo normal. Sua aura continuava recolhida, o que não a fazia parecer nada ameaçadora.

̶ Sumam daqui. ̶ Natsu sibilou, empurrando a ruiva com força para o lado, estimulando-a a descer as escadas que Lucy acabara de subir.

Jellal agiu primeiro, puxando a namorada para longe assim que percebeu que ela questionaria a ordem. Ele passou por Lucy sem encará-la, enquanto Erza dividiu o olhar entre o Dragão e o Anjo, parecendo intrigada. Desistindo, apenas assentiu, desaparecendo com seu companheiro escada abaixo. Lucy os seguiu com o olhar, incomodada com as ondas de poder que ambos haviam jogado contra ela para reconhecimento.

̶ Quando eu fiz aquela proposta não achei que você iria aceitá-la tão rápido. ̶ A voz firme de Natsu trouxe-a de volta ao corredor e ela subitamente lembrou-se do por que queria encontrá-lo. O viu recostado contra a parede e sentiu seu peito apertar-se. Realmente nunca o havia considerado um humano comum, mas antes achou que era apenas mais um Descendente, como muitos outros que ela via pelos corredores, mas quando ele citou o Lago de Fogo tão displicentemente, seu posto se tornou óbvio. De repente ela se sentiu muito ingênua por não ter juntado as peças antes.

̶ Não é isso que eu vim falar com você. ̶ Aproximou-se, lentamente soltando o elástico que segurava para retrair sua aura. Sua energia arrastou-se até a dele, tocando-o por todos os lados.

̶ Eu pagaria para ver os Arcanjos chorando por você. ̶ Ele riu, respondendo a todos os gestos que a energia de Lucy fazia. Se ela se aproximava, ele também o fazia. Se ela se afastava, mesmo que ligeiramente, ele a seguia, apenas para poder senti-la por mais tempo. Era a primeira vez que ela se soltava tão deliberadamente e ele estava aproveitando cada momento daquilo . ̶ Me pergunto o quão divertido seria manchar uma aura tão branca quanto a sua... Uma pessoa como você no inferno, deve ser hilário.

Lucy entendeu então que ele não fazia a menor questão de se esconder dela e estava dando passagem para que ela fizesse o mesmo. Natsu parecia confiar que ela, a aquela altura, já deveria saber o que estava enfrentando na Fairy Tail.

̶ Você sempre fala tão abertamente sobre isso com humanos? ̶  Ainda na dança entre suas auras, a loira tentou desviar do assunto, mesmo sabendo que era um movimento inútil naquele jogo.

Natsu sorriu, aproximando-se fisicamente da loira.

̶ Ter uma aura tão grande e clara, literalmente ser chamada de “Anjo” pelos Guerreiros e ter usado o termo “humanos” agora mesmo? Não insulte minha inteligência, loirinha. ̶ Aproveitando-se do fato dela ter, sozinha, se encurralado contra ele e uma parede, colocou as mãos ao lado da cabeça dela, prendendo-a no lugar. ̶ Eu tornei as coisas mais fáceis entre nós, não é? Agora me fala, Descendente direta ou Anjo mesmo?  

Mais perto... Mais perto.

O dragão estava agradecido por ter subido barreiras tão fortes em sua mente. Caso alguém ouvisse a confusão que estava ali naquele momento, seria um aborrecimento desnecessário. Ele escutava o coração da garota bater apressado em seu peito. O fluxo de sangue em suas veias aumentando drasticamente e suas bochechas logo foram tingidas de rosa, contrastando com a pele pálida dela. Lucy arfou e Natsu precisou segurar um grunhido quando suas auras finalmente cansaram-se de disputar espaço e se mesclaram.  A sensação era boa demais, mas o Dragão não tinha certeza se estava sendo o mesmo para ela. Farejou o ar ao redor de seus corpos, constatando que o medo dela ainda estava ali, mas tudo o que conseguia se importar era o cheiro picante do seu próprio desejo.

Mais perto!Mais perto! Mais perto!

 Lucy limpou a garganta, tentando reorganizar sua linha de pensamento.

̶ O que dois Torturadores estão fazendo aqui? ̶ Sua voz estava rouca, mas ela agradeceu pelas palavras terem saído claras o suficiente. Natsu franziu o cenho, confuso com o corte súbito.

̶ O que?

̶ Eu senti o peso de centenas de almas nas auras deles. Estavam sofrendo. São Torturadores, não são? Por que estão aqui?

Ele afastou-se ligeiramente, mas ainda permaneceu com os braços no mesmo local, não deixando que ela se mexesse.

̶ Ótimo, vamos falar sobre sua quase morte mais cedo. Foi divertido?

Lucy suspirou, parecendo decepcionada. “Não espere a ajuda de nenhum demônio para nada” Loke havia dito antes. “Eu acho que não ficaria tão desesperada a ponto de pedir algo para eles.” Fora sua resposta.

̶ Foi um erro vir aqui, Dragneel. ̶ Lucy utilizou parte de sua energia para empurrá-lo e abrir caminho. Ele recuou, olhos arregalados, tanto com o impacto abrupto da aura da Pura quanto pelo tom de descaso.  ̶ E pensar que você iria querer ajudar....

A visão de Natsu escureceu quando a viu dar as costas e seu corpo moveu-se por vontade própria. Sentiu o calor do corpo dela em suas mãos por um momento e a escutou soltar um arfar assustado. Quando percebeu já a tinha novamente contra a parede, todo o seu corpo pressionado contra o dela.

̶ Não acha que está abusando da sorte? ̶ Sussurrou, inclinando-se em sua direção, nunca deixando de acompanhar seus olhos. ̶ Por que eu te ajudaria? Eles poderiam queimar essa escola até restarem apenas cinzas e eu não iria me importar.

̶ Você está tão incomodado quanto eu.. ̶ Começou, tentando se livrar do corpo quente que parecia sufocá-la. ̶ Achei que...

̶ Não. ̶ Sibilou, socando a parede ao lado da cabeça de Lucy. Ela prendeu a respiração quando os lábios do rosado  roçaram o nódulo de sua orelha, enfatizando cada palavra. ̶ Só por que você age como se nos conhecêssemos , não quer dizer que você saiba algo sobre mim. Eu nunca vi você antes, Lucy.

O cheiro que ela exalava era intoxicante para um Demônio. Inocência, medo e algo que ele não conseguia identificar, mas que o atraia com certeza. Não teve escolha a não ser chegar mais perto para sentir melhor. Viu-a tremer em seus braços e por um segundo ela virou a cabeça em sua direção, os lábios entreabertos e as respirações se misturando.

̶ O que você está fazendo? -A loira não conseguia sair dali, o medo ainda era menor que o desejo de entender a situação. Algo na profunda e negra aura do Dragão a prendia.

̶ Por que tem tanto medo, loirinha? ̶ Ele a ignorou. Sua mão subiu até a curvatura da barriga de Lucy, pressionando apenas um dedo contra o tecido do uniforme. Ele o moveu, como se estivesse rasgando a carne do Anjo, mas ao mesmo tempo o toque foi tão leve que ela mal sentiu. ̶ Eu nunca fiz isso com você. ̶  Natsu continuou subindo sua mão até que toda sua palma estivesse em seu pescoço. Ele aplicou o mínimo de pressão.Os lábios de Lucy se entreabriram, surpresa. ̶ Muito menos isso. ̶ Por último inclinou-se ainda mais para perto dela, roçando a boca na curvatura de seu delicado pescoço. O Dragão pulou dentro de si, animado. Não conseguindo evitar, sua língua provou finalmente da pele cálida dela, tão arrepiada e incrivelmente doce. Ela engoliu em seco, o que apenas fez um pequeno ponto pulsante se destacar. Natsu facilmente o capturou entre os dentes, mordendo sem quase nenhuma força. Conseguiu sentir o sangue fluindo por baixo da pele dela, tornando tudo ainda melhor. Sentiu sua própria pele esquentar com o contato, e murmurou. ̶ Isso eu com certeza não me lembro de ter feito antes...

Ao colocar novamente , por instinto, os lábios  entre o pescoço e os ombros da loira o Dragão foi surpreendido ao sentir os dedos leves da Loira subirem lentamente por seu pescoço. Arfou quando os mesmos se prenderem nos cabelos de sua nuca. Um desejo tão profundo que já começara a borbulhar foi colocado em sua língua ao percorrer a clavícula de Lucy.  Nesse instante, Natsu foi despertado de seu estado de transe quando rispidamente foi afastado enquanto Lucy o puxava pelos cabelos, colocando sua cabeça longe do pescoço dela.

Ele se afastou para olhar o rosto de Lucy, imaginando como seria fácil naquele momento capturar seus lábios. Desviou o olhar para o castanho de seus olhos, quase como se medisse as consequências de fazê-lo. Teve que dar crédito à Lucy quando ela apenas o encarou de volta, sem se afastar.

 Pensou que ficariam nesse impasse por muito tempo, não que ele se importasse, mas o contato foi quebrado quando Lucy arquejou inesperadamente, batendo novamente as costas na parede quando recuou. O gesto foi tão abrupto que ambos pareceram confusos por um instante. Ela pressionou uma das mãos na lateral do corpo do rosado enquanto levava a outra  ao peito, como se algo naquele local a incomodasse. Natsu mal notou, já que havia desviado sua atenção para algo além dela.

Foi tão rápido que até julgaria ser fruto de sua imaginação se não tivesse visto tão claramente. Algo escuro piscou em meio da aura rosada e por um segundo pareceu que a Pura estava banhada de carmesim. Ele a encarou fixamente, confuso. Tão rápido quanto apareceu, as partes escuras sumiram, voltando ao rosa pálido.  Lucy não pareceu sequer notar.

O Dragão afastou-se dela imediatamente.

̶ Sai logo daqui. Corre de volta para os anjinhos e fique com eles. ̶ Murmurou, dando as costas para ela. ̶. E eu não sei o que os Torturadores estão fazendo aqui. Mas cabe a você acreditar ou não em mim, loirinha ̶ Acrescentou rapidamente, sentindo a repentina necessidade de responder a pergunta que a havia feito querer encontrá-lo.

A Principado engoliu em seco e assentiu, dando as costas para o Demônio.

Natsu apenas ficou parado, ouvindo seus passos apressados descerem as escadas. Onde as mão da loira estiveram em seu pescoço agora restava apenas uma sensação de formigamento, ao passar os dedos pela cintura percebeu que ali estava dolorido e provavelmente um hematoma logo apareceria, grunhiu.

 Franziu o cenho quando escutou um segundo par de passos vindo na direção dos dela.

̶ Lucy, não é? Estão todos te esperando no ginásio, você ta atrasada pra aula.

̶ Ah...

̶ Seus Guerreiros também pareciam bem preocupados. Acho que ele não acreditou na boa vontade de Juvia quando me voluntariei para chamar você.

Silencio.

Natsu permaneceu calado, escutando cada batida do coração de Lucy. Estável.

  ̶ Sei como isso pode parecer, mas eu precisava te falar isso. Nós não temos nada contra você. Acredite, você saberia se Gajeel tivesse. Juvia só está seguindo ordens, tudo bem?

Silencio.

  ̶ Que bom que nos entendemos. ̶ Os passos foram se distanciando, mas logo pararam novamente. ̶ Você também, Natsu! Desce logo daí, isso ainda é uma escola apesar de tudo. Temos aula, sabia?

#♥#

Por Mavis, quando Lucy imaginou Levy ou qualquer outro aluno sendo ferido não pensou em sua própria segurança. Tudo o que veio em sua mente era protegê-los de qualquer ameaça possível. Apenas depois de descer as escadas ela percebeu o quão estúpida foi sua ação.

Despistou Gray e Loke e correu para o terceiro andar da escola, onde a energia do Dragneel parecia mais intensa. Não sabia exatamente por que recorreria a ele, mas algo dizia que ele estava tão confuso quanto ela com a presença dos Torturadores. Ela estava certa afinal.

̶ Você é mais quieta do que eu esperava. ̶ Juvia comentou enquanto iam na direção do ginásio. Lucy olhou por cima de seu ombro para ver se Natsu a seguia, mas ele não estava à vista.  ̶ Confesso que achei que você seria mais ativa com tanta energia dentro de você.

A Torturadora enrolou o braço no de Lucy, comportando-se como se já fossem velhas conhecidas. Ambas sentiram suas gargantas apertarem-se e engoliram em seco, desconfortáveis. Juvia, entretanto, não quis soltá-la.

̶ Eu não acho que...

̶ Você não se lembra, não é? ̶ Juvia a cortou repentinamente, virando a cabeça para encará-la. Depois riu consigo mesma, revirando os olhos. ̶ Claro que não... Senão não estaria aqui com Juvia agora. Desculpe perguntar.

E foi isso, Juvia recomeçou a guiá-la até o ginásio sem nenhuma outra palavra ser trocada. Lucy estava mais do que desconfortável com aquelas palavras martelando em sua cabeça.

Eu estou aqui.

Eu não vou deixar você sentir dor.

Não vou deixar você sentir dor, então escute minha voz e aguente firme!

Eu vou te proteger. Prometo.

̶ De onde nos conhecemos? ̶ Finalmente perguntou, soltando o braço da azulada com mais força do que o necessário e dando um passo para trás. Juvia pareceu contente pela pergunta.

Aproximando os lábios lentamente da orelha de Lucy, sussurrou:

 ̶ Apesar de já ter visto sua face e sua energia, é a primeira vez que Juvia te vê pessoalmente. Você sempre soube se esconder bem.   ̶ Sorriu, avaliando sua pequena presa. ̶ Isso é apenas um detalhe minúsculo, mas Juvia pode te contar mais. Todos os detalhes, tudo que fizeram você esquecer. Juro.

̶ E o que você quer por isso? ̶ Perguntou, hesitando.

̶ Pode começar me falando tudo o que sabe sobre o Guerreiro que ainda tem asas, talvez. Parece justo pra você?

#♥#

̶ Onde você estava? ̶ Gray, vestindo nada mais do que um shorts negro de banho pendurado baixo demais em seus quadris, correu na direção de Lucy assim que a viu cruzar a porta do ginásio. Ela estava sozinha, sem nenhum sinal da novata que havia se voluntariado para buscá-la. ̶  Aquarius já estava ficando louca achando que você estava matando a aula dela.

̶ Acho que fiquei um pouco perdida pelos corredores. ̶ Abaixou a cabeça, envergonhada. ̶ Gomen ne, Gray.

̶ Hey, não fica assim. ̶ Aproximou-se, colocando um dedo em seu queixo para fazê-la levantar a cabeça. Suas mãos estavam molhadas, assim como o resto de seu corpo.  ̶ Sabia que não devia ter deixado você voltar sozinha. Aconteceu alguma coisa?

Ela apenas negou, evitando seus olhos.

Seu sobrenome foi anunciado ao longe, dando à Lucy uma oportunidade para mudar de assunto. Virou-se e deu de cara com uma mulher claramente mais velha, com longos cabelos azuis claros e olhos da mesma cor. Sua expressão era dura e severa.

̶ Professo...?

̶ Treinadora Aquarius para você. ̶ Falou irritada, olhando para a prancheta que carregava. Uma jóia prateada estava sendo exibida em sua testa como uma tiara e suas calças largas tinham um padrão interessante que lembrava escamas de peixe, igualmente azuis.  ̶ Já me disseram que você não sabe nadar, o que posso dizer que é uma vergonha imensa. ̶ Seu olhar de reprovação quase a queimava. ̶ Fique só olhando por hoje e depois veremos o que vamos fazer com você.

A professora parecia não prestar muita atenção em Lucy já que nem esperou sua resposta antes de afastar-se para dar atenção aos outros alunos, a maioria já dentro da piscina.

̶ Ela não tem muita tolerância com quem não sabe nadar. ̶ Gray riu. ̶ Mas acho que até gostou de você.

̶ Mas eu sei nadar... ̶ Lucy sussurrou para o Guerreiro. ̶ E mesmo se eu não soubesse não é difícil aprender.

̶ O Loke também sabe. ̶ Explicou. Lucy olhou ao redor, procurando o ruivo, mas não o viu em nenhum lugar ̶ Mas como você deve saber nem todo mundo pode ficar mostrando as costas com esses trajes de banho. Ele prefere dormir em algum canto da escola até a aula acabar.

Juvia escolheu esse momento para entrar no ginásio, estacando em seguida ao ver Gray com Lucy.  A torturadora piscou brevemente para a garota antes de marchar na direção do vestiário feminino, fechando a porta atrás de si.

̶ Cuidado com essa daí. ̶ Gray aconselhou, puxando-a para o lado contrário. Ela desviou o olhar, deixando o Guerreiro levá-la até em pequeno banco ao lado da piscina. Ele entregou sua própria toalha a ela, virando-se para pular novamente na água. Algumas gotas de água molharam suas meias e ela sorriu, encolhendo-se.

A aula passou como um borrão para Lucy enquanto observava o Anjo deslizar pela água como um profissional. Suas costas, completamente livre de cicatrizes ao contrário das dela, se contraíam a cada braçada e às vezes ele provocava Levy e Mira, espirrando mais água do que o necessário na direção em que estavam conversando. Elas riam, dando gritinho alegres. Aquarius anotava cada volta completa, satisfeita.

Logo o sinal tocou,  anunciando o fim da aula. Todos os alunos começaram a sair da piscina, ansiosos para conseguirem chegar aos chuveiros antes dos amigos. Gray ficou para trás, correndo até Lucy para pegar sua toalha, e, não querendo ser o última a tomar banho, dirigiu-se também ao vestiário.

Até Aquarius havia deixado a quadra, provavelmente por ter acabado sua carga-horária diária. Loke havia mencionado antes que ela sempre estava ansiosa para encontrar seu namorado, também professor da Fairy Tail, nos intervalos entre as aulas. Lucy não tinha mais o que fazer naquele lugar e por isso pensou em encontrar Loke, seja lá onde estivesse, para que ele a acompanhasse até a próxima aula. Quando estava se levantando, foi sobressaltada por uma voz vinda da piscina.

̶ Socorro!̶ Ela procurou a fonte, assustada. Ninguém estava lá. ̶ Meu ajuda! Por...

 ̶ Levy?̶ A loira reconheceu o tom de voz.

 ̶ Alguém, por favor! ̶ A voz da amiga foi interrompida por uma série de engasgos.

Lucy piscou forte e finalmente viu os braços de Levy debatendo-se na água, lutando para permanecer na superfície.

̶ Lucy, me... ̶ Sua cabeça afundou novamente e o peito de Lucy apertou-se. Ela voltou logo depois, ofegante. ̶ Me ajuda! Por favor!.

Sem hesitar, mergulhou na água gelada, com camisa, saia e sapatos ainda em seu corpo.

 Lucy não via Levy em lugar nenhum.

Embaixo d´água, virou em todas as direções procurando o corpo da amiga. Ela a havia escutado, tinha certeza disso. Ela a tinha visto na água. Pelo amor de Mavis, ela havia pedido sua ajuda.

Mas então onde ela estava?

Assim que colocou a cabeça para fora olhou para todos os lados, procurando a garota sentiu algo agarrar sua cintura e a puxar com força para baixo. Prendeu a respiração o mais rápido que conseguiu, em um desesperado reflexo humano de sobrevivência.

Seus olhos tentavam enxergar o que a prendia e nada viu. Tudo o que havia ao seu redor era água. Ao começar a sentir a necessidade de inspirar, comprimiu sua aura ao redor de si, em posição defensiva, e sentiu o aperto tornar-se mais fraco. Bateu os pés para voltar à superfície esperando que fosse o suficiente, mas tudo o que conseguiu foi sentir a pressão aumentar ainda mais. Lucy arquejou e se contorceu quando dor começou a se instaurar pelo seu corpo, lentamente. Não podendo evitar, abriu a boca para gritar, fazendo ainda mais bolhas subirem.

Então, finalmente, sentiu a água invadir seus pulmões.


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Notas finais do capítulo

"Eu sinto a dor q vcs sentem. Antes de ser CDC eu também sou alguém que acompanha a fic. Mesmo sabendo o que vai acontecer depois, não consigo deixar de ficar ansiosa pelo próximo cap. 2015 foi um ano que passou tão rápido e tão cheio de turbulências que nós duas nos surpreendemos que o último cap da fic foi postado em 2014... Sinto um pouco da culpa por deixar a baka da Nami negligenciar BW, portanto desculpe pela demora e espero que curtam o capítulo. Eu dou minha permissão para nos xingarem até ficarem satisfeitos, nós merecemos (Principalmente ela kkk)"


Sabemos que o capítulo está curto, mas sentimos a necessidade de atualizar o mais rápido possível.
Se vc leu até aqui, parabéns, nós te amamos!!!! De toda a equipe BW : Mil kissus,
Nami