Broken Wings escrita por Sweet Heart


Capítulo 13
Somebody That I Used to Know?


Notas iniciais do capítulo

Oooie, meus amores lindos que nn vão me matar depois de 4 meses de atraso!!!!

Sabe vergonha na cara? Então, eu tenho isso, portanto não vou me estender nas notas iniciais. Só vou dizer que este capítulo está sem betagem, pois queria trazê-lo o mais rápido possível para todo mundo que me pediu por inbox.

Aqui está um novo capítulo fresquinho para vocês!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/418128/chapter/13

Todos na sala sabiam que o Dragão do Fogo não era a pessoa certa para aquele trabalho. Ele não era nenhum catalisador ou tinha uma influência positiva no ambiente, muito pelo contrário. Antes, aquela era a tarefa da Wendy: Controlar as emoções de Jellal para que ele não sentisse o peso da culpa ou, se ainda estivesse um pouco alterado, controlasse a raiva. Natsu, por outro lado, só iria interferir se o azulado estivesse prestes a arrancar a jugular de Erza com os dentes. Ela era muito forte, Natsu não poderia negar, mas quando se tratava do demônio que amava ela era fraca. Jellal ficava instável nas primeiras horas depois do fim da possessão e não tinha ainda muito controle sobre seus sentimentos. Erza não tinha escolha a não ser a submissa na relação, mesmo não sendo de sua natureza, e quando ela o desafiava, as coisas não eram bonitas de se olhar. Felizmente, desde a partida da mini traidora, nunca as coisas chegaram a esse ponto.

Natsu grunhiu quando Jellal perguntou novamente se ele havia machucado alguém que conhecia.

Nunca era uma tarefa fácil fazê-lo entender tudo. Mesmo para um Demônio, saber que seu corpo andou por toda a cidade, interagiu com pessoas nunca antes vistas sem qualquer memória dos acontecimentos era algo assustador, mas felizmente dessa vez o azulado estava bastante concentrado.

̶ Então eu fui ver a Wendy? ̶ Ele começou lentamente da informação mais leve, organizando seus pensamentos. ̶ E... Como ela está? Ele disse que não era eu ou...?

Erza sorriu, tocando o braço tenso do namorado.

̶ Ela está ótima. Zeref só foi verificar se ela gostaria de voltar para no nosso Círculo. Como você já deve imaginar ela recusou.

̶ E...?

̶ E nada. Ele voltou para a cidade depois disso.

Jellal soltou o ar que prendia e se inclinou sobre os joelhos, aliviado. Erza desviou o olhar para Natsu. Sua mão disfarçadamente foi para seu próprio pescoço, apertando de leve a carne. O demônio do fogo entendeu o gesto e assentiu. Depois iria verificar se Zeref havia deixado alguma sequela na pequena traidora.

̶ O pior já passou. Acho que podemos terminar isso em casa. ̶ Erza suspirou, levantando-se do sofá e estendendo a mão para o namorado, ajudando-o a levantar-se. Ele ainda cambaleava um pouco, mas agora conseguia manter-se firme. Mal os dois se levantaram, Natsu jogou-se no sofá, nem pensando em abrir a porta para seus “convidados”

̶ Qual era a ética humana mesmo? ̶ O rosado murmurou, fingindo estar concentrado em lembrar da resposta. ̶ Ah sim, foi um prazer ter vocês aqui... Obrigado por não se importarem com a bagunça... E qual era a última coisa mesmo?

̶ Voltem sempre? ̶ Jellal respondeu, um pouco confuso com onde o Demônio do fogo queria chegar.

̶ Isso aí! ̶ Sorriu, lançando um olhar aprovador para o azulado. ̶ Mas como não somos exatamente humanos, se sintam livres para não escutarem nada do que eu acabei de dizer. ̶ Sua expressão rapidamente mudou, tornando-se fechada e série. ̶ Resumindo, se eu encontrar vocês dois na minha casa de novo sem a minha permissão, eu mesmo mando vocês para o Lago de Fogo para brincarem com Zeref pessoalmente e não só com sua alma. Acha que ele vai gostar disso?

Jellal fechou os punhos com força e suspirou para manter a calma, mas ainda sim avançando um passo contra Natsu.

̶ Você não faria isso. ̶ Erza rosnou, puxando-o de volta para si.

̶ Isso é um desafio? ̶ Chamas crepitaram na palma da mão do rosado, perigosamente indo em direção do casal. Ele sorriu quando lembrou-se dos gritos de Cherry momentos antes.

A ruiva apenas arrastou o namorado para fora da casa, não esperando para ver se aquela era uma ameaça vazia.

Sozinho, Natsu esperou até os passos estarem longe o bastante para nem serem mais ouvido para correr até o andar de cima a toda a velocidade.

Parou na frente da porta de sua suíte, abrindo-a com força. Ele logo caiu de joelhos e seus dedos procuraram os pontos certos de pressão na madeira do assoalho. Encontrando-os, apenas precisou deixar sua aura envolver o local para que conseguisse sentir sua palma esquentar e o contorno de um compartimento secreto tornar-se visível no chão. Já havia feito aquilo tantas vezes que agora era apenas natural.

A porta se abriu e tudo o que ele encontrou foi uma pequena escadaria que levava direto a um abismo de escuridão.

̶ Que bom que você conseguiu correr para cá antes que eles te notassem. Pode sair um pouco, amigão. ̶ Chamou, estendendo a mão para dentro do local. Sorriu quando seus dedos esbarraram em algo quente e peludo Um sorriso verdadeiro, nada parecido com os que dava em seu dia a dia. Ele estava realmente feliz por estar ali. ̶ Eles já foram embora.

̶ Tem certeza?

̶ Claro que eu tenho certeza. ̶ Fingiu estar ofendido, recolhendo a mão e dando um passo para trás em um exagerado gesto teatral. ̶ Não confia em mim?

A reação foi instantânea. Uma bola de pêlos azuis passou voando pelo portal escuro, chocando-se contra sua cabeça. O Demônio gentilmente passou os dedos nas penas aveludadas das asas do pequenino em seu colo. A característica que o marcava como um ser Celestial era secretamente a preferida do rosado.

̶ Aye Sir!

#♥#

“ ̶ Ok.. Me explica de novo por que exatamente você estava deitado naquela cama mesmo depois da Wendy ter dito que não sabia se nossas penas estavam seguras. ̶ A voz de Gray estava baixa e sombria. Quem olhasse naquele momento nunca iria imaginar que se tratava de um anjo –Será que passou por sua cabeça que estaríamos perdidos se isso estivesse em mãos erradas?!

Gray segurava uma antiga caixa de madeira envelhecida nas mãos. Poderia parecer frágil vista por fora, mas qualquer ser sobrenatural conseguiria sentir a energia maciça que irradiava do objeto. Não havia fecho aparente, apenas um estranho símbolo escarlate cravado na madeira, mantendo-a fechada. Em torno de toda a superfície, ranhuras e pequenas rachaduras poderiam ser vistas, como se alguém tivesse tentado abri-la a força. Se Gray não soubesse que eram marcas antigas, Loke estaria com muito mais problemas do que estava no momento.

̶ Mas Wendy disse que não viu ninguém entrar na casa...

Uma risada nervosa passou pela garganta do moreno.

̶ Está confiando na palavra da pessoa que passou a maior parte do tempo desacordada. Palavra chave? DESACORDADA. Como ela saberia se essa pessoa não voltou e achou nossas penas?

­̶Eu não tive a intenção, a Lucy me pediu...

̶ E finalmente chegamos a raíz do problema! Por que sempre tem uma garota no meio? ̶ Gray indagou, elevando a voz a cada palavra. O ruivo, que até então estava evitando contato visual, retesou-se quando ouviu a mão se seu mentor estalar contra a mesa da cozinha. O choque foi tão forte, que ele conseguiu ver pequenas rachaduras se espalhando pela superfície do móvel̶ Olha, eu sei que você sente que precisa de uma espécie de perdão divino, ou sei lá o que, mas isso não pode influenciar suas decisões agora... A não ser que você acha que se tornando um escravo vai conseguir redimir alguma coisa.

Loke nesse momento encara o mais velho, seus olhos serenos até o momentos agora transbordam de dor e ódio mesclados.

̶ Para você é fácil falar. Já foi chamado de Anjo de Gelo, não é? Tão frio que afastou-se tanto do seu passado, que já nem lembra mais quem realmente é. – Ele chegou bem perto de Gray, as mãos tremendo com a vontade de socar a pessoa mais próxima. ̶ Desculpa se não consigo fazer o mesmo, e se eu fui relapso foi na esperança de que isso possa me ajudar a redimir alguns dos meus erros com a Áries. Coisa que você não conseguiu fazer por mim em todos esses anos juntos!

A repentina agressividade e firmeza nas palavras do ruivo fizeram Gray não ter escolha a não ser recuar. Por mais que quisesse mostrar seu ponto de vista, uma briga entre Caídos era a última coisa que ambos queriam no momento. Repousando a caixa cuidadosamente na mesa, o moreno massageou as têmporas, tentando se acalmar.

̶ Desculpe, tudo bem? ̶ Suspirou, bagunçando os cabelos negros. ̶ É só que imaginar que nossas penas estiveram tão perto de...

̶ Ninguém aqui tem a intenção de se tornar um escravo. Lucy nem deve saber que guardamos as penas dela, você é orgulhoso demais para aceitar ordens de qualquer um, mesmo se essa pessoa estiver com sua pena na mão e eu? Eu nunca, nunca iria querer passar por tudo o que a Áries passou. Acho que estou falando por todos nós quando digo que preferia queimar a caixa do que deixar um Demônio ditar nossas vidas.

̶ Não pense que eu não concordo com você, mas não somos mais só eu e você agora, Loke. Antes era relativamente fácil viver aqui em Magnólia, nunca dando motivos para que um Demônio se interessasse em nos controlar, e ainda conseguíamos proteger um ao outro quando necessário, mas agora? Aquela garota está praticamente anunciando que qualquer um que possuir suas penas estará controlando uma das peças mais importantes do jogo. Os Demônios já notaram isso. Você queria que a Lucy ficasse e eu deixei que isso acontecesse, mas não pense que só isso vai protegê-la... ̶ Percebendo que estava começando a elevar a voz novamente, ele suspirou, desabotoando sua camisa e deixando-a cair no chão de madeira. ̶ Apenas lembre-se que Caídos que não sabem seus lugares nunca sobrevivem na Terra. ”

̶ Tudo bem, Loke? ̶ Lucy perguntou delicadamente, apertando de leve a mão do ruivo enquanto iam na direção da Fairy Tail para mais um dia de aula. Ele piscou, voltando de suas memórias. ̶ Vocês dois está muito quietos essa manhã. Aconteceu alguma coisa?

O ruivo negou, sorrindo com apenas o canto dos lábios para tentar mostrar que estava bem. Olhou de relance para Gray apenas para constatar que ele caminhava ao lado da Principado como se nada tivesse acontecido, rindo dos comentários de Lucy sobre como Wendy estava melhor do que nunca, ou como não conseguia engolir aquela bebida negra e amarga que tomava todas as manhãs sem fazer caretas.

Caídos que não sabem seus lugares nunca sobrevivem na Terra.

Gray a estava ameaçando quando disse aquilo?

Não. Não poderia ser. Ele conhecia seu mentor Nunca, em um milhão de anos, ele faria mal a uma criatura como Lucy. Nunca.

Porém Loke também se lembrou que nada faria o moreno obedecer alguém que não ele mesmo. Penas, além de serem as únicas coisas que mantinham os anjos vivos em solo terrestre , eram como títulos de posse. O Anjo ficaria completamente a mercê de seu dono, caso ele estivesse na posse de pelo menos uma única pena, realizando todos os seus pedidos. Nada pareceria errado, não importando qual fosse a ação. Espalhar alegria pelo mundo e degolar uma pessoa inocente teriam o mesmo peso em suas vidas. Eles perderiam completamente o livre arbítrio, se é que um dia já o tiveram, já que todos os Arcanjos possuíam pelo menos uma pluma de cada Anjo existente em algum local do Céu.

Felizmente, ou infelizmente dependendo do ponto de vista, quando um Anjo caía tudo relacionado a ele no Céu era deixado de lado. Nada era destruído, apenas esquecido. Isso deixava espaço para qualquer um na Terra, sortudo o bastante para encontrar uma pena de Caído, ter seu próprio Anjo de estimação.

Era praticamente impossível um Caído não chegar a Terra com pelo menos uma pluma intacta. Loke tinha 4 penas dentro da caixa, Lucy apenas 2, Gray 5.

Ainda se lembrava de quando Gray havia arrancado 5 penas de suas próprias asas para colocá-las junto com as dele. O ruivo havia questionado que se a caixa fosse roubada, apenas as suas próprias penas estariam em perigo, já que Gray ainda possuía suas lustrosas asas, com todas as penas ainda presas nelas. O moreno aceitou o risco apenas para que Loke pudesse relaxar de uma vez por todas em relação àquele assunto, mas deixou bem claro que nunca mais iria abrir a caixa sem necessidade, trancando suas vidas juntas em um pequeno cubículo de madeira.

Por ser um objeto tão importante, a chave deveria estar escondida em algum local muito difícil, certo?

A chave corria em seus corpos todo o tempo.

A caixa só poderia ser aberta com uma amostra de sangue de todas as pessoas que tinham algum pertence dentro dela. Foi especialmente encantada para isso.

No mesmo dia que Lucy chegara a suas vidas, ambos utilizaram algumas gotas de sangue para abrir a caixa novamente, guardando suas penas rosadas ao lado das deles. Poucos dias depois, o ataque à Wendy ocorreu. Poderia não haver muita relação entre os acontecimentos, mas não se poderia negar que os Demônios nunca haviam chegado tão perto da casa antes.

Poderiam estar os Demônios se agitando com a expectativa de ter uma Principado como escrava?

Poderia Gray estar querendo cortar o mal pela raiz?

Na dúvida, Loke gentilmente puxou Lucy para seu outro lado, sorrindo satisfeito quando agora se encontrava entre a loira e seu mentor.

#♥#

Lucy precisava se concentrar cada vez que piscava para evitar que por descuido não caísse no sono. A noite passada havia sido agitada, pois a ocupara usando sua energia para cuidar dos ferimentos de Wendy e mesmo depois de descansar, durante aquela manhã as auras de Gray e Loke estavam muito agitadas para que ela conseguisse relaxar completamente.

Cada vez que sentia suas pálpebras pesarem, olhava para o lado e sorria para sua nova amiga, Levy, que aparentava estar no mesmo estado que ela. Ao conversarem no intervalo entre as aulas, ela havia percebido que isso era devido a ela ter terminado de ler um de seus romances favoritos na noite passada. O cansaço subjugado por seu amor pelos livros.

Quando Lucy estava mais uma vez quase cochilando, a porta abriu de súbito, fazendo-a pular na cadeira. Ao ver que Levy tivera a mesma reação, não se conteve e sorriu. Arrumou-se na cadeira e acompanhou a entrada do diretor Makarov, seguido por dois novos alunos. Mesmo estando muito cansada, Lucy conseguia sentir a aura pesada dos dois.

Ambos possuíam um olhar de superioridade quanto aos novos companheiros de classe e o tédio que sentiam era mais do que evidente. Se aqueles não fossem demônios, estavam muito perto de o serem. Os dois não carregavam nada mais que seus papéis de transferência, deixando óbvio o quão insignificante aquelas aulas seriam para eles.

Ao sentir suas auras pressionadas contra a dela se mexeu um pouco desconfortável na cadeira, porém se forçou para ficar concentrada no que o diretor dizia “Esses são os novos alunos” “transferidos de uma escola muito diferente” “deem espaço para que eles possam se identificar com nossa realidade.´´ - A mensagem era clara: Não mexam com esses dois. Foi evidente que todos entenderam o recado, graças ao clima desconfortável que se apoderou do ambiente.

Após alguns minutos de avisos, Makarov convidou os dois novos alunos a se apresentarem. Após uma recusa seca, tiveram de ceder quando receberam um olhar de advertência do diretor. Sem olhar para um local específico, o menino com cara de bad boy, com piercings em todo o seu rosto e um cabelo negro e revolto que chegava ate a cintura disse:

̶ Sou Gajeel e não pensem que estou aqui para fazer amizades, não há nada mais sobre mim que seja útil revelar.

Por outro lado, a menina de cabelos azuis encaracolados nas pontas, tentou pelo menos parecer um pouco mais gentil. Ao entrar na sala ela sentiu imediatamente que havia trabalho de Anjos naquele local. A energia predominante naquela classe, ao contrário do resto da escola, não estava carregada negativamente, o que era muito estranho se contasse o fato que Dragneel-san também estava lá. Rapidamente deixou a maior parte de sua negatividade de lado e colocou uma “máscara” para que acreditassem que ela era como eles. Isso exatamente a fazia ser tão perigosa.

Ela era como água. E a água sempre se moldava de acordo com suas necessidades.

Ela sorriu, fingindo timidez:

̶ Juvia está muito satisfeita em poder estudar na Fairy Tail, espero que possamos ser amigos.

Makarov balançou discretamente a cabeça ao ouvir aquilo, mostrando que não acreditara em nenhuma palavra que ela dissera. Natsu, Erza, Jellal, Gray e Loke perceberam o gesto.

Dando tapinhas encorajadores na base das costas dos novatos, a altura mínima não ajudava em nada, Makarov despediu-se, deixando Professora Evergreen continuar a aula

Após expulsar uma menina com um doce olhar, a garota com médios cabelos azuis mais claros que os de Wendy sentou-se na carteira que acabara de ficar vaga ao lado de Gray, cruzando as pernas em seguida. O anjo não pode deixar de reparar que a camisa dela permanecia com os primeiros botões abertos, revelando um provocante sutiã escuro. Tudo isso era coberto por um longo e aberto casaco azul que chegava a seus joelhos. Percebendo o olhar do moreno ela apenas sorriu e piscou para ele, ajeitando a saia para que revelasse ainda mais de pele. Gray desviou o olhar.

Gajeel, por outro lado, foi até o outro extremo da sala e ocupou em uma carteira já vazia. Ele não usava as calças do uniforme, mas sim um velho e puído jeans de lavagem escura. Uma jaqueta de couro foi jogada por cima da camisa amassada, provavelmente tentando esconder seu estado de conservação. Seus olhos pregaram-se na pequena azulada na frente da sala, que tentava discretamente saber o por que da agitação de sua melhor amiga e de Natsu, atrás dela.

Pequena, com certeza. Pensou. Acho que quebraria nos primeiros minutos se estivesse sendo torturada.

Ao sentarem, ambos não fizeram nada mais que cruzar os braços e examinar cada um dos alunos. Seus olhares se detiveram um pouco mais em Lucy, que se recusava a se virar para poder olhá-los nos olhos, e nos outros anjos, que por sua vez estavam completamente cientes dos olhares que dardejavam suas costas. A Principado lançou um olhar questionador na direção de Gray, que rapidamente assentiu e fechou a mão lentamente, gesto que indicava que ela deveria comprimir sua aura o máximo que conseguisse. Assim ela o fez, recebendo um olhar aprovador do mentor de Loke.

Em seu campo de visão, a loira percebeu uma movimentação vinda da carteira de Natsu. Nem precisou olhar naquela direção para saber que o rosado não aprovara em nada aquela notícia. Ela sentia seu nervosismo como se fosse o dela e isso a estava apavorando-a.

Erza lançava olhares discretos que intercalavam entre preocupação com seu namorado e nervosismo com a presença dos recém chegados. Jellal, ao contrário de todos, era o único que deliberadamente evitava qualquer tipo de interação, mantendo a cabeça abaixada.

Os últimos momentos da aula transcorreram normalmente, quando o sinal tocou houve um suspiro coletivo, indicando o alívio que sentiam por finalmente poderem sair daquela sala. Até a professora Evergreen já havia se retirado, desconfortável pela energia de seus novos alunos. Nenhum dos Anjos ou Demônios ousaram mexer um músculo, avaliando a situação em que se encontravam. Levy foi a única humana que permaneceu imóvel, sem fazer a mínima menção de querer se levantar. Ela finalmente havia sucumbido ao sono

Gajeel, que não via razão para continuar ali, parou ao ver aquela pequena humana com a cabeça recostada na carteira. Se uma das maiores energias da sala pertenciam a ela, tão frágil, não conseguia imaginar o por que de Zeref os ter enviado. Se todos fossem como ela, Fairy Tail já poderia se considerar destruída.

O demônio deu um passo na direção da garota, esperando englobar a aura azul clara com a sua negra. Ela parecia ser um bom começo para a contaminação da sala.

Lucy mal pensou quando entrou na sua frente, bloquendo o caminho do Demônio do Ferro à sua amiga. Seus olhos castanhos faiscaram perigosamente na direção do moreno, coisa que ninguém naquela sala havia visto antes. Seu braço estava levemente estendido em frente a Levy, mostrando que cruzar aquela linha imaginária seria um erro imenso.

Isso causou uma reação involuntária em todos. A tensão se espalhou como fogo pelo ambiente, principalmente em Natsu, que apertou a lateral de sua mesa com força para não se levantar e arrastar Lucy para fora da sala. O simples fato de sentir que ela estava se colocando em perigo o irritava muito. Muito mais do que deveria estar irritando.

Se ele der um passo na direção dela, eu arranco aqueles piercings com minhas garras.

Lucy estava sozinha naquela hora. Ninguém, anjo ou demônio, atreveria-se a se mexer, pois aquilo era claramente como uma caçada.

O primeiro a correr seria morto pelo predador.

Ao sentir uma onda de calor vinda de Natsu, Levy levantou a cabeça abruptamente, olhando confusa para todos na sala. Seu olhar foi direto para gigante moreno na frente de Lucy, Gray e Loke, mas ele agora não parecia estar mais prestando muita atenção nela.

̶ Levy, sai daqui. ̶ Erza aconselhou, mantendo a voz baixa para não atiçar nenhuma briga. Tinha certeza que se Gajeel se mexesse, Lucy atacaria e vive-versa. ̶Agora!

A azulada rapidamente jogou todos os seus livros na mochila e seguiu a recomendação da ruiva. A todo momento sentia o olhar do gigante, pelo menos era o que aparentava, em suas costas. Ela não devolveu o olhar nenhuma vez.

Após ele ter perdido o interesse em acompanhar Levy com o olhar, Lucy não fraquejou ao ver aqueles fendidos olhos vermelhos a encarando. Seu coração martelava em suas orelhas, mas ela não demonstrou fraqueza A aura metálica estava praticamente se esfregando no seu rosa pálido. Sentia a pressão de dezenas de facas nela, como se esperasse que aquilo a fizesse recuar. A fisionomia do moreno, porém, não era de raiva ou cólera. Ele franzia o cenho, em uma clara expressão de confusão.

̶ Eu conheço você? ̶ Perguntou, cruzando os braços. Os músculos tensionados ainda mais evidentes pela posição. ̶ Seu rosto não é estranho...

Um suspiro alto pode ser ouvido ao lado da carteira de Gray. A aluna nova que acompanhara Gajeel havia bocejado, completamente entediada com a situação. Lentamente, ela levantou-se e foi para o lado do amigo, tocando de leve seu braço. Olhando por cima dos ombros do garoto, seus orbes se arregalaram ao verem Lucy. Sua boca se abriu em confusão antes dela suavizar a face, voltando ao tédio de antes. Sem dizer nada, puxou o moreno para fora da sala, lançando um sorriso amarelo para todos os presentes.

̶ Obrigada pela recepção. ̶ Curvou-se em uma mesura. ̶ Tenho certeza que podemos repetir isso mais vezes.

Quando finalmente saíram, Lucy soltou o ar, relaxando instantaneamente. Natsu, assim como os demais, também se sentiu confortável o bastante para se levantar. Pegou sua mochila e lentamente se dirigiu a porta, sendo seguidos pelos outros dois demônios.

Ao passar por Lucy, agarrou seu braço e a puxou com força contra si. Ainda sentia sua respiração rápida e seu coração descompassado. Um cheiro conhecido encheu seu nariz.

Medo.

Ela não sentira medo de Gajeel, um dos melhores torturadores que já vira, mas praticamente tremia quando Natsu a tocava? Ele não havia feito nada para que ela reagisse daquele jeito. Pelo menos nada que se lembrasse.

O demônio curvou-se para sussurrar algo em seu ouvido:

̶ Não precisa comprar briga com esse cara para conseguir o que quer. ̶ Dragneel esperou ela levantar o olhar, confusa. ̶Se quer tanto assim ser torturada no Lago de Fogo, eu mesmo posso fazer esse favor.

#♥#

Juvia andava de um lado a outro do corredor, aflita. O rosto daquela Principado maldita ainda estava em sua memórias, preenchendo-a com raiva e preocupação.

̶ Vamos ter problemas aqui. ̶ Falou para o moreno recostado na parede, que estava apenas observando-a. ̶ Vamos definitivamente ter problemas aqui...

̶ O que quer dizer com isso?

Ela parou, olhando incrédula para Gajeel. Irritada, ela esmurrou com força o ombro do Dragon Slayer. Ele apenas devolveu o olhar, nem se mexendo com o impacto.

̶ Seu idiota! Como pode esquecer o rosto da pessoa que mais nos atrapalhava séculos atrás?

LEIAM

AS

NOTAS

FINAIS


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Definitivamente esse foi um capítulo imenso... Será que isso ajuda a pagar uma parcela do que eu estou devendo para vocês? :3

Para ajudar a quitar o resto da minha dívida, tenho uma pequena coisa em mente. Só preciso perguntar uma coisinha: Loke ou Gray???
OBS: Sem maiores detalhes, ok? Vai fazer sentido depois. Ou pelo menos eu acho que vai... Td depende da ajuda de vocês, amores

Mil bjs e até o próximo capítulo!