Broken Wings escrita por Sweet Heart


Capítulo 12
Hidden Among the Trees


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu to inspirada, então não acho que esse espaço vai ser suficiente para dizer tudo o que quero.
Então, minna "Senta que la vem história..."
Recebi os feed-backs mais lindos dos leitores mais perfeitos do mundo! Não achei que vocês seriam tão positivos em relação aos capítulos atrasados... Mas felizmente estava enganada c:

Muito obrigada a: Lucy Nee, Janet Muusic,Loli chan, milkalover, matilde chan, Maah-hime, Thaly Matos, Subconsciente, NatySegin, MiaChanDragneel, MaayEndless e Thaty Redfox pelas reviews.
Gomen, mas eu não respondi nenhuma de vcs pq o Aviso vai ser apagado em breve... Porém saibam que eu li e chorei de verdade com cada palavra... Amo vcs!!

Esse capítulo é dedicado a vocês. Espero que goste



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Durante todo o caminho de volta para casa Lucy permaneceu em silêncio profundo, alheia a quase tudo a sua volta. Depois de várias tentativas fracassadas e dezenas de palavras de encorajamento por parte de Loke, sua aura finalmente havia retornado ao seu tamanho normal.

Esse processo foi cansativo e fez sua cabeça latejar a cada passo, por isso não houve resistência quando o Guerreiro disse para ela se apoiar nele.

— Por que vocês construíram sua casa ao lado desse bosque escuro? -̶Ao escutar a voz da Principado, Loke logo abaixou a cabeça para olhá-la melhor. Ela devolveu o gesto com uma expressão cansada, mas com um sorriso diminuto nos lábios. A tentativa de se distrair era mais do que óbvia. - Queriam manter todos longe?

— Não fomos nós que construímos, Anjo. - Sua voz parecia cautelosa, como se o assunto não fosse a melhor coisa a conversar enquanto estavam no meio da trilha. - Era uma das moradias de Ur.

— Moradias?

— Pode chamar de esconderijo, se quiser... - Completou, um pouco desconfortável. - Quando Eles a... Quer dizer, quando ela partiu, Gray achou que seria mais seguro ficar aqui. Quando me juntei a ele, também achei que seria o mais sensato a se fazer. Árvores são as melhores amigas de seres como nós.

— Mas... Por que ela precisava se esconder?- Lucy indagou novamente, dessa vez se separando um pouco para observar melhor as reações de Loke. - Do que ela tinha medo?

— Você nem desconfia, não é? - Sorriu tristemente. Certas lembranças invadiram sua mente assim que voltou a pensar no assunto, algo como... Medo. - Desculpe estar falando desse jeito do seu Pai, mas... As vezes os Arcanjos simplesmente decidem que Cair não é o suficiente para cobrir nossos erros. E eles sabem como ser cruéis quando querem...

Lucy sentiu o peso das palavras a atingir imediatamente. Gabriel sempre fora gentil desde o momento que a tomou como protegida. Ele sempre estivera ao seu lado desde que "nasceu", modelada pessoalmente pelas mãos do Criador. Claro que não havia relação de sangue entre eles, mas sentia como se sua alma estivesse desde sempre ligada ao Arcanjo.

Gabriel seria sempre seu Pai e ela sua preciosa estrelinha. Isso não mudaria nunca.

Bom... Pelo menos não por parte dela.

— Onegai, Loke-kun, podemos mudar de assunto?

Ele assentiu, voltando a puxá-la para perto de si. A trilha estava quase no fim, indicando que sua casa estava mais perto do que pensava.

—E então, Anjo? Sua primeira impressão da FairyTail foi tão ruim quanto eu presumo? -̶ Perguntou, ainda com o braço repousado na cintura de Lucy. . -̶Ou foi pior?

— Foi... Diferente, mas eu até gostei. O humanos não são tão intimidadores quanto eu imaginava...

— Você com certeza é diferente. - Riu, afastando-a para pegar a chave de casa na mochila, realmente esperando que Wendy tivesse trancado a casa como instruíram. - Acho que você é a primeira que diz isso depois do primeiro dia na Fairy Tail. A maioria não aguenta nem dois dias, mas se você planeja continuar vou pedir para a Mira te marcar amanhã mesmo.

—Marcar?

— Com o símbolo da Fairy Tail. Todos os alunos têm, incluindo os Anjos e Demônios. É uma forma de reconhecimento... Teoricamente pessoas com a mesma marca deveriam se respeitar igualmente e se ajudarem quando necessário. Claro que essas regras foram feitas para serem quebradas, Anjo, então não espere a ajuda de nenhum demônio para nada.

Lucy ergueu uma sobrancelha, surpresa com o comentário.

— Eu acho que nunca ficaria tão desesperada a ponto de pedir algo para eles.

— Sei que não... - Sorriu ao ver o lado mais seguro da loira, mas logo isso foi substituído por uma expressão preocupada. Lucy havia se distanciado ainda mais dele assim que passaram pelos limites do bosque, movendo a cabeça como se estivesse sentindo algo. - Anjo?

— Tem alguma coisa errada com a Wendy!- Gritou, correndo na direção da casa. Loke logo a seguiu, recolhendo a mochila que ela havia deixado cair. - A aura dela está muito fraca. Mal consigo sentir.

Assim que avistara seu lar, também conseguiram ver os longos cabelos escuros de Wendy contra a grama clara. Loke ultrapassou facilmente Lucy, chegando perto da criança primeiro.

— Meu Deus. O que aconteceu? - Perguntou, sustentando a cabeça de Wendy com o máximo de cuidado possível a procura por algum ferimento grave. Ela abriu brevemente os olhos, apenas para verificar o que a estava sacudindo. Sorriu ao ver o ruivo, mas logo voltou a fechar os olhos. - Não se atreva a desmaiar de novo!

— Cansada... Só cansada... - Murmurou, segurando com força a mão estendida de Lucy. - Ze... zze...f. Vá ver... Penas...

— O que? Eu não estou te entendendo, pequena. - Ele parecia quase desesperado. - Quem fez isso com você?

— Ela está bem, Loke. Ela vai falar quando descansar. - Sugeriu Lucy. - Apenas vamos levá-la para dentro.

O Anjo concordou, embora ainda irritado, colocando a criança no seu colo e aninhando-a contra seu peito. A chave que pegara antes havia se perdido durante toda a agitação, mas felizmente a porta estava destrancada.

A aflição de Loke subindo as escadas com Wendy era uma das únicas coisas que podia se comparar a trazer uma Lucy ensanguentada para casa. Por mais que não admitisse isso com frequência, ele já havia se acostumado com aquela diabinha e também se preocupava com ela. Como um verdadeiro irmão mais velho faria.

Wendy não largou a mão de Lucy nem por um segundo por todo o trajeto até sua cama, portanto a loira não teve escolha a não ser deitar-se primeiro para segurar a garotinha enquanto o guerreiro a colocava no colchão.

Loke sentou-se no chão ao lado da cama, a cabeça apoiada nos cotovelos e olhando fixamente para a azulada.

— Ela está gelada... - A loira colocou a mão na testa da garota e depois pressionou os lábios suavemente em sua bochecha.- Vai ficar tudo bem, ok? Agora é a minha vez de te curar.

Wendy levantou sua mão e a pousou nas costas de Lucy. Seu dedo percorreu a linha onde estava a sua cicatriz delicadamente. Seu olhar era direcionado a Loke. Parecia desesperada para fazê-lo entender.

Penas! Queria gritar, mas sua garganta apenas produziu um grunhido fraco que graças a Zeref, Loke pareceu entender.

Pronto, agora ela conseguira fazer o ruivo desesperar-se.

­ - Eu sei que vai parecer que eu não me importo com ela, Lucy, mas preciso ver uma coisa... ­- Murmurou distraído, afastando-se da cama. Dessa vez foi a vez de Lucy agarrar sua mão.

­ - Minha aura não vai ser o suficiente... Preciso de outro Anjo aqui.

O pedido com certeza era simples, porém a necessidade de checar se o que Wendy disse era verdade o consumia. Não havia sentido presença alguma ao redor da casa, mas apenas a ideia de que suas penas pudessem ter sido tocadas o aterrorizava.

­ - Lucy...- ­Suplicou, tentando soltar sua mão.

­ - Por favor, Loke. -­ Seus olhos castanhos o fitavam sem nem mesmo piscar. Mostravam preocupação e desespero.­ -Fique.

E apenas isso foi o bastante.

#♥#

Natsu havia prometido a si mesmo que apenas sairia da escola após convencer Mira a entregar a ficha de Lucy... O céu já estava avermelhado quando ele chegou nos limites do bosque que rodeava sua casa, apenas com sua mochila nas costas e suas orelhas ardendo pelo discurso de Mirajane sobre privacidade.

Assim como os Anjos, os Demônios também utilizavam árvores para conseguir camuflar suas moradias. A energia neutra que elas exalam mascarava as auras negras e pesada assim como as brancas e puras. Talvez essa fosse a única característica que compartilhavam.

A principal diferença, talvez, era que os Anjos provavelmente montaram seu abrigo em um lugar fechado, isolado para que o acesso de humanos fosse dificultado. Já os seres mais fortes, no caso os Demônios, haviam feito de tudo para que o bosque fosse abertos, cheio de clareiras e até convidativo. Quase sempre haviam uma ou duas pessoas ansiosas para acampar, pescar e fazer trilha.

Quase nunca elas conseguiam sair.

Se elas foram idiotas o bastante para invadir o território de um Demônio por vontade própria, quem seria Natsu para deixá-las sair sem uma punição adequada? Além do mais, ele era responsável por uma grande quantidade de criaturas que moravam na parte mais profunda do bosque. Eles até poderiam começar a questionar sua autoridade caso tirasse a comida que entrava de tão boa vontade em sua armadilha.

Quando ia entrar no caminho principal, Natsu reparou em um Ipod jogado na beira da estrada, ao lado dos limites do bosque. Ele franziu o cenho. Uma música baixa ainda saia pelos fones de ouvido.

Ele se aproximou, percebendo que havia uma trilha levando para dentro do bosque como se alguém tivesse lutado contra ser arrastado.

Um rosnado baixo arranhou a garganta de Dragneel. Alguém estava com certeza desrespeitando suas regras.

Sentiu a aura de todas as dezenas de Demônios mais animadas do que de costume. Se não os controlasse tinha pena do que Magnólia iria se tornar.

Ele correu na direção de um grito masculino vindo da região perto das moradias dos Demônios menores. O som foi seguido de uma risada animalesca que ele conhecia muito bem.

Ao chegar em uma clareira, Natsu pode ver o que causara tamanho alvoroço. Havia um corpo, provavelmente apenas uma criança ou adolescente pequeno, embaixo de uma figura feminina. Ele sentiu seu corpo se retesar quando viu melhor os detalhes do rosto dele.

A mulher se curvava para sentir o aroma de sua presa de uma forma que assustaria qualquer humano. Claro que sua aparência não ajudava. O longo vestido branco parecia ter sido retirado de um filme de terror, longos cabelos rosas, mais escuros que os de Natsu, e volumosos cobriam parte de seu rosto, os lábios vermelhos não escondiam os dentes cerrilhados, assim como a franja não disfarçava os olhos arregalados e insanos.

­- Ele não veio por vontade própria, não é? - ­ Gritou para desviar a atenção dela.- ­ Isso é contra as regras, sabia? Trazer humanos para cá.

A Demônio levantou a cabeça um pouco confusa, os olhos diminuindo ao ver Natsu. Uma ponta de reconhecimento passou por sua face. Ao invés de se curvar em respeito, como qualquer outro morador do bosque, ela riu mais uma vez e se curvou para a nuca exposta do garoto. Abriu a boca, pronta para dilacerar um pedaço.

— Cherry... Não. ­ Ela foi uma das primeiras moradoras que conviveram com o Demônio do Fogo. Sempre fora uma das mais leais e agora estava prestes a desobedecer uma ordem direta. Algo estava muito errado.

Ela mal teve tempo de encostar os dentes quando sentiu Natsu puxando seus cabelos como o máximo de força, derrubando-a no chão e depois pressionando seu crânio contra a terra.

— Eu acho que disse não. - ­Rosnou, apertando os dedos contra as têmporas da mulher. Ela levantou o braço com os dedos curvados em garras para arranhar o rosto de Natsu. Uma delas provocou um corte superficial em sua bochecha.

Ele imediatamente se afastou, limpando com desdém uma gota de sangue.

— Quero deixar claro que você pediu isso, Cherry.- ­ Riu ao ver o olhar assustado da mulher. Um brilho vermelho a rodeou imediatamente e suas roupas começaram a chamuscar. - ­ Diga a Zeref que eu mandei um “oi” quando o vir.

Chamas brotaram ao redor dos pés dela, lambendo a carne vorazmente. Ela guinchou quando ficaram tão grandes a ponto de encobri-la completamente. Quando sua pele finalmente começou a ficar negra e craquelar, Cherry gritou o mais alto que conseguia.

—Quer parar de drama? -­ Natsu resmungou, desamassando seu uniforme e colocando a mochila de volta nas costas. 

Depois de alguns minutos não havia mais nada para ser visto. A Demônio havia desaparecido completamente, deixando para trás uma grande macha negra no chão. Se havia queimado até a “morte” ou arrastada para o Inferno, Natsu não sabia. Nunca havia se preocupado com essa parte. Apenas tinha certeza que Cherry não voltaria tão cedo para a Terra.

Quando foi verificar se o garoto ainda estava vivo, surpreendeu-se quando o viu de olhos abertos, assistindo tudo com olhos arregalados. Natsu se ajoelhou ao seu lado, sorrindo de forma ameaçadora.

— Por que você estava aqui de novo, garoto?- ­ Repreendeu. -­ Nunca ouviu falar de lobos mal caçando crianças idiotas o bastante para entrar em seu território?

Nenhuma resposta.

—Qual é. Sabe que eu não machucaria você sem um bom motivo. Ao contrário daquela ali - ­Apontou para o lugar que estava Cherry. -­ eu sigo as regras. A maioria delas pelo menos. Makarov falou que não deveríamos machucar ninguém envolvido com a Fary Tail e por sorte você está incluso nisso.

Ele estava aterrorizado e com certeza não iria falar mais nada enquanto não se sentisse seguro.

—Tudo bem, então. Você sabe o caminho de volta, não é? Bom, se não souber é só seguir o rastro que você deixou. Pode acreditar que é bem visível.- ­ Comentou,se afastando da clareira e indo em direção a sua casa. - ­ Ah... Não esqueça de falar para seu pai quem te salvou, Romeu. Nunca se sabe quando posso precisar de um professor da Fairy Tail.

Talvez tivesse sido idiotice deixar o garoto sozinho novamente, mas Natsu sabia que o incidente havia sido visto ou ouvido por dezenas de outros Demônios e que havia transmitido o recado quando queimou a raiz do problema. Romeu estaria seguro enquanto soubessem que estava tecnicamente sob sua proteção.

Depois daquele dia, tudo o que ele queria era descansar em sua cama sem nenhum outro assunto demoníaco para pensar.

Depois de caminhar por mais alguns minutos em meio do bosque finalmente chegou a sua casa e percebeu que as luzes estavam acesas no seu interior. Um vislumbre de cabelos ruivos podiam ser vistos pela janela.

Erza?

Confuso ele entrou em casa e encontrou Jellal sentado no sofá, conversando distraidamente com a namorada.

— Olha, eu não sei por que vocês estão aqui e eu acabei de salvar o pirralho do Makao então...- ­ O olhar desesperado que Erza lhe lançou foi o suficiente para calar sua boca. De repente Jellal sorriu, sentindo a tensão do ambiente. ­- Ah... Entendi..

Relutante, Natsu se ajoelhou na frente do sofá, prestando reverencia.

— Não há necessidade disso, Dragneel. Só vim ver como estão as coisas nos seus domínios. ­- A voz de “Jellal” parecia mais grave, como sempre acontecia quando Zeref estava no controle. Natsu gostava de pensar que se a TPM de Erza era perigosa a de Jellal podia ser mortal para aqueles que o rodeavam.

— Agora sei por que meus Demônios não estavam querendo me obedecer. Só obedecem ao mais poderoso do local... E nesse caso é você.

— Primeiro: Meus Demônios.- ­ Sorriu, quando Natsu bufou e murmurou: Detalhe. -­ Segundo: Por que ainda não enviou nenhuma alma da Fairy Tail para o Inferno? Isso era para demorar apenas alguns meses.

— Existe uma coisa que se chama “Ganhar a Confiança Deles”... Não espero que saiba o que isso significa, mas é importante para conseguir o que queremos.

— Na verdade não me interessa o seus métodos, apenas os resultados. -­ Zeref se levantou e caminhou em direção a Natsu. O rosado abaixou a cabeça em respeito. ­- Por isso estarei mandando uma ajuda extra a partir de amanhã. Tenho um ou dois Demônios loucos para conhecer a Terra.

Os músculos de Natsu tremeram. Demônios inexperientes só significavam uma coisa: Problemas.

—Mas, senhor...

—Bom, já que ninguém vai retrucar minha decisão acho que não tenho mais nada para fazer aqui.­- Murmurou, puxando Erza para junto do seu corpo. Ele a beijou com força na bochecha antes de deixá-la ir. -­ Vai sentir minha falta?

—Não mesmo. ­- Erza resmungou, limpando o rosto com as costas da mão. - ­ Já vai tarde.

Jellal riu, mas logo se tornou sério novamente. A ruiva percebeu que agora as coisas iriam começar a ficar dolorosas para seu namorado.

Os músculos do azulado começaram a tremer ele logo em seguida caiu de joelhos, gritando em agonia. Erza imediatamente o amparou, dizendo que acabaria logo. Natsu observava tudo de longe enquanto via a alma de Zeref sair do corpo do amigo.

Depois de alguns segundo, o corpo de Jellal finalmente relaxou e ele soltou pesadamente o ar. Erza beijou sua testa molhada de suor.

— Bem vindo de volta. ­ Ele se apoiou no corpo dela enquanto se levantava. -­ Que bom que ele te deixou voltar mais cedo...

—­ Mais cedo? Quanto tempo...? -­ Perguntou com dificuldade, flexionando os dedos para aumentar o controle. Tocou gentilmente o rosto de sua namorada para sentir seu calor, mas franziu o cenho quando ela se encolheu um pouco.- ­ O que aconteceu?

Ela sorriu e se aproximou para beijá-lo, dizendo que estava bem, mas ele ainda conseguiu ver o excesso de maquiagem em sua garganta e queixo. Seus olhos brilharam perigosamente.

—O que ele fez com você, amor?- ­ Ele gritou, olhando para as próprias mãos com nojo. Ele segurou o queixo dela e a obrigou a olhar para cima, para que ele a examinasse melhor. Não foi um gesto muito gentil.

Natsu se moveu protetoramente para mais perto de Erza, ainda sem atrapalhar na conversa do casal. Sabia como o humor de Jellal ficava instável depois da possessão. Claro que ele nunca machucaria sua namorada, mas era bem provável que falasse coisas que se arrependesse depois.

— Olha... Cara... -­ Começou, mas foi logo interrompido por mais ataque.

— Apenas me diga tudo o que aquele bastardo fez hoje! Não tive quase nenhum controle dessa vez!

Erza olhou para Natsu como se implorasse para ele ficar perto enquanto contava a história. Todos os meses eram assim. Zeref contava tudo o que fez no dia para que depois ela pudesse repassar tudo para o hospedeito. Natsu apenas o acalmava depois de tudo. Esse era o trabalho da pirralhinha azulada antes de se juntar aos anjos, mas agora era sua função.

Depois de meia hora de conversa, Dragneel riu de si mesmo quando pensou que apenas por uma noite conseguiria dormir sem pensar em assuntos demoníacos.

Bem, depois daquele dia ele já estava se acostumando em não conseguir as coisas que queria tão facilmente.

#♥#

O ar estava quente e pesado, quase irrespirável para qualquer ser humano. Claro que isso não importava mais, já que todos no Inferno estavam mortos. Gritos desesperados de almas sendo mergulhadas em óleo fervente, enterradas vivas e queimada apenas para entreter Demônios ecoavam por toda a extensão do Lago de Fogo.

Apenas um dia normal e tranqüilo no primeiro estágio.

Os gritos dos andares inferiores quase não podiam ser ouvidos, mascarados pelos superiores. Aquelas salas estavam reservadas apenas para os piores.

E era com os piores que Gajeel RedFox gostava de trabalhar.

­ - Você não é nada divertido. -­ Resmungou, enquanto retirava algumas peças de metal presas nos ossos da perna do humano e as trocava por novas. Essa era a tortura mais leve que conhecia.

Vendo que não havia resultados aparentes, Gajeel transformou um de seus dedos em um prego e começou a desenhar na carne exposta do rapaz. Ele grunhiu, mas não fez mais do que isso.

­ - Você é um dos fortes, não é?- ­ Limpou as mãos sujas de sangue na própria camisa. Saindo da sala e indo em direção a sala ao lado. ­- Tente não sentir tanto a minha falta. Vou trazer uma amiga para a festa.

O cheiro agradável de ferrugem e sal o atingiu assim que abriu a próxima porta. Gajeel sempre utilizou métodos mais violentos, mas com certeza aquela mulher era ainda mais perigosa.

Ela estava ajoelhada ao lado do corpo inerte de um homem. Não havia ganchos, serras nem pregos como na sala de Gajeel. Tudo que ela precisava era de uma torneira ou alguma espécie de água corrente.

­ - Pegou um difícil? -­ Ela perguntou distraidamente enquanto voltava a desligar a torneira. Seu método de tortura consistia em deixar uma fina linha d´ água cair bem no meio da testa da vítima. Depois de alguns segundos ela a desligava.

Isso se repetia até o ruído da água batendo no crânio se tornasse insuportável. Ressoava de uma forma que podia facilmente levar uma pessoa a loucura depois de alguns dias. Se ela não sucumbisse até isso, depois de algumas semanas a água realmente poderia causar estragos físicos. Simplificando, ela apenas colocava em prática o ditado: Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura.

­ -Se puder fazer companhia para meu amigo por alguns minutos... Tenho certeza que ele vai gostar.

A mulher voltou sua atenção para o corpo e abriu a torneira novamente. O homem gemeu dessa vez.

­ -Shin Shin To -­ Ela sorriu. - ­ Esse não vai agüentar muito. Vou para lá em um segundo.

­ - Valeu, Juvia. ­- Agradeceu, abrindo a porta para voltar para sua sala. -­ Ah, antes que eu me esqueça... Que dia mesmo o chefe disse que iríamos...?

­ - Amanhã, se tudo ocorrer bem.

Era mais do que óbvio que ela não estava gostando de ser incomodada. Juvia apenas tinha paciência necessária para cumprir seu trabalho com perfeição. Se algo a distraísse, ela não faria distinção entre sua vítima e a pessoa que incomodou. Gajeel respeitou isso e fechou a porta. Ouviu o encanamento ranger quando a azulada desligou a torneira novamente.

­ -Gihihihihi -­ Ele riu quando percebeu que os dois melhores Torturadores do Lago de Fogo estavam indo para o mesmo lugar, ao mesmo tempo...

Fairy Tail estava ferrada, com certeza.


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Notas finais do capítulo

E ai, minna? Mais um capítulo para a nossa coleção!
O que vocês estão achando do rumo que a fic está tomando? Bom, ruim? Suportável, *quero dar um tiro na sua cara*? Me deixem saber suas opiniões...

Agora uma pequena seção mendigação básica (le Fernandazau :P) : Recomendem se achar necessário e tenham o próximo capítulo dedicado a vocês e deixem seus comentários para que eu possa saber se devo continuar assim.

Até o próximo, meus lindos.
Ja nee;