A Mecânica Dos Anjos escrita por Misty


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

O mundo está em construção
Uma nova era está se aproximando
Só tome cuidado...o perigo também está rondando

George Pirip

* Pessoal essa seria música que Nora ouve em sua "mente": http://www.youtube.com/watch?v=AeVU_EzagZc



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- Algum tempo atrás havia uma criatura que andava sobre a terra, ele não tinha nome, endereço...bem não que soubéssemos, ele era quase como uma fumaça, ou uma lenda. Era chamado apenas de Criador, pois ele fazia coisas, coisas que nenhum humano seria capaz de fazer.

Criador não só criava, ele era um ótimo musicista e escritor, de fato essas duas habilidades o ajudaram a criar algo que tocaria e mudaria a visão de todo um mundo.  Os pergaminhos diziam que ele estava velho, corria contra o tempo para criar uma única coisa, o que ele dizia ser o que iria valer a pena ter vivido.

Madame Lovalece parou por um instante, me dando um olhar do tipo “Está conseguindo entender” de fato sim, só não gostava dessas pausas traumáticas, limpei a garganta e assenti.

- Por favor, continue.

.....- Ele queria criar uma criatura, a mais bela de todas e mais importante, de fato ele conseguiu criar, apenas queria lhe dar a vida. Enquanto o tempo passava e seus dias ficavam contados, sua chamada criatura permanecia imóvel, fria sem sinal de que um dia iria se levantar, mas ele nunca desistiu, ora ele era um Criador, isso virou sua missão de vida. Ele usava uma ampulheta para marcar o tempo, essa ampulheta ficou conhecida como “Angelus Lacrymin” traduzindo para você “Lagrimas de Anjo” pois o que caia da ampulheta não era areia e sim lagrimas, lagrimas de um anjo maior.

Por fim quando seu tempo estava se esgotando, e as lagrimas secando sua criatura criou vida, era bela, tão bela que sugou tudo que o Criador tinha de bom dentro de si, ele ficou vazio e bem, morto. A criatura como passou a ser chamada, se alimentava de tudo alheio, poder, alma, beleza, juventude....e até mesmo a vida. A criatura era um demônio, sorridente em viver e também por ter em mãos a Angelus Lacrymin, ela era portadora do bem maior da humanidade, poderia fazer o que quiser. Mas o Criador não estava morto, estava seco por dentro, sem uma humanidade coerente, mas ainda sim sentia algo perto da culpa e remorso por ter criado tal coisa, então fundou o The Maker, que era um tipo de escola especial abaixo das ruas de Londres, onde ele ensinava toda suas técnicas de criador, sua escola foi crescendo e logo existiam Markers, portadores de inteligência absurda, conhecimento sobre alquimia e claro, o conhecimento sobre as coisas ocultas.

Mas os Markers não eram qualquer um, eram os escolhidos, de linhagens que remetiam o sangue “branco” aqueles abençoados pelo anjo maior, todos tinham uma meta a se comprida, e ela era a recuperação de Angelus Lacrymin e a destruição da criatura, ou então a total aniquilação da terra, o inferno explodindo sobre as ruas, os demônios e criaturas do mundo negro andando e matando sobre nossos narizes.

Madame Lovale tomou um gole de algo vermelho que cintilava na sua taça verde e se sentou, fechando os olhos e os abrindo novamente. Eu apenas pisquei, sentindo minha boca um tanto seca.

- É, bem, isso tudo é uma...uma lenda certo?

- Talvez, você acredita no que quer, mas os Markers são reais a história é real-ela então cerrou os olhos para mim -As mortes que acontecem pela cidade, isso não é uma fatalidade Nora querida, a foto dos seus pais segurando uma espada não é coincidência, eles mortos muito menos, seu irmão desaparecido e você estar aqui, batendo um papinho com a chefe do conselho e última escola restante dos Markers, isso tudo queria não é o acaso.

- O que! Agora irá me dizer que meus pais faziam parte dessa loucura!

- Hó sim, eles eram exemplares, dois amantes lutando junto através dos esgotos de Londres a procura de qualquer ser sobrenatural, indo juntos atrás do Angelus Lacrymin, pena que talvez tivessem sido pegos primeiro -eu estava tremendo, sentia que iria desabar ali mesmo, então ela tentou suavizar a voz-Não sabemos o que aconteceu a eles, mas certamente o incêndio foi coisa da Criatura, ela não quer ser pega, em 200 anos nunca nem mesmo chegamos perto dela, apenas matamos seus sacerdotes e seguidores. Não irei mentir, seu irmão corre perigo, você principalmente.

- Porque...porque eu? -derrepente a imagem de Tom na pequena janela do dirigível ficou estranha, destorcida e doentia. Senti minha boca se abrindo em um ó perfeito, enquanto levava as mãos a cabeça.

- Você tem o dom da visão, você consegue reconhecer quando algo aliado aos demônios está disfarçado isso lhe faz uma presa fácil e um algo gritante. O ataque que sofreu foi prova disso, a Criatura sabe da sua existência e quer lhe eliminar.

- Hó meus Deus, como isso é possível! -gritei para janela, enquanto ficava com raiva e um monte de sentimentos confusos rodando sobre minha cabeça – Então tio Charles, Susan....

- Sim, todos Markers, menos Fiona que é uma intrusa em nossos cômodos, uma humana sem graça e dorminhoca -então bateu as mãos juntas -Há uma profecia, ainda não conseguimos decifrá-la, mas claramente reflete que tudo irá começar  com a vinda da visora ao encontro dos seus companheiros, segundo que as mortes por um senhor de negro ameaçaram a todos e por fim a chegada de tempos imperfeitos.

Isso era assustador, medonho e quase diabólico, eu sentia meu resto de sanidade escapando aos poucos, por entre meus dedos e eu nada podia fazer. Apenas tentei dizer algo, mas apenas virei a deixando sozinha e correndo para fora, para qualquer lugar longe daquela mulher e sua história macabra.

A casa...escola de Madame Lovalece parecia um labirinto de pilastras azuladas e chão escuro límpido, as janelas altas deixavam uma claridade insistente por todo o corredor e isso estava me incomodando. Apressei meus passos, enquanto imagens de anjos, criadores, criaturas, e todo o inferno vindo para terra bombardeavam minha cabeça....simplesmente eu não conseguia assimilar.

- Nora -Tio Charles que parecia conversar com Susan, segurou meus braços quando quase os derrubei. Ele deve ter visto algo em meu rosto que o assustou, pois arcou as sobrancelhas e me deu um olhar estranho -O que houve, está pálida e gélida.

- Lovalece, aquela mulher transtornada! -resmungou Susan segurando meu outro braço e me obrigando a olhar em seus olhos -Diga-me o que tanto ela lhe contou.

Eu apenas pensava em uma coisa.

- O inferno sobre a terra.

Eles se espantaram, olhando um para o outro e nesse meio tempo eu fugi de suas mãos e perguntas, queria apenas ficar sozinha. Passei por um grande e belíssimo salão de teto abobado e cheio de desenhos antigos, mas isso não me impressionava agora, apenas olhei para a escada prateada em formato de caracol e subi nela, sem pensar duas vezes.

Mas enquanto estava talvez no décimo primeiro, elas começaram  se mexer, como se feitas gelatina. Gritei me segurando no corrimão e vendo que seria uma queda e tanto, aos poucos os degraus foram sumindo, e imagens de relógios e a mesma musica delicada soava em minha mente.

Se não fosse pelo vento ao meu redor, eu não perceberia que estava caindo. Pois a distração de musica e relógio a minha mente, me tirou o foco de absolutamente tudo.


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Notas finais do capítulo

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