A Mecânica Dos Anjos escrita por Misty


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Brilha o novo dia, anjos caídos se levantarão
Nova Era traz as cinzas de volta à vida
Tudo acabado, as dores e mentiras
Anjos te conduzem pelo Paraíso!
Nova Era é a passagem por sua mente.

*Angra



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/418078/chapter/25

O som de cadáveres movimentando era perturbador, essa não era a ordem natural das coisas, Tom não podia fazer isso. Mas aquele...ser a minha frente não era meu irmão, ou eu estava tentando me enganar, mas Tom para mim estava morto, junto as cinzas de nossos pais.

Isso a minha frente era uma criação profana.

– O que pretende com tudo isso? -minha voz saia arranhada, mas mesmo assim forte e bem estruturada. Eu não queria que ele soubesse o quanto isso tudo estava me afetando.

Tom dando um sorrisinho seco enquanto seus olhos se apertavam, como se com apenas a força de seu olhar, ele conseguisse me perfurar. Por fim, apenas fez um gesto de desdém com as mãos, enquanto bocejava como se estivesse cansado.

– Realmente matar todas aquelas prostituas foi bem trabalhoso.

– Então foi mesmo você! -eu o acusava, nem mesmo era uma pergunta, como resposta ele apenas riu -Como pode rir disso, você é um monstro!

– Monstro? Sou um monstro por quer limpar nossa cidade, acho que não -ele então estalou dos dedos, mostrando seu exercito morto, aquelas pobres mulheres junto alguns homens eles pareciam paralisados, com larvas caindo de seus cabelos e ouvidos, soltando leves gemidos -Estou apenas limpando nossa cidade.

Me senti petrificada, com um sentimento forte, um misto de raiva e desgosto dançando sobre mim.

– “Limpar a cidade” consegue se auto ouvir, consegue entender as ladainhas tolas que diz.

Ele não gostou nem um pouco quando disse isso, apenas fechou os olhos, como se meditando.

– Cale-se Nora, você é apenas uma garotinha mimada e órfã -cruel, eu não sabia que meu Tom poderia ser tão cruel, mas ele quem eu pensava que conhecia, e isso machuca -Mas o que falta para essa cidade se tornar purificada, e perfeita para punks e meus súditos viveram são a eliminação dos malditos Markers, essa raça podre que diz defender a vida humana, mas que adora matar, eles são assassinos.

– Não! Você que é, não percebe o que fez!

– Eu tenho um motivo, mas Markers matam punks, pequenas criaturas das sombras...tudo porque? Porque eles acham essa raça inferior, eles sempre tem de estar por cima, eles são superiores enquanto nós vivemos no esgoto.

–Mas...mamãe e papai eram Markers, como pode ir contra algo que seus pais são? -eu me sentia estranha, comos e falando com um estranho.

Ele gargalhou e isso fez um sentimento de terror inflamar em meu peito. Não podia ser....NÃO.

– Por isso fiz o doloroso trabalho de matá-los, perdão irmã.

O grito que surgiu de dentro do meu peito até me assustou um pouco, ele ao contrário apenas arcou as sobrancelhas, enquanto com um súbito sentindo assassino eu voava por cima do mesmo, que apenas sorriu enquanto erguia sua mão no ar e um tipo de barreira invisível me impedia de chegar mais perto.

– Seu desgraçado! Como pode, aliás como pode ser tão baixo! -não havia lagrimas, apenas um ódio que parecia consumir cada célula do meu corpo. Toda palavra, toda raiva, toda mágoa não era páreo naquele momento, o sentimento de querer explodir e levar Tom para o inferno era demais, mas...ele já estava no inferno, era apenas questão de tempo para que ele se perdesse na própria agonia, tentei me acalmar, apenas tentei deixar meus olhos injetados, enquanto suspirava em sua direção -Bastardo.

– Isso está ficando realmente bom -riu ele em voz baixa, enquanto o escudo invisível o protegia -E você, bem seu sangue sendo daquela diabólica punk que tive o prazer de conhecer, será o desfecho para minha vitória, a eliminação total dos punks, e minha súbita ao pedestal, os anjos terão de se ajoelhar diante a mim, seguirão um único e supremo líder.

De dentro do seu pesado manto, ele retirou algo, era algo parecido com uma espada longa e forjada a mão, de um pálido azul incandescente com desenhos de prata sob sua superfície, parecia muito leve mas cheia de poder. Angelus Lacrymin, feita pelo original criador, com lagrimas mais pura do que a neve, lagrimas de anjo.

– Como...como você pode ser meu irmão e ainda ter lutado contra o Criador? -perguntei querendo ignorar a luz brilhosa da espada.

– Primeiramente eu sempre existi, mas com a guerra contra o criador tive de me esconder, e nada melhor do que na casa de próprios markers. Sua mãe sofria por seu filho mais novo ter sido morto de forma “misteriosa” ou seja, fui até lá matei a criança que já estava mesmo a morrer de Leucemia e me passei por sua irmãozinho Tom, sendo criança novamente e crescendo até ter a chance perfeita para aniquilar o casal Darlly e roubar o sangue de sua filha, no caso você Nora.

Meus lábios tremiam tanto que achei não ser possível falar, mas tentei.

– Meu irmão...Tom...o verdadeiro...-então aquela basta a minha frente não era meu irmão realmente, apenas uma fraude. Isso deixou meu peito mais leve, Tom, o meu irmãozinho não era um demônio profano. Então eu consegui rir, a alma de meu irmão estava em paz, talvez dançando com as anjos que essa besta queria escravizar, eu me sentia um pouco mais em paz e com uma louca sede de vingança, eu não teria problema de matá-lo agora.

– Não fique em encarando com esse rosto boboca, a hora está chegando e é...agora.

Ele gargalhou, enquanto seu exército morto gemia em uníssono, a Criatura rugiu enquanto cravava a espada no chão, fazendo um vento forte passar sobre toda sala escura, enquanto seus cabelos eram erguidos para cima, mas não era cabelos...estavam se transformando em tiras brancas que caiam até sua cintura, ele estava ficando maior e a pele alva se tornando cascuda e avermelhada. Os dentes afiados como presas de algum vampiro, com os olhos em brasas, enquanto ria sua língua como de uma serpente dançava para fora.

Escute a música que nunca se cessa, ela lhe guiara para o que é certo, observe Nora, os mortos de volta a vida e olhe atentamente para o relógio que marcará o inicio de uma nova era"

Sua voz era algo completamente sobrenatural, fria e ao mesmo tempo dolorida, havia algo de sinistro, algo que lhe deixava com os cabelos em pé e os olhos arregalados. Olhei ao redor, em busca de alguma escapatória, mas tudo que via era cadáveres se arrastando em minha direção, a única luz em todo local era o que vinha da poderosa espada dos anjos, na mão da besta.

Estava cansada de fugir, queria vingança e eu a teria, mas no momento o necessária era permanecer viva.

E isso era quase impossível quando se está cercada de cadáveres.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

???