Recomeçar escrita por mybdns
Um mês e meio depois de Melanie ter quase sido assassinada, ela voltou ao trabalho. Chegou ao laboratório cedo e colocou suas coisas no armário, como sempre fazia. Foi buscar um café e encontrou-se com Mac no elevador.
- Bem vinda de volta. – ele disse.
- Obrigada. Muito trabalho?
- Na verdade, temos um chamado agora.
- Tudo bem! – os dois seguiram para a cena do crime, onde Flack e Sheldon já estavam.
- Olha só quem voltou! – exclamou Sheldon.
- Bom te ver também, Hawkes.
- Melhor se preparar. – disse Mac.
- Por quê?
- A cena é um pouco forte.
- Crianças?
- Sim.
- Tudo bem.– ela suspirou e adentrou o beco e viu a pequena garotinha negra no meio dos latões de lixo. – ai meu Deus.
- Foi o dono desta loja que a encontrou. Ele disse que seu nome é Janie Hope, tem nove anos. – disse Flack. – ele disse que todos os dias ela vinha sozinha até a loja dele para comprar leite, sempre às oito da noite.
- É um lugar perigoso para uma menina tão pequena andar sozinha. – disse Sheldon.
- Alguém já avisou os pais? – Melanie perguntou.
- A Stella foi fazer isso. – completou Flack.
Melanie olhou para a menina e observou que ela tinha ferimentos no pescoço.
- Parece que ela foi estrangulada. – ela comentou.
- As marcas parecem ser de correntes. – disse Sheldon.
- Sim. – os dois recolheram as provas e voltaram para o laboratório.
- A causa da morte é estrangulamento. Não tem nenhum trauma sexual. – disse Sid.
- Bom, eu conversei com a família da garota. – disse Stella entrando na sala. – e pelas informações que eles me deram, a família é de origem judia.
- Será que é mais um daqueles casos que envolvem Neo Nazistas? – perguntou Melanie.
- Só saberemos se aparecer mais uma vítima. – ela disse.
- Olá garotas. Prontas pra mais uma cena? – perguntou Danny.
- Mais uma criança? – Melanie perguntou.
- Infelizmente, Mel.
Os três foram para mais uma cena de crime. A vítima era um menino chamado Adryan Mitchel e tinha oito anos. Melanie tirou algumas fotos e viu que o menino também tinha marcas de estrangulamento.
- São as mesmas marcas de Janie Hope. – murmurou.
- Falando sozinha? – perguntou Flack.
- Na verdade, sim. Ele tem as mesmas marcas de estrangulamento da outra vítima, Jamie Hope.
- E parece que ele também era judeu. – disse pegando com a caneta uma corrente com pingente da estrela de Davi.
- Neonazistas. – ela murmurou.
- Ao que tudo indica, eles atacaram novamente.
- E não vão parar.
Eles retornaram ao laboratório e analisaram as evidencias do segundo crime.
- Oi Mel. – disse Flack.
- Oi.
- Eu descobri que as famílias das duas crianças frequentavam a mesma sinagoga, na 5ª Avenida.
- O assassino vai fazer mais vítimas.
- Não se pudermos evitar.
- O que você vai fazer?
- Confie em mim.
- Tudo bem. Ah, eu quero que investigue esses caras pra mim. – disse dando-lhe uma pilha de fichas para analisar.
- Você tá te brincadeira, não é?
- Você gosta de fatos, eu de ciência. Faça o seu trabalho que eu faço o meu. – disse dando uma piscadela.
- Okay, mas vou ter que ser recompensado de alguma maneira.
- Vou pensar nessa possibilidade, mas agora, tenho que trabalhar.
Flack foi para sua sala com a pilha de arquivos e Melanie ficou analisando o resto das evidências. No dia seguinte, mais um assassinato.
- Seu nome era Zoe Fields, dez anos. Foi encontrada pela mãe, quando chegou do trabalho. – disse Flack. Melanie adentrou a casa e viu a menina no sofá. Tinha exatamente as mesmas marcas no pescoço e também era judia e também frequentava a sinagoga da 5ª Avenida.
- Quando esse cara vai parar?
- Eu mandei todas as famílias que frequentavam a sinagoga para o departamento. Estarão seguras lá.
- Ótimo.
- E eu também chequei as fichas que você me deu ontem. Fiquei quase duas horas, mas descobri que um deles foi solto à uma semana. Seu nome é Maurice Langdon.
- Bom trabalho, detetive. – ela sorriu.
Lindsay tirou as fotos e elas recolheram as evidências do local. Melanie, Flack e Stella foram até a casa de Langdon.
- Polícia de Nova York! Abra a porta. – ordenou Flack.
- Algum problema, detetives? – disse o homem branco, de olhos verdes e de cabelos loiros, que possuía diversas tatuagens pelo corpo grande e musculoso. Uma delas chamou a atenção de Melanie. Era uma suástica nazista tatuada do lado esquerdo do peito.
- Temos um mandado. E pode, por favor, colocar uma blusa porque eu e minhas companheiras não somos obrigados a ficar olhando para estas tatuagens. – ironizou Flack.
As duas entraram na casa e ficaram com medo. Na sala, havia pendurada em cima da lareira uma bandeira nazista. No corredor, fotos de Adolf Hitler e Benito Mussolini espalhadas pela parede inteira. Entraram no único quarto da casa e se depararam com um uniforme da Ku Klux Klan e mais fotos de Adolf Hitler. Entraram no closet e viram fotos de várias crianças. Três delas marcadas com um “X” feito por caneta vermelha e preta. Eram as vítimas.
- Temos boas evidências para mandá-lo para a cadeia. – disse Melanie.
- Essa é a melhor. – disse tirando a corrente coberta por sangue de baixo da cama.
- Flack! – Melanie chamou.
- Oi?
- Pode prender. – Stella disse. Flack algemou Maurice e o levou para a delegacia. Melanie entrou na sala de interrogatório e Flack olhava feio para o suspeito.
- Conhece essas crianças? – ela perguntou colocando as fotos das três crianças em cima da mesa.
- Não eram crianças. Eram ratos. Tinham que morrer.
- Pessoas como você me dão nojo. – Flack disse.
- Eu não me importo. Eu queria matar todos eles. Todos os judeus deste país. Eles sujam a imagem dos Estados Unidos. Meu desejo era colocá-los em câmaras de gás e vê-los morrendo aos poucos, dolorosamente. – ele parou por um instante e viu a corrente que Melanie usava no pescoço.
- Que maldição. Eu sendo interrogado por uma detetive judia. Eu quero que você morra, sua desgraçada. – ele disse indo para cima de Melanie, mas Flack o jogou contra a parede.
- Vai ter bastante tempo para pensar nas suas atitudes antisemitistas, Maurice. – ela disse. – quem sabe você não escreve um Mein Kampf 2.0? Leva ele daqui. – disse para o policial.
- Porque você não me disse que era judia? Eu não teria deixado você interrogar esse maluco. – Flack disse.
- Eu não sou judia, Don. Minha mãe era. Essa corrente era dela.
- Mesmo assim. – os dois saíram do interrogatório e foram para o vestiário. De longe, Adam e Sheldon os observavam.
- Tá rolando alguma coisa ai, ou é impressão minha? – perguntou Adam.
- O que? Entre a Mel e o Flack? Estou percebendo isso há um tempinho já. Estão bem próximos, não é?
- E como!
- Vocês dois, parem de fazer fofoca! – disse Lindsay.
- Estamos apenas comentando. – disse Adam.
- Hum...
Melanie e Flack caminhavam até a porta da casa dela, em silêncio.
- Você tá legal, Mel?
- Estou, por quê?
- Por nada, é que estes casos com crianças sempre te deixam meio estranha.
- Eu estou estranha?
- Um pouco. Está distante. O que aconteceu?
- Não aconteceu nada, eu só... Sei lá. – ela disse abrindo a porta.
- Tudo bem, se quiser desabafar, eu to aqui.
- Obrigada. – ela disse lhe beijando. – vai entrar ou vai ficar ai parado me olhando? – ela disse e então ele entrou.
- Olha só, você está me seduzindo mais uma vez...
- Não estou seduzindo ninguém. Preciso tomar um banho. Já eu volto.
- Tudo bem. – ela subiu e quando ela havia acabado de entrar no Box, sentiu alguém atrás dela.
- Don! O que você está fazendo aqui? Cadê a minha privacidade?
- Eu quero tomar banho com você. – ele disse tirando a cueca e jogando-a por cima do box.
- Eu preciso de privacidade.
- E eu preciso de você. – ele disse a prensando contra a parede. Ela soltou um gemido quase inaudível e o beijou.
- Você não tem jeito. As pessoas não podem nem tomar banho em paz. – ela riu.
- Nós podemos fazer outras coisas, já que estamos aqui, nus. E se me permite você fica extremamente sexy molhada desse jeito. – ele deu um sorriso malicioso e logo em seguida, mordiscou sua orelha.
- Eu vou resistir aos seus encantos. Não vou me entregar tão fácil, detetive. – ela disse pegando a esponja e passando no pescoço.
- Não faça isso comigo, Melanie. Eu tive um dia difícil.
- O meu também foi difícil, querido. Preciso descansar.
- E eu preciso relaxar. Nos seus braços.
- Hoje não. Como eu já disse, eu estou cansadíssima. – ela terminou de se enxaguar e pegou a toalha. Quando estava com um pé pra fora do box, Flack a puxou e a prensou contra a parede de novo. Ela podia ver que ele já estava muito excitado, por isso não recuou. Ele a levantou um pouco, o que a fez enlaçar suas pernas nos quadris dele. Ele a penetrou devagar, fazendo-a soltar gemidos fracos e arranhar suas costas. Ele não se importou com a dor, nada importava quando estava com ela. Parecia que o mundo parava quando estava em seus braços. Eram só os dois, nada mais. Esqueciam-se do mundo. Esqueciam-se de tudo. Os dois chagaram ao êxtase e terminaram o banho. Se deitaram por volta da meia noite.
- Don? Você tá dormindo?
- Não, Mel, o que foi?
- Nada. Eu não to conseguindo dormir.
- Não te cansei o suficiente? – ele riu.
- Deixa de ser bobo.
- Quer que eu te conte uma história?
- Não. – ela riu.
- Tente dormir.
- Tudo bem. Boa noite.
- Boa noite. – ele respondeu dando um beijo no alto da cabeça dela.
- Don?
- O que foi, Mel?
- Acho que eu gosto mesmo de você.
- Eu também gosto muito de você, Melanie Lewis. De verdade.
Ela sorriu e fechou os olhos. Era tudo o que ela precisava ouvir para dormir bem.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!