Recomeçar escrita por mybdns


Capítulo 8
Capítulo 8




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Um mês e meio depois de Melanie ter quase sido assassinada, ela voltou ao trabalho. Chegou ao laboratório cedo e colocou suas coisas no armário, como sempre fazia. Foi buscar um café e encontrou-se com Mac no elevador.

- Bem vinda de volta. – ele disse.

- Obrigada. Muito trabalho?

- Na verdade, temos um chamado agora.

- Tudo bem! – os dois seguiram para a cena do crime, onde Flack e Sheldon já estavam.

- Olha só quem voltou! – exclamou Sheldon.

- Bom te ver também, Hawkes.

- Melhor se preparar. – disse Mac.

- Por quê?

- A cena é um pouco forte.

- Crianças?

- Sim.

- Tudo bem.– ela suspirou e adentrou o beco e viu a pequena garotinha negra no meio dos latões de lixo. – ai meu Deus.

- Foi o dono desta loja que a encontrou. Ele disse que seu nome é Janie Hope, tem nove anos. – disse Flack. – ele disse que todos os dias ela vinha sozinha até a loja dele para comprar leite, sempre às oito da noite.

- É um lugar perigoso para uma menina tão pequena andar sozinha. – disse Sheldon.

- Alguém já avisou os pais? – Melanie perguntou.

- A Stella foi fazer isso. – completou Flack.

Melanie olhou para a menina e observou que ela tinha ferimentos no pescoço.

- Parece que ela foi estrangulada. – ela comentou.

- As marcas parecem ser de correntes. – disse Sheldon.

- Sim. – os dois recolheram as provas e voltaram para o laboratório.

- A causa da morte é estrangulamento. Não tem nenhum trauma sexual. – disse Sid.

- Bom, eu conversei com a família da garota. – disse Stella entrando na sala. – e pelas informações que eles me deram, a família é de origem judia.

- Será que é mais um daqueles casos que envolvem Neo Nazistas? – perguntou Melanie.

- Só saberemos se aparecer mais uma vítima. – ela disse.

- Olá garotas. Prontas pra mais uma cena? – perguntou Danny.

- Mais uma criança? – Melanie perguntou.

- Infelizmente, Mel.

Os três foram para mais uma cena de crime. A vítima era um menino chamado Adryan Mitchel e tinha oito anos. Melanie tirou algumas fotos e viu que o menino também tinha marcas de estrangulamento.

- São as mesmas marcas de Janie Hope. – murmurou.

- Falando sozinha? – perguntou Flack.

- Na verdade, sim. Ele tem as mesmas marcas de estrangulamento da outra vítima, Jamie Hope.

- E parece que ele também era judeu. – disse pegando com a caneta uma corrente com pingente da estrela de Davi.

- Neonazistas. – ela murmurou.

- Ao que tudo indica, eles atacaram novamente.

- E não vão parar.

Eles retornaram ao laboratório e analisaram as evidencias do segundo crime.

- Oi Mel. – disse Flack.

- Oi.

- Eu descobri que as famílias das duas crianças frequentavam a mesma sinagoga, na 5ª Avenida.

- O assassino vai fazer mais vítimas.

- Não se pudermos evitar.

- O que você vai fazer?

- Confie em mim.

- Tudo bem. Ah, eu quero que investigue esses caras pra mim. – disse dando-lhe uma pilha de fichas para analisar.

- Você tá te brincadeira, não é?

- Você gosta de fatos, eu de ciência. Faça o seu trabalho que eu faço o meu. – disse dando uma piscadela.

- Okay, mas vou ter que ser recompensado de alguma maneira.

- Vou pensar nessa possibilidade, mas agora, tenho que trabalhar.

Flack foi para sua sala com a pilha de arquivos e Melanie ficou analisando o resto das evidências. No dia seguinte, mais um assassinato.

- Seu nome era Zoe Fields, dez anos. Foi encontrada pela mãe, quando chegou do trabalho. – disse Flack. Melanie adentrou a casa e viu a menina no sofá. Tinha exatamente as mesmas marcas no pescoço e também era judia e também frequentava a sinagoga da 5ª Avenida.

- Quando esse cara vai parar?

- Eu mandei todas as famílias que frequentavam a sinagoga para o departamento. Estarão seguras lá.

- Ótimo.

- E eu também chequei as fichas que você me deu ontem. Fiquei quase duas horas, mas descobri que um deles foi solto à uma semana. Seu nome é Maurice Langdon.

- Bom trabalho, detetive. – ela sorriu.

Lindsay tirou as fotos e elas recolheram as evidências do local. Melanie, Flack e Stella foram até a casa de Langdon.

- Polícia de Nova York! Abra a porta. – ordenou Flack.

- Algum problema, detetives? – disse o homem branco, de olhos verdes e de cabelos loiros, que possuía diversas tatuagens pelo corpo grande e musculoso. Uma delas chamou a atenção de Melanie. Era uma suástica nazista tatuada do lado esquerdo do peito.

- Temos um mandado. E pode, por favor, colocar uma blusa porque eu e minhas companheiras não somos obrigados a ficar olhando para estas tatuagens. – ironizou Flack.

As duas entraram na casa e ficaram com medo. Na sala, havia pendurada em cima da lareira uma bandeira nazista. No corredor, fotos de Adolf Hitler e Benito Mussolini espalhadas pela parede inteira. Entraram no único quarto da casa e se depararam com um uniforme da Ku Klux Klan e mais fotos de Adolf Hitler. Entraram no closet e viram fotos de várias crianças. Três delas marcadas com um “X” feito por caneta vermelha e preta. Eram as vítimas.

- Temos boas evidências para mandá-lo para a cadeia. – disse Melanie.

- Essa é a melhor. – disse tirando a corrente coberta por sangue de baixo da cama.

- Flack! – Melanie chamou.

- Oi?

- Pode prender. – Stella disse. Flack algemou Maurice e o levou para a delegacia. Melanie entrou na sala de interrogatório e Flack olhava feio para o suspeito.

- Conhece essas crianças? – ela perguntou colocando as fotos das três crianças em cima da mesa.

- Não eram crianças. Eram ratos. Tinham que morrer.

- Pessoas como você me dão nojo. – Flack disse.

- Eu não me importo. Eu queria matar todos eles. Todos os judeus deste país. Eles sujam a imagem dos Estados Unidos. Meu desejo era colocá-los em câmaras de gás e vê-los morrendo aos poucos, dolorosamente. – ele parou por um instante e viu a corrente que Melanie usava no pescoço.

- Que maldição. Eu sendo interrogado por uma detetive judia. Eu quero que você morra, sua desgraçada. – ele disse indo para cima de Melanie, mas Flack o jogou contra a parede.

- Vai ter bastante tempo para pensar nas suas atitudes antisemitistas, Maurice.   – ela disse. – quem sabe você não escreve um Mein Kampf 2.0? Leva ele daqui. – disse para o policial.

- Porque você não me disse que era judia? Eu não teria deixado você interrogar esse maluco. – Flack disse.

- Eu não sou judia, Don. Minha mãe era. Essa corrente era dela.

- Mesmo assim. – os dois saíram do interrogatório e foram para o vestiário. De longe, Adam e Sheldon os observavam.

- Tá rolando alguma coisa ai, ou é impressão minha? – perguntou Adam.

- O que? Entre a Mel e o Flack? Estou percebendo isso há um tempinho já. Estão bem próximos, não é?

- E como!

- Vocês dois, parem de fazer fofoca! – disse Lindsay.

- Estamos apenas comentando. – disse Adam.

- Hum...

Melanie e Flack caminhavam até a porta da casa dela, em silêncio.

- Você tá legal, Mel?

- Estou, por quê?

- Por nada, é que estes casos com crianças sempre te deixam meio estranha.

- Eu estou estranha?

- Um pouco. Está distante. O que aconteceu?

- Não aconteceu nada, eu só... Sei lá. – ela disse abrindo a porta.

- Tudo bem, se quiser desabafar, eu to aqui.

- Obrigada. – ela disse lhe beijando. – vai entrar ou vai ficar ai parado me olhando? – ela disse e então ele entrou.

- Olha só, você está me seduzindo mais uma vez...

- Não estou seduzindo ninguém. Preciso tomar um banho. Já eu volto.

- Tudo bem. – ela subiu e quando ela havia acabado de entrar no Box, sentiu alguém atrás dela.

- Don! O que você está fazendo aqui? Cadê a minha privacidade?

- Eu quero tomar banho com você. – ele disse tirando a cueca e jogando-a por cima do box.

- Eu preciso de privacidade.

- E eu preciso de você. – ele disse a prensando contra a parede. Ela soltou um gemido quase inaudível e o beijou.

- Você não tem jeito. As pessoas não podem nem tomar banho em paz. – ela riu.

- Nós podemos fazer outras coisas, já que estamos aqui, nus. E se me permite você fica extremamente sexy molhada desse jeito. – ele deu um sorriso malicioso e logo em seguida, mordiscou sua orelha.    

- Eu vou resistir aos seus encantos. Não vou me entregar tão fácil, detetive. – ela disse pegando a esponja e passando no pescoço.

- Não faça isso comigo, Melanie. Eu tive um dia difícil.

- O meu também foi difícil, querido. Preciso descansar.

- E eu preciso relaxar. Nos seus braços.

- Hoje não. Como eu já disse, eu estou cansadíssima. – ela terminou de se enxaguar e pegou a toalha. Quando estava com um pé pra fora do box, Flack a puxou e a prensou contra a parede de novo. Ela podia ver que ele já estava muito excitado, por isso não recuou. Ele a levantou um pouco, o que a fez enlaçar suas pernas nos quadris dele. Ele a penetrou devagar, fazendo-a soltar gemidos fracos e arranhar suas costas. Ele não se importou com a dor, nada importava quando estava com ela. Parecia que o mundo parava quando estava em seus braços. Eram só os dois, nada mais. Esqueciam-se do mundo. Esqueciam-se de tudo. Os dois chagaram ao êxtase e terminaram o banho. Se deitaram por volta da meia noite.

- Don? Você tá dormindo?

- Não, Mel, o que foi?

- Nada. Eu não to conseguindo dormir.

- Não te cansei o suficiente? – ele riu.

- Deixa de ser bobo.

- Quer que eu te conte uma história?

- Não. – ela riu.

- Tente dormir.

- Tudo bem. Boa noite.

- Boa noite. – ele respondeu dando um beijo no alto da cabeça dela.

- Don?

- O que foi, Mel?

- Acho que eu gosto mesmo de você.

- Eu também gosto muito de você, Melanie Lewis. De verdade.

Ela sorriu e fechou os olhos. Era tudo o que ela precisava ouvir para dormir bem. 


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