Recomeçar escrita por mybdns
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem :)
Três meses se passaram. Estava muito calor na cidade de Nova York. Melanie chegou ao laboratório numa sexta feira e colocou suas coisas no armário, como sempre fazia.
– Olá. Como vocês estão? – perguntou Jo, passando a mão na barriga de Mel.
– Nós estamos muito bem, Jo. E você?
– Estou bem também. E ai, já descobriu o sexo do bebê?
– Fiz o ultrassom ontem. É menino. – ela sorriu.
– Parabéns.
– Obrigada.
– Vamos tomar um café? Estou com um pouco de sono, quero ver se eu desperto. – disse Jo.
– Não dormiu bem?
– Ah, é esse calor. Eu odeio o verão.
– Eu gosto, pelo menos não preciso andar por ai com trezentas blusas. Me sinto mais livre. – as duas foram até a cantina e pegaram um café, estavam voltando ao laboratório quando o celular de Jo tocou.
– Danville? Ah, oi Flack. Ah, claro estamos indo. – ela disse desligando o aparelho.
– Um chamado?
– Exato. Vamos?
– Vamos. – as duas entraram no elevador. Meia hora depois, chegaram à cena do crime: o estacionamento subterrâneo de um shopping em Manhattan. Atravessaram a faixa amarela que isolava o local e viram Danny tirando algumas fotos do lugar. Melanie chegou mais perto do cadáver. Viu que ele possuía dois fermentos à bala: um na região abdominal e outro no peito. Estava trajando roupas caras.
– Quem é? – perguntou Melanie.
– Ninguém sabe.
– Ninguém ouviu nada?
– Não, pelo jeito o assassino usou um silenciador. Dois seguranças faziam a ronda aqui no estacionamento e viram o corpo.
– Há marcas de pneus desse lado. – disse apontando. - elas terminam ali naquela rampa de saída. – disse Mel abaixando para coletar uma amostra. Estava com dificuldades para levantar – Danny?
– Sim?
– Pode me ajudar a levantar?
– Ah, claro. – ele segurou em sua mão e a ajudou.
– Valeu.
– Olhem, dois fragmentos de bala. – disse Jo.
– Ninguém sabe quem é a vítima, ninguém a viu no shopping. – disse Don.
– E as câmeras de segurança? – perguntou Danny.
– Vou verificar isso agora.
– Eu vou com você. – disse Mel.
– Eu já preparei os vídeos, detetives. – disse um dos seguranças.
– Obrigada. – disse Mel. Os dois assistiram aos vídeos de segurança de dentro do shopping. – olha aqui, é a nossa vítima, não é?
– Sim. E está conversando com uma mulher misteriosa.
– Vamos levar isso para o laboratório. – Mel disse.
– E as do estacionamento?
– Estavam desligadas na hora. –disse o segurança. – eu lamento.
– Tudo bem, estas aqui servem. – os dois voltaram para o laboratório. Mel analisou as roupas da vítima, mas não encontrou nada de interessante que pudesse levar ao assassino ou a descobrir quem a vítima era.
– Mel?
– Ah, oi Adam. Alguma novidade?
– Sim, quer dizer, não, quer dizer...
– Sim ou não Adam? Decida-se. – ela riu.
– Eu não sei, mas eu acho que eu já vi a vítima antes.
– Onde?
– Olha, meu pai tem Alzheimer. Não sou eu quem levo ele ao médico, porque ele nem sabe quem eu sou, e então ele não deixa, sabe? Mas ele faz acompanhamento lá no Hospital Mount Sinai e uma vez eu o levei até lá, foi a única vez que eu fiz isso na verdade e o médico dele era esse cara.
– Você tem certeza, Adam?
– Sim, sim. Claro que eu tenho.
– Como era seu nome?
– Era... Eu vou entrar no site do hospital. – ele disse acessando o site. – era Derek Perry. Era um dos melhores médicos do país.
– Valeu, Adam. – ela disse saindo da sala.
– De nada.
– Descobrimos quem é a vítima. Na verdade, foi o Adam quem descobriu. – disse Mel a Don.
– O Adam?
– Sim, era Derek Perry. Ele era neurologista e era médico do pai do Adam.
– O carro que estamos procurando é um Volvo XC60. – disse Danny se juntando aos dois.
– Pessoal, uma mulher está aqui para fazer o reconhecimento do corpo. – disse Lindsay.
Mel foi com a mulher, de mais ou menos vinte e três anos para a sala de autópsia.
– O legista descobrirá o corpo quando estiver pronta, tudo bem? – disse Mel.
– Tudo. Pode descobrir. – ela disse. Mel fez um sinal com a cabeça e Sid descobriu o corpo.
– Ai meu Deus é ele. É o meu pai.
– Eu sinto muito por sua perda, Srtª Perry. Mas nós precisamos te fazer algumas perguntas. Será que você poderia nos acompanhar até a delegacia? – perguntou Melanie.
– Claro, vou fazer de tudo pra ajudar. – Flack a levou para a delegacia e eles entraram na sala de interrogatório. Mel chegou em seguida.
– Eu trouxe pra você. – ela disse lhe entregando um copo com água.
– Obrigada.
– Christina, eu preciso saber se o seu pai possuía algum desafeto, ou algo do tipo.
– Que eu saiba, não. Sabe, eu estava passando férias aqui em Nova York, eu faço faculdade na Califórnia. As coisas em casa não estavam nada boas, pra falar a verdade.
– Por quê?
– Meu pai e minha mãe estavam se separando, eu acho. Parece que o papai descobriu uma traição da mamãe com um dos seus melhores amigos.
– Tudo bem. Você acha que a sua mãe faria algo contra seu pai, Christina?
– Não sei. A minha mãe sempre foi um pouco desequilibrada. Ela toma uns antidepressivos fortes. Acho que ela nunca foi muito fiel. Sabe, ela era...
– Ela era o quê? – perguntou Don.
– Stripper em Las Vegas. O papai viajou pra lá e eles se conheceram. Ela ficou grávida de mim e ele a trouxe pra morar aqui. Não acho que ela seria capar de matar meu pai.
– Obrigada Christina, você nos ajudou muito. Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, pode me ligar. – ela disse lhe entregando um cartão.
– Obrigada, detetive. – ela saiu da sala e foi para o laboratório.
– Mel?
– Oi Danny.
– Encontraram o Volvo perto da ponte de Manhattan. Eles o trouxeram pra cá. O Sheldon e a Linds estão analisando o carro.
– Ótimo. Quem sabe encontramos a arma do crime lá dentro.
– Você é otimista.
– Sempre.
– Olha só encontramos a suposta arma do crime. – disse Sheldon.
– Vamos testá-la, doutor? – perguntou Mel.
– Com certeza. – os dois foram fazer o exame de balística e tiveram bons resultados.
– Essa realmente foi a arma usada para matar Derek Perry. – disse Sheldon a Jo. – a Mel a analisou e encontrou uma parcial.
Enquanto isso, Don e Danny falavam com a Sra. Perry.
– Como era o seu relacionamento com seu marido, Sra. Perry? – perguntou Danny.
– Oh, era terrível! Ele era um péssimo marido, sempre foi. – ela disse e parecia que ela estava bêbada ou drogada.
– A senhora está bem? – perguntou Don.
– Oh, eu estou ótima.
– Ela está com cheiro de vodka.
– Ah, qual é. Eu só tomei uns copos de vodka pura antes de vir pra cá.
– A senhora usa drogas? – perguntou Don.
– Você tem belos olhos, sabia? Se eu fosse um pouco mais nova eu juro que eu arrancava sua roupa aqui mesmo. Você também não iria escapar, ouviu? – disse olhando para Danny. – seria extremamente divertido nós três nesta mesa.
– Acho que isso caiu do seu bolso. – disse Danny pegando um cigarro de maconha do chão.
– Droga. – ela praguejou. – acho que fui descoberta. Mas acho que não terá problemas, porque... – ela começou a desabotoar a blusa.
– Mais que diabos você está fazendo? Vista- se você está presa. – disse Don.
– Você são novos, mas são muito caretas. – ela disse abotoando a blusa. Don a algemou e a levou para a cela.
– Que mulher maluca. – disse Danny.
– O policial me contou que vocês foram assediados. – zombou Mel.
– Aquela mulher é louca.
– Encontrou alguma coisa com a parcial? – perguntou Danny.
– Sim. E eu encontrei a mulher misteriosa também.
– Que eficiência, hein? E eu posso saber como você fez isso?
– Claro, Messer. A parcial que eu retirei da arma estava no CODIS, é de um homem chamado Tarick Hale que estava em nosso sistema por dirigir embriagado em 2001. Ele é irmão, por ironia do destino de Amber Hale, que também estava em nosso sistema. Ela foi presa em 1995 por atos de vandalismo e uso de substancias ilícitas. Eu fiz uma comparação e ela era a mulher misteriosa.
– Amber? Você tem certeza? – perguntou Don.
– Está duvidando de mim? A ciência não mente, detetive.
– Tudo bem, senhora cientista. Vamos trazer os dois aqui. – uma hora depois, os irmãos estavam na delegacia.
– Oi Amber. – disse Mel entrando na sala.
– Oi. Porque eu estou aqui?
– Bom, queremos saber qual era o seu relacionamento com Derek Perry.
– O doutor Perry era médico da minha mãe.
– Só isso?
– O que está insinuando?
– Vocês tinham um caso?
– Sim. Mais foi coisa passageira.
– As digitais do seu irmão foram encontradas na arma que o matou. E você foi vista nos vídeos de segurança do shopping onde ele foi visto pela última vez, conversando com ele.
– Eu me encontrei com ele sim. Eu não queria, mas tive que fazer isso. Ele me...
– O que?
– Ele me estuprou, detetive. Três meses atrás, ele estava bêbado e chegou a minha casa... Eu estou grávida.
– Foi por isso que o seu irmão o matou?
– Eu não sei. Eu juro que eu não sei de nada. Eu não amava o Derek eu ainda amo o... Deixa pra lá. E você parece que não se importa com a minha situação. Olhe como aquele filho de uma mãe me deixou. Vou ficar com marcas pro resto da minha vida.
– Tudo bem. – ela saiu da sala um pouco incomodada.
– O cara confessou. E ela como está? – perguntou Don.
– Porque você mesmo não pergunta? Ela é sua amiga, não é? – ela saiu de lá e foi para o vestiário.
– O que deu nela agora?
– Hormônios, meu caro. – respondeu Sheldon.
Don entrou na sala e se sentou.
– Oi Don.
– Oi Amber. Como você está?
– Péssima. Meu irmão vai ficar a vida inteira na cadeia e eu sou culpada.
– Você não tem culpa de ter sido estuprada, Amber.
– Eu sei, Don. Mais o que eu vou fazer com essa criança? Não sei se eu conseguirei olhar pra ela.
– Olha, eu conheço um psicólogo, ele é meu amigo, se você quiser eu te dou o endereço. Pode te fazer bem.
– Eu precisava de alguém do meu lado, Don. Não de psicólogo. Meu irmão era a única pessoa que eu tinha. Eu decidi ficar aqui em Nova York por ele, pra ficar perto dele e agora? Não tenho mais ninguém.
– Se você precisar, eu estou aqui.
– Sério?
– Sério.
– O que aquela detetive dos olhos verdes tem? Acho que ela não gosta muito de mim. Eu percebo as coisas.
– Ela só está um pouco estressada, por causa da gravidez, só isso.
– Ela não estava grávida da primeira vez que eu a vi.
– Estava sim.
– Ela é a sua...
– Sim, ela é minha esposa.
– Ela é bem bonita. É o seu primeiro filho?
– Não. Nós já temos uma menina de cinco anos. Olha. – disse tirando uma foto de Hazel do bolso.
– Ela é linda. Tem seus olhos.
– Se você precisar, pode me ligar, tudo bem?
– Obrigada Don. Você é uma pessoa maravilhosa. Pena que eu te deixei ir.
– Fique bem, ok?
Ele saiu da sala e foi se encontrar com Mel que ainda estava no vestiário.
– Terminou a conversa com sua amiga?
– Ah, Mel deixe de ser boba.
– Eu sou boba? Estava dando seu ombro amigo para ela chorar?
– Ela foi estuprada, ela está sofrendo, você não entende?
– E ela está se aproveitando muito bem deste momento não é?
– Você está sendo infantil, Melanie.
– Eu não sou infantil. – ela disse pegando a bolsa e saindo de lá.
– Onde você vai?
– Pra qualquer lugar. – ela entrou no elevador e Don foi atrás. Ela iria pegar um táxi quando ele puxou sua mão, como ele já havia feito uma vez.
– Vamos conversar. – ele pegou o carro e os dois foram para casa. Hazel estava na escola. – o que deu em você? Você está ficando louca, Melanie? Como você sai assim do nada? Olha o seu estado! – ele disse fechando a porta da casa.
– Você se importa comigo?
– Deixa de ser idiota. Você é a mulher que eu amo.
– Ah é? Parece que você sente algo por ela ainda.
– Você disse que não iria ligar mais pra ela. Porque está se importando com isso?
– Eu pensei que ela não iria mais aparecer nas nossas vidas.
– Mel, a Amber foi a minha primeira namorada. Foi a primeira garota que eu...
– Que você transou?
– É. Mais já acabou, isso foi quando eu tinha dezesseis anos. Acabou. Foi há muito tempo. E nós terminamos. Eu terminei.
– Tá.
– Você não cofia em mim?
– Confio.
– Então? Você é quem eu amo. Não vou te trocar por ninguém. Você é a mãe dos meus filhos. Você entendeu?
– Entendi. – ele se aproximou dela e a beijou. Encontrou uma mesa para encostá-la e os beijos ficaram mais intensos. Ele começou a desabotoar a blusa dela e ela também tirou a dele. – Don? – ela chamou.
– Oi.
– Acho que isso não vai dar certo, lembra-se da última vez que nós tentamos transar com um bebê aqui dentro?
– É, eu me lembro disso. – ele disse se afastando. Ele estava colocando sua blusa quando ela a puxou contra seu corpo novamente.
– Mais nós podemos tentar. – ela o girou e o jogou em cima da mesa do escritório.
– Nossa! Como você está... Diferente hoje. Acho que você está precisando disso tanto quanto eu.
– Sou um ser humano. E eu sempre tive vontade de transar em cima de uma mesa.
– Sério? Você nunca me contou suas fantasias.
– É, só que na fantasia eu não estou grávida.
– Vamos fazer o seguinte...
– Esperamos o bebê nascer. Combinado.
– Exato. Fizemos a escolha mais sábia.
– Eu concordo plenamente. Vamos colocar nossas roupas antes que a Hazel volte da escola. – disse Mel vestindo sua blusa. – vou fazer o jantar.
– Vou trabalhar na casa da árvore. – ele disse indo para fora. Minutos depois, a campainha tocou. Era a van que levava e trazia Hazel, todos os dias.
– Oi querida. Como foi seu dia?
– Bom mamãe. Cadê o papai?
– Está lá fora.
– Eu vou lá.
– Tudo bem.
Depois de um tempo, a campainha tocou mais uma vez. Mel foi atender e teve um susto quando viu malas na porta e um rosto muito conhecido.
– Pai?
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