Recomeçar escrita por mybdns


Capítulo 21
Capítulo 21




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O tempo foi passando e Melanie, por mais que quisesse, não conseguia tirar a história do pai biológico da cabeça. Ela ainda não conseguia acreditar em tudo o que James havia lhe contado naquela noite. Por mais que ele havia lhe pedido para que não o procurasse, ela queria conhecê-lo, queria ver como ele era. Queria ver se ela se parecia com ele. Chegou ao laboratório numa segunda feira decidida a encontrar esse homem. Por isso, recolheu uma amostra do seu sangue e pediu para que Adam procurasse compatibilidade.

- Adam, eu preciso que analise essa amostra para mim. – ela disse.

- Sangue de quem?

- Meu.

- E eu posso saber por quê?

- Estou procurando meu pai biológico.

- Pai biológico? Seu pai não é o...

- É uma longa história. Qualquer dia eu conto tudo para você. Não priorize isso, okay? Pode fazer tudo o que você tem para fazer. – ela sorriu.

- Tudo bem, Mel.

- Obrigada, Adam. – os dois saíram e foram para a recepção.

- Adam? Melanie? Correspondência para vocês. – disse Cynthia.

- Ah, obrigada. – ela pegou o envelope e olhou para o de Adam. – são iguais.

- E não tem remetente.

- Mais alguém recebeu um desses, Cynthia? – perguntou Mel.

- Ah, sim. O Danny e a Jo.

- O que tem pra mim ai? – perguntou Danny.

- Uma correspondência sem remetente.

- Melanie e eu recebemos uma carta igual a essa.

- E eu também. – disse Jo pegando o envelope.

- O que será que tem aqui? – perguntou Danny, curioso.

- Vamos descobrir. – disse Jo abrindo o envelope e retirando algumas peças de quebra cabeça. Logo, os outros três abriram seus envelopes e retiraram outras peças de quebra cabeças.

- Mais que diabos é isso? – indagou Danny.

- Eu não entendo mais nada. – disse Adam coçando a cabeça.

- Vamos montá-lo pra saber o que é. – disse Jo, por fim. Os quatro montaram o quebra cabeças de quase cem peças e tiveram uma surpresa.

- Isso é o Madison Square Garden. – afirmou Melanie.

- É sim. – confirmou Adam.

- Não estou entendendo. O que isso tem a ver? Não faz sentido algum. – disse Jo.

- Talvez seja um aviso. – disse Danny.

- Pessoal? Temos um chamado. – disse Mac. – o que estão fazendo?

- Recebemos isto hoje pela manhã. – disse Jo.

- Um quebra cabeça do Madison Square Garden?

- Isso.

- Estranho. Nosso caso é lá.

- Será que foi o assassino que nos mandou isso? – perguntou Mel.

- Possivelmente.

- Adam, tente coletar alguma digital ou DNA dos envelopes. – disse Mac. – Melanie e Danny, venham comigo. O Flack está nos esperando. – Jo, Lindsay e Sheldon estão te esperando em outra cena.

- Tudo bem. – em pouco tempo, chegaram até o Madison Square Garden.

- A vítima é Rodolph Lermann, dezoito anos. – disse Flack. – foi encontrado pelo zelador.

- Uma promessa dos Rangers. Era considerado por muito o “novo” Wayne Gretzky. – disse Melanie.

- Ele foi atingido com muita violência na cabeça, várias vezes. . Olhem. – disse Sid.

- Ele tinha esposa. – disse Mel, olhando para a mão esquerda dele.

- Sim. E uma filha. – disse Mac, abrindo a carteira dele e tirando a foto da menina que aparentava ter uns dois anos.

- Olhem só, a arma do crime. – disse Flack apontando para um stick cheio de sangue.

- Quem fez isso com certeza tinha acesso ao vestiário e ao estádio. – disse Mac.

- Alguém do time, talvez?

- Sim. Talvez. – eles coletaram as evidências e voltaram para o laboratório.

- Adam, você encontrou alguma digital nos envelopes? – perguntou Mel.

- Não, ainda não encontrei nada que possa nos levar a algum suspeito, mas eu encontrei seu pai.

- Sério?

- Sim, eu o encontrei na base de dados. Ele foi preso por dirigir embriagado, quinze anos atrás. Encontrei este endereço em Park Slope. Ele parece ser um empresário muito respeitado no mundo imobiliário. Ele tem mulher e três filhos.

- Só isso? Ele foi preso só por isso?

- Por quê?

- Adam, meu pai me disse que esse homem é extremamente perigoso.

- O seu pai? O James?

- Sim. Adam, eu sou fruto de um estupro. Esse cara estuprou minha mãe ainda em Moscou e...

- Oh. Eu sinto muito. – ele ficou surpreso.

- Não sinta. Obrigada, Adam. E pode me fazer outro favor?

- Claro.

- Não conte ao Don sobre isso.

- Pode deixar. – ele sorriu. – eu prometo.

- Obrigada, mais uma vez. – ela imprimiu o endereço e saiu.

- Eu conversei com a esposa da vítima. Ela está visivelmente abalada. – disse Don, andando ao lado de Mel. – ela disse que estava dormindo na hora do assassinato.

- Dormindo? Será que tem alguém pra confirmar isso?

- Tem sim. A sogra dela estava cuidando da neta, e ela estava descansando, porque ela trabalha à noite. Sabe uma coisa que me chamou a atenção?

- O quê?

- Ela não estava usando aliança.

- Você não costuma perceber estas coisas, detetive.

- É a convivência, amor.

- Tá, mas ela trabalha em algum lugar que não pode usar este tipo de objeto?

- Não, ela trabalha numa farmácia.

- Checou as ligações telefônicas dela?

- Já. Tem muitas ligações para um número que não era do marido, nem da sogra, nem dos pais. Danny e Mac acabaram de ir atrás do sujeito.

- Alguém que tenha acesso às instalações do estádio?

- Um membro da comissão técnica. O médico do time.

- Você acha que eles tinham um caso?

- Olha, eu não sei.

- Eu encontrei resquícios de DNA debaixo das unhas da vítima. – disse Sid se juntando ao casal.

- Encontrou alguma compatibilidade?

- Eu estava indo ver isso com o Adam.

- Então vamos. – os três voltaram para a sala de análise.

- Oi Sid, eu encontrei compatibilidade do DNA que você me mandou. É de um cara chamado Tomaz Hermann. É o cara que o Danny e o Mac estão interrogando agora. Ele foi preso por posse de drogas quando tinha dezesseis anos.

Mel e Don foram até a sala de interrogatório.

- Eu não fiz nada disso. – ele disse olhando fixamente para Danny. – vocês estão equivocados.

- Como seu DNA foi parar debaixo das unhas dele, então?

- Eu sou o médico do time.

- Vou te dizer o que aconteceu: O Rodolph ficou sabendo que você pega a mulher dele e decidiu tirar satisfações com você. Vocês se exaltaram e você o atingiu com a primeira coisa que você viu na sua frente. – disse Danny.

- Isso é ridículo.

- Detetive? – disse uma das moças da análise entregando a Melanie um papel.

- O que é isto?

- São as análises dos envelopes das correspondências que vocês receberam hoje de manhã.

- Obrigada.

- Detetive Flack? O Dr. Hawkes está te esperando numa cena de crime.

- Ah, eu já estou indo. Eu vou lá amor e depois você me explica esta história de correspondência.

- Pode deixar. – ele foi embora e ela analisou os resultados, que eram compatíveis com o DNA de Tomaz. – mais por quê? – quando olhou para frente, o policial já estava o algemando e o levando para fora. Ele passou e olhou fixamente para o rosto de Melanie, da mesma maneira que ele havia olhado para Danny. Ela não se importou e voltou para o laboratório. Estava buscando por mais informações sobre o pai biológico quando viu Adam cair na sala de análise. Foi correndo ver o que tinha acontecido, mas quando chegou na porta, caiu também. O mesmo aconteceu com Jo e Danny. Não havia ninguém ali por perto naquele horário. Lindsay havia saído mais cedo, Sheldon e Don estavam numa cena de crime, Mac havia ido embora também. Ficaram lá por cerca de trinta minutos, até que Sheldon e Don chegaram. Eles saíram do elevador e deram de cara com Danny caído no chão.

- Messer? Danny! – disse Sheldon tentando acordá-lo.

- O que aconteceu?

- Eu não sei, ele está desmaiado.

- Mel? – disse Don, vendo a esposa caída. – Mel! Fala comigo, amor. – disse balançando-a. – Hei! Hawkes! A Jo e o Adam também estão caídos.

Sheldon pegou o celular e chamou a emergência. Em poucos minutos, eles já estavam lá e os levaram para o hospital.

- O que houve, Don? – disse Lindsay, chegando com Lucy no colo.

- Eu não sei, Sheldon e eu chegamos lá no laboratório e vimos Danny caído, depois eu vi a Mel e o Adam e a Jo.

- Como eles estão?

- Não sei, a doutora ainda não apareceu para dar noticias.

- Vai dar tudo certo.

- Adivinhem? Alguém invadiu a tubulação do laboratório. Eles provavelmente devem ter inalado clorofórmio. – disse Mac.

- Isso é extremamente perigoso. – disse Lindsay.

- Mais quem fez isso?

- O cara que nós prendemos por matar o jogador de hóquei.

- Por quê?

- Parece que alguns meses atrás, Danny e Melanie prenderam a mãe dele. Vingança, talvez.

- Mais como ele invadiu nossa tubulação?

- Ele foi estagiário do Sid alguns anos atrás. Estava estudando o laboratório há anos.

- E o Adam e a Jo? O que tem a ver com isso?

- A Jo liderou as investigações e o Adam...

- Papai! – disse Hazel correndo até Don.

- Oi princesa, quem te trouxe aqui? – disse a pegando no colo.

- A tia Savanah. Papai, onde a mamãe está?

- Detetives? – disse a doutora. – eles inalaram uma porcentagem considerável de clorofórmio. O trabalho de desintoxicação está terminado. Se quiserem vê-los, fiquem à vontade.

- Papai, a gente pode ir ver a mamãe? Ela está machucada? Papai o que é clorofórmio?

- São muitas perguntas, hein? Só não vou te responder a última, isso eu deixo com a mamãe, está bem? – ele disse entrando no quarto onde Melanie estava. – podemos entrar?

- Claro.

- Oi mamãe. – ela disse descendo do colo de Don e se sentando na cama.

- Oi amor, como você está?

- Bem. Mamãe, quem te machucou? Você vai ficar bem?

- Eu não sei, querida. Mais eu vou ficar bem, não se preocupe. – ela sorriu e tentou parecer bem.

- O que aconteceu?

- Eu estava no computador e de repente, eu vi o Adam caído. Eu fui correndo ver o que ele tinha, mas acho que não deu tempo de chegar. Eu senti minha cabeça rodar e meus olhos ficaram turvos e então, não vi mais nada. O Adam está bem?

- Sim. O Danny e a Jo também inalaram clorofórmio.

- Clorofórmio? Como?

- Parece que o assassino do Madison Garden invadiu as tubulações do laboratório.

- E porque o resto do pessoal não...

- Eu não sei. Isso tem a ver com as cartas que vocês receberam hoje de manhã?

- Provavelmente, porque havia digitais dele nos envelopes.

- Você está bem mesmo, amor?

- Estou com dor de cabeça, apenas. Não precisa se preocupar.

- Meu Deus! Melanie, você não consegue ficar longe de encrenca, garota? – disse Savanah, entrando no quarto.

- É isso que torna minha vida emocionante, Savanah.

- Por Deus! Quer mais emoção do que ser perita, ver gente morta todo o dia e ainda ser casada com um “Deus do Olimpo de olhos azuis” como esse? – ela sorriu.

- Você consegue deixar as pessoas sem graça, não é? – disse Flack cruzando os braços.

- Ah, qual é? Eu sou uma pessoa sincera. E ela não precisa ter medo de concorrência, vocês sabem que não é disso que eu gosto.

- Só você pra me fazer rir numa hora como essa. – disse Melanie.

- Falando sério agora. Eu me encontrei com o Hawkes ali no corredor e ele me contou tudo! O Tomaz passou dos limites.

- Você o conhece? – perguntou Don.

- Sim, fizemos residência juntos. E ele não batia muito bem desde aquela época. Ele está preso, não está?

- Sim, ele é o assassino do Madison Garden. – disse Don.

- Ai meu Deus! Então foi ele que matou o...Eu sempre soube que havia algo de errado com ele. Mais eu vou deixar essa mocinha descansar, porque eu tenho uma cirurgia pra fazer daqui dez minutos. Beijos pra vocês. Tchau Hazel.

- Tchau tia Savanah. – ela fechou a porta.

- Eu vou ficar com você esta noite. Vou deixar a Hazel na casa da Sam.

- Don, não precisa, eu estou muito bem.

- De jeito nenhum. Eu vou pra casa tomar um banho, dar banho na Hazel e levá-la para a casa da Sam. Depois eu volto. Não discuta comigo.

- Tá. Já que você quer assim.

- Hazel, dê um beijo na mamãe, já está na hora de ir embora.

- Eu queria ficar mais um pouquinho, papai.

- Amanhã você fica o dia inteiro com a mamãe, tudo bem? – disse Mel, dando um beijo na filha. – leva o livro do soldadinho de chumbo pra tia Sam terminar de ler pra você.

- Tá. – ela balançou a cabeça e eles foram embora. Melanie estava cansada, por isso, não demorou para pegar no sono. Mal ela sabia que naquela noite, antes de Don voltar, havia recebido uma visita.


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