Recomeçar escrita por mybdns
Notas iniciais do capítulo
Só por curiosidade, Terrence Davis é um personagem que realmente apareceu na série. Foi o Nelly que o interpretou... Mais vocês já devem saber disso, não é mesmo? :) Obrigada pelos reviews! Beijos.
Duas semanas depois, Melanie voltou ao trabalho. Ficava triste de deixar Hazel com uma estranha, mas a babá que ela e Don escolheram era de confiança. Ela chegou ao laboratório, deixou suas coisas no armário e se encontrou com Mac no corredor.
- Oi Mac.
- Oi Melanie. Bem vinda de volta. A Hazel está bem?
- Está sim. Obrigada por perguntar.
- Vamos? O Flack já está na cena do crime e parece que o assassino está lá.
- Como? O assassino não fugiu da cena do crime?
- Parece que não. – os dois foram até a cena do crime, que era numa barbearia do Brooklin. Os dois atravessaram a faixa amarela e viram o suspeito algemado, conversando com Flack. Amarrada e amordaçada, numa das cadeiras, estava a vítima. Uma mulher de mais ou menos trinta anos, usando uma calça jeans e uma camiseta. Tinha um ferimento à bala no meio da testa.
- A vítima é Caroline Haskel. Trinta anos. Fazia parte de uma gangue aqui da região. Era namorada de um dos traficantes mais perigosos do Brooklin. – disse Flack para os dois, enquanto Melanie tirava fotos da cena.
- E o cara ai? – perguntou Melanie.
- Esse é Terrence Davis. Estava desacordado quando chegamos. As mãos estavam cheias de sangue e a arma do crime estava ao lado.
- Eu já disse que eu não fiz isso, Flack! Mais que droga! Armaram pra mim. – Terrence disse olhando para Flack.
- Você está bastante encrencado, não acha? Melhor ficar quieto. – disse Flack.
- Tá legal. – ele foi para fora e entrou na viatura. Melanie e Mac terminaram de analisar a cena e voltaram para o laboratório. Melanie foi até a sala de interrogatório para falar com Terrence. Flack estava lá, em pé encostado na parede.
- Me conte sobre ontem à noite, Terrence. – ela disse se sentando.
- A única coisa que eu me lembro é que eu fui para a minha boate, encontrei com uns amigos, bebi um pouco e depois, não lembro de mais nada.
- Quem eram estes amigos?
- Um dos meus sócios, Will, a gata dele, acho que o nome dela é Miranda. O Josh, um amigo de infância e outro cara, que eu nunca vi na vida. Nós bebemos vodka, tequila. Depois eu me senti mal e acordei naquela barbearia.
- Você conhecia a vítima?
- Só de vista. Eu não me metia com aqueles caras. Você não sabe como eles são perigosos.
- Você? Com medo deles? – ironizou Flack.
- Ah, qual é Flack? Você me conhece. Sabe que eu não me meto com esse negócio de gangue. Eu sei como é. Quando eu era novo eu fazia parte de uma e meu ferrei por causa disso. Sabe essa cicatriz? – disse levantando a blusa e apontando para uma cicatriz no abdômen. – então foi um tiro que eu tomei. Eu quase morri. Todos os caras da gangue morreram.
- Você quer nos comover com essa história? – disse Melanie.
- Qual é gata. Eu nunca precisei matar. Ainda mais a mulher do traficante mais procurado de Nova York.
- Você estava na cena do crime, com as mãos cheias de sangue da vítima e com uma arma do mesmo calibre que a matou do seu lado. Você quer que eu acredite em você?
- Sim, eu quero.
Melanie riu.
- Eu preciso das suas roupas. Coloque isso aqui. – disse entregando-lhe o macacão laranja de presidiário.
- Você vai ficar ai me olhando tirar a roupa?
- Acho que você não está em condições de exigir nada.
- Então se você vai ficar aqui, pelo menos se vire enquanto eu fico pelado.
- E quem me garante que você não vai me atacar enquanto eu estou de costas?
- Ah, qual é. Eu não faço mal nem pra uma barata, quem dirá a uma pessoa. Ainda mais mulher. E deste tamanho.
- Se eu fosse você, eu não a provocaria. Ela é bem brava. – disse Flack.
- Eu vou me virar. Sem gracinhas, está me ouvindo? – disse Melanie se virando para a parede.
- Pode se virar, Mel. Ele já se trocou. – disse Don.
- Finalmente, hein? – ela disse colocando as luvas e guardando as roupas dele no saco de evidências.
- Ela é sempre assim? Chata desse jeito? Ela é bem bonita, mas é invocada, hein? – Terrence disse enquanto Flack o levava para a cela.
- Cuidado com o que você fala, okay?
- Ah, é a sua gata?
- É sim.
- Você tem bom gosto, detetive.
- Tá.
- Ela não acredita em mim, não é?
- Não.
- E você, acredita?
- Não sei. – ele abriu a cela e Terrence entrou.
- Vocês têm a melhor equipe de peritos deste país. Eu não vou ficar aqui muito tempo.
- Vamos ver. – Flack fechou a cela e foi embora.
Enquanto isso, Melanie analisava as roupas de Terrence.
- Encontrou algo? – disse Danny entrando na sala.
- Apenas sangue, que eu mandei para a Lindsay analisar. O que é isto? – perguntou, retirando um papel em branco do bolso da calça. Parece que tem uma parcial aqui. – ela coletou a parcial e a entregou para Danny.
- Deixa essa aqui comigo. Daqui a pouco eu volto.
- Okay. – ela analisou o resto das roupas. Encontrou uma parcial com sangue na gola da camisa.
- Mel? – disse Lindsay.
- Oi Linds.
- Eu analisei a arma do crime. As digitais são todas de Terrence Davis. O número de série estava raspado.
- Eu encontrei uma parcial num papel em branco que estava no bolso da calça dele. E outra, na gola da camisa. Vou analisá-las.
- Espero que tenha mais sorte do que eu.
- Eu também. – ela analisou a parcial e teve sorte. Ela estava no sistema, seu nome era Juan Martinéz. Um homem loiro, alto, que havia sido preso em 1999 por assalto à mão armada, em 2000 por posse de entorpecentes, em 2001 por tráfico de drogas. Havia sumido do mapa desde então. Melanie pegou o endereço e ela, Lindsay e Flack foram até lá.
- Polícia de Nova York! Abra a porta. – Flack disse batendo na porta.
- O que foi desta vez? – disse uma mulher negra, apenas de lingerie ao abrir a porta.
- Conhece esse homem, senhora? – perguntou Melanie, mostrando-lhe a foto de Juan.
- Claro. Ele dorme comigo. O que ele fez desta vez? Eu pensei que ele tinha mudado.
- Parece que não. Podemos entrar? – perguntou Lindsay.
- Podem. Ele está no quarto.
- Quem é, gata? – ele perguntou, saindo do quarto, apenas de cueca.
- Polícia! – disse Flack mostrando o distintivo.
- Pensei que já havia pagado todas as minhas dívidas com vocês. Sou um novo homem agora.
- Novo homem? Me explique como suas digitais foram parar na gola da camisa de um suspeito de um crime? – perguntou Melanie.
- Eu vou saber?
- Terrence Davis. Esse nome é familiar? – perguntou Lindsay.
- Aquele X-9 dos infernos. – a moça sussurrou.
- Como?
- Nada.
- Eu escutei. – pressionou Melanie.
- Ele era um X-9 dos infernos. Ele dedurou meu irmão pra um policial ai. Agora ele tá lá na cadeia. E vai ficar lá por um bom tempo.
- Cale a boca, Trisha. – ele ordenou.
- Vamos fazer o seguinte: os dois coloquem uma roupinha bem confortável e me acompanhem até a delegacia enquanto minhas amigas aqui dão uma gerla no “lar” de vocês, okay?
- Vocês tem um mandado? – Juan perguntou.
- Aqui está. – ele disse entregando-lhe o papel. Os dois colocaram uma roupa e Flack os levou para a delegacia. Lindsay e Mel ficaram no minúsculo e mal ventilado apartamento que se localizava no Bronx.
- Hey Linds! Olha isso. – disse abrindo uma caixa contendo informações sobre Terrence Davis.
- Eles estavam investigando a vida do cara?
- Parece que sim.
- Pelo jeito, a Trisha tem motivos suficientes para armar para ele.
- E o que a vítima tem a ver?
- Boa pergunta. – as duas coletaram as provas e voltaram para o laboratório. Danny e Lindsay interrogaram Trisha; Flack e Melanie interrogaram Juan.
- Oi Juan.
- E ai, gata? Qual é a boa?
- Pra você? Nada. Minha colega e eu encontramos uma caixa bastante interessante na sua casa.
- Ah é? Você achou minha coleção de lingerie? Se você quiser, você pode deixar uma sua lá.
- Escolha melhor suas palavras, Don Juan. Posso te prender por desacato.
- Por você? Valeria a pena. – ele insistiu.
- Ele é insistente, não é? – ela disse se virando para Flack.
- Ele é. Se você fizer mais uma gracinha com ela, eu arrebento sua cara.
- Você vai perder, detetive. Eu sou muito maior que você.
- Chega de mudar de assunto, Juan. Você a conhece? – disse colocando uma foto da vítima em cima da mesa.
- Conheço. Transei com ela umas várias vezes. Ela é uma vadia safada. Uma delícia. O que houve com ela?
- Não está vendo? Ela está em cima da mesa do legista. – disse Melanie.
- Ela morreu?
- Como você é inteligente! – ironizou Flack.
- Ah, qual é? Eu gostava dela.
- E o namorado dela?
- Steven? Ah, meu Deus, ele é o pior homem que eu já vi na vida. Ele batia nela.
- Vamos falar de Terrence Davis agora. Qual era a sua relação com ele?
- Ele entregou quase todos os meus parceiros para a polícia.
- Corajoso, não?
- Até demais, gata. Ele sabia do perigo.
- Você deve ter muita raiva dele, não tem?
- Um pouco, mas não para tentar incriminá-lo. Ele é um cara de sorte. Devia preservar essa sorte.
Flack recebeu uma mensagem de Danny.
- A MULHER O ENTREGOU. – ele disse bem baixo.
- Algum problema? – Melanie perguntou.
- Sim. A garota dele acaba de confessar o plano de vocês para a polícia.
- Ela é louca? Eu não fiz nada. Quem armou tudo isso foi ela!
- Entao nos conte o que aconteceu.
- Olha aqui, moça. No dia do assassinato, ela disse que havia feito uma coisa muito ruim. Ela me levou até o corpo da Caroline. Ela estava calma. Parecia que não se importava. Disse que armaria para o Terrence por causa do irmão. Ai ela foi até a boate dele, bebeu um pouco com ele e o drogou. Ela o levou para o quarto e eu só ajudei a tirá-lo de lá sem que ninguém percebesse. E a gente o levou para a barbearia, demos um jeito de espalhar as digitais por todo o local e fomos embora. Ela me assustou com sua frieza. Acho que ela é uma psicopata. Vocês tem que interná-la.
- Levante-se. Você está preso.
- Vou pegar dois anos como cúmplice, não vou?
- Provavelmente. – Flack o algemou e o levou dali. Trisha também foi levada. Antes de ir embora, Melanie foi soltar Terrence.
- O que você está fazendo aqui? – ele perguntou.
- Eu vim te soltar.
- Eu te disse que eu era inocente e você duvidou.
- Eu sinto muito, Terrence. – o policial abriu a cela e ele saiu.
- Você estava fazendo o seu trabalho. E te desculpo só porque você é a gata do Flack.
- Tá. Agora, vê se não se mete em confusão.
- Acho que eu vou passar uma temporada na Europa.
- Tá. Até, Terrence.
- Até, Sra. Flack.
- Melanie.
- Então tá. O Flack sempre teve bom gosto para mulheres. – Melanie riu e foi embora.
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