Recomeçar escrita por mybdns


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Como vocês podem ver, eu adoro histórias onde o personagem principal é o Don. Então, mais uma pra vocês! Espero que gostem :)



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Melanie chegou à ala de oncologia do hospital de Princeton e foi direto para o quarto onde seu noivo, Peter Casey, de trinta e um anos, estava internado há três meses. Ele fora diagnosticado com leucemia há um ano e sua situação cada vez piorava. Já passava das três da manhã quando a mãe dele ligou no celular dela pra lhe avisar que o filho queria ver a noiva. E então, ela deixou o caso que estava investigando e foi correndo pra lá.

- Oi Mel. – ele disse com dificuldades.

- Oi Peter. Como você está?

- Um pouco pior.

- Você vai sair dessa. Você é forte. – ela disse segurando sua mão.

- Dessa vez, acho que eu perdi, Mel.

- Não diga isto. Nunca mais.

- Eu sei que você só está querendo me ajudar, mas sejamos realistas, querida. Não vou sobreviver.

- Eu não vou ficar aqui ouvindo isso. – disse a mãe, saindo do quarto.

- Eu sinto muito Mel.

- Porque está me pedindo desculpas?

- Por não conseguir te fazer feliz.

- Peter, por favor. – ela disse, com lágrimas nos olhos. – você tem ideia do quanto você me fez feliz nestes últimos três anos? Você foi o cara mais sensacional que eu conheci e eu sou grata por tudo o que você fez por mim.

- Fico feliz em ouvir isto. – ele deu um sorriso. – e eu queria te agradecer por te ficado do meu lado neste momento. Também sou grato por tudo o que você fez por mim, detetive. Eu te amo.

- Eu também te amo. – ela disse beijando suavemente seus lábios.

- Eu quero te pedir um favor.

- Peça o que quiser.

- Promete pra mim que vai seguir sua vida? Que não vai ficar triste quando eu partir? Viva sua vida, Mel. Seja muito feliz. Saia, namore, beba, se divirta. Não fique pensando em mim.

- Peter, claro que eu vou ficar triste se isso acontecer. Nunca vou me esquecer de você.

- Eu sei disso, querida, mas não torne minha morte um empecilho em sua vida. Eu quero que você seja feliz.

- Peter, por favor, não torne as coisas mais difíceis que elas já estão.

- Prometa pra mim, Melanie.

- Tudo bem, eu prometo.

- Assim está melhor. Ei! Porque está chorando? Por favor, não chore. Você tem um sorriso lindo. – disse olhando para os olhos da noiva. – lembre-se daquela música que você tanto gosta: As garotas grandes não choram. – ele deu um sorriso.

- Eu vou sentir falta do seu sorriso. – ela disse.

- Pegue aquele livro ali pra mim. – disse apontando para o livro de capa azul que estava em cima do criado mudo. – eu aprendi a gostar dele com você, quero ler uma parte do nosso livro preferido, apesar dele ser de menina.  

- Peter, esse livro é muito triste.

- Eu sei, amor. Mas eu quero lê-lo mesmo assim. – ela foi até a página e lhe entregou o livro. - Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma infinidade de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros… Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter.

- Peter, por favor. – o choro dela se intensificou.

- Meu infinito está se acabando, Mel. Entenda isso.

- Posso ficar aqui?

- Claro que pode. – ela se deitou e o abraçou forte em meio aos fios que se prendiam ao seu braço.

Peter Casey morreu naquela noite. 


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