The Choices Of Life... escrita por Natyh Chase Jackson


Capítulo 26
Longa Noite


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeee,

Eu, finalmente, consegui um tempo para finalizar o capítulo. Palmas para mim. Ou não, né.

Sei que vocês devem estar muito bravos comigo, mas é como eu disse das outras vezes: esse ano é puxado e o tempo para mim é quase que escasso.

Peço milhões de desculpas pela demora, e por não ter respondido aos reviews do capítulo anterior, o que não quer dizer que eu não os tenha lido. Li cada um e agradeço pelo carinho de cada um de vocês, como todo o meu coração.

Agora chega de enrolação, pois eu já enrolei demais.

Boa Leitura.



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Dizer que Annabeth dormira naquela noite era uma tremenda mentira.

A loira, assim como Percy, não conseguira nem por um mísero segundo fechar os olhos e dormir. As lágrimas não permitiram que tal ação obtivesse êxito. Outro fator que colaborava para a insônia da Chase, era o fato dela não saber como Peter estava sendo tratado na casa dos Castellan.

A Chase sabia que se May estivesse ao lado dele, como Luke insinuara antes de levar o pequeno consigo, Peter estaria em boas mão, até porque a ex-Castellan também era mãe, logo saberia como lidar com a criança. No entanto, do mesmo modo que tinha essa certeza, a loira também sabia que somente ela era capaz de cuidar de Peter da forma que ele merecia, e ninguém no mundo seria capaz de fazer o mesmo. Afinal, ela era mãe dele, logo ela, e somente ela, era a melhor pessoa para cuidar dele. Ninguém mais o faria como ela.

Podiam machucá-lo sem perceber ou até mesmo não entender as suas vontades, visto que o pequeno ainda engatinhava no mundo das palavras, denunciar uma dor, por exemplo, era algo praticamente impossível para ele, e isso acabava com o coração materno de Annabeth. Pois, só de imaginar que ele poderia estar precisando dela, e ela não estaria lá por ele, já fazia com que os olhos da garota inundassem de lágrimas e o choro voltasse com mais força.

Percy, por outro lado, não sabia o que fazer ou o que pensar, ainda mais quando os soluços de Annabeth se tornavam mais constantes, quando nem mesmo as palavras mais acalentadoras existentes eram capazes de aplacar o vazio que a garota estava sentindo.

O moreno tinha plena noção do que acontecera, mas nada parecia se encaixar em sua cabeça. E além da confusão momentânea, a culpa começava a pesar sobre seus ombros, visto que fora ele quem dera a ideia de sumir no mapa, e caso essa maldita ideia não tivesse sido levantada, Annabeth estaria em casa quando o oficial a procurasse, logo ela teria recebido a intimação, e com certeza, teria comparecido à maldita audiência, e como consequência, Peter poderia estar a alguns metros de distância, em um sono tranquilo e seguro em seu berço, e não a quilômetros como naquele momento.

O choro de Annabeth voltou a se manifestar e Percy limitou-se a abraça-la mais forte. Afinal, era tudo que ele poderia fazer naquele momento.

Assim que a aceitação acerca dos fatos caiu sobre o casal, Annabeth pediu para que Percy a levasse até seu quarto, e em um pedido silencioso o moreno deixou claro que não queria que ninguém os incomodassem, visto que nenhum dos dois estava em condições de conversar.

Nico, ao perceber que nada poderia fazer ali, resolveu ir embora e prometeu que no dia seguinte voltaria para que assim discutissem o que seria feito dali para frente. Thalia, por outro lado, ainda tentou conversar com Annabeth para acalentá-la, mas a loira limitou-se a estender a mão em um pedido de silêncio, que logo foi acatado pela morena, esta que também estava abalada com a situação.

O casal Jackson nada disse, os dois sabiam qual era a dor de ter um filho tirado de si por uma ordem judicial, logo tinham a plena certeza de que Annabeth queria um momento apenas para si, e por isso eles se retiraram do cômodo deixando que a loira absorvesse aquela nova realidade.

Quando eles chegaram ao quarto da garota, a mesma passou a encarar o berço de Peter com os olhos lacrimejados, e Percy fazia o mesmo, enquanto a abraçava de lado. O choro da loira logo voltou a ecoar pelo cômodo e o moreno a abraçou com ainda mais força, tentando mostrar que estava ali com ela, mesmo sabendo que a presença dele não era nada se comparada com a de Peter, quem ela realmente queria ao seu lado naquele momento.

— Vem, eu vou te dar um banho. - Percy resmungou ao perceber o estado catatônico da garota.

Sem apresentar nenhum tipo de resistência, Annabeth deixou-se levar pelo rapaz. Percy tinha os olhos lacrimejados, assim como a loira, mas este segurava-se com todas as suas forças, pois sabia que precisava dar suporte à Annabeth. Além do mais, se os dois desabassem seria ainda mais difícil se levantar.

Chegaram ao banheiro adjacente ao cômodo anterior, este que assim como o quarto também era permeado de lembranças de Peter, e sem nenhuma fagulha de malícia, visto que o momento não permitia e aquela não era a vontade de nenhum dos dois, Percy a despiu com extremo cuidado e devoção, e antes de colocá-la embaixo do chuveiro, mediu a temperatura da água com o dorso da mão.

Quando se deu por satisfeito com a temperatura morna, colocou-a sob a água corrente, deixando que a mesma percorresse todo o seu corpo e levasse com ela todas as lágrimas que ainda insistiam em cair.

Annabeth parecia não se importar com nada que ocorria ao seu redor, a loira agia por inércia, permitindo que Percy fizesse o que bem entendesse consigo. A Chase parecia uma boneca de pano sem vida nas mãos do moreno, estas que agora percorriam o corpo da garota com o maior cuidado possível, ensaboando-a dos pés à cabeça.

Percy deixou que a água percorresse novamente toda a extensão do corpo da Chase, dessa vez tirando todo o sabão que suas mãos deixaram sob a pele da menor, e enquanto a água cumpria sua função, a loira o puxou pela camisa, fazendo-o entrar debaixo do chuveiro junto dela, e sem nenhuma palavra ser dita, apenas com uma troca de olhares intensa o bastante, o rapaz entendeu que era para abraçá-la da forma mais forte possível. E ele atendeu ao pedido dela.

Abraçou-a como se em questão de segundos o mundo fosse acabar e aquele era o último momento de suas vidas.

— Vai ficar tudo bem. Eu prometo. - Percy sussurrou contra o ouvido da menor, fazendo-a chorar ainda mais.

— E se ele tiver cólica, Percy? Você sabe como ele fica todo molinho quando isso acontece. Podem achar que é manha e deixarem ele com dor ou…

— Calma, Sabidinha. Não podemos ficar remoendo essas incertezas, ou amanhã não conseguiremos fazer nada para reverter essa situação. - o moreno voltou a murmurar, tentando passar alguma espécie de conforto para a garota, mas nada parecia surtir efeito sob a Chase.

— Eu sei, Percy, mas é tão difícil. - a loira voltou a lamuriar, fazendo com que o Jackson a abraçasse mais forte.

Depois de alguns segundos, ou horas, não se sabia ao certo, visto que nenhum dos dois estava em condições de contabilizar o tempo naquele momento, o que era completamente compreensível.

Enfim, depois de algum tempo, Percy finalmente fechou o registro, interrompendo a torrente de água, e enrolou-se em uma toalha que jazia no aparador próximo ao box, logo em seguida, envolveu o corpo da garota com seu respectivo roupão. O Jackson abriu um sorriso discreto, quando depois de protegê-la com a peça felpuda, ela voltou a procurar seus braços em busca de conforto

Já no quarto, o rapaz a vestiu com o maior cuidado possível, e quando teve sua missão findada, a colocou na cama, murmurando:

— Vou pedir para que a Maria lhe faça um chá. Tudo bem? - o rapaz perguntou ao pé do ouvido da loira, após cobri-la com uma coberta.

Apesar de não querer se separar do rapaz, Annabeth limitou-se a assentir com a cabeça, deixando que logo em seguida ele saísse do seu quarto, em busca da empregada simpática.

Enquanto o Jackson estava fora, a garota ficara remoendo todas aquelas incertezas que Percy não permitira ser externada quando ainda estavam no banheiro. E apesar de saber que aquilo não lhe faria bem, a loira não interrompeu os milhões de pensamentos que chegavam a sua cabeça, sendo todos relacionados à Peter.

O choro voltou sem que a mesma percebesse, somente quando Percy voltara ao cômodo, e abraçara, puxando-a para seu colo, foi que a Chase se dera conta do rosto molhado, do nariz entupido e dos soluços para lá de audíveis que ecoavam pelo quarto.

— Beba um pouquinho disso. Talvez, ajude. - o rapaz sussurrou estendendo para a garota uma caneca com chá, onde era possível admirar a fumaça da bebida quente se esvaindo pelo ar.

A Chase sabia da boa vontade do rapaz e não querendo entrar em assuntos não pertinentes ao momento, aceitara sem pestanejar o conteúdo. Bebeu-o em goles lentos e contidos.

Quando terminou aconchegou-se ao abraço de Percy, e embora o chá consumido servisse como sonífero em alguns casos, naquele não impediu que a loira passasse a noite em claro, olhando para todos os lados do quarto e consequentemente associando cada traço do cômodo a Peter, este que parecia fazer parte daquele ambiente, visto que era ali onde ele passara a maior parte do último ano.

Quando os primeiros raios do sol começaram a despontar sob a janela entreaberta, Annabeth fez uma promessa silenciosa a si mesma, e a Peter, este que se encontrava a milhas de distância.

— A mamãe vai fazer de tudo para tê-lo ao meu lado novamente.

Luke estava a ponto de enlouquecer.

Desde que saíra da casa dos Jackson há algumas horas, Peter não tinha parado de chorar por um minuto sequer, fato que estava irritando seu pai e assustando a si mesmo.

— Vocês não deviam tê-lo tirado da mãe dessa forma. - May ralhou, enquanto tentava acalmar o mais novo. - Melhor, vocês nem deveriam ter cogitado a ideia de tirá-lo de Annabeth. Isso é insano. E cruel.

— Cala a boca, May. - Hermes ralhou, enquanto procurava algum mordedor entre os inúmeros brinquedos que comprara para o neto. O homem acreditava que um brinquedo o calaria.

— Se ele, que é apenas uma criança, está desse jeito. Imagina a Annabeth. - a ex-Castellan sussurrou com pena transbordando em seu tom. - A coitada deve estar arrasada.

— Eu propus um acordo a ela. Foi ela quem causou tudo isso ao não aceitar o meu pedido. - Luke resmungara ao tentar tirar o pequeno do colo de sua mãe, que não permitiu e manteve Peter junto de si.

— Eu pensei que você fosse melhor que seu pai, Luke. Mas a cada dia que passa você se mostra igualzinho a ele.  E isso é decepcionante. - a decepção era nítida na voz de May, e não era para menos, visto que ela nunca pensara que seu filho pudesse compactuar com ações tão vis quanto aquela.

Hermes ouvia o desabafo de sua ex-esposa sem realmente parar para refletir tais palavras. O Castellan convivera com a mulher por mais de uma década, logo aprendera a ignorar todas as suas reclamações com o tempo. Agora, as palavras dela entravam por um ouvido e saíam pelo outro, em um fenômeno quase que instantâneo.

— Devolva-me ele. - o mais novo pediu, cansado de ouvir as reclamações de sua mãe.

May relutou por um momento, mas passou seu neto para o colo do pai, este que o pegou e o levou para seu quarto.

No quarto de Luke, fora colocado um berço provisório e um pequeno guarda-roupa com peças novas compradas, especialmente, para a chegada de Peter à casa.

Como não seria ali, no apartamento de May, a morada fixa de Hermes e Luke, os móveis comprados por Hermes eram apenas provisórios, visto que o apartamento que o mesmo comprara estava passando por um período de reformas, por isso Peter não ganhara um quarto só seu, este ele teria apenas na casa do Castellan mais velho.

— Ei, pequeno! -  assim que chegaram ao quarto de Luke, este se pôs a conversar com o Chase - Calma, pequeno. Por favor!

Peter chorava à plenos pulmões, o garoto queria sua mãe e apenas a visão dela seria capaz de fazê-lo engolir o choro por alguns segundos. No entanto, esta não estava ao seu alcance.

— Ei, Peter. Me ajuda, camarada. - Luke o colocou deitado em sua cama e debruçou-se sob a mesma, a fim de ficar no alcance da visão do menor. - Eu sei que você quer a sua mamãe Annabeth, mas ela não pode te ajudar agora, pequeno.

Ao ouvir o nome de sua mãe, Peter parou de chorar quase que instantaneamente, o pequeno olhou ao seu redor a procura dela e quando não a encontrou, voltou a chorar ainda mais alto.

— Meu Deus! - Luke resmungou exasperado, enquanto passava suas mãos sob a cabeça e puxava seus fios cor de areia.

Arrependido o loiro já estava há tempos, mas naquele momento ele chegava a cogitar a ideia de levar o pequeno Chase de volta para a casa dos Jackson, já que vê-lo chorar daquela maneira apertava-lhe o coração.

— Peter, Peter! – Luke o pegou no colo e passou a niná-lo, para ver se dessa forma o Chase parava de chorar, mas pareceu ser pior. O pequeno passou a chorar com mais força ainda, desesperando de vez o mais velho.

Luke começou a imaginar se era dessa forma que ele chorava quando ainda era um recém-nascido. Annabeth devia ter passados noites em claro, acalentando-o quando mais novo, e... E ele não estava lá.

Tal pensamento fizera com que o rapaz se sentisse péssimo. A loira passara por coisas que ele nem conseguia imaginar. Uma noite com Peter já o estava enlouquecendo, imaginar noites seguidas o fazia temer. E Annabeth cuidara de Peter em todas essas ocasiões sem a ajuda dele.

— Droga! – Luke resmungou com raiva de si mesmo, sabendo que reconquistá-la não seria tão fácil quanto imaginara. – Fica quietinho, Peter. Por favor! – o loiro passou a pedir, enquanto o mais novo se empertigava todo em seu colo, querendo arranjar um jeito de sair de seus braços.

Enquanto tentava manter o mais novo em seu colo, o olhar de Luke recaiu sobre a porta de seu banheiro, fazendo-o lembrar do quão fascinado Peter era pela água, e foi ali que uma ideia aparentemente infalível tomou conta de si.

— Vamos tomar banho, Peter? – Luke perguntou e obviamente não esperou uma resposta, visto que o Chase não o entedia nem parava de chorar.

Mais do que rapidamente, Luke se desfez das roupas que o pequeno usava, fazendo uma pequena careta ao ver o estado da fralda que Peter usava e com os braços esticados, por conta da sujeira, o levou até o banheiro.  O Castellan ligou o chuveiro e rapidamente colocou o Chase debaixo da corrente de água, fazendo-o abrir ainda mais o berreiro.

Não entendendo o que se passava, o mais velho estendeu sua mão direita sob a água e rapidamente tirou Peter debaixo por conta da temperatura, esta que estava gelada demais até mesmo para o Castellan. Luke voltou a mexer no registro, a fim de regular a temperatura, e quando a água estava morna, ele voltou a colocar Peter debaixo da água.

O pequeno parou de chorar, fato.

A água o acalmava e este era um truque que Percy e Annabeth aprenderam muito antes de Peter saber se sentar. E se Luke tivesse aceitado ouvir as recomendações da Chase, estas que já estavam na ponta da língua, quando ele covardemente tirou Peter de seus braços, era possível que Peter não tivesse passado a noite toda chorando.

— Eu sou um gênio! – Luke exclamou satisfeito com o seu feito. E antes que ele pudesse registrar a invasão, seus pais já estavam dentro do banheiro, admirados com o fato de Peter não estar mais chorando.

— Como você conseguiu fazer com que ele ficasse quieto? – Hermes, que já estava com uma dor de cabeça para lá de insuportável, perguntou admirado e agradecido.

— Só resolvi colocá-lo debaixo d’água e deu certo. – Luke resmungou fascinado com a calma que Peter emanava naquele momento.

— Hermes, pegue toda aquela tralha que você comprou e traga para cá agora. Daremos um banho nele. – May rapidamente comandou os próximos passos do Castellan, este que não reclamou, na verdade assentiu e no mesmo segundo foi fazer o que lhe foi solicitado.

Luke sorriu para Peter, este que tinha a mão direita enfiada na boca, mordendo-a ocasionalmente.

— Depois faremos uma mamadeira para ele. – May murmurou admirada com o silêncio do menor. – Ele está com fome! – a mulher finalizou constatando o óbvio.

Luke assentiu, tendo plena consciência de que um dos males que afligia o pequeno era a fome, e ao perceber que May não tinha mais nada a dizer, começou a dar banho em Peter, no mesmo momento em que Hermes entrava no banheiro todo atrapalhado por estar carregando uma bacia, brinquedos de borracha e produtos para crianças de até cinco anos de idade.

— Para que tudo isso? – a ex-Castellan perguntou assustada, e um pouco risonha. Ver seu ex-marido agindo como um pai de primeira viagem era algo engraçado e completamente impagável, visto que Hermes agira da mesma forma atrapalhada e exagerada quando Luke nascera, o que a divertia e muito. Sem contar, que nessa época era bom tê-lo ao seu lado, diferente de agora.

— Só estou garantindo que meu neto terá tudo que ele precisar. – Hermes argumentou enchendo o peito de orgulho, e fazendo com que May revirasse os olhos.

— Okay, Sr. Eu-Sou-O-Melhor-Avô-Do-Mundo, me ajude a encher essa banheira. – a mulher pediu e com o olhar fez com que Luke lhe desse espaço no box.

May não tomou a dianteira, como fizera quando Peter chegara chorando. Na verdade, ao perceber o interesse de Luke em cuidar de seu próprio filho, a mulher passou a ditar os passos e cuidados que o mais novo deveria ter ao dar banho no pequeno Chase. E como se toda a sua vida dependesse daquele momento, Luke prestara atenção em cada misero detalhe, tentando ao máximo fazer tudo certo.

— Agora você pega a toalha e o enrola. – May ditou, orgulhosa com o desempenho de seu filho.

Hermes, que se limitara a assistir a tudo o que acontecia, estendeu o pedaço de pano verde para Luke, e o ajudou a enrolar Chase, quando o Castellan mais novo o erguera da banheira, fazendo com que Peter risse e batesse palmas, por conta da altura em que estava sendo elevado.

— Ele já está até rindo! – o Castellan mais velho observou feliz com a cena, e Luke limitou-se a abrir um sorriso singelo e pequeno, de canto de boca.

— Agora você o deitará no meio da cama e o trocará. – May ditou os próximos passou de Luke, e ele os orquestrou com maestria.

Quando Peter já se encontrava no meio da cama, e com viera ao mundo, May entregou uma fralda descartável a Luke, este que instantaneamente arregalou os olhos, e perguntou:

— E agora?

— Você coloca! – May exclamou com obviedade, e Luke a questionou com o olhar, e como ela se fez de desentendida, ele teve de externar a sua dúvida.

— Eu sei, mas... Como é que se coloca essa coisa? – Hermes jogou a cabeça para trás rindo, e May o acompanhou de forma mais discreta.

— Para de rir, pai. - Luke pediu ao perceber que  a risada de Hermes tinha se intensificado. - Isso não tem graça!

— Não? - o Castellan mais velho perguntou incrédulo, e May soltou outra risadinha. - Isso é a coisa mais engraçada que eu já vi! Agora eu sei porque você ria quando era eu quem estava trocando as fraldas do Luke.

May negou com a cabeça, com um sorriso ladino querendo vir à tona quando se lembrou da primeira vez que Hermes trocará Luke.

Na época, o homem não tinha a menor noção do que estava fazendo. E além da clara inexperiência com crianças, Luke era bem menor que Peter  no momento, um recém-nascido para falar a verdade, um pouco maior que a palma da mão de Hermes,  este  que morria de medo de machucá-lo, por isso exagerava nos cuidados e acabava por pagar micos todas as vezes que resolvia cuidar do mais novo.

— Você fez o maior escândalo na primeira vez, Hermes. - May acusou risonha, e o mais velho  fechou a cara, mesmo sabendo que era a verdade.

— E não era para menos... - o homem iniciou sua defesa - O adesivo grudou no cordão umbilical. Você queria que eu fizesse o quê?

May voltou a negar com a cabeça e complementou:

— Só não precisava chorar. As entranhas do Luke não sairiam se você desse uma puxadinha de leve no adesivo da fralda. - dessa vez quem riu foi Luke.

— O senhor chorou? - o mais novo perguntou incrédulo e o mais velho fez cara de ultrajado.

— Não foi exatamente um choro...

— Claro, que não! Estava mais para as Cataratas do Niágara em um dia chuvoso. – May debochou e Luke jogou a cabeça para trás rindo. – E é claro que eu não posso me esquecer que ele ficava murmurando como um mantra: Eu sou um péssimo pai, ou... Esse menino vai morrer na minha mão. – a mulher o imitou ao colocar a mão na testa e fingir soluços esporádicos.

As risadas seguiram intensas, enquanto May voltava a auxiliar Luke na tarefa de trocar Peter, mais memórias sobre a infância de Luke na Itália afloraram, como os primeiros passos do rapaz, assim como suas primeiras palavras, e quando se deram conta, Peter já estava completamente vestido e aparentemente faminto, visto que o pequeno quase engolia a sua mão direita.

— Agora, você irá preparar a mamadeira dele. – May disse saindo do quarto com Hermes e Luke, este último com Peter nos braços, em seu encalço.

— Faz para mim, mãe. – o loiro mais novo pediu de forma manhosa, e May o olhou debochada.

— Não foi você quem aceitou tirar o Peter da mãe? Agora arque com as consequências. – a mulher fez questão de alfinetar, fazendo com que Luke rapidamente se colocasse no seu lugar.

— Então, me explica como se faz. Por favor! – Luke pediu e Hermes logo se candidatou para segurar Peter, visto que naquele momento o pequeno estava quieto.

Luke e May foram para a cozinha e a mulher, como fizera com o banho e com a troca de roupa, fora ditando os movimentos que seu filho teria de seguir.

A ex-Castellan ensinou-o a escaldar a mamadeira nova, explicando os perigos que Peter corria caso tal ação não fosse feita. Depois explicou quantas mililitros eram necessários para três colheres de leite em pó, e mostrou como seu filho deveria medir a temperatura do leite, caso contrário ele correria o risco de queimar a boca do mais novo.

De volta a sala de estar, May pegou Peter no colo, e pediu que Luke se sentasse.

— Agora, você vai apoiar a cabeça dele com o seu cotovelo e com o antebraço, evitando que ele engasgue. – Luke rapidamente posicionou seu braço da forma que sua mãe orientara, e a olhou esperando o possível movimento – Aproxima a mamadeira da boca dele, e pode deixar que ele faz o resto.

Luke fez o que foi dito, e não se surpreendeu quando Peter agarrou a mamadeira como um naufrago agarra um bote salva-vidas.

— Ele estava com fome, hein! – Hermes soltou admirado com a voracidade que o pequeno sorvia o leite, e May o olhou debochado.

— Ele deve estar sem comer há horas. Vocês deveriam ter perguntado a Annabeth antes de tirá-lo dos braços dela. – May soltou inconformada, e Hermes revirou os olhos, não querendo que aquele assunto voltasse à tona.

— Esse assunto de novo não, May. – o homem rapidamente se levantou, a fim de intimidá-la, mas May não moveu um músculo em sinal de defesa – O que está feito está feito, e nada mudará isso. Entendeu?

— Você é ridículo, Hermes. Ridículo! – May gritou e saiu pisando duro em direção ao seu quarto.

O Castellan mais velho também bufou resignado e foi para o seu quarto, desejando um boa noite atravessado para Luke, este que se limitou a acenar com a cabeça, e esperar que seu pai também sumisse pelo corredor dos dormitórios.

— Hey, Peter, eu sei que essa família é meio louca e tudo mais, mas eu garanto que eles já te amam. – o loiro sussurrou próximo ao ouvido do mais novo, fazendo com que as atenções do menor voltassem para ele. - Assim como eu.

Os olhos azuis opacos de Peter rapidamente se conectaram com os de Luke, e gradativamente, enquanto o liquido da mamadeira era sorvido com rapidez, o mais novo caia no sono, fazendo com que o Castellan suspirasse de alivio, sabendo que tinha feito algo certo.

Quando Peter já estava dormindo, Luke deixou a mamadeira de lado e se levantou com o maior cuidado possível para que assim o pequeno não despertasse. Com cautela e sem fazer o menor ruído, o mais velho se encaminhou para seu quarto, onde depositou Peter em seu mais novo berço.

— Durma bem. – o mais velho sussurrou e rapidamente deixou o quarto, visto que tinha de arrumar a bagunça que ficara na cozinha.

Depois de arrumar tudo o que bagunçara durante os seus cuidados com Peter, Luke voltara para seu quarto e rapidamente se permitiu perder alguns minutos debaixo de uma ducha quente, esta que fora abruptamente interrompida, quando a culpa ameaçou recair sobre os ombros do rapaz.

— Ele também é meu filho. Eu tenho o direito. – o Castellan repetiu tais palavras cerca de cinco vezes seguidas para não correr até o telefone e implorar o perdão de Annabeth. O loiro sabia que o que tinha feito a distanciara ainda mais de si, mas o fato de ter Peter consigo parecia compensar todo o resto.

O silêncio já reinava no apartamento de May, quando Luke se deitou, e no exato momento em que o rapaz se renderia ao sono, o choro de Peter ecoou alto e estridente pelos quatro cantos do local, fazendo-o despertar assustado.

Em questão de segundos, uma May assustada e de pijamas irrompeu pela porta perguntando o que tinha acontecido, e Hermes também não demorou muito para se fazer presente, e quando o fez, questionou:

— O que é que ele quer agora?

— A mãe, talvez. – May soltou ácida, caminhando em direção ao berço, mas antes que ele pudesse chegar em Peter, Luke o fez e o pegou nos braços.

— Eu já falei que não vou discutir esse assunto, May. – Hermes soltou impaciente, enquanto o choro de Peter se intensificava em níveis alarmantes.

A ex-Castellan esqueceu-se momentaneamente do choro de seu neto, e rapidamente voltou-se na direção de Hermes, e com o dedo em riste iniciou a discussão que o homem tanto evitava ter.

Os gritos e as acusações dos dois somados ao choro de Peter, faziam com que Luke tivesse a sensação de que iria enlouquecer, e enquanto ele tentava ninar o mais novo, ele tentava também acalmar os ânimos de seus pais, mas nada do que ele fazia parecia surtir efeito.

A única certeza que o rapaz tinha naquele momento era a de que a noite seria longa. Muito longa.


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Notas finais do capítulo

Sei que o capítulo está meio parado, mas é que o anteriores tiveram emoções demais kkkk

Espero que tenham gostado. Deixem comentários, pois eu lerei a todos e tentarei responder aqueles que apresentarem dúvidas quando ao desenrolar da história.

Beijos e que os deuses os protejam.


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