Andando calmamente pelas “ruas” de Veneza, três figuras vestidas de preto davam passos largos, mas, mesmo com salto, não faziam sequer um ruído. Kyra olhou a água do lado da “calçada”, pensando como era engenhosa aquela ideia de se locomover com barcos pelas “ruas”, os humanos sempre a surpreendia.

– É aqui. - Aponta Roxy em uma voz baixa e firme. A ruiva parou em um tipo de casa antiga, assim como todas, mas as amigas sabiam que era diferente por ter tantas câmeras e uma rede elétrica. - Há alguns seguranças que trocam de turnos em mais ou menos quinze minutos. Acho que os ladrões também sabem disso e estão preparados.

– Acho que já posso voar. - Fala Kyra, sentindo seu estômago mais calmo. O portal que Raven abrira as fez querer andar para sentir o chão firme aos seus pés, tentando ver ser o enjoo passava.

Sem falar nada, as três olham ao redor e voam para cima da casa. Vendo os seguranças andarem como pequenas bonecas em uma casinha.

– Lembrem-se que ainda temos que ser discretas. - Lembra Kyra, chamando um pouco de nuvens grossas, caso a S.H.I.E.L.D. usasse satélites naquela cidade.

– Kyra, você esqueceu que não há paparazzis, aqui?! - Exclama Roxy revirando os olhos.

– Sorte nossa. Acho que o diretor do nosso tempo não aguenta mais os processos que as PPGS têm que enfrentar. - Diz Raven rindo ao se lembrar de quebrar as câmeras dos fotógrafos que viviam atrás delas nas missões que eram divulgadas aos públicos.

– Thor disse que viu minha mãe. - Conta Kyra sorrindo feliz, as amigas se olham não entendendo a graça daquilo.

– Deve ser bom ter uma família perfeita. - Diz a filha de Loki duramente, mas com um aperto no coração.

– Perfeita?! Por favor, você acha que só você, Poderosa Raven, tem problemas?! Eu nunca vi meu pai também! Já você teve a honra de ver ele pelo menos nos pensamentos da sua mãe! Eu, nem uma foto tive! Nem Asgard eu pude colocar os pés! Minha mãe fugiu, pois viu Thor com uma humana no trono depois dele lhe dar ideias que poderia ser ela ao seu lado! - Conta Kyra em um só fôlego tudo que sempre quis dizer a prima. Roxy só observava se mostrando neutra. - Eu tenho uma família aqui. Eu tenho você e sei que, assim como eu, Raven, você daria a vida por mim, assim como pelas garotas. Eu sinto muito se fiz alguma coisa, ou disse algo, que a magoou, todavia sei que, independente de sangue, somos uma família.

– Chega Kyra! Sentimental! - Fala Raven com a voz embargada e sem olhar para a prima. – Entendi, ok?! Eu e você não somos tão diferentes.

– Ei! Será que dá pra, por favor, pararem! - Pede Roxy e as duas olham para a ruiva, que tinha uma mão limpando os olhos.

– Está chorando? - Perguntam as primas abismadas.

– Não. Uns ciscos caíam nos meus olhos. - Fala a ruiva se virando de costas para elas.

– Acho que ela tá na TPM. - Fala Kyra e Raven concorda com a cabeça.

– É. Tentando Parar com a Melancolia. – A loira de mechas verdes riu junto com a prima.

– Chega! Parem de ser chatas! - Fala Roxy se virando para as amigas e não gostando de ser o alvo das piadas. - Que tal nós pensamos em nos dividir, pois os ladrões vão chegar logo?!

– Certo! Vamos lá! – Fala Kyra.

A casa era um antiquário, possuidor de grandes quadros de artes famosas e únicas e mais, basicamente, de joias raras. Uma sombra tremulou no salão principal e com ela saíram três figuras de preto de aparência masculina.

– Já desliguei os alarmes. - Confirma Joe, que desliga por meio e seu minicelular.

– Então vamos logo com isso! - Manda Perseu, como sempre, sem sentimentos na voz.

– Como se tivéssemos algo melhor para fazer. - Fala Erick revirando os olhos, guiando eles até a uma sala, que tinha um grande cofre em ferro. Erick se prepara para retorcê-lo como todos os outros, mas uma voz o para.

– Parece que eles não se separaram. - Fala uma voz feminina e os três se viram e olham, vendo três figuras de preto também, menores do que eles. - Minha visão está embaçada, mas acho que eles são mutantes.

– Mutante ou não, vamos prendê-los logo! - Fala Kyra, indo para frente de um, que ergue os punhos para ela. Esse era Joe, que adorava uma boa briga. - Olhe, podemos fazer isso do jeito mais fácil ou difícil, vocês quem sabem.

– E como seria o jeito mais difícil, gracinhas?! - Pergunta Perseu ironicamente, mas com um toque de malícia. “Garotos”, pensa Raven.

– A minha mão na tua cara, seu imbecil! - Fala a loira de mechas verdes olhando-o zangada. - E eu torço que sejam idiotas a ponto de quererem nos enfrentar. Então... Decidam logo!

Perseu revirou os olhos, “Que garota petulante!”, ele pensou vendo os olhos verdes dela, parecem fuzilá-lo por um segundo, depois demonstrava surpresa. Raven não sabia como, mas não conseguia ler a mente deles. Era algo que a incomodava, mas Roxy a alivia.

– Eles têm chips na cabeça. - Fala a ruiva, indo ficar do lado de Kyra. Roxy usava seus óculos de Raios-X. - E aí?! Já decidiram ou vamos nos sentar para um chá?!

Os garotos se olham, sorriem e correm para cima das garotas. Perseu foi para cima de Raven, fazendo um feitiço que era para a garota desmaiar assim que ele a tocasse com seu braço, que tinha uma chama azul, mas a loira de mechas verdes pareceu mais curiosa do que amedrontada, quando segurou a mão dele com força a ponto de Perseu gemer de dor.

– Argh! Como você...?

– Também tenho meus truques, palerma! – Raven disse ainda torcendo a mão do garoto.

– Ah! A gata é perigosa! – Perseu adorava provocar, assim como todos os outros, e a garota ficava irritada. Raven desapareceu e reapareceu atrás do garoto, deixando-o confuso, e lhe deu um soco, que foi bloqueado e ele torceu seu braço, fazendo-a ficar de costas para ele e sussurrou em seu ouvido. – O que você é?

– Uma ilusão. – Ela disse e sumiu da vista do castanho, surpreendendo-o. Ele se virou, recebeu um soco no rosto e a luta continuou.

Joe ficou com Kyra, tentando usar suas técnicas de combate com ela, que só o olhava desviando, a loira queria cansá-lo antes de acabar com aquela brincadeira.

– Como é, loira, é só bonita ou sabe lutar?! – Joe tentava desferir seus golpes, mas Kyra desviava.

– Fica só esperando, idiota! – Ela o fuzilava com os olhos enquanto desviava de um chute.

– Uh! A lindona banca a difícil! – Joe provocava, mas Kyra só se continha para não liberar a força de Asgard sobre o moreno.

Erick começou uma luta corpo a corpo com Roxy, que, em um momento, os capuzes deles caíram. O loiro tinha que admitir que, mesmo sendo pequena, a ruiva era habilidosa. Ele não queria machucá-la, só tirá-la de seu caminho para poder fazer o que foram mandados, roubar.

– Então você é um mago ou algo do tipo?! - Diz Raven vendo Perseu usar outro feitiço, que parecia um choque elétrico no corpo da loira, mas não doeu tanto quanto ela pensou. Para a surpresa do garoto, aquilo o irritou e o alegrou, pois fazia anos que ele nunca tinha tido um companheiro que o fizesse querer usar seus poderes por completo.

– Olhe, sinto muito, mas isso vai doer. - Fala Kyra vendo Roxy com problemas em parar o seu adversário e resolve acabar logo com o seu, dando um soco nele, que fez Joe cair no chão com força.

– Garota fortinha. - Fala ele grogue, tendo certeza que via estrelas antes de fechar os olhos.“Brilha, brilha estrelinha”.Ele pensou zonzo, antes de desmaiar.

– Nem vem, Kyra! - Exclama Roxy lutando com o loiro, que não sorria, só queria que ela desistisse, antes dele a ferir.

– E o que eu faço? - Pergunta a loira vendo a prima se desviar de objetos na sala que voavam em sua direção. Raven parecia analisar cada magia que vinha de Perseu, “É interessante ver um mago da Terra.”, pensou a garota.

– Descubram o que eles estavam querendo roubar. - Manda Roxy se desviando de uma rasteira que Erick tentou dar para fazê-la cair no chão. A ruiva dá uma cambalhota e cai em pé, recomeçando a briga.

Kyra viu que o garoto que ela havia feito desmaiar tinha um celular e começou a “cutucar”, em meio ao barulho de coisas quebrando e golpes sendo desferidos.

– Parece que eles querem uma pedra. - Fala Kyra ouvindo um barulho no corredor. - Não deve ser nada demais. Vamos logo com isso, sim?!

– Falar é fácil. - Diz Roxy com o garoto em cima dela, que tentava paralisá-la, mas ela usa seu corpo, empurrando-o para longe e se levanta.

– Que tipo de pedra? - Pergunta Raven, se desviando de uma energia lançada por Perseu, que acertou uma parede e a corroeu.

– Não sei. Não diz. Só fala que está no cofre e que deve ser manejada com cuidado. – Kyra lê o SMS.

– Chega! - Exclama Raven, fazendo aparecer pulseiras como as do pai e colocando rapidamente nos pulsos de Perseu, que fica chocado por não sentir seus poderes. - Que pedra estão procurando?

– Gata, não vou... - Antes de Perseu se negar a falar, Raven o segura pelo pescoço e lhe olhar tão friamente que o fez engolir um seco e levar a sério. - Eu… Não sei. Só pegamos. - Fala o garoto com a voz cortada.

Raven o segura pelo braço e se teletransporta para dentro do cofre, vendo só um vidro em cima de uma mesa com uma pedra branca, que a filha de Loki ficou feliz por não ser ela.

Erick tenta dar um golpe na garota, que se desvia de novo. Então ele faz o que achava ser sua única opção, revestir seu corpo com uma camada a mais de “dureza”. Quando Roxy se vê atrás do loiro, ela tenta sufocá-lo. Ela sente uma cabeçada em sua boca, que a faz cair no chão como se fosse um soco da própria Kyra.

– Você… Me descul... - Erick não sabe o que falar. Ele se sentiu péssimo por machucar uma garota, mas primeiro por machucar uma pessoa. Ele, assim como Joe e Perseu, não gostava de ferir pessoas.

Raven aparece de novo, já podendo ouvir os seguranças a caminho e ela abre o portal na sala, os levando, sem avisar, de volta para a S.H.I.E.L.D.

Como seus poderes estavam um pouco delicados naquele momento, ela percebe que leva um tempo até eles chegarem à base secreta da ilha.

~~x~~

– É. Acho que foi assim que aconteceu. – Kyra termina de contar com um ar pensativo, vendo se faltava alguma parte. Elas estavam no quarto que dividiram na noite anterior.

– Que legal! As três saem em uma missão e nos deixam pra trás! - Fala Luna sarcástica, cruzando os braços para as amigas.

Roxy não falava nada, ainda estava meio aturdida com aquilo de ter sido ferida. Fazia anos que ela não se feria em luta, mas estava pensando que exagerou no excesso de raiva, “Preciso me manter mais controlada”, a ruiva pensou. Raven estava com a mente longe, com pensamentos desconexos, que só giravam em torno de um nome. “A Pedra de Éris”. Seus poucos livros que trouxeram não tinha tanta informações como ela queria e era certeza que precisava de mais.

– Bom, eu não ia querer ir mesmo! Fala sério! Aquele buraco negro que a Raven faz para “viajar” é horrível! - Exclama Lilith e Luna concorda.

– Quando vamos poder ir embora? - Pergunta Jéssica o que todas esqueceram na lista de prioridades. - Gosto mais do nosso tempo. Tem a mamãe e o papai de verdade lá.

– Eu também quero a minha mamãe! - Fala Cindy fazendo bico, as garotas se olham meio desesperada da pequena querer chorar.

– Mas logo vamos voltar, querida. - Fala Marie pegando a loirinha no colo e abraçando-a. - Tenho certeza que sim.

– Isso mesmo. - Confirma Kyra com dó da pequena. - O que nos volta à S.H.I.E.L.D., que disse que ia nós ajudar.

– Voltando um pouco a conversa. Precisamos saber o que esses garotos, ou agentes... Tanto faz. - Fala Roxy dando de ombros. - Estão escondendo, pois se eles trabalham para um inimigo, há necessidades da nossa intervenção.

– Como assim? - Pergunta Luna confusa, não aparentando ser a única.

– Eu já disse que tive uma visão deles indo roubar a tal pedra... E era uma visão de aviso, como se algo estivesse escondido por trás dela. - Diz a ruiva com um ar de mistério na voz, o que fez todas ficarem caladas pensando naquilo.

– Bom. Sabemos que sua mãe é a melhor no interrogatório. - Fala Lilith para a ruiva que crispa os lábios com aquilo, mas não fala nada. - E é aparentemente ela que está com esses garotos.

– Cara, vou te falar. Os vilões desse tempo podem não ser muito espertos, mas são uns gatos. - Fala Luna se lembrando dos garotos. - Até o pai da Raven é mais bonito que a maioria dos mocinhos.

– Ei! - Exclama Raven não gostando de ver o nome do seu pai na conversa, mas não disfarçando o sorriso de concordância.

– Eu também acho. E você Kyra? O que acha do titio? - Pergunta Lilith sorrindo marota, vendo a loira ficar corada com aquela pergunta nada discreta. Marie tentava não chamar atenção também. Ela, como Kyra, não gostava daquelas conversas.

– Sei lá. - Fala a filha de Thor dando de ombros, mas claramente sem graça.

Cindy e Jéssica se olharam não entendendo o que as mais velhas estavam dizendo, só sabiam que era interessante poder as ouvir.

– É isso! - Exclama Raven se levantando rapidamente. - Ele deve saber. Vem Roxy!

– Calma... - A ruiva não pode terminar de falar, pois sente ser teletransportada para outro lugar. - Onde estamos?

– Na área mais vazia dessa base. – A loira de mechas verdes fala simplesmente, vendo logo quem ela queria.

– Olá, senhor. - Fala Roxy educada como sempre.

– Em que posso lhes ser útil? - Pergunta Loki sem emoção na voz. - Não é como se eu tivesse algo melhor para fazer mesmo.

– Quando vai parar de tentar me manipular?! Isso não funciona. - Diz Raven revirando os olhos e vendo o pai rindo depois, uma risada curta, que geralmente arrepiava a espinha dos inimigos. Loki olhou para a ruiva, que parecia tranquila, pois conviver com Raven e seu sarcasmo tinha a aflorado, havia a ensinado a não levar tudo a sério, como ameaças de morte, antes delas serem amigas. - Recapitulando, eu vim te dar a honra da minha presença, pois preciso saber de algo.

Loki ergueu uma sobrancelha, como se perguntasse que honra a filha estava falando, pois Raven falava tão calmamente e normalmente, que não parecia uma brincadeira. Roxy segurou a risada, pois sabia que a amiga aprendeu com ela aquele jeito de ser superior e sem demonstrar o que queria dizer ou saber.

– E o que seus livros, que tanto lê, não lhe respondem? - Pergunta Loki, vendo as duas se sentarem nas caixas que estavam ali. - E o mais importante. O que eu ganharia ajudando você?

– Bom. Eu tenho muitos motivos, mas vamos ver o primeiro. - Fala Raven contando nos dedos. - Numero um, o senhor está aqui para ajudar e se não o fizer, vai para a cadeia de Asgard, e... Acredite, ela não tem tanto luxo quanto essa sua “penitencia” na Terra. Eu sei disso...

– Como sabe? - Pergunta Loki curioso, interrompendo a filha.

– Eu já fui presa, ora essa. - Fala Raven revirando os olhos como se aquilo fosse uma coisa super comum. – Ah! Não comece com as perguntas. Faça-me o favor. Outra hora eu conto, se eu quiser, é claro. E provavelmente vai para a prisão de segurança máxima. Boa sorte, você vai precisar. Fui pra lá. – Ela disse com um misto de sarcasmo e seriedade.

– Raven, seja educada com seu pai, criatura! – Roxy exclama baixo, mas Loki ouviu e quis rir da filha do Stark, que parecia uma versão de mãe mais nova das garotas. Raven revira os olhos com as atitudes de sempre da amiga.

– Tá, tá, “mamãe”. - Cede a loira de mechas verdes, antes de a ruiva começar a falar sem parar. - Onde eu estava mesmo?! Ah! Sim. Bom. O que você pode ganhar em me ajudar? Vamos lá... O que eu posso te dar em troca...?! - Fala Raven consigo mesma e vendo o pai sorrir imenso. – Não, nada de liberdade para o senhor “dominar o mundo”. Patética essa ideia a meu ver.

– Porque não deixa os livros que trouxe com ele?! – Roxy propõe baixinho agora no ouvido da amiga ao ver Loki furioso e indignado.

– Isso. - Fala Raven feliz pela ideia da amiga e falando para o pai sua proposta. - Mas se não estiver interessado, pode voltar aos livros da S.H.I.E.L.D. sobre... O que são mesmo? Ah! Sim! Sobre humanos e mortais. - Diz a garota rindo do mesmo jeito de Loki e claramente manipulando o pai.

– O que deseja saber? - Pergunta Loki, para acabar logo com aquelas verdades indesejadas que a filha jogava na cara dele.

– O que sabe sobre a Pedra de Éris? – Raven pergunta séria, analisando cada gesto do pai.

– Isso é uma lenda. - Fala Loki com algumas coisas que sabia sobre a mitologia grega. - Há muitos anos, na antiga Grécia, um imenso meteoro caiu sobre a cidade. Ele possuía um poder inigualável. Mineiros o haviam encontrado e o esculpiram em formato de uma joia, para dar para o imperador. Esse imperador ficou admirado com tamanho poder, praticamente vivia daquela pedra... O filho do imperador ficou curioso, assim como os grandes generais dos exércitos e conselheiros, isso tudo gerou uma grande briga entre eles. Batalhas sangrentas foram travadas.

– E o que aconteceu com ela? - Pergunta Roxy já em um estado crítico de ansiedade.

– A filha do imperador viu que era tamanho poder que a pedra exercia e ordenou para que a atirassem em um vulcão. - Continua Loki, vendo as duas se olharem com preocupação quando ele falou “vulcão”. - Todos pensaram que Éris, a deusa grega da discórdia, havia enviado essa pedra para que os gregos destruíssem uns aos outros. Portando, deram o nome da joia de "Pedra de Éris"... Mas não havia sido destruída com o vulcão, permaneceu lá por anos... Bom. É o que dizem. E eu soube que a maioria das guerras humanas tinham tanta raiva e ódio, que até poderiam ser causadas por causa dessa pedra.

– Ela tem algum poder em especial? - Pergunta Raven não se controlando também, sua ansiedade era palpável.

– Além de controlar as mentes mais fracas?! Deixe me ver... - Fala Loki sarcástico, por ser o momento de ele ter uma informação que elas precisavam. – Ah! Sim. Ela suga o que lhe fortalece, basicamente, é claro.

Roxy suspirou com pesar, tentando manter a mente aberta para aquela probabilidade de ser a mesma pedra que a S.H.I.E.L.D. estava procurando no tempo das garotas.

– É o suficiente. - Fala Raven abrindo sua bolsa e pegando um quadrado pequeno preto. Ela digita alguns números e o quadrado gira rápido, fazendo sair como um pulo um livro preto pequeno com aparência antiga. - Pegue esse por enquanto. – Ela o entrega para Loki, que o examina com cuidado. - E se ousar arranhar, sujar, ou deixá-lo cair, eu arranco sua pomba de macho alfa em um segundo. – Ela e o pai se fuzilavam com o olhar e Roxy só estava lá no meio da guerra.

– É um livro, garota! Eu sei o valor deles. - Fala Loki, já abrindo as páginas com um brilho no olhar.

Roxy saia com a amiga, de volta para o quarto das garotas, quando se lembrou de algo.

– Luna tinha razão... Seu pai é um gato. - Fala a ruiva não olhando a amiga nos olhos, mas estava com um sorriso maroto.

– Credo! - Exclama Raven fingindo que ia vomitar. - Ia gostar se eu falasse assim do seu? E... Ele, futuramente, tem dona!

– Uh! Protegendo o patrimônio da sua mãe? - Roxy dá de ombros para o primeiro comentário, rindo da expressão matadora da amiga, que fez alguns agentes se afastar ao vê-las passando.

– Protegendo minha existência! – Raven falou brincando, ainda com um olhar matador, mas rindo por dentro.