Teoria Do Azul escrita por Ster


Capítulo 1
Azul Celeste


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
Tudo é narrado no ponto de vista da Victoire.



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No verão de 2013 Victoire Weasley quebrou o braço de James Potter.

Por mais que ela dissesse que foi sem querer, ninguém acreditava nela. Seu suposto primo chorou, escandalizou e fingiu desmaiar e tudo mais, tudo para que todos desconfiassem mais ainda da índole de Victoire. A verdade é que ela nunca foi muito fã de James. Odiava quando ele ficava pulando em poças d’água, mastigava de boca aberta ou ria escandalosamente quase derrubando a casa. Mas sua irmã Dominique idolatrava o primo.

Vick tinha a leve impressão de que James Potter era daquele jeito por influência.

Ela achava muito estranho um garoto ter um brinco no nariz. Parecia um boi. E não melhorava muito sua aparência o lado esquerdo de sua cabeça raspada e o resto azul. Victoire retorcia seu pontudo nariz ao ver suas roupas amarrotadas e seu coturno tão sujo que parecia ter sobrevivido décadas. Quando ele sorria, Rose ficava vermelha e Dominique ofegava. Roxanne ficava com ciúmes quando Lily sentava em seu colo e James também, apesar de demonstrar isso empurrando a irmã ou fazendo alguma palhaçada para chamar a atenção do melhor amigo, que poderia ser considerado um irmão.

– Me empurre mais uma vez e sofra as consequências, Sirius! – gritou Lily.

– Não me chame de Sirius, você não pode me chamar assim... AI! ME SOLTA, ESTÁ DOENDO! – gritou James enquanto Lily agarrava suas madeixas acobreadas com força. – LÍLIAN!

– Eu até poderia rir se não visse isso todos os dias. – resmungou Alvo, brincando com a barra de sua camiseta.

– ME SOLTA, QUE INFERNO! – berrou James.

– Lily, solte seu irmão. – a voz dele era calma, gentil e influente. Era doce e autoritária, ninguém pensaria duas vezes em negá-la. Lily olhou-o com admiração, um pouco contrariada, mas soltou seu irmão e voltou para seu colo.

– Você é quase o irmão mais velho deles, não é? – sorriu Dominique, balançando seus pés sob o balanço do jardim d’A Toca.

– Quase isso. – sorria ele. Era natural. Era como se o sorriso sempre estivesse ali, pronto para ser solto. James colocou as mãos na cintura e sorriu enormemente como sempre fazia, erguendo o queixo em tom de superioridade.

– Ele é nosso irmão, Dom.

– Não é não. – Vick disse, e todos a olharam. De imediato ela arrependeu-se de ter dito, mas era tarde demais para arrependimentos. Não desviou o olhar desafiador de James, apesar de estar com os olhos semicerrados por conta do sol que queimava o rosto deles. Ela colocou suas madeixas louras atrás das orelhas e aguardou James responde-la de forma malcriada.

– Claro que é! Ele vive na nossa casa e chama nosso pai de pai. E mamãe sempre diz que ele é como se fosse seu filho. – retrucou James. Mas Vick não conseguia se concentrar com o olhar perfurante do metamorfomago diante dela, com as mãos na bermuda jeans.

– Ainda assim ele não é seu irmão. Não é assim que as coisas funcionam. – rebateu Vick.

– Ignore Victoire, qualquer coisa que não seja do jeito dela está errado. Complicada e perfeitinha. Implicante e chatinha! – debochou Louis, sentado ao lado de Roxanne. Todos riram, menos o garoto e Victoire.

– É, implicante e chatinha. Não, melhor, implicante e CHATONA! – gritou James, mostrando a língua e ficando vesgo. Victoire raramente perdia o controle, mas com seu primo Potter isso era algo comum. Não pensou duas vezes ao se levantar e jogar James no chão, e quando deu por si, tinha torcido o braço dele com tanta força que acabou quebrando. A bronca que recebeu de sua mãe foi tão longa quanto o berro de James no jardim. Sua mãe odiava quando ela não se comportava como uma garotinha educada e refinada.

Ela até tentava, mas Victoire não tinha a menor paciência pra isso.

– Ei, psiu. – Todos estavam no jardim, apenas Vick estava dentro da casa, observando a louça se lavar sozinha. Sua avó sempre fora tão boa em feitiços domésticos, até tentava ensinar sua mãe, mas ela era tão teimosa quanto a própria Victoire. A garota loura virou-se para a porta e viu o garoto de madeixas azuis celeste, sorrindo. – Não se sinta mal por ter quebrado o braço dele. James é a pessoa mais difícil de lidar no mundo.

– Eu sei disso.

– Não melhor do que eu.                               

– Ok.

– Ok. – ela reprimiu um sorrisinho quando ele riu. – Você é bem durona, né?

– Você acha?

– Acho.

– Então eu sou.

– Ok.

– Ok. – Edward, Teddy, Lupin, Cabeção ou Picolé Azul. Havia vários nomes para defini-lo, mas ainda assim nenhum era bom o suficiente. Ele era magnifico, brilhante e altruísta. Todos confiavam e gostavam dele. Ele era a educação moldada pela rebeldia. Era uma chama ardente entre chuviscos rápidos de uma garoa sem fundamentos. O que fazia os outros desistirem o fazia suspirar e inspirar-se. Corajoso, determinado, solitário e azul. Em vários tons. Do mais claro ao mais escuro, todas as escalas e tonalidades do azul.

A teoria da cor azul.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?