“Hoje, desejei “bom dia” as estrelas e “boa noite” ao sol.
Caminhei pelo céu, olhando o chão.
Sorri para tudo, pensando em nada.
Escutei o canto das árvores e o farfalhar dos pássaros.
Senti café, tomando amor.
Passeei pelo tempo, contando o parque.
Encontrei minha vida segurando você.”

Arthur não pôde conter um sorriso após terminar de ler o bilhete -altamente- romântico. Era parte do charme francês do namorado escrever-lhe tais coisas melosas como pedido de desculpas por se atrasar em algum encontro, ou quando brigavam e, as vezes, quando ia pedir-lhe algo difícil. Entretanto, aquele pequenino pedaço de papel continha muito mais do que simples palavras de cortejo.  Um lindo anel dourado acompanhado de um narciso e uma rosa, flores da sua amada terra, vinham junto com ele. No verso, escrito com a caligrafia impecável, lia-se.

“Chorei com os sinos, ouvindo a felicidade.
Declamei meu silêncio, te vendo em votos.
Encarei tua boca, beijando teus olhos.
O arroz molhou nossas vestes e o champanhe pinicou nossas peles.
Prometi você, rodopiando a eternidade.
E tudo por que o anel no seu dedo foi colocado.
Dormindo vi a realidade, que acordado, sonhava.” -Francis Bornneyfor

-Aceito.- Virou-se, abraçando o loiro mais alto, enterrando o rosto no peito dele. As lágrimas escorriam por ambas as faces, um riso em conjunto ressoou pelo ambiente. -Aceito, seu tonto viciado em vinho!- Pela janela de vidro, uma rajada de vento açoitou as plantas, fazendo borboletas voarem para todos os cantos. -Aceito participar de tua loucura.

-E assim, fez-se louco, aquele são. - Sussurrou, tomando-lhe os lábios em um beijo tenro.
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