PV EDWARD

Vi Isabella estacionar seu carro no estacionamento da escola. Dois meses haviam se passado e nada dela considerar minha oferta de amizade, o que já estava me deixando triste, todos lá em casa já haviam percebido isso, e ficaram tristes junto comigo, eles também acreditava na minha teoria de que Isabella era uma boa pessoa apesar dela aparentar o contrário, menos Eliza que ainda acha que Isabella é realmente uma vadia dissimulada como costuma a se referir a Isabella. Pensei triste indo em direção a minha sala de aula. Mas logo me animei um pouco quando lembrei que era aula de biologia e eu fazia dupla com Isabella nessa aula. Quem sabe se eu insistir mais uma vez ela acaba cedendo meu pedido de amizade.

Depois daquela denúncia tenho de apurar se realmente tem alunos consumindo drogas dentro dessa escola, mas se eu pego um aluno infringindo a regra debaixo do meu nariz é expulsão na hora.- pensou o direito vindo no corredor da minha sala e logo em seguida Isabella passa na minha frente e eu seguro o braço dela para que pare de andar.

— Ei! – reclamou Isabella da minha abordagem repentina e até um pouco grossa, mas eu não tinha tempo, se eu apenas falasse ela nem pararia para me ouvir.

— Escuta. –soou urgente e Isabella pareceu perceber que a situação era séria- Se tiver drogas aí com você se livra agora. – sussurrei num tom que só ela ouviria.

— E porque eu faria isso?

— Ouvi os pensamentos do diretor agora pouco.

— Ouviu? – disse Isabella surpresa.

— É, eu leio mentes e alguém fez uma denúncia de que tem alunos usando drogas aqui na escola, ele vai fazer uma revista surpresa em todos os pertences dos alunos. - digo olhando para o diretor que estava chegando perto da gente.

— Tenho de avisar meus amigos. – diz Isabella começando a ir em direção à entrada da escola, eles nunca entravam na sala de aula antes do sinal tocar, parece que faziam questão de ser chamados a atenção pelos professores com relação a atrasos.

— Não há tempo, muita gente está te vendo aqui agora, e você não poderá sair usando sua super velocidade, vai levantar suspeitas. E se for na velocidade humana não vai dar tempo.

— Mas eles vão ser expulsos e...

— E nada. Agora jogue rapidamente essas porcarias no lixo. – soou sério e ela relutantemente foi até a lixeira, se livrou das drogas de forma bem discreta e voltou até onde eu estava.

Bem na hora o sinal tocou.

— Agora venha o professor Molina está logo ali.- e caminhamos em direção a nossa sala que estava a poucos passos dali.

— Espera eu posso ligar e avisar para eles.

Mas quando Isabella pegou o celular foi bem na hora que os amigos dela apareceram, a sala deles eram a quatro salas antes da nossa e o diretor os mandou entrar, entrando juntos com eles. A sala deles seria a primeira ser vistoriada.

— Droga! Não dá mais tempo. – lamentou Isabella.

Pensei em dizer sinto muito, mas na verdade eles mereciam esse castigo. E quem sabe assim eles paravam de usar drogas também.

Entramos na sala de aula e sentamos em nossos lugares no fundo da sala. O professor entrou e começou a aula, Isabella não estava dando a menor atenção ao que o professor explicava. Ela devia estar se concentrando em ouvir o que acontecia na sala dos seus amigos.

Quase no final da aula o diretor entrou na nossa sala e vasculhou nossos pertences e não encontrando nada.

— Porque fez isso por mim? – me perguntou Isabella quando o diretor saiu da sala num tom inaudível para humanos.

— Você podia ser expulsa. – respondi usando o mesmo tom.

— Para mim tanto faz, eu sempre tenho que recomeçar em outro lugar mesmo, mais ou menos dia não faria diferença. – disse Isabella dando de ombros.

— Sei disso Isabella, mas sei também que quanto mais demorar num mesmo lugar melhor é, sempre é ruim recomeçar.

Eu e minha família sempre ficávamos tristes quando tínhamos que mudar para recomeçar em outro lugar. Principalmente quando gostávamos do lugar em que estávamos como Forks, por exemplo.

— Já me acostumei. Mas mesmo assim obrigada pelo que fez.

Fiquei surpreso por ela agradecer. Isso mostra que minha teoria está certa. Isabella não é uma pessoa ruim. Ás vezes sua máscara cai e ela revela a boa pessoa que é.

— Me agradeça aceitando minha amizade, acho que já dei provas de que é sincera.

— É Cullen você conseguiu o que tanto queria, satisfeito?

Espera ela estava aceitando. Será que entendi direito mesmo?

— Isso quer dizer que...

— Amigos? – diz Isabella estendendo sua mão em minha direção.

— Amigos. – peguei sua mão e senti aquela descarga elétrica de novo, a sensação era tão boa, Isabella parecia ter sentindo também, pois até deixou um sorriso angelical tomar conta de seus lábios perfeitos e fiquei encantado com esse sorriso dela.

O celular dela vibrou e ela soltou minha mão e eu imediatamente lamentei a perda de contato.

Era uma mensagem, como estávamos bem próximos consegui ler a mensagem. Eu estava sendo bisbilhoteiro eu sei, mas não consegui evitar.

Eu e nossos amigos fomos expulsos. Sorte sua gata, você foi à única que escapou. Nos vemos mais tarde? James.

Isabella após ler a mensagem que James enviou, guardou o celular sem responder.

Será que Isabella deixaria de ser amiga deles agora?

Olhei seu semblante e estava triste.

— Você não tem culpa alguma, eles escolheram esse caminho.

— Mas eu podia ter evitado.

— Não sem se expor Bella.

— Bella?

— Er... não posso? Isabella é um nome lindo, mas é tão formal.

— Isso quer dizer que eu posso te chamar de Ed também?

— Que tal começar por Edward primeiro. – tento barganhar, eu não gosto que me chamem de Ed.

— Relaxa, se não quer ser chamado de Ed eu não chamo Edward.

Gostei do jeito que meu nome soou em seus lábios.

— Obrigado, mas isso significa que eu não vou poder te chamar de Bella também?

— Não necessariamente.

Ela não disse, mas acho que havia gostado do apelido que dei a ela.

— Combinado Bella.— dou bastante ênfase no Bella.

E ela sorriu de novo, e fiquei encantado de novo, ela tem o sorriso tão lindo que o farei aparecer mais vezes.

Hora do intervalo e vi Bella sentar sozinha na mesa dos fundos, onde costumava ficar com seus antigos amigos que foram expulsos da escola.

Mas eu não a deixaria sozinha ela era minha amiga agora então eu a chamaria para se sentar com minha família.

— Oi! – digo ao parar em frente a sua mesa.

— O que faz aqui? – perguntou Bella rudemente.

— Pensei que tínhamos superado essa fase.

Bella estava tão legal na aula de biologia, porque isso agora?

— Sabe que sou assim se não gosta é só deixar de ser meu amigo.

— Não depois de ter demorado tanto a conseguir isso.

— Cada um gasta seu tempo com o que quiser.

— Vamos venha se sentar comigo e minha família. – ignoro seu comentário.

— Não acho que seja bem-vinda lá.

Minha família com exceção de Eliza também gostaria de se aproximar dela, mas não acredito que Eliza faria nada a Bella depois daquela conversa que eu e ela tivemos.

— Confie em mim mais uma vez.

— Ainda assim acho melhor não.

— Sabe que posso ser insistente quando quero, não sabe?

Bella suspirou se rendendo.

E chegamos à mesa onde minha família estava.

— Rá, ganhei!

— Ganhou o que Emmet? – perguntei curioso.

— Eu apostei que você conseguia a amizade de Isabella com Jasper e eu ganhei a motocicleta dele.

Não acredito que eles fizeram isso. Pensei extremamente irritado com eles dois.

— Sua instância era uma aposta, não acredito nisso Edward. – diz Bella magoada.

— Eu não sabia de nada Bella. Eu posso até ler mentes, mas não fico grudado neles vinte quatro horas por dia, certamente eles fizeram esse aposta idiota quando eu não estava por perto. – expliquei, mas ela pareceu não acreditar.

— É verdade Isabella, meu irmão não sabia se soubesse não teria concordado. – garante Alice.

— E além do mais aprenda uma coisa desde já sobre o Emmet e Jasper, eles apostam por tudo, eles são capazes até de apostar em que segundo a próxima folha daquela árvore vai cair. – Rosalie aponta a árvore pela janela.

— É um hábito antigo deles. Eles têm mania de apostar. – completou Jacob se lembrando de que eles apostaram se eu arrancaria a cabeça dele ou não se um dia Jacob viesse a namorar Eliza.

— É Bella desculpa a gente. – pede Emmet já usando o apelido que eu dei a ela.

— Garanto que Edward não sabia de nada. – diz Jasper.

— Ok. – disse Bella e eu respirei aliviado.

— Sente-se Bella. – e puxo a cadeira para ela.

— Ninguém mais hoje em dia faz isso. – comentou Bella se sentando.

— É meu sogro aí é um tanto antiquado. – Jacob tira sarro de mim.

— Mesmo? Nem deu para perceber. – Bella soa irônica, mas dessa vez em forma de humor e todos sorriram, menos Eliza que aliás não disse uma palavra até agora.

Olhei para ela preocupado.

Não farei nada, mas isso não significa que eu a aceite.— Eliza fala a mim por pensamento.

Eu apenas assenti discretamente para minha menina. Isso já era um começo.

— Bella me mata uma curiosidade. 

— Depende do que seja Jasper.

— No dia do encontro lá no píer não a vimos se aproximar como conseguiu fazer isso? 

— Eu tenho um escudo mental, que bloqueia dons mentais.

— Isso explica eu não conseguir ler sua mente. 

— Mas isso não explica não termos sentido sua aproximação aquele dia. – diz Jasper.

— É que eu posso tornar meu escudo mental em algo físico e assim posso prender alguém nele ou colocá-lo a minha volta e assim bloqueando o som do meu coração, da minha respiração, dos meus passos e meu cheiro.

— Nossa bem poderoso esse seu dom. – comentou Emmet impressionado.

— Além de Edward alguém mais de vocês tem dom? – perguntou Bella curiosa.

— Eu sou um empata, sinto e manipulo as emoções do outros. – disse Jasper.

— Eu vejo o futuro. – disse Alice.

— Isso que é dom! – comentou Bella impressionada.

— É mais ou menos, eu só vejo decisões, então sem as tomadas de decisão meu dom é inútil.

— Ainda sim, saber o que estar por vir, poder evitar tantos problemas, ou resolvê-los da melhor forma possível. Ver se algo dará errado ou não, mesmo com restrição, ainda sim você tem um excelente dom.

— Vendo assim é bom mesmo. – concordou Alice.

— E a baixinha aqui nos fez ter uma enorme fortuna com seu dom ela sempre vê o que acontece na bolsa de valores. – diz Emmet.

— Hum, acho que te pedirei umas dicas para investir meu dinheiro Alice.

— Claro que posso te dar umas dicas, e do que vive Bella? Às vezes trabalha ao invés de cursar o ensino médio?

— Não, vivo dos rendimentos da minha herança.

— Seus pais eles ... Sinto muito.

— Lamente apenas por minha mãe Alice.

— Ah! Seu pai é vampiro óbvio que está vivo, onde ele está? – perguntou Alice.

— Mas alguém tem dom? – diz Isabella mudando o assunto, deixando claro que não queria falar de seu pai.

Quem seria? Será que o conhecemos? Mas eu não a forçaria a contar não agora que finalmente conseguimos sua amizade. Com o tempo talvez Bella viesse a se abrir conosco.

— Eu sou mais forte que qualquer vampiro, que tal uma queda de braço para te provar, hein Bella? – propôs Emmet.

— Ah não, gosto do meu braço onde ele estar. – disse Bella divertida e acabamos rindo com ela.

Primeiro meu pai, agora meus tios e até Jacob, mas a mim Isabella nunca vai enganar ela não presta e não há quem faça me mudar de ideia.

Olhei para Eliza triste por seus pensamentos, mas ela desviou o olhar.

— Onde vai? – perguntou Jacob quando Eliza se levantou.

— Pegar mais suco para ver se esse sanduíche desce. – disse Eliza olhando para Bella, deixando claro que não se tratava do sanduíche o seu comentário.

— Eu preciso ir à biblioteca, com licença. - diz Bella saindo rapidamente da mesa constrangida pelo comentário de Eliza sem dar a menor chance de que alguém a impedisse de ir.

— Eliza você me prometeu. – digo triste com a atitude dela.

— Desculpa, mas não dá. Como podem cair na dela? – Eliza soa indignada.

— Já passou pela sua cabeça que você pode ser a única errada.

— Ou a única certa. - me rebateu Eliza.

E caímos em silêncio.

Eu não queria perder a amizade de Bella, mas também não queria minha filha de mal comigo. Como manter o equilíbrio entre as duas coisas?