PV EDWARD

Depois de cento e cinquenta anos retornamos a Forks, tempo o suficiente para que voltássemos sem sermos reconhecido por ninguém. Adoramos esse lugar por vários motivos, um deles porque a cidade chovia e era nublada quase todos os dias do ano, eu, meus pais e irmãos não tínhamos que nos preocupar com o sol, então podíamos sair por aí sem se preocupar que nossa pele brilhe que nem diamante. E também pela história que essa cidade tem para meu pai, Jacob e depois do imprint de Jacob com Eliza, a todos nós.

O sinal da escola tocou me fazendo sair de meus pensamentos.

— Vamos Edward. – me chama Jacob, eu estava nessa aula com ele.

Eu, meus irmãos, Jacob e Eliza, tínhamos a eterna aparência de adolescentes então para mantermos o disfarce humano tínhamos de sempre nos matricular nas escolas das cidades para qual nos mudávamos.

— Vamos. – sairmos para encontrar meus irmãos e Eliza que deveriam estar indo ao refeitório também.

— Uma híbrida? – sussurrou Jacob a mim só para confirmar mesmo, olhando para a aluna nova que entrou no segundo semestre.

— Sim. – digo surpreso, em todos esses anos nós nunca encontramos um híbrido, eles são bem raros.

Ela direcionou seu olhar ao meu certamente porque nos ouviu falar.

Nossa! Mais que lindos olhos castanhos escuros parecem chocolate derretido.

— Devemos falar com ela. – sugere Jacob e eu rompi a conexão do meu olhar com o dela instantaneamente sentindo falta.

— Por quê?

— Alertá-la.

— Sobre a matilha. Se ela mata humanos para se alimentar é melhor alertá-la que está em risco antes que ataque algum humano aqui. — concluiu Jacob em pensamento.

Assenti e andamos até ela.

— Preciso te dar um aviso. –Jacob fala rude.

O olhei o repreendendo.

— Aviso? – Ela disse com sua voz doce e encantadora.

Jacob apenas assentiu.

— Você tem o cheiro bom, amadeirado, é diferente, mas é bom. – ela comentou se inclinando em direção a Jacob para sentir melhor o cheiro dele, não sei por que, mas me incomodei  com essa aproximação dela a Jacob.

— Fica longe do meu marido. – Eliza fala brava vindo rapidamente até nós se colocando ao lado de Jacob.

A garota fez sinal de rendição com as mãos, mas tinha um sorriso cínico nos lábios carnudos e avermelhados. Nossa! Será que há algo nela que não seja perfeito pensei olhando discretamente para ela de cima a baixo desde seus lindos cabelos castanhos avermelhados a corpo perfeito. Quando voltei meus olhos ao seu rosto ela estava com sobrancelha ligeiramente arqueada para mim ao notar minha análise.

Rapidamente me recompus, Jacob estava se explicando para Eliza então felizmente eles não perceberam o que aconteceu agora.

Céus! O que está dando em mim? Depois de Elizabeth eu nunca mais reparei em mulher alguma.

— Então...- ela chama a atenção de Eliza e Jacob, porque claramente a minha ela já tinha- Eu tenho mais o que fazer do que ficar vendo essa ceninha ridícula de “DR” de vocês.

— Ora sua vadia.

— Eliza! – a repreendi e Jacob passou um braço pela cintura de Eliza a mantendo no lugar.

— Tenho algo a dizer, mas aqui não é lugar para isso. – diz Jacob olhando para os lados e tinha alguns estudantes nos observando.

E vi o diretor se aproximando de nós, mas ele estava tranquilo não havia percebido a tensão entre nós.

— Olá! Senhorita Isabella Swan. Gostando da escola? Sei que aqui deve ser bem diferente do Chile, mas acho que logo se acostuma.

— Acho que me adaptarei bem, já estou até fazendo amigos. – Isabella se vira um pouco para nós e nos olhando com cara de deboche e volta a olhar para o diretor com um belo sorriso nos lábios.

O que deixou o diretor até um pouco deslumbrado, mas rapidamente ele se recompôs.

— Que bom! Os Cullen e o Black são excelentes alunos será uma boa companhia a você, as pessoas em Fork são bem hospitaleiras.

— Percebi. – Isabella fala com o tom um pouco irônico, mas que passou batido pelo diretor.

— Qualquer coisa já sabe onde me procurar. – ele apontando para a sala dele no fim do corredor.

— Sei sim senhor diretor, obrigada.

— Tenham um bom dia! –  nos deseja o diretor e nós agradecemos.

— Hora e local Black. – diz Isabella de forma seca, quando o diretor já estava longe da gente.

— Às vinte e duas horas vá até o píer e ande dez quilômetros a leste é uma área isolada nenhum humano vai lá, sabe onde fica o píer?

— Não, mas é só seguir o rastro do seu cheiro irresistível. – Isabella fala provocando.

Eliza fez menção de avançar nela novamente.

— Não cai na dela amor. – sussurrou Jacob no ouvido de Eliza que se acalmou.

— Até mais tarde então. – Isabella fala de forma sensual e passou do meu lado raspando seu corpo no meu, senti uma descarga elétrica por todo meu corpo que o fez praticamente vibrar. Mas que raios foi isso que eu senti? Nunca senti nada igual nem mesmo nos meus momentos mais íntimos com Elizabeth. Céus! Essa mulher está me deixando doido só pode, me fazer compará-la com minha Elizabeth tão pura e boa ao contrário de Isabella que é cínica e dissimulada. Estupidamente linda eu admito, mas sem nenhum pingo de caráter.

— É uma vadia mesmo que dá em cima de todos. - diz Eliza indignada com Isabella.

— Já chega amor, veremos qual é a dela hoje e dependendo do que seja ignoramos a existência dela. – diz Jacob abraçando Eliza por trás.

—Pa.. er Edward.- Eliza se corringi, ela não podia me chamar de pai na escola alguém podia ouvir- O que acha dela? Os pensamentos dela é tão ruim quanto o comportamento dela?

Pensamentos? – pensei chocado ao me dar conta disso só agora. Eu estava tão vidrado no corpo e reações de Isabella que nem percebi que não li sua mente.

— Eu não li os pensamentos dela. – fingi não ter sido pego de surpresa por Eliza agora.

— Como assim? Se você ler mentes o tempo todo.

— Eu não ouvi nada é como se eu não pudesse ter acesso à mente dela. – expliquei tentando conter minha própria surpresa, até hoje ninguém foi imune ao meu dom.

— Droga! E agora? Eu contava com você para ver se Isabella irá dizer a verdade hoje á noite. – diz Jacob frustrado.

— Bom infelizmente não vou poder ajudar, mas levaremos Jasper ele pode nos dizer se Isabella falará ou não à verdade por meio do dom dele.

— Boa ideia! – Jacob fala um pouco aliviado.

— Vamos, temos de encontrar os outros e falar sobre Isabella.

Às vinte e duas horas em ponto estávamos no lugar marcado, a minha família toda quis vir, e Jacob e toda a matilha na forma humana também, eu achei isso um exagero.

— Eu ainda acho desnecessário todos aqui. Isso pode intimidá-la.

— Não se preocupe Cullen nada me intimida. – diz Isabella surgindo entre ás árvores nos surpreendendo, ninguém a viu se aproximando, mas como? Era o que todos se perguntavam mentalmente.

— Então qual o aviso que queria me dar Jacob? 

— Antes de dizer tenho uma pergunta. Você mata humanos para se alimentar?

— E isso te interessa por quê?

— Dependendo de sua resposta você continua viva ou não.

Isabella apenas gargalhou.

E Sam se irritou e se transformou em lobo deixando Isabella surpresa.

Sam rosnou querendo avançar em Isabella. Mas não pôde porque Jacob o pediu calma e ele tinha de obedecer o alfa.

— Vocês têm um bichinho de estimação interessante.

Ao dizer isso Isabella olhou para o céu e em seguida para Sam em forma de lobo.

— Não é uma criança da lua.- Isabella constatou- Então o que é?

— Somos lobos quileutes ou transformo. – respondeu Jacob ignorando totalmente o que ela acabou de dizer de Sam. Ele estava decido a não se irritar com ela.

— Interessante! Muito interessante! – diz Isabella se aproximando de Sam e alisando o pelo dele. Sam grunhiu raivoso se afastando do toque dela.

Essa garota não tinha o menor senso do perigo, não?

Leah com ciúmes se transformou e avançou em Isabella que rapidamente a golpeou e arremessou Leah em direção às arvores, os demais lobos com exceção de Jacob se transformaram e cercaram Isabella.

— Gente não é para tanto. – falo subitamente preocupado com Isabella, mas a mesma não parecia estar com medo algum.

— Deixa pai essa vadia merece uma surra.

— Jacob viemos apenas conversar com ela.

— Isabella começou Edward.

— Seja racional Jacob, Isabella só estava sendo curiosa.

— Ok, saiam de perto dela. – ordenou Jacob.

— Jack. - Eliza fala revoltada e seguida de um rosnado de Leah que também não gostou.

— Edward está certo.

— Pena que me tiraram a diversão. - diz Isabella quando os lobos se afastaram dela.

— Você não ia se divertir.

— Ah! Não duvide disso Jacob. – Isabella soa divertida, mas no fundo ela me pareceu estar falando sério.

Pela minha filha acho que Isabella não teria tantas chances assim contra todos os lobos. Sei o que uma híbrida pode fazer e já vi os quileutes matar vampiros antes, eles são verdadeiras máquinas de matar.

— Existimos para matar vampiros. – explicou Jacob a Isabella.

— Não me parecem tão bons já que os Cullen ainda estão vivos? E se não sabe sua esposa é parte vampira.

— Claro que sei, mas temos um motivo para existir protegemos humanos de serem mortos por vampiros e híbridos, mas os Cullen estão vivos porque eles não matam pessoas.

— Protege humanos, mas não os semelhantes de vocês do mundo animal. – Isabella fala sarcástica.

— Já chega Isabella.- Jacob fala perdendo a calma.

— Calminha Jacob. – diz Isabella irônica.

— Então se alimenta de humanos ou não?- perguntou Jacob ríspido.

— Não. – ela me pareceu sincera.

Jacob olhou para Jasper discretamente e ele assentiu dizendo que Isabella falava a verdade.

Menos um problema.

— Desde quando se alimenta de animais?

Vi um lampejo de tristeza passar pelos olhos de Isabella antes dela responder.

— Fui acostumada a sangue animal desde que nasci, desde que eu esteja bem alimentada é fácil resistir ao sangue humano. Pela sua esposa você deve saber que nossa sede é menos intensa que a de um vampiro.

Jacob assentiu.

— É venenosa? – perguntou Jacob apenas para checar, Eliza não era, mas não sabíamos se todas as fêmeas híbridas não eram também.

— Não.

— Está sozinha?

— Sim.

— E sua família?

— Estou sozinha e ninguém virá se juntar a mim. – diz Isabella seca.

— Onde eles estão? Porque veio sem eles?

— Não interessa, será apenas eu nessa cidade isso é tudo o que precisam saber.

— Ok e ficará muito tempo? – perguntou Jacob ignorando a evasiva dela.

— Nunca tenho muito tempo para ficar na mesma cidade, como sabem eu não envelheço.

— Certo. Quero avisá-la que não vá a La Plush lá é território nosso.

— Não faço questão alguma de ir lá. – desdenhou Isabella.- Mas alguma pergunta senhor Black?

— Isso é tudo.

— Ótimo. – diz Isabella correndo floresta adentro.

Emmet soltou um silvo surpreso.

— Isabella é mais rápida que você filho. - diz papai surpreso.

— Isso é impressionante mesmo, até hoje não vi ninguém que pudesse me superar nesse quesito. E também novamente não consegui ler a mente dela, ela realmente me bloqueia.

— Isabella deve ser um escudo mental então. 

— Acredito que esteja certo pai.

— Não a vimos se aproximar também. Como ela fez isso? – perguntou Rosalie, mas ninguém tinha ideia.

— Isabella tem segredos demais. – diz Alice.

— Uma ameaça com certeza.– garantiu Jasper.

Tantos anos forçado a servir num exército de vampiros fizeram os instintos de Jasper ficar afiados, ele sempre sabe quando alguém pode ser um perigo.

— Isso explica Isabella não ter se intimidado ao ser cercada pelos lobos.

— Realmente ela pareceu segura de que sairia ganhando numa luta com eles. – concordei com mamãe.

— Edward você acha que aquela lá sairia ilesa num confronto com todos nós. - Leah fala incrédula quando todos os lobos já haviam voltado à forma humana.

Eu assenti.

— Você já nos viu em ação Edward sabe que poderíamos pegar Isabella facilmente. – diz Sam.

— Além de força e agilidade acima do normal para uma híbrida que ela demostrou ter agora, Isabella tem dons, o que a daria uma boa vantagem, se eu fosse vocês não a confrontaria gratuitamente.

— Aquela lá não nos põe medo Edward. - disse Paul.

— Conhecemos mais da nossa natureza do que vocês, o aviso está dado.

— Meu filho está certo. – reforçou Carlisle o que falei.

E eles consideraram o aviso. Nossa intuição podia estar certa.

— Bom não há nada mais para fazer aqui, vamos para nossas casas então? 

Todos concordaram com Jacob e cada um foi para casa refletindo sobre Isabella, ela é intrigante demais.