Dracolândia escrita por malukachan


Capítulo 4
Capítulo 4 - Cogumelo da paz




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Seguiu o mais tranquilamente possível pela estrada azul indicada pelo gato. Ainda não havia percebido nada estranho, o que agradecia de todo coração a todos os magos possíveis (até mesmo Godric). Mais a frente havia um pequeno jardim que chamou sua atenção. As flores pareciam ter vida, um cheiro suave chegava ao seu nariz melhorando um pouco seu humor. Era um perfume de sol, brisa e primavera. Nunca havia pensado que estas coisas possuíam cheiro, mas era o que vinha à sua mente enquanto se inebriava com o magnifico odor.

Enquanto prosseguia o jardim terminou e logo uma mata apareceu e começou a aumentar e ficar mais densa, já não conseguia ver muito bem à frente. Ficou preocupado em não conseguir encontrar a lagarta que o Severus-Gato lhe informou no meio daquele matagal todo. O cheiro das flores estava mais forte agora, mas não lhe incomodava.

Escutou uma voz macia chegar aos seus ouvidos, virou em todas as direções procurando de onde vinha aquele som delicado. Então, após um sorriso travesso, uma rosa vermelha apareceu à sua frente se erguendo toda aberta da grama alta à frente. Aparentemente pensava que se abaixar na grama era brincar de esconder. Sorriu pensando que diferente dele as outras coisas belas (sim ele era belo, quem duvidava disso ainda?) não eram muito brilhantes (bem diferente dele e bem entendido isso, certo?)

- Olá pequeno, que tipo de flor é você? – a rosa perguntou.

Draco arregalou os olhos ao ver o tamanho da flor em sua frente. Olhou ao redor atônito e só então percebeu que a mata não havia aumentado, ele que diminuíra e que ainda estava no jardim, percebia isso ao melhor observar a posição das plantas e por ver enormes rochas (na realidade deveriam ser pequenas pedras brancas, ele sabia disso, afinal ele conhecia jardins... pequenos jardins... depois pensava nisso) que estavam em linha reta e que ele imaginava delimitarem a área plantada. Tocou em seus braços, seu rosto. Graças a Merlin tudo parecia o mesmo (que perda para o mundo se houvesse danificado alguma coisa). A diferença é que agora ele era do tamanho de um rato (Urgh!).

"E agora como eu faço pra crescer de novo?"

Escutou um pigarro delicado e novamente olhou para a rosa que chamava sua atenção. A rosa de repente pareceu muito feia e sem qualquer sinal de beleza. Fechou a cara olhando-a superiormente ao reconhecê-la.

- Weasel-Fêmea. – pronunciou como se tivesse nojo. Draco não gostava de Gina porque ele a considerava uma traidora do sangue (o ciúme que tinha de Harry nada tinha a ver com isso, claro!). Nunca aceitaria a mínima impressão de beleza nela, mesmo que fosse uma rosa. O perfume que antes achara delicioso parecia azedo agora.

A rosa parou de sorrir pressentindo o antagonismo daquela flor estranha.

- Então, - ela disse, já não tão delicadamente como havia feito antes – que tipo de flor é você?

- De um tipo único e especial. – respondeu arrogante – Do tipo incomparável, inigualável e insuperável.

- Mas... Que cheiro doce é esse que sinto de você? – A Gina-Rosa insistiu franzindo, o que pareceu a Draco, um nariz odioso e disforme.

- Perfume Francês, importado, criado exclusivamente para mim – sorriu debochado – você nunca teria dinheiro para comprar. E mesmo que tivesse jamais conseguiria.

Não foi necessário obter a explicação através de um desenho para a pequena rosa entender que Draco estava sendo rude (maldoso, cruel, mas quem está contando?). Após ouvi-lo se dirigir a ela de forma tão desdenhosa ela fechou a cara e cruzou os braços.

- Olha... – começou a Rosa-Gina pensando em ofendê-lo da mesma forma. Rosas são criaturas tolinhas que se retirarem dela sua beleza nada mais possuiriam pra diferenciá-las das outras flores (Isso lembra alguém, mas quem? Não tenho a mínima ideia...)

- Não tenho tempo para seres insignificantes. Adeus. – Draco cortou a rosa afastando-se dela com um sorriso triunfante.

Notou outras flores aproximando-se com cara de poucos amigos, afinal a Rosa era considerada a Rainha das Flores (Rainha? Ela? Hahaha...). Reconheceu algumas, andavam sempre com Gina e pertenciam à casa da Grifinória, que começaram a lhe dizer desaforos sem sentido (como assim ridículo, feio e sem graça? Essas flores devem ser malucas), mas não ficaria ali para ver no que isso ia dar.

Elas ficaram mais agitadas e lhe pareceu que removiam as raízes da terra e iriam atrás dele. Correu com o máximo de velocidade que pode com suas pequenas pernas sem olhar para trás. Ainda escutava as vozes alteradas, só pareciam ficar mais baixas até cessarem de vez conforme se afastava. Continuou correndo por via das duvidas (já falei que um Malfoy não tem medo e cautela com aquelas gigantonas malcriadas nunca era demais), até se deparar com um cogumelo enorme que brilhava em diversas cores.

Aquele lugar estava cada vez mais estranho, não ia pensar nisso agora, queria era voltar para o castelo e se afastar de toda aquela loucura. Ia contornar o cogumelo quando escutou uma voz arrastada e preguiçosa, como se o dono tivesse acabado de acordar.

- Quem é você?

Olhou para os lados, para cima e para baixo, olhou atrás do caule do cogumelo para ver se ali havia alguém escondido, por fim desistiu. Não encontrou quem falava. Já achava que era o cogumelo que começara a falar (o que não seria nada estranho comparado com o que já tinha visto), portanto havia procurado até um rosto nele e nada!

Uma cabeça pendeu na beirada do cogumelo olhando-o de ponta cabeça e soltando o que pareciam ser pequenas nuvens da boca.

- Não acredito! – Draco arregalou os olhos com a visão – Professora McGonagall?

A lagarta sorriu debilmente e piscou os olhos, primeiro o esquerdo e depois o direito como se realmente estivesse para adormecer. A cabeça sumiu e Draco escalou o cogumelo para conseguir chegar perto da professora.

- Ah, olá – disse a lagarta como se não o tivesse visto agora mesmo embaixo do cogumelo – Quem é você?

- Professora, está tudo bem? – o loiro encarou a Lagarta-McGonagall que sorria como se estivesse alucinando após beber muito hidromel (e de baixa qualidade para deixa-la neste estado) misturado com uísque de fogo.

Foi então que viu um narguilé ao lado da lagarta e arregalou mais os olhos. Então entendeu porque a professora estava estranha e o que eram aquelas nuvens que ela soltava ao vê-lo no chão. Draco estava em choque (você também não ficaria em ver Minerva McGonagall doidona?).

- Professora?

- Oh, - a Lagarta-McGonagall olhou-o novamente – Você está sentindo a mudança do cosmo? As estrelas se alinhando e fazendo tudo parecer certo? Os astros se unindo para trazer as bem-aventuranças e iluminando nossos átomos com a sabedoria dos milênios? Se fechar os olhos poderá assistir a colisão elétrica das pequenas células mentais criando energia sinérgica alimentando a inteligência comunitária de todos os seres que vive, já viveram e viverão em todas as dimensões deste multiverso bifocal.

- Er... – Draco não sabia o que responder, somente pensava em se afastar para evitar arder nas chamas quando ela sofresse combustão espontânea por possuir maluquice demais dentro de um único cérebro.

Então a lagarta começou a falar:

Ah, vocês podem me achar pouco atraente,
Mas não me julguem pela aparência
Vou virar uma borboleta
E a todos encantar.
Podem aguardar
Minhas asas vão brilhar
Porque sou a lagarta da paz
E dou de dez a zero em qualquer um.
O céu vou desvendar
E o universo vou escutar
É só me observar
Que vou mostrar os lugares para onde irei
E nenhum de vocês
Comigo levarei
Porque eu sou a lagarta da paz
Sou a única, sou especial
E a todos vou hipnotizar
Esperem para ver.

Draco reconheceu nas palavras da Lagarta-McGonagall-Doidona alguma coisa do discurso que o chapéu seletor deu em uma das aberturas do ano letivo, achou que mesmo ele se envergonharia do que seus pobres ouvidos acabaram de escutar.

- Professora McGonagall, essa foi a coisa mais sem noção que já escutei. E olha que escutei e falei muita coisa, e vi outras mais, desde que cheguei aqui.

A Lagarta-McGonagall apenas riu, talvez nem sabendo realmente sobre o que ele falava.

Foi então que Draco se tocou com quem estava.

- À direita da lagarta! – falou alto, fazendo com que McGonagall o olhasse entre curiosa e divertida.

Sorriu satisfeito consigo mesmo por se lembrar do que o gato falara, mesmo depois de toda a insensatez que a lagarta dissera conseguira manter a lucidez no final. Ignorando a professora desceu do cogumelo.

- Bom, vou indo. Tchau.

- Espere! – a lagarta chamou. – Pegue! Um presente por me escutar.

Draco olhou desconfiado para o pedaço de cogumelo que a Lagarta-McGonagall lhe entregava.

"Era o que me faltava. Um cogumelo da paz?"

- Obrigado? – disse incerto.

- Vai te ajudar... Vai pela sombra gafanhoto. Não se esqueça de buscar o que deseja senão nunca achará o que procura.

Olhou para a professora como se ela tivesse duas cabeças, o que talvez fosse o que ela estivesse vendo em todos, por isso aquele sorriso idiota na cara.

Tomou o caminho à direta e jogando todas as preocupações e receios de lado, deu uma mordida no cogumelo da paz que a Lagarta-McGonagall lhe deu.


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