Dracolândia escrita por malukachan


Capítulo 2
Capítulo 2 - Pela ponte do rio que cai




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Não tinha certeza há quanto tempo estava ali encostado deixando o pensamento voar livre, se distraindo de todos os problemas que carregava no momento. Olhou para as árvores analisando as texturas diferentes dos troncos comparando com o que conhecia dos livros de Herbologia, notou os diferentes tons de verde de uma árvore para outra, os tamanhos, as linhas nas folhas, as frutas.

Acompanhou durante um longo tempo as formigas que carregavam sua comida em uma linha ordenada. Todos juntos em prol de algo maior. Analisou diversas nuvens e em pelo menos quatro de cinco achou que seus formatos possuíam algo relacionado a Harry Potter.

Agora que estava mais calmo conseguiu pensar melhor no assunto que o levara até ali e tentar entender o lado do moreno, apesar de ainda não achar que era uma boa ideia abrir para todos o relacionamento dos dois. Se parasse para pensar bem, a partir do momento em que aceitou o pedido de namoro já devia ter imaginado que nada seria o mesmo novamente. Principalmente porque uma hora Harry ia querer que todos soubessem (maldita sinceridade Potter).

Encostou a cabeça no tronco em que estava e fechou os olhos apenas escutando o som que o vento fazia ao passar pelas folhas e dos pequenos animais que se aventuravam tão próximos do fim da floresta proibida.

Perdeu totalmente a noção do tempo. Estava cansado, talvez fosse melhor voltar para o castelo e conversar com o namorado. Talvez se falasse em vez de gritar Harry fosse mais receptivo aos seus argumentos.

Neste momento escutou um barulho estranho e virou a cabeça para o jardim. Estava tudo tranquilo, nada fora do normal, apenas alguns alunos, mas longe demais para que os ouvisse. Escutou o barulho novamente. Dessa vez reconheceu o som de um galho quebrando sob o pé de alguém. Virou para a parte mais densa da floresta e surpreso viu Hermione Granger caminhando para dentro da mata.

Alguma coisa não estava certa. Como ela chegou ali sem que ele a tivesse visto?

Bem, cada um com seus próprios problemas. Se ela não o atrapalharia, ele também a deixaria em paz. Observou a garota melhor enquanto ela se afastava... Por que ela estava usando orelhas de coelho? Notou quando a orelha mexeu, levantou sua sobrancelha surpreso.

"Será que ela foi enfeitiçada por alguém?"

Um dos maiores problemas de Draco Malfoy era a sua curiosidade excessiva. Levantou limpando a roupa. Viu que a garota entrava mais na floresta proibida e gritou:

- GRANGER!

A garota não se deu ao trabalho de virar. Bem, ela que se virasse sozinha então. Ninguém podia dizer que Draco Malfoy não havia tentado. Já ia se sentar novamente, mas ao lembrar-se de Harry suspirou derrotado. Começou a andar na direção em que Hermione fora.

"Potter você ainda vai me transformar em um Lufano."

Hermione já estava bem adiantada, mas de longe Draco ainda conseguia ver as grandes orelhas brancas mexendo. Imaginava quem teria feito aquilo e se lhe ensinariam o feitiço. Era muito engraçado.

De repente se viu de frente a uma ponte estranha. Toda feita de pedra, não parecia ser muito longa, conseguia divisar um jardim do outro lado. Flores coloridas, grama verdinha, o sol parecia brilhar diretamente lá. Tinha certeza (ou quase) de que não existia uma ponte daquelas dentro da floresta proibida e muito menos um jardim daqueles.

Mas ali estava ele encarando a dita ponte.

"E agora?" Pensou.

Viu a garota já no meio da ponte e voltando a ficar irritado deu o primeiro passo, o segundo. Era difícil de acreditar, mas Draco Malfoy perseguia Hermione Granger com intenção de ajudar.

"Esse mundo está completamente perdido!"

No começo era uma ponte normal, como qualquer outra, mas conforme se movimentava parecia se tornar mais e mais comprida. Não percebeu logo de cara, mas pelo tanto que havia percorrido já deveria estar do outro lado. Mal divisava as orelhas de coelho.

Ia virar para trás e voltar, já fizera muito só em seguir Hermione agora deixaria que a sangue-ruim se virasse sozinha, quando notou algo mais pra frente. Continuou andando para saber o que era e viu uma pequena mesa de chá com bonecas e ursos sentados nas cadeiras.

"O que uma coisa assim está fazendo aqui?"

Um pouco mais para frente tinha um armário, ao se aproximar viu se tratar de uma cristaleira de vidro toda decorada com diamantes e rubis. Arregalou os olhos. Não era exatamente o tipo de coisa que se perdia ou deixava no meio do mato.

Andando mais um pouco havia um balão que flutuava parado no mesmo lugar com borboletas de asas completamente brancas volitando ao seu redor. Nunca vira borboleta de asas brancas, disso tinha certeza.

"Acho que é uma espécie nova..."

Continuou andando, Hermione levemente esquecida. Estava curioso, não conhecia muitos lugares assim. Mesmo no mundo mágico. Precisava tomar nota de tudo o que estava vendo.

"Será que consigo encontrar a ponte, mais tarde, sozinho? Se eu somente contar ninguém vai acreditar, eu não acreditaria..."

Analisava o valor de sua descoberta. Por que é mais do que lógico esperar ganhar algo com aquele trabalho todo que estava tendo só para ajudar a amiga do namorado.

Foi nesse momento que Granger voltou à sua mente e não se sentiu nem um pouco culpado. Ela bem podia ter parado quando chamou.

"Pensando nisso, estou cansado."

Sentou em uma cadeira que estava logo à frente e pegou um livro que tinha na mesa ao lado. O nome do livro era "Como Evitar Que Um Hipopótamo Dance Balé Com Um Jacaré".

"Que nome mais bizarro! Como se isso fosse possível."

Levantou e voltou a andar. O fim, apesar de parecer próximo, nunca chegava. Parou no meio (ou ao menos ele achava que era o meio) da ponte e decidiu que definitivamente ia voltar. Mal conseguia enxergar Hermione e estava cansado.

Virou-se apenas para ver a ponte começar a desmoronar em sua direção. Com medo começou a correr. Em sua fuga batia em sofás, xícaras e potes que pareciam voar, mas não tinha mais tempo para analisar isso. Podia escutar o barulho da ponte caindo atrás de si.

O final da ponte nunca chegava, mas não podia parar. Corria com todas as suas forças, o medo invadindo seu peito. Começou a tropeçar, sentia o cansaço apoderando-se de seu corpo. Não aguentaria o esforço muito mais tempo.

No momento que sentiu que não suportaria mais a dor na lateral de seu corpo e o cansaço, o mundo pareceu rodar e seus olhos escureceram, foi com força para o chão.

"É isso. Adeus mundo."

Manteve os olhos fechados esperando pelo fim, mas ele não veio. Abriu os olhos e notou que havia alcançado o fim da ponte. Sentado no chão ficou olhando o grande buraco que estava agora no lugar de onde antes estivera uma enorme (enorme³) ponte.

Levantou limpando a terra das calças. Não teve coragem de passar aquelas mãos sujas em seu lindo (e sedoso) cabelo. Suspirou, tinha fome e sede.

Não tinha como voltar, agora a sua única chance era continuar em frente. Virou a tempo de ver Hermione sumir no meio das plantas.

Só então analisou onde estava. Um jardim frondoso e cheio de vida. Viu uma rosa azul com um diamante dentro, um copo de leite com leite de verdade. Isso simplesmente não era possível.

Caminhou devagar entre as plantas mais estranhas (e desconhecidas) que já havia visto e de repente (não mais do que de repente) o jardim acabou e se viu em uma estrada de terra. Hermione ia longe.

Respirou fundo.

"Quando encontrar essa sangue-ruim-sabe-tudo a última coisa que ela vai ter que se preocupar é um par de orelhas ridículas."

Estava muito estressado, por que a menina não parava? De onde ela tirava tanta energia assim?

Continuou em frente até se deparar com uma encruzilhada. Tinha dois... não, três... espera...

Cada vez que contava tinha um caminho novo para seguir. As flechas indicando o caminho também não ajudavam. Algumas diziam –por aqui- e outras diziam –não, por aqui- era muito confuso.

Não conseguia ver Hermione em lugar nenhum. Então escolhendo qualquer um começou a andar. Poucos passos depois começou a sentir um comichão estranho no corpo. Era impressão sua ou o chão estava cada vez mais longe?

Foi só nesse momento que notou que crescia rapidamente.

Voltou correndo e seu corpo voltou ao normal. E agora?

"Era só o que me faltava."

Tomou outro caminho. Não parecia acontecer nada de errado, então continuou em frente. Reparou que a grama crescia, mas devia ser parte daquele mundo estranho. Só foi notar que ele que diminuía quando o chão estava perto demais.

Correu com toda força de suas pernas pequenas. Demorou um pouco mais para que seu corpo voltasse ao tamanho normal porque teve que correr mais tempo.

Tentou realizar um feitiço, mas foi só nesse momento que Draco notou estar sem sua varinha. Devia ter deixado cair quando corria atrás de Hermione na ponte. Bufou indignando já imaginando o que seu pai falaria quando dissesse que perdera a varinha.

Olhava para os caminhos sem saber por onde ir dessa vez quando escutou uma risada miada. Virou para todos os lados procurando de onde aquele barulho vinha, mas não enxergou ninguém.

Escutou novamente aquela risada estranha, foi então que levantou os olhos e viu em cima das placas um gato muito estranho. Ele sorria, um grande e bizarro sorriso.

- Olá – o gato falou virando a cabeça até ela ficar de ponta cabeça.

Draco se aproximou impressionado soltando uma exclamação de surpresa quando pode observar o gato estranho de perto.

- Severus?


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