Dracolândia escrita por malukachan


Capítulo 1
Capítulo 1 - Por um Mundo sem Potters




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Estava muito irritado. Isso era um fato.

Draco não entendia a necessidade que Potter tinha de abrir a boca e sair contando para todos que estava namorando, não apenas um homem, (como se isso fosse pouco), mas um homem que, além disso, era um sonserino, não qualquer sonserino, claro, justo um que, por acaso, era filho de um comensal da morte e que, como a cereja do topo do sundae, para deixar toda a insustentável realidade da situação mais irônica, seu maior inimigo na escola.

Mas quem se importa? Potter com certeza não. E naquela cabeça rachada ainda pensava que todos iriam compreender, com toda bondade do coração, que Draco Malfoy não só é digno de amor e confiança (que, diga-se de passagem, é a mais pura verdade), como ele ama e quer somente o bem de Harry Potter, o maldito menino-que-simplesmente-não-morre.

"Claro, todos irão compreender e ficar felizes por nós, depois daríamos as mãos confiantes e sairíamos rindo e dançando cantando canções de paz e amor eternos rumo ao arco-íris." Pensava sarcasticamente rolando os olhos.

Bufou, tentando expelir junto com o ar toda a sua exasperação, enquanto caminhava pelo castelo. Será que o cérebro, que já não era assim tão prodigioso, acabou escorrendo por aquela cicatriz ridícula na sua testa? Draco não duvidava que essa fosse a única explicação plausível para o moreno ser tão... Confiante (para não usar a palavra que realmente estava em sua mente).

O mundo não é uma bela fantasia, um conto de fadas lindo e perfeito onde tudo termina no "E foram felizes para sempre...". Não acreditariam nem em um fio de cabelo (por mais perfeito que fosse) de um Malfoy. Muito pelo contrário, mandariam o testa rachada direto para o St. Mungus na certeza de que estaria sob algum tipo de feitiço lançado por ele. Que essa situação, que seria tido por ridícula por alguns, seria mais uma tentativa de derrubar o salvador do mundo mágico e Draco, por se atrever a mais uma vez se envolver em outro evento dramático, receberia instantaneamente um convite fantástico: uma passagem só de ida para Azkaban.

"Não, obrigado. Dispenso o amável convite. Eles que fiquem com seu herói querido, o maravilhoso Harry Potter, só para eles" Pensou contrariado e um pouco triste por achar que aquele relacionamento estava fadado ao fracasso.

Notou, um pouco distante, a Hermione "sabe-tudo" Granger caminhando de mãos dadas com aquele idiota do Weasel, trocando beijos de vez em quando enquanto se encaminhavam para o exterior do castelo. Não compreendia o que ela via naquele pobretão, mas enfim, ela era uma sangue-ruim, não se espera que esse tipo de gente saiba tomar decisões, ainda mais uma inteligente.

Virou no primeiro corredor para não ser obrigado a passar pelos "amiguinhos" de Potter. Que com certeza àquela hora já sabiam de toda discussão que ele e Harry tiveram sobre a "divulgação do namoro".

Sim, porque o seu querido namorado idiota de marca maior precisava contar para os melhores amigos que estava saindo com Draco Malfoy. Já era ruim ter que aguentar a cara do Weasel sem querer transformá-lo no animal que deveria ser ou azarar até a última geração daquela família gigante de traidores do sangue, imagina então com ele fazendo cara feia! Tinha certeza que precisaria de tratamento psicológico para superar tanta pressão mental.

"Aquela mulher deveria ser proibida de colocar mais ruivos no mundo, sinceramente!"

Tarde demais viu que logo no fim do corredor Pansy estava falando com algumas amigas. Parecia que seu dia estava indo de mal para muito pior. Logo que a garota o avistou despediu-se das colegas e estava caminhando em sua direção toda sorridente (já havia lhe dito para não sorrir, piorava sua cara de cavalo). Era tudo o que precisava para aquele dia entrar no top cinco piores dias da sua vida.

Virou voltando o mais rápido que podia, sem correr, pelo mesmo caminho que havia percorrido ignorando os gritos estridentes da sonserina mais ignóbil da face do mundo mágico. Sim, porque para ser pior, só sendo trouxa. Uma experiência que não tinha interesse em ter.

Entrou na primeira sala que encontrou vazia e se escondeu. Não era nada digno de um Malfoy ficar se esgueirando e escondendo pelo castelo, mas de acordo com o dia que vinha tendo Draco se achou mais do que no seu direito de dificultar o encontro com seres abaixo de sua posição. De onde estava viu a loira magrela passar gritando seu nome com a voz de taquara rachada.

"Por Salazar, devo ter quebrado a varinha mágica de Merlin para merecer isso." Pensava irritado.

Parecia que tudo que podia dar errado estava acontecendo com ele naquele momento. Devia ter feito algo muito ruim (mais do que o normal) para merecer aquilo. E ele que era um garoto tão lindo e maravilhoso. Tinha certeza de que existia alguma regra em que era estritamente proibido que Malfoys lindos de pele clara e cabelos sedosos sofressem qualquer mal. Faria questão de procurar essa informação quando tivesse tempo.

Quando achou que Parkinson estava longe o suficiente, já que não conseguia mais escutar sua voz de gralha, saiu da sala sentindo-se em razoável segurança e se dirigiu para as masmorras. Quem sabe em seu quarto tivesse alguma paz. Andou rápido para evitar esbarrar em qualquer outra pessoa, por que com sua atual sorte, era bem capaz de encontrar Severus Snape a qualquer segundo. Não estava disposto a ser social naquele instante, mesmo que fosse com seu professor favorito, principalmente porque Snape era um abelhudo que ficava se metendo onde não era chamado.

Ao passar pela porta e entrar no salão comunal da Sonserina sentiu uma dor de cabeça se formar com as vozes altas de seus colegas de casa. Crabbe, Goyle e Zabini estavam gritando e rindo enquanto jogavam snap explosivo na mesa. Não tinha qualquer vontade de passar a sua preciosa tarde com trolls que não sabiam se comportar como bruxos decentes.

Virou as costas e saiu do salão comunal antes que notassem sua presença. Tinha duas opções agora: ou iria para a biblioteca, onde aqueles sem vida social e traças de livros passavam suas tardes (ou aqueles que queriam dar uns amassos entre as estantes de livros), ou sairia do castelo se refugiando perto da cabana do meio-gigante estúpido e atrapalhado (não sabia o que Harry via em Hagrid, deveria ser sua incessante carência que o fazia gostar de todos, e como ele ficava lindo fazendo isso...) que deveria ser proibido de estar perto de qualquer pessoa decente.

Em prol de sua boa reputação resolveu sair do castelo. Como nenhuma alma com algum cérebro (fora Harry Potter e sua gangue de desmiolados) chegaria perto da cabana do professor de trato de criaturas mágicas, decidiu que era o lugar mais seguro para estar, onde não encontraria ninguém e poderia ficar em paz com seus pensamentos.

Chegando perto da grande porta que dava para o jardim, para sua enorme sorte, viu Harry cabisbaixo encostado na parede conversando com Granger e Weasel. Ao ver o rosto triste de seu namorado quase desistiu de tudo e foi em sua direção aceitando o destino cruel que o aguardaria. Quase.

Notando que Harry o viu e levantara a cabeça observando-o e provavelmente esperando que falasse algo, empinou o queixo orgulhosamente ignorando-o completamente e caminhou pra longe, pelo jardim.

Tratar Potter mal era legal, mas somente quando isso não o machucava também. Só que, por Merlin, o garoto simplesmente não compreendia. Como ele contaria para Lucius que estava namorando um homem? Ainda mais Harry Potter?

"Então pai, sabe o Harry Potter? Sim, o inimigo do Lorde, esse mesmo. Sim, aquele que fez com que libertasse seu elfo doméstico. Sim pai, aquele com quem eu briguei todos os dias desde que entrei em Hogwarts. Pois então, estou namorando com ele, ok? Beleza." – bufou enquanto pensava na situação.

Se seu pai não tivesse motivos antes para lançar um belo Avada Kedavra na sua linda e macia face, com certeza esse seria um motivo mais do que suficiente para ser morto, enterrado e riscado completamente da árvore genealógica da família Malfoy.

Olhou em volta para ter certeza que ninguém o seguia, lançou um olhar assassino para dois lufa-lufas que se aproximaram e tirou pontos de um corvinal simplesmente porque ele estava feliz demais (ser monitor tinha suas vantagens) e foi em direção à floresta proibida.

Procurou um lugar próximo à cabana de Hagrid e sentou-se nas raízes das primeiras árvores (não era burro de se aprofundar demais naquele bosque dos infernos – e não, Draco não tinha medo, só era cuidadoso), mas procurou ficar escondido caso alguém olhasse naquela direção.

Se fosse bem honesto somente resolvera sentar perto da cabana de caça porque sabia que Harry passaria por ali com os amiguinhos e mesmo bravo com o moreno e querendo que ele se danasse, Draco ainda queria vê-lo.

Mas o loiro não queria ser honesto, e por isso seus motivos para estar ali era simplesmente porque ali era um bom lugar para se esconder (apesar de Malfoys não se esconderem, apenas ficarem indisponíveis para os outros). Pegou um galho caído no chão e ficou fazendo círculos deixando sua mente vagar. Precisava se acalmar e decidir o que faria.

Encostou a cabeça na árvore voltando a pensar em Potter.

"Sempre Harry-Maldito-Potter".


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