"O destino não é feito para ser doce, é feito para te manter forte.", era o que ela falava para si mesma enquanto levava mais uma vitima do destino.

O garoto tinha 16 anos e estava na muralha defendendo o norte dos Outros. Seu sonho era ser nomeado cavalheiro um dia, casar com a filha do estalageiro da sua vila, ter um pouco de terras e quem sabe ouvir uma canção sobre como ele salvou o reino dos Caminhantes Brancos. Tudo lhe fora tirado quando a espada de gelo atravessou seu coração.

Hoje ela estava de preto, vermelho não combinava com seu dever de hoje. Até o dia voltar ela levaria mil e quinhentas almas, era o destino.

Os dragões chegaram 3 horas depois que o dia chegou e os Outros retornaram para o seu lugar de escuridão. Daenerys chegou montada nas costas de Drogon, e para a surpresa de toda a muralha Jon montava Rhaegal, o creme, Viserion estava sozinho, não tinha o seu montador ainda.

Ela via toda a Patrulha olhar os dragões com um brilho no olhar inocente, mas mantinham uma distância segura das criaturas. Jon falava com Dany quando Clydas lhe trouxe as notícias.

– Asas escuras, palavras escuras? – Jon perguntou

– Aegon está morto. – a jovem rainha respondeu com dor na voz. - Foi pego pela escamagris.

Aquele seria um dia curto para o luto da garota, ainda havia muito pelo o que sofrer.

Ela sabia a quem Jon pertencia, mas ele era tão parecido com Azor que quando o via com Daenerys não conseguia controlar o que sentia.

*

Os dias estavam cada vez mais curtos, em pouco tempo as Criaturas e os Outros voltariam, mas agora a Patrulha estava bem abastecida de obsidiana e tinha dragões. Jon sentia que conseguiriam vencer. Nem mesmo Azor Ahai contara com dragões e venceu a primeira vez.

Daenerys estava triste por seu sobrinho, mas ela se manteve forte. Ela será a melhor rainha que os 7 reinos poderia ter, Jon pensou olhando a jovem rainha montar o dragão. Ela o fazia tão naturalmente como se fosse apenas um cavalo, diferente de Jon que ainda estava se acostumando a montar Rhaegal.

– É incrível montar neles, você não acha? – ela falou para Jon enquanto ele montava em Rhaegal, será que ela está brincando comigo?, Jon pensou sem conseguir evitar ficar vermelho.

Ele ainda não conseguia acreditar que aquela linda mulher era sua tia e que ele passou 18 dias de seu nome sendo o bastardo do Stark errado, mas ele não sentia nenhuma mágoa por Eddard Stark, pelo contrário, sentia gratidão, orgulho e algo mais que não sabia explicar. Quando Sor Barristan olhou para Jon Stark na sala da mesa pintada não disse uma palavra, somente se ajoelhou. Depois do beijo de Melisandre seus olhos tinham ganho um reflexo violeta como os olhos de Daenerys, mas o cinza ainda era a sua cor.

– É uma pena que Viserion não tenha o seu montador. – Dany estava pensativa olhando para o dragão creme. Jon sabia que ela estava pensando em Aegon, o sobrinho que morrera de escamagris. Ele se pegou pensando da pequena Shireen Baratheon e em que Val dissera sobre a menina. Ela deveria ser a herdeira de Stannis, mas todos os Homens da Rainha abandonarem sua mãe e se juntar a Daenerys Targaryen, a verdadeira herdeira do Trono de Ferro e a ex-Rainha Selyse recuou para Fortenoite, sendo agora somente a viúva de Stannis Baratheon. – O dragão tem três cabeças, mas só dois montam. O que faremos com isso?

Jon não sabia se ela queria mesmo uma responta e não sabia o que responder, foi salvo pelo berrante que agora só avisava quando as Criaturas estavam vindo. Ela algo Alto Valiriano e os dragões levantaram voo, Jon sabia que significava voo. Ele esteve tentando aprender com ela nos últimos 2 dias e já sabia falar Dracarys e Dhrarryes para fazer seu dragão atacar com fogo e descer para terra firme.

Eles voaram tão alto que Jon conseguia ver Winterfell ao longe, Dany ao seu lado com o enorme dragão negro de 12 metros que não parava de crescer e já era maior que Balerion, o Terror Negro, segundo as canções. Viserion era o menor, com 6 metros o dragão parara de crescer por mais que comece, diferente de Rhaegal que agora estava quase do mesmo tamanho de Drogon.

Os Outros e as Criaturas vinham montados em enormes aranhas de gelo e Jon se sentiu em uma das histórias da Velha Ama, também tinha mamutes brancos em meia decomposição, lobos gigantes, ursos da neve e todo o tipo de criatura que se encontrava na floresta assombrada, muitos eram do povo livre que se recusaram ajoelhar. Quando ele olhou para Dany viu o medo em seus olhos, ela era somente um pequeno pontinho prateado enrolada em peles sobre um dragão enorme, sua vontade era de subir em Drogon e abraça-la e dizer que ele faria tudo isso acabar. Quando ela olhou para ele e viu o sorriso em seus lábios ele sentiu que ela ganhara coragem e desceu em um voo rasante sobre os milhares de inimigos e Jon a seguiu, seu dragão enchendo o ar de fogo ao ouvir Dracarys sair dos lábios de Jon.

*

Ela não deveria se sentir assim, ela não era mais sua Nissa Nissa e ele não era o seu amado Azor, era outro tempo e aquele homem não pertencia à ela. Havia prometido nunca mais usar um nome, nunca mais voltar para aquele tempo e nunca mais amar.

Ela estava nas costas de Viserion, o pequeno dragão creme estava perdido sem seu cavaleiro e ela estava ali para fazer o destino acontecer.

Viserion voava atrás de Drogon e Rhaegal, mas não sabia exatamente o que fazer. O Dragão pousou e soltou fogo nas criaturas que ele sabia que tentavam machucar sua mãe, só não sabia o porquê.

– Viserion. – Dany gritou para o dragão no meio da confusão da batalha. – Viserion, voe. Suba, não fique no chão.

Ele não entendia, seus irmãos sabiam o que fazer, mas ele estava perdido. Ele sentia ela em suas costas, mas ela não era quem estava destinada a montá-lo.

– Viserion, chega de fogo.– ela sussurrou para o dragão. Aquilo seria a coisa mais difícil que fária, mas ela sabia que era o destino e que seria para algo melhor. O pequeno dragão creme parou de soltar fogo e ela desceu de suas costas quando viu-o se aproximar. – Calma, Viserion. Esse não é o seu lugar, nunca foi.

O monstro de gelo se aproximou por trás do dragão e ela sentia o medo no dragão, ele estava assustado e perdido, mas não soltou fogo. A lamina de gelo entrou seu pescoço e outro Caminhante Branco enfiou a sua espada no olho direito do dragão, a noite fria pegou fogo com o grito de dor dos dragões que sentiam o calor deixar o corpo do irmão. Quando a garota olhou para cima viu Daenerys Targaryen em sua dor de mãe voar para baixo com Drogo soltando fogo nas Criaturas que estavam perto do dragão sem vida. Elas derreteram com o fogo e Drogon pegou o corpo de seu irmão com suas garras e o levou para o céu, ainda podia de ouvir o grito de dor da mãe e dos irmãos sumindo na noite. Daenerys Targaryen sumiu com seu dragão negro e o corpo sem vida de Viserion. Jon e Rhaegal ficaram até o final da batalha lutando duramente ao lado dos homens que defendiam os Sete Reinos. Foi uma longa luta, mas no final ela levou menos de 500 homens, e mais de 4.500 Outros e Criaturas derretiam aos pés da Muralha quando o dia chegou.

– Vá para Pedra do Dragão, Rhaegal. – ela sussurrou para o dragão verde, e antes que Jon desmontasse o dragão levantou voou, com suas longas asas chegou em menos de meio dia em Pedra do Dragão. A Rainha estava chorando deitada sobre o corpo sem vida do dragão creme e Drogon estava deitado ao seu lado. A ilha estava deserta desde o dia em que Melisandre sobre os comandos da menina vermelha com o nome de R'hllor encheu o céu com vidro de dragão.

Jon se aproximou com calma recuando quando Drogon olhou para ele, mas não deixou que isso o impedisse.

– Dany. – ele colocou a mão hesitantemente no ombro dela enquanto se ajoelhava ao seu lado, a Menina de Vermelho virou o rosto, mas ela sabia que aquele homem não era seu Azor.

Daenerys olhou para Jon, seu lindo rosto manchado pelas lagrimas e seus olhos inchados e vermelhos.

– Isso não deveria ter acontecido. – ela abraçou Jon e eles ficaram em silêncio por muito tempo, os soluços de dor da Mãe dos Dragões era o único som que se ouvia na ilha, até mesmo as onda e o vento estavam em luto pelo dragão creme que morrera. – Por que ele não voou? Por que ele ficou no chão sem fazer nada?

– Eu não sei. – Jon sabia o motivo, ele não tinha um cavalheiro para guia-lo na batalha. – O que vamos fazer com ele?

– Vamos queimá-lo, é o funeral dos Targaryen. – ela se levantou e andou até os outros dois dragões e acariciou suas cabeças e esperou Jon estar ao seu lado e disse "Dracarys". O fogo de Drogon e Rhaegal e uniram para queimar o corpo de seu pequeno irmão. Dany chorava no ombro de Jon sem notar a presença do Destino ao seu lado. Ela encontrou o caminho dos lábios de Jon e eles se beijaram pela a primeira vez.

Naquela mesma noite a mágica tomou Pedra do Dragão quando Daenerys Targaryen e Jon Stark finalmente se uniram em um só no pátio do castelo, a paixão ardeu mais quente que o fogo dos dragões quando o Príncipe Prometido e a Mãe dos Dragões se deleitavam em amor.

A Menina de Vermelho sentiu o brilho em seu peito no lugar onde a espada um dia esteve e quando Jon derramou sua semente no ventre de Daenerys ela se sentiu como se o sol nascesse ao oeste, os mares ao redor de Pedra do Dragão secassem e as montanhas fossem sopradas pelo vendo das asas de seus dragões que voavam sob seus corpos nus no chão de pedra. Uma moeda foi jogada.

E com o fogo de sua paixão e o sal de seus corpos a Menina de Vermelho pode fazer sua magia, com o sangue que escorria de sua ferida mais uma vez aberta ela fez as pedras tomarem vida e cada estatua que um dia fora esculpida em forma de dragão tomara vida naquela noite e centenas de pequeno dragões pintara o céu de vermelho com fogo.