Love Can Wait escrita por Às


Capítulo 4
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Obrigado aos que deixaram reviews no capítulo anterior e aqueles que estão acompanhando a fic. Obrigado por me motivarem a escrever :)



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– Como vocês podem perceber, a tabela se refere à energia de ligação, com uma ligação de hidrogênio com oxigênio valendo quatrocentos e sessenta e três kj por mol e...

Minha cabeça pendeu e se apoiou precariamente em minha mão. Pisquei pesadamente, ainda tentando prestar atenção na aula.

Ele teria que ser muito educado.

– Nosso reagente tem duas moléculas de hidrogênio multiplicada por dois...

E sem muitas gracinhas... Ah, meu Deus, o Walter vai junto com Petúnia? Esqueci de perguntar...

– Sendo a variação de entalpia o produto menos o reagente...

Hoje vai ser um desastre. Será que ainda dá tempo de convidar outra pessoa? Não... O acordo está assinado... Merda.

– ...E assim, é uma reação endotérmica. – Olhei para o professor e para as contas na lousa. Gemi, sem entender nada e colei a testa no caderno, fechando os olhos.

– Lily... Psiu, Lily!

Tombei a cabeça para o lado e observei Alice curvada em minha direção.

– Falou com o Potter? – Ela sussurrou, abrindo um sorriso.

Assenti, sentindo a bochecha sendo amassada contra a folha.

– E aí, você vai pro chalé?

Dei de ombros.

– Sei lá. Ele vai lá em casa hoje pra eu apresentar pros meus pais. – Sussurrei de volta, olhando ao redor pra ver se alguém estaria prestando atenção. Metade da sala estava quase dormindo.

– Uuh. – Ela sorriu. – Isso está sério.

– Cale a boca. – Revirei os olhos.

– Hey... Adivinha quem me chamou pra sair? – Ela bateu palmas sem fazer som.

– Malfoy? – Chutei, quase fechando os olhos.

– Eca, não. Frank!

– Porque não estou surpresa?

– Lils, esse seu humor poderia ressuscitar Os Beatles.

– Nem todos morreram, Alice. – Disse, levantando a cabeça.

Ela abriu a boca para me responder, mas foi interrompida pelo sinal que anunciava o final das aulas.

Peguei meu material, me despedi dela e, muito lentamente, caminhei até o portão, deixando todos passarem na minha frente. Quanto menos pessoas me vissem com Potter, melhor seria.

Quando enfim cheguei ao ponto de encontro, avistei os dois e fechei a cara.

– Evans! – James exclamou. Estava encostado na parede, a mochila jogada no chão aos seus pés. Na sua frente, Sirius dava risada de alguma coisa.

Cruzei os braços e fui até eles.

– Oi, Lunna. – Black cumprimentou, tentando retomar o fôlego.

– E então, pronta?

– Só tome cuidado pra não aparecer na escola amanhã com um buraco na mão.

– Almofadinhas, você está assistindo muitos filmes do Tarantino.

– Mas você tem que concordar comigo que Um Drink No Inferno é muito bom. – Ele levantou uma sobrancelha, fazendo seus olhos azuis faiscarem.

– Tem um péssimo final.

– Mas a parte do bar... – Black deu a entender que começaria um longo discurso, mas Potter o interrompeu.

– Eu sei o que você vai falar. Sim, Salma Hayek é gata, entretanto eu preciso ir. E você também, Marlene não está te esperando pra ir na casa dela?

Sirius deu de ombros.

– Prometi que ia com o Lupin arrumar umas coisas no computador dela, mas não to muito a fim. Vou por causa da comida.

Troquei o peso do corpo de um perna para a outra e pigarreei levemente. James olhou para mim e só então pareceu lembrar de que tinha compromisso comigo.

– Enfim, até depois. – Ele acenou para o moreno e pegou a bolsa do chão.

– Tchau, Lisa.

– Tchau... – Murmurei.

Caminhamos em silêncio até o ponto de ônibus.

– Não ligue para Sirius... – Potter falou, assim que sentamos no banco. – Ele é meio ruim com nomes.

– Não tem importância. – Dei de ombros, olhando para ele. – Hey, você passou gel no cabelo?

– Os adultos sentem uma certa repulsa pelo meu cabelo rebelde. – Ele sorriu. – Mas pode perceber que não adiantou muita coisa.

Dei risada e avistei o ônibus chegar.

– Vamos...

Entrei com ele me seguindo e sentei na janela que dava vista para a calçada. James sentou ao meu lado. Me mexi, estranhando ele tão perto de mim.

O ônibus se preparou para dar partida, mas parou, abrindo as portas novamente. Um garoto de cabelos escorridos subiu a bordo e nossos olhos se encontraram.

Severo... Me esqueci completamente dele.

Ele passou por nós e fulminou o garoto ao meu lado com os olhos.

– Seboso! – James exclamou. Dei-lhe um soco no braço, olhando feio. – Ai! – Ele olhou para mim com indignação. – Que foi isso?

– Não mexa com ele. – Repreendi.

Olhei para o corredor, mas Snape já tinha ido para os últimos bancos.

– Qual é a tua com ele? – Potter perguntou, ainda esfregando o braço.

– Ele é meu amigo, e não gosto que você faça brincadeiras de mau gosto. – Empinei o nariz, olhando para a janela. Não obtive resposta.

O ônibus passou com velocidade em uma lombada e eu pulei no banco, colocando instintivamente a mão em seu pulso, como se eu fosse cair.

Quando me senti estável novamente, soltei rapidamente dele e senti as bochechas corarem.

– Desculpa... – Murmurei, olhando para a janela.

– Nada... – Ele murmurou de volta, encolhendo os ombros.

– É... – Recomecei, ainda me sentindo vermelha. – Meus pais não são muito de brincadeira...

– Certo.

– E se você puder ser educado...

– Serei.

– Promete?

– Lily. – Ele me olhou com o cenho franzido. – Confie em mim.

Abri a boca para retrucar, mas fechei-a novamente.

– Certo...

– Relaxe, eu só sou assim com você porque é legal te irritar. – Ele sorriu.

– Bom saber. – Fechei a cara, fazendo-o rir. – É o próximo ponto.

Levantamos do banco e nos encaminhamos até a porta.

Olhei furtivamente para o fundo do ônibus, mas não encontrei Severo. Ele tinha descido antes, mesmo que o ponto dele fosse o mesmo que o meu...

Aterrissei na calçada e arrumei a mochila nas costas.

Andamos por cinco minutos, em silêncio, até chegar na casa azul-clara que eu sabia que viraria um inferno dentro de alguns minutos.

– E mais uma coisa... – Parei, olhando para ele quando já estávamos na soleira da porta. – Você não é vegetariano, certo?


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