Jogos Do Amor escrita por Lost in Nightmare


Capítulo 26
Aquele com o ponto final


Notas iniciais do capítulo

Ola, tudo bem? Bom, já deu pra ver que eu sou horrivel com datas. Enfim, aqui esta o novo capitulo. Ainda não me caiu a ficha de que cheguei ao final da fic, faltam apenas dois capítulos.
Bom, aproveitem enquanto ainda tem!



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Estava sentada no chão e os braços de Bruno me envolviam. Não chorava, estava paralisada e sem reação. A mesma frase repetia na minha cabeça. Bruno esta indo embora, meu namorado esta indo embora.

Via o relógio passar e os minutos se arrastavam enquanto os ecos perdiam a força. Quando finalmente acabaram, por algum motivo, fui tomada pela raiva.

– Quando ia me contar? – minha voz sai como um sussurro – Quando ia me contar?

– Não sei, não sabia como dar uma noticia dessas.

– Por que você não viajou e depois me ligou avisando tudo? Seria uma ótima idéia – me livrei dos braços dele e me levantei – ou talvez uma mensagem no facebook se fosse te poupar o trabalho.

– Não fala assim, eu só não queria te falar de qualquer jeito.

– Uma coisas dessa não tem um jeito bom de contar, agora eu vou ter que superar isso sozinha enquanto podíamos ter achado um jeito.

– Não sei se isso teria um jeito.

– A gente podia ao menos tentar.

– Pra que? Pra fingir que vai dar certo e iludir os dois, só iria acabar te magoando mais.

– Você me poupou tanto, eu nem estou magoada – a dor era clara em minha voz - Eu to indo embora.

– Cat, espera – ele pegou no pulso – fica aqui comigo.

– Não consigo.

– Não tem que acabar assim, vamos ficar juntos só hoje.

– Já acabou Bruno - me soltei dele e sai, batendo a porta do quarto.

Quando sai do quarto o encontrei sentado na mesa, de costas para mim, bebendo uma garrafa do que parecia ser vodca.

Não fui muito longe. Ao entrar no elevador só deu tempo para a porta fechar para que eu começasse a chorar. Não me lembro do que aconteceu em seguida, mas me encontrei em um bar, no momento era o mais próximo de Bruno que eu conseguia chegar. Pedi a mesma bebida que ele me ofereceu na festa da minha prima, em seguida vodca, uísque, cerveja... pedi tudo que eu lembrava de vê-lo bebendo. Virei meu ultimo copo e ouvi meu celular tocando.

– Alo? – podia ouvir minha voz enrolada – Bruno?

– É a Clara, onde você esta? Bruno esta aqui te procurando.

– Manda ele embora.

– Você esta bêbada? Cat, cadê você?

– Não sei, em algum lugar da Paulista.

– Vou te buscar, daqui a pouco eu te ligo de novo. Descobre o nome desse bar.

– Não vem com o Bruno, não quero mais ver ele.

– Por que?

– Porque ele não é mais importante para mim.

Me sentei em um dos banquinhos da frente do bar, esperando Clara. O balconista me deu um suco de abacaxi depois que eu paguei a conta. Tudo rodava ao meu redor. Palavras distantes chegavam ao meu ouvido, mas a do Bruno era a que mais se sobressaltava dizendo sempre a mesma frase, “eu estou indo embora, não sei quando volto e se volto”. A única coisa que me acordou foi Clara me puxando pelo braço e me colocando no banco de trás do carro, metade de mim tinha ficado feliz por Bruno não ter vindo junto e a outra metade queria chorar, essa segunda metade ganhou. Chorei o caminho todo, lembro de ter tentado contar para Clara o que aconteceu, o que esgotou minhas ultimas energias, e apaguei.

Minha cabeça latejava ao ritmo do meu coração, minha garganta queimava e meu estomago revirava. Meu pijama estava cheio de suor e o quarto rodava ao meu redor. O cheiro de suco de laranja era forte, o que fazia ter vontade de vomitar. Olhei para o lado e tinha um copo com suco, comprimido para dor de cabeça e um lanche. Antes de poder raciocinar e pegar o remédio a porta se abriu, era Clara. Ela me fez engolir a pequena refeição enquanto ela gritava comigo coisas como “não siga meu exemplo”, “você nunca bebeu na vida e decide misturar todas elas” ou “nunca mais quero ter que te buscar bêbada”. Assim que terminei de comer ela fez com que eu dormisse mais e só acordei no dia seguinte. O dia da viajem do Bruno.

O quarto era familiar, isso pelo menos me ajudou. Depois do incêndio viemos para a casa do meu pai. As lembranças do dia anterior eram horríveis, pelo menos a parte que eu me lembrava. Minha cabeça não doía mais, não podia dizer o mesmo do peso que estava em meu peito. Lagrimas ameaçaram a cair de novo e eu não pude evitá-las. Clara e Elena devem ter me ouvido chorar e entraram preocupadas. Comecei a contar o que aconteceu, mas elas me interromperam, Carlos e Rafa já tinham contado tudo. Bruno embarcaria hoje, às dez horas. Ele iria para a Inglaterra trabalhar em uma filial da empresa do pai, pelo o que Carlos contou foi por causa das manchetes que tinham o nome dele, no dia do incêndio.

– A culpa é minha – comecei a chorar mais uma vez – se não fosse por aquele dia ele ainda estaria aqui

– Eu mandei você calar a boca – disse Clara para Carlos.

– Que horas são? – perguntei.

– Duas da tarde – disse Clara.

– Vocês podem me dar licença? Quero ficar sozinha.

Eles saíram do meu quarto, me deixando sozinha com meus pensamentos. Levantei em um pulo e fui para o banheiro. Tomei banho, levei os cabelos e os pendi em uma trança embutida. Coloquei uma calça jeans, botas, regata preta e uma jaqueta vermelha. Passei uma maquiagem básica, delineador, lápis de olho e mascara para o cílios. Joguei a bolsa no ombro e procurei as chaves do carro, não achei.

Sai do quarto procurando por elas e as encontrei, na mão de Clara.

– Onde você vai?

– Ao aeroporto, me dá isso – disse esticando a mão.

– Pra voltar no mesmo estado de ontem, não. Você não vai.

– Clara, a vida é minha e a parte mais importante dela esta indo embora. Eu nunca vou me perdoar se ele for embora sem eu me despedir.

– Você nem sabe se ele quer te ver, ele parecia bem magoado ontem quando apareceu aqui.

– Lógico que ele esta magoado, eu também estou e não tem como consertar isso. Mas eu posso ao menos pedir desculpas?

– Liga pra ele!

– Ok, não me da as chaves. Vou de taxi.

– Volta aqui Catarina!

– Você vai me entregar as chaves? – ela fez que não com a cabeça e eu sai da casa, batendo a porta.

O taxi demorou 20 minutos para chegar, nisso já eram cinco horas. Sem transito demoraria uma hora para chegar no aeroporto, mas é lógico que tinha transito. Meus olhos iam do celular para as ruas e assim os minutos se arrastaram. Cheguei no aeroporto as sete, em uma hora o embarque abriria para ele. Paguei o taxi e sai correndo pelo estacionamento, procurei por ele em todos os lugares. Tentei ligar, mas ele não atendia. Eu já tinha desistido, estava tudo perdido, quando eu vi, no meio da multidão, um braço tatuado. Olhei para o dono, era Bruno olhando para mim. Corri em direção a ele e pulei em seus braços.

– Me desculpa – disse em meio as lagrimas – eu não devia ter falado daquele jeito.

– Ta tudo bem – as mãos dele me apertavam forte – eu esperava aquela reação.

– Não, eu não devia ter agido daquele jeito. Deveria ter ficado com você – me afastei dele e olhei em seus olhos – me perdoa?

– Não preciso te perdoar, você não fez nada.

Bruno tinha um sorriso no rosto, mas os olhos brilhavam por causa das lagrimas que ele tentava segurar.

Passamos a próxima hora esperando o portão abrir. Nossas mãos se entrelaçavam, mas nenhuma palavra saia. Foi uma hora longa em comparação ao dia, mas rápida para o tempo que a seguiria. Os portões abriram, mas ele não entrou imediatamente, ao invés disso se virou na cadeira.

– Cat, eu sei que é injusto o que eu vou fazer agora. Me desculpa. Esse ano foi o melhor que eu já passei, o que eu sinto por você é mais forte do que eu já senti em toda minha vida. Se eu pudesse escolher, eu passaria o resto da minha vida ao seu lado, mas essa não é uma escolha que eu tenho direto. Eu só quero que você saiba que, onde quer que eu esteja, você sempre vai estar comigo, junto com as maravilhosas lembranças que tenho de nós dois. Eu te amo, Cat.

Eu fiquei em silencio e então recebi um ultimo beijo. Foi o mais doloroso e ao mesmo tempo eu não queria que terminasse, mas ele se separou de mim e pegou uma mala do chão. Me deu um beijo na testa e entrou na pequena fila e depois sumiu ao passar pela porta.

– Eu te amo Bruno – disse para mim antes das lagrimas surgirem no meu rosto.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Como ser a avida desses dois, longe um do outro? Vamos ter que esperar o próximo capitulo. Mas eu tenho uma má noticia, semana que vem não vai ter nova postagem, possivelmente. Vou escrever o prologo da minha nova fic (também romance e também original). Se eu tiver tempo eu faço as duas.
Até a próxima, XOXO



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