Jogos Do Amor escrita por Lost in Nightmare


Capítulo 24
Aquele com as flores verdadeiras


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente! Sinto muito, eu sei que falei que iria tentar postar no meio da semana, mas eu tenho estudado muito. Mas aqui esta o novo capitulo e eu espero que vocês goste. É mais um capitulo de ligação, só para que o próximo faça sentido, então eu o deixei mais curto.



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Sonhos. São deles que eu me lembro. As vezes era a minha mãe, as vezes Bruno e até mesmo Davi aparecia neles, mas nunca falaram comigo. Na maior parte do tempo me olhavam e às vezes me tocavam. Durante um desses sonhos eu ouvi uma voz, mas não a reconheci.

– Vocês não podem falar sobre isso aqui – disse uma mulher.

O sonho sumiu e no lugar dele entrou um pibe constante que acompanhava as batidas do meu coração. Uma coceirinha estava no meu nariz por causa do ar que era jogado para dentro dele. Não conseguia abrir o olho, mas ouvia a conversa claramente.

– Pai, por favor – Bruno disse mostrando impaciência na voz – vai embora.

– Já estou de saída – o pai dele debochava nas palavras – sua mãe dizia que você iria ser um grande homem. Imagino como ela estaria decepcionada com ela mesma.

– Vai embora, agora!

Meu olhos foram abrindo aos poucos e, assim que eles se ajustaram a claridade, vi Bruno sentado com o olhar distante.

– Bruno – minha voz saiu falha e baixa – Bruno!

– Cat, graças a Deus! Vou chamar uma enfermeira.

– Não, prefiro ouvir as coisas de você.

– Tudo bem – ele suspirou e começou a falar.

Resumindo tudo: Ele deixou Elena com um vizinho que descia a escada e ele a levou para baixo. Quando Bruno voltou para o apartamento eu já estava desmaiada e Davi tinha desaparecido por entre as chamas. Elena já tinha acordado e recebido alta, Davi foi enterrado a uma semana e meia atrás. Eu tinha respirado muita fumaça e fiquei uma semana em coma induzido, quando não tinha mais risco algum, eles tiraram meus remédios e deixaram que eu acordasse sozinha.

Então ele parou de falar e me olhou.

– Cat, tem mais uma coisa – ele pegou minha mão e a beijou – teve uma noite, uma única noite que a gente não usou camisinha.

– Eu to grávida?

Bruno fez que não com a cabeça e olhou para baixo, para onde Davi enfiou uma faca.

– Você perdeu. Sinto muito.

Nenhum dos dois falou nada. Não posso dizer que fiquei feliz em perder a criança, lógico que não fiquei, mas não era algo planejado e nem algo esperado no momento. Quando Bruno saiu para chamar a enfermeira me deixando sozinha, eu coloquei a mão na barriga e pensei, por um momento, naquela vida que nem teve a oportunidade de começar.

– Sinto muito! – sussurei.

A enfermeira veio e repetiu tudo que Bruno disse com palavras mais complicadas. Ela checou alguns equipamentos, fez anotações em uma prancheta e saiu. Bruno apareceu logo em seguida com meu pai, que começou a chorar e apertava minha mão um pouco forte de mais, mas eu não achei que seria certo pedir para ele soltar ou tomar cuidado.

– Me desculpa – disse do fundo do coração – não deveria ter feito o senhor passar por nada disso.

– A culpa não foi sua, meu anjo, não pense nisso.

– Eu demorei para denunciá-lo, eu causei isso.

– Agora ta tudo bem. O medico disse que você vai sair dessa sem nenhuma seqüela e tudo vai voltar ao normal.

– Pai, vou dormir um pouco. Acho que aquela enfermeira me deu algum remédio.

– Dorme sim, meu amor – ele beijou minha testa – você precisa descançar.

– E o senhor também – disse com os olhos já fechando.

Acordei algumas horas mais tarde. O cateter ainda estava no meu nariz, mas o jato de ar estava mais fraco, os bipes estavam mais constantes e a sala estava cheia. Reconheci os rostos. Clara, Carlos, Elena, Guilherme, Rafael e Victor. Todos estavam distraídos, conversando com Bruno e com meu pai.

– Pensei que vocês estavam aqui para me ver – disse chamando a atenção de todos.

– Essa é a Cat que conheço, querendo sempre os holofotes em cima dela – disse Clara abrindo um sorriso.

– Me desculpa Elena – ignorei todos os outros, era o mínimo – eu te coloquei no meio daquilo, te coloquei em risco.

– Cat, depois do que Bruno me contou eu jamais te faria me pedir desculpas. Quem quase morreu lá foi você.

– Mas...

– Nada de mas!

Depois que todos falaram comigo, quase ao mesmo tempo, a enfermeira apareceu e pediu que saíssem. Já tinha achado estranho entrar tantos de uma vez, ainda mais por tanto tempo, mas ter quarto particular tem suas vantagens.

Bruno, que tinha ficado em silencio o resto do dia, também foi e eu fiquei com meu pai. Ele dormiu, o que pareceu ser a primeira vez que fazia isso em semanas, e eu dormi logo em seguida. Acordei no meio da noite com uma enorme falta de ar e vi que o tubo tinha desconectado, chamei uma enfermeira e ela plugou de novo e grudou ao lado da cama com fita, disse que eu posso ter puxado ou me mexido enquanto dormia. Dormi de novo e só acordei no dia seguinte. Bruno não foi me visitar o dia todo.

Nem no seguinte.

Nem no próximo.

Três dias depois que eu acordei, Bruno apareceu com um buque de flores e se desculpou. Ele tinha reassumido o cargo na empresa do pai e ficou ocupado com uns documentos. Para mim, isso tinha algo a ver com aquela conversa que eu escutei. Meu pai foi para casa tomar um banho e cuidar do Leon, graças a Deus ele ainda morava com meu pai depois da viajem. Enquanto eu e ele passávamos os canais da televisão e conversávamos sobre varias coisas sem o menor sentido, uma enfermeira apareceu e diminuiu um pouco o ar.

– Sente falta de ar? – fiz que não com a cabeça e ela diminuiu mais – e agora? - balancei a cabeça de novo – eu vou desligar o aparelho – avisou – consegue respirar?

– Sim – ela colocou um estetoscópio no meu peito e pediu para eu respirar fundo – eu já vou ficar sem esse treco?

– Acho que sim, qualquer desconforto é só chamar.

– Obrigada.

– Logo logo você está fora daqui – disse Bruno me beijando na testa.

Em uma semana eu recebi alta e fui para casa.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? o que sera que ta acontecendo com Bruno e o pai dele? vão ter que esperar até domingo que vem ou, se eu conseguir e sem prometer nada, eu não faça uma surpresa e poste? nunca se sabe, mas vou tentar. Até daria, mas, por causa de uma mudança de roteiro, eu exclui os capítulos que já estavam prontos. Então, até domingo ou antes! xoxo



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