Jogos Do Amor escrita por Lost in Nightmare


Capítulo 1
Aquele com o café


Notas iniciais do capítulo

Oii gente, como vão vocês? Bom, esse é o primeiro capitulo de um romance que pretendo terminar, mas para isso preciso de incentivo. Bom, eu espero que vocês gostem!



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Acordo com o celular tocando. Pensei e ignorar, mas o desgraçado que me ligava não desistia. Quem liga as seis e quarenta nas férias? Olhei no visor. Tinha que ser a Clara. Alem de ir dormir fora, sabendo que odeio dormir sozinha, decide me liga cedo. Se ela estivesse presa pra fora de casa teria que esperar no mínimo até as nove.

– Fala – tentei fazer uma voz normal, mas tenho quase certeza de que o que saiu foi algo rouco e baixo.

– Cat, cadê você? Hoje voltam as aulas lembra? Você tem 40 minutos pra chegar então corre.

– Ta louca? É só na semana que vem.

– Nossa, tem razão – debochou – vou ter que pegar um mega fone e avisar para uns dois mil alunos que estão na universidade.

Droga, ela falava sério.

Em um pulo me levantei e me arrumei. Minhas roupas estavam todas para lavar. A esperta que vos fala decidiu deixar para lavar no sábado que vem. Ataquei o guarda roupa da minha amiga e peguei um vestido azul e coloquei minha sapatilha branca. Sem tempo para tomar banho me encharquei de perfume, que também não era meu, e prendi meu cabelo em uma longa trança lateral. Depois de perder cinco minutos procurando pelas chaves do carro me lembrei que ele estava com Claire. Burra. Teria que ir de metro.

– Bom dia, Tom – acenei ao porteiro enquanto descia as escadas correndo.

– Bom dia, Sr. Miller – respondeu ele.

– Eu já disse para me chamar só de Catarina – disse soltando uma risadinha amigável e saindo pelo o portão.

Depois de comprar um café no Starbucks fui em direção ao metro. O transito estava uma loucura, e eu definitivamente não sabíamos andar na rua. Esperei o semáforo fechar e sai correndo, o metro chegaria a dez minutos e faltavam quatro quarteirões. Lembra que eu disse não saber andar nas ruas? Pois é. Esbarrei em um homem e todo o conteúdo do meu café se espalhou pela camiseta branca dele.

– Essas tampas são mesmo vagabundas – disse com uma risada nervosa – me desculpe.

– Da próxima olha por onde anda – disse meio irritado e passando a mão na camisa tentando tirar o excesso, o que só piorava seu estado.

Cheguei à estação de metro a tempo de pegar o certo, mas só quando me sentei comecei a me arrepender de não ter respondido ao idiota que esbarrou em mim. Afinal, se ele olhasse por onde anda teria desviado de mim. Minha barriga roncava quando cheguei na universidade. Clara estava na porta, olhando de um lado para o outro e abriu um sorriso quando me viu.

– Se superou, tem dez minutos ainda – disse ela como se eu tivesse feito um milagre.

– Ainda bem, esbarrei em um cara e todo meu café foi em cima dele, vou ter que comprar um na lanchonete.

Fomos para a fila, que só tinha um garoto, e esperamos. Um grupo de meninos entrou atrás de nós. Eram da nossa idade, talvez. Fiz meu pedido e enquanto não ficava pronto, sem querer, comecei a prestar atenção na conversa dos meninos.

– Cara, essa blusa ta muito ridícula – disse um deles – olha o calor que está fazendo.

– Melhor assim do que a enorme macha de café que uma filha da puta derramou em mim – disse o mais alto.

Ai meu Deus.

Olhei para ele arregalando os olhos, eu até podia passar despercebida já que ele estava de costas, mas o loiro apontou com a cabeça para mim e o fez virar. Desgraçado.

Ele era alto, cabelos negros e pele clara. Com as mangas da blusa levantas pude reparar as varias tatuagens em seu braço direito, como não reparei antes? Os olhos azuis e o piercing na boca o deixavam muito charmoso.

– Que ótimo, sabe aqueles copos de criança? Pede em um desses da próxima.

– Olha, eu já pedi desculpas. Mas não foi culpa minha, se você olhasse por onde anda poderia ter desviado – foi exatamente o que eu pensei no metro.

– Quem saiu com a blusa nojenta fui eu, que tal você calar a boca? Já to cheio de gente nojenta, que quer estar certa. Esquece queridinha, nunca vou querer você na minha cama - disse com a voz sedutora.

Senti meu sangue esquentar, minha vontade era de bater na cara dele.

– Cala a boca, pena que o café não estava quente – peguei o que estava em cima do balcão – que legal, esse aqui esta quase fervendo.

Peguei o café e joguei em cima de sua blusa, o que deixou realmente nervoso. Pude ouvir Clara rindo, o que me fez rir mais alto ainda, e de longe o ouvi ele me xingando mas já estava longe de mais para responder. Clara, que ainda não tinha parado de rir, não tinha acreditado que eu tinha feito aquilo. Ela disse umas três vezes que eu deveria ter sido simpática já que ele era o menino mais lindo que ela já viu. Não descordo, mas o que ele tinha de beleza tinha de metido.

– Você devia é ter agarrado ele e beijado ali mesmo – eu sabia que isso era exatamente o que ela faria.

– Só que eu tenho um namorado, e estou muito feliz com ele.

– Então deixa esse ai pra mim.

– Falando nele...

Alem de meu namorado, Davi era meu melhor amigo. Ele foi a primeira pessoa que falou comigo quando me mudei de Florianópolis para São Paulo. Ele disse que demorou dez minutos para se apaixonar por mim, eu demorei uns bons quatro ou cinco meses. Ele era, sem duvidas, um dos mais bonitos e populares da escola. Loiro, olhos verdes e pele morena. E entre tantas meninas babando por ele, ele escolheu a mim.

– Bom dia meu amor – Davi me deu um longo beijo – bom dia Clara.

– Ah, também quero um beijo – riu alto – ta fazendo o que aqui?

– Vou cursar engenharia mecânica aqui, e você faz desenho de animação com a Cat?

– Sim, e a gente se vê depois, eu e Cat estamos atrasadas para a aula – ela me puxou e enroscou o braço no meu – não quero sentar na frente.

Chegamos à sala e sentamos no fundo, atrás de um menino loiro que parecia não conhecer ninguém. Clara já começou a puxar assunto com ele, e era obvio que ele era tímido. Era muito bonito, não era magro e nem gordo, era o que eu costumava chamar de fofinhos, tinha os olhos castanhos e a pele bem clara. O nome dele era Guilherme, e assim que nos apresentamos Clara não perdeu tempo.

– E você namora? – estava apoiada em cima dos dois cotovelos, o que de acordo com ela aumentava os seios.

– Não e nem quero.

– Mas por que não? – foi minha vez de perguntar, fiquei realmente curiosa.

– Sou gay – disse ele meio baixo – mas não conta para ninguém, prefiro que poucos saibam.

– Tudo bem – respondi educada.

– Que desperdício – reclamou Clara, e quando percebeu que ele olhou feio terminou de falar – não, eu não tenho nada contra. Mas você é gato demais, as meninas estão perdendo os melhores.

– Já ouvi muito isso – ele deu uma risadinha no momento que o professor entrou.

O nome dele era Fernando, deveria ter uns 25 anos e era muito bem cuidado, se eu fosse mais velha...

As aulas foram passando e chegou a hora do intervalo. Fui para o refeitório C que foi onde combinei de encontrar Davi. Foi difícil encontra-lo, ele estava em uma rodinha com outros três meninos. Clara e Gui estavam comigo e me seguiram quando eu o encontrei.

Apresentei Gui a eles e fui apresentada também. Rafael era um moreno, alto e meio gordinho, mas era muito bonito. Carlos era o mais bonito dos três, cabelo raspado, maxilar bem marcado, pele bronzeada, músculos bem definidos e olhos verdes. Victor era o mais baixo, olhos cor de mel e cabelo castanho claro.

– Tem o Bruno, daqui a pouco ele aparece – Davi olhou em volta o procurando – falando nele, Cat esse é Bruno, Bruno essa é Catarina, minha namorada.

Por um momento nem eu e nem ele falamos nada. Apesar de ter trocado de camiseta eu reconheceria de longe o braço fechado de tatuagens.

– Prazer – cortei o gelo, fingindo que não o conhecia – não é velho demais para estar no primeiro ano?

– Sim, mas eu passei dois anos viajando por ai – respondeu fingindo não me reconhecer, mas o jeito que olhava para mim era o suficiente para acreditar no contrario – você me lembra uma garota que eu vi hoje, a vaca derrubou café em mim.

Senti meu sangue pulsar e tive que controlar a vontade de voar no pescoço dele. Antes que o fizesse Clara pediu para que eu a acompanhasse no banheiro.

Achei que fosse ficar mais calma, mas Clara não parava de falar sobre a pequena conversa que teve com Carlos. Ignorei tudo o que ela falou, lavei o rosto e sai do banheiro com o rosto ainda pingando, indo para a próxima aula.

Clara tentou me acalmar, mas foi total perda de tempo.

Ótimo jeito de começar o ano.

As últimas quatro aulas pareceram durar séculos, não prestei atenção em nenhuma já que aquele olhar frio permanecia em minha mente, não importa o que eu fizesse para tirar.

Bruno era muito atraente e charmoso, tinha um ar de garoto travesso que é de deixar qualquer uma louca. Mas a raiva que eu sentia em estar perto dele era muito grande para prestar atenção em sua aparência.

Depois das ultimas aulas recebi uma mensagem para encontrar com Davi no meu carro. Eu e Claire chegamos e ele ainda não estava lá. Aproveitei os vinte minutos que ele demorou para retocar a maquiagem e para conversar com Clara sobre Carlos, agora que eu estava mais calma.

– Ele disse para sairmos qualquer dia – disse fixando os olhos para algo atrás de mim – talvez ele venha fazer isso agora.

Olhei para trás. Davi, Carlos, Bruno e mais alguém vieram até meu carro. Lá no fundo eu esperava que o carro de um dos dois estivesse estacionado aqui perto. Carlos soltou um sorriso para Clara, e ela retribuiu. Davi me abraçou e, por cima de seu ombro, pude ver Bruno me encarando com um sorriso malicioso.

O que era agora?

– Meninas essa é Elena, Elena essas são Clara e, minha namorada, Catarina.

A menina soltou um sorriso simpático e deu um beijo de comprimento em cada uma.

– Você é mais bonita do que o Davi havia falado.

– Obrigada – corei.

– Amor, que tal ir almoçar no Subway? Foi idéia de Bruno.

– Claro que foi – disse sorrindo para ele, segurando a vontade de xingá-lo.

– Vamos? – Clara disse com um olhar “Carlos também vai, poxa... por favooooor!”

– Tá bom, a gente se encontra lá.

– Você vai dar carona para gente – disse Bruno como se fosse obvio e entrou no meu carro.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? agradeceria se vocês me dissessem o que acharam, isso me ajuda a continuar e a melhorar o que não está legal. Até o próximo capitulo ;)