Logo que cheguei no shopping avistei Pedro, ele estava um pouco diferente, mas mesmo tendo passado três anos, eu reconheceria Pedro até fantasiado de Lady Gaga.

Sam não reclamou muito durante o caminho, somente algumas coisas como "você vai se arrepender disso", "você não é de Deus" e "por que você tinha que aparecer agora?". Fiquei feliz ao saber que meu objetivo estava sendo atingido, eu estava transformando a vida de alguém num inferno.

Pedro me deu um dos abraços de urso que ele sempre dava, me levantando do chão e me girando. Eu tinha até esquecido o quanto esses abraços são perfeitos.

- Anne você não cresceu nada, - ele falou após me analisar dos pés a cabeça - retiro o que disse, suas bochechas cresceram.

- Também estava com saudades, Pedro. - disse indignada.

- Você sabe que eu estava então por quê fala assim?

- Pra reforçar o sentido seu idiota. Por que você acha que os namorados sempre dizem que amam um ao outro?

- Deixa de baboseira, eu sei que você odeia isso tanto quanto eu. Vamos logo comprar a pipoca, ou vamos perder o começo do filme.

- Espera, que filme vamos assistir?

- Se Beber Não Case 3.

- Sério?! Eu estava louca pra ver esse filme. - sorri.

- Eu sei, esqueceu que a primeira vez que assisti à esse filme eu estava com você?

- Não tem como esquecer. - brinquei.

...

O filme havia acabado e Pedro já tinha ido embora, ele teve que ir logo. O idiota do Sam estava muito atrasado.

23, esse era o número de vezes que liguei para o filho de satanás, nenhuma havia sido atendida. Estava quase desistindo de ligar quando uma voz feminina atende o celular.

- Alô?

- Alô é o caralho, eu to te esperando faz meia hora seu idiota, quero uma boa explicação e um bom motivo pra você estar tão atrasado. - senti como se a pessoa do outro lado da linha tivesse afastado o celular do ouvido por causa dos gritos.

- Desculpa, com quem você quer falar?

- Com o Justin Bieber. Você está me fazendo de besta Sam?

- Hm, entendi, você quer falar com o Sam. - não me diga - Ele não está, saiu e deixou o celular aqui. Quer deixar o recado?

- Sim, sim. Diz que ele corre um grande risco de perder todos os aparelhos de videogame dele, - sorri - eles podem querer dar uma festa na piscina. E manda um beijo também. - disse com a voz carregada de ironia e desliguei na cara de quem quer que fosse a pessoa do outro lado da linha.

...

- Idiota, filho da puta, projeto de satanás... - disse jogando os videogames dentro do vaso e voltando para o quarto.

Logo em seguida vi um vulto correr para dentro do banheiro e soltar milhares de palavrões direcionados à mim.

- Por que você fez isso? - ele perguntou tentando manter a calma

- O que eu fiz?

- O que você fez? Você jogou todos os meus aparelhos no vaso sanitário! Ou será que eles magicamente criaram pernas e decidiram usar o vaso como piscina?

- Não, acho que ele precisaram de um empurrão. - disse me esgueirando para o canto do quarto e pegando a guitarra logo em seguida abrindo a janela e colocando metade dela para fora da janela.

- Não, você não é capaz de fazer isso!

- Não? - arqueei a sobrancelha e coloquei um pouco mais da guitarra pra fora.

- Tudo bem, tudo bem, desculpa por ter te deixado plantada, mas não faz isso com minha guitarra! Por favor. - senti um leve desespero em sua voz.

- Você vai fazer isso novamente?

- Não, nunca mais.

- É bom mesmo. - disse e tirei a guitarra da janela e fechei-a.

Me deitei na cama e fiquei olhando para o teto, vingança tem um gosto bom.

- Por hoje chega, você já me ferrou demais pra um dia só, vamos dormir. - ele disse e apagou a luz se deitando ao meu lado logo em seguida.

Sua respiração acalmou rapidamente, revelando que ele tinha dormido. Eu quase não consegui, o sorriso não queria sair da minha face. Depois de quase tomar remédio para dormir, consegui cair no sono.