P.o.v Trish (Será que é o primeiro? O.o)

– Como assim você disse que a professora precisava de uns diazinhos de “Oba – Oba” – o ruivo fez aspas com os dedos, revezando as palavras que saiam de sua boca com o riso -, para aliviar o stress?

Eu ria enquanto seguia o Dez para fora da Marino e o mesmo me acompanhava nas risadas quando eu lhe contava sobre o acontecido na última aula de literatura.

– Dizendo, ué. E eu tô mentindo? – ele riu.

– Você é demais, Trish. – o ruivo disse, o que me fez olha-lo de uma outra maneira, não sei qual e nem porque, só que quando o olhei, não vi aquele garoto sardento idiota que só fala besteira, eu vi... Não importa. O Dez não me importa. O que me importa é o meu namorado que deveria estar aqui me esperando, mas até agora não deu as caras.

– Eu sei, eu sei – sorri sem graça e o ruivo desviou seu olhar, percebendo que o que disse não foi “típico” dele – Mas... Dez, você viu o Trent por aí? – pude jurar que o que vi, realmente, não foi normal, até para o Dez. O semblante do sardas mudou completamente e ele me olhou de um jeito estranho, quase decepcionado. – Era para ele me levar pra casa, mas até agora não o vi – olhei para os lados, na esperança de encontrar o meu moreno e ignorando totalmente a fantasia de que o Dez teria mudado ao eu tocar no assunto ‘Trent’.

– Não – ele disse, desinteressado – e ele também não me interessa.

– Ai nossa Dez, pra que isso? – perguntei, seu tom me intrigando.

– Nada Trish, é só que... – ele pausou, suspirando – É incrível como você é tão inteligente para algumas coisas, mas tão tonta para outras.

– O que? Você me chamou de tonta?

– Eu... Ah, esquece De La Rosa, vem vamos pra ca... – o Dez começara a me empurrar para o ponto de ônibus, já que o mesmo não tinha a dignidade de ter tirado logo a carteira e oferecer uma bela duma carona para a minha pessoa, mas algo o interrompeu, e posso confessar, eu não estava acreditando no que eu estava vendo.

– Dez, aquela é a... – comecei, mas o Dez não me deixou continuar.

– Calma Trish, é a Ally mas...

– Mas o que Dez? O que a Ally tá fazendo entrando no carro do Trent? – eu gritava para o Dez enquanto via o moreno abrir a porta de seu carro e a garota que eu achava ser a minha melhor amiga entrar. Minhas veias palpitaram e senti meu sangue ferver. O que era aquilo?

– Pode não ser o que você está pensando.

– E como você pode provar isso, ruivo? Como? – eu perguntei, vendo o carro enfim partir e nenhum dos dois indivíduos repararem que eu estava ali, assistindo aquela ceninha de quinta. De repente eu sinto uma coisa quente se agarrar em mim, e eu percebi que era o Dez me abraçando. Em outras ocasiões eu realmente teria recusado, mas as lágrimas já corriam por minha face sem ao menos eu reparar, e assim eu fui obrigada por mim mesma a enterrar meu rosto na camiseta colorida do Dez e deixar que o mesmo realizasse o meu desejo de simplesmente fugir dali.

...

– Tá melhor? – Dez perguntou-me, sentando num banquinho perto da minha cama e pondo um copo d’água pela metade em cima do criado-mudo.

– Não – disse com a voz chorosa.

– Fala sério, Trish! Para com isso! O que você viu não foi nada demais!

– Nada demais, sardas? Eu vi a minha melhor amiga entrando no carro do meu ex- namorado! – virei o rosto para ele a tempo de ver um sorrisinho de canto em seus lábios.

– Ex? – ele perguntou.

– É, se o Trent não tiver uma explicação bem óbvia para o que eu vi, acabou tudo. – disse, aconchegando-me mais em meus lençóis.

– Ok, eu não acredito que eu vou dizer isso, mas, - o ruivo fez uma pausa – por mais que eu esteja feliz de ter ouvido esta última notícia, você não pode fazer isso, Trish. Esse é o teu problema, você não pensa. Faz as coisas por impulso. Vai que a Ally tava com algum problema e o Trent se candidatou a ajuda-la?

– É Dez, mas a Ally tem o Moon dela, lembra? – o Dez ficou calado – Vai embora, Dez, eu preciso ficar sozinha. – falei enterrando o rosto no travesseiro.

– Tá certo educação em pessoa. – pude ouvir ele se levantar e pegar sua mochila, abrindo a porta do meu quarto, mas eu o impedi.

– Ei, Dez? – chamei-o.

– Hum? – ele murmurou.

– Obrigada ruivo. ‘Cê’ sabe, por hoje... – olhei-o, um sorriso brilhando em seus lábios.

– Não tem de quê – ele respondeu, seu tom melancólico, o que me deu uma estranha vontade de sorrir, e eu o fiz.

– Agora sai! – só consegui ouvir gargalhadas após a porta ser fechada e eu me pegar sorrindo, tentando esquecer um pouco daquela cena que martelava em minha mente.

P.o.v Austin

Levei a Ally para bem longe de todo aquele povo e toda aquela situação. Ainda faltavam alguns minutos para o sinal tocar, então eu ainda tinha tempo para acalmar a morena.

– Ei, ei, para de chorar. – falei calmo, sentando ela em um dos bancos que havia no jardim detrás da Marino.

– Eu não consigo – fungou – A Trish, ela...

– Ela tá insegura, Ally.

– Mas precisava armar todo aquele circo? – não respondi. Ally me olhou e me abraçou, enterrando o rosto em meu pescoço. – Você sabe quem inventou isso e contou pra Trish, não é? – ela disse.

– Desconfio – respondi.

– Eu tenho certeza – Ally falou, se afastando e me fitando. Suas mãos esfregaram a região embaixo dos olhos, limpando todo e qualquer vestígio de lágrimas e maquiagem derretida. – E vai ter volta.

– Ally não...

– Sem chances, Austin. Essa garota está atingindo os meus maiores pontos fracos, daqui a pouco ela inventa que eu transei com um cabaré inteiro só pra fazer você terminar comigo.

– Você sabe que eu não acreditaria nisso, né? – disse rindo, mas a morena continuou séria. Seu celular começou a vibrar, e ela tirou-o do bolso.

– Uma mensagem – fez uma pausa - Número restrito – ela sussurrou. Aproximei-me mais dela, olhando para a tela do Iphone.

Gostou do espetáculo? Relaxe, esse é o primeiro de muitos.

P.o.v Trish

Cheguei à escola por uma carona da minha mãe, mal ligando para o fato de que a minha mãe levou-me para escola mais uma vez. Estava mais preocupada em resolver as coisas com o Trent, e principalmente com a Ally. Não posso negar, senti a falta do Dez ao meu lado, a companhia dele estava sendo boa para mim, ele conseguia me manter focada, bom, na maioria das vezes. Mas eu ainda não havia visto ele.

Adentrei o prédio azulado, indecisa sobre quem eu desejaria encontrar primeiro, mas em nenhuma das minhas opções estava incluída quem eu encontrei. (N/a: Cá entre nós, pessoal, ninguém nunca quer encontrar a Kira ou a impressão é minha?).

– Bom dia Trish! – a criatura disse, o que me intrigou bastante. Desde quando a Kira é formal desse jeito?

– Bom dia... – respondi sem interesse, com esperança de avistar um ruivo para me livrar dessa sujeita.

– Sabe o que eu fiquei sabendo? – ela disse, um tom malicioso e maldoso presente em sua voz.

– E desde quando fofoca vindo de você me interessa? – indaguei e ela sorriu.

– Desde que a “fofoca” – gesticulou aspas com os dedos – envolve o seu namoradinho. – meus olhos arregalaram-se e eu fiz o que pude para não dar nenhuma razão a Kira, mas eu não consegui evitar.

– O que é que você sabe? – perguntei. Seu sorriso sarcástico cresceu ainda mais e eu me arrependia cada vez mais de ainda estar ali, perdendo – talvez – meu tempo com uma sujeita tão desprezível como a Kira.

– Ah, Trish... Trish... As notícias circulam, e a rádio corredor está cada vez mais informada... – ela falou, pondo um de seus braços ao redor dos meus ombros, o que eu rapidamente fiz questão de desfazer.

– Para de enrolar Kira, o que você tá sabendo sobre o Trent? – perguntei ríspida, as cenas do que eu vi ontem passando por minha mente.

– Uma garota do primeiro ano, uma das meninas do meu glorioso time de líder de torcidas, andou espalhando por aí que viu o Trent aos beijos com uma morena perto da casa dela...

– Eu não acredito no que você diz, sua vaca. Só está tentando envenenar meu relacionamento com o Trent.

– E por que eu faria isso?

– Porque... – eu não tinha argumentos.

– Não Trish. Eu só estou tentando te alertar sobre quem são suas companhias. – ela me enviou um sorriso bondoso, segurando as minhas mãos de uma forma confortável.

– O que mais você sabe?

– Kim, a garota que viu isso, jurou que era realmente ele. Ele beijava uma garota do segundo ano, acho que você sabe quem é, não é? Kim mora perto dessa garota, e viu quando um carro preto partiu da casa dela mais ou menos às 11hrs da noite passada.

– Foi justamente a hora em que eu tentei ligar pela última vez para a...

– Sinto muito Trish, mas eu tenho quase certeza disso – Kira me arrastou para um canto e abraçou-me – O Trent está te traindo com a Ally.