But...I Like You. escrita por Marril


Capítulo 19
Capítulo 17: Courage Aya, courage


Notas iniciais do capítulo

Oii!
Pronto, aqui está o capítulo que prometi, espero que gostem *-*
Este capítulo foi programado, então se houver algum erro avisem...

Boa Leitura!



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Quando acordei, mais precisamente antes de me levantar, tive de beliscar-me para ter certeza que não estava a sonhar. Neste momento já não me importa se eu atuei bem ontem à noite ou que tipo de comentários ouvirei hoje na escola, já nada disso me preocupava, eu só queria desaparecer, ir para um sítio longe e de preferência completamente sozinha, se calhar deveria ser mesmo assim, sozinha, sem mais ninguém. Espantei estes pensamentos deprimentes e levantei-me, eu não podia ficar sozinha, agora já não, eu tinha pelo menos China, ela preocupava-se comigo e isso bastava, ter uma pessoa que se preocupa comigo é o suficiente para eu não fugir e nunca mais voltar. Provavelmente estou a ser demasiado dramática, mas eu sou assim: uma exagerada.

Caminhei sonolenta até à porta, as minhas defesas estavam sempre em baixo a esta hora da manhã, por isso não estava pronta para as “investidas” de Nathaniel e como eu tenho uma sorte do caraças, com quem eu me deparo assim que atravesso a porta? Sim, essa pessoa que vocês estão mesmo a pensar, também quem mais poderia ser? Não “vive” cá mais ninguém.

O loiro olhou para mim estático, de seguida, corou e virou-se de costas para mim.

–N-Não d-devias andar assim v-vestida pela c-casa. – Murmurou gaguejando.

–Hã? – Indaguei confusa. Automaticamente olhei para baixo, observando a minha roupa, foi então que percebi o que o loiro queria dizer. Eu só vestia uma t-shirt de manga curta (e se eu levantasse os braços para cima a minha barriga ficava à mostra) juntamente com uns calções. Corei envergonhada, eu estava tão habituada a andar assim em casa que me tinha esquecido da presença do rapaz.

Virei-me também de costas para o loiro e corri em direção à casa de banho, onde me tranquei. Suspirei ainda encostada à porta, de repente, oiço umas pancadas na porta e a voz de Nathaniel a perguntar:

–Aya? Está tudo bem?

–Sim está. Fica na sala e não saías de lá por favor, eu já desço.

–Está bem.

Oiço alguns passos no corredor, como se alguém estivesse a afastar-se e suspiro novamente. Tratei rapidamente da minha higiene matinal e quando sai da casa de banho fui praticamente a correr até ao meu quarto, mas antes gritei perto das escadas:

–A CASA DE BANHO ESTÁ LIVRE!

De seguida tranquei-me no meu quarto, só sai de lá quando estava totalmente vestida e arranjada e também após uma longa exercitação mental para o que estava prestes a aturar hoje, desci com a mochila às costas e encontrei Nathaniel, já vestido e arranjado, na cozinha. Este estava à frente do fogão, de costas para mim, e um cheiro agradável a comida pairava no ar, quando invadiu as minhas narinas pude perceber o que era: ovos com salsicha. Só mesmo Nathaniel para se lembrar que eu adorava essa comida pela manhã, mas tinha muita preguiça para cozinhar o quer que seja a esta hora.

Quando o loiro notou a minha presença, sorriu para mim pedindo que pusesse a mesa e avisou-me que o pequeno-almoço estava quase pronto. Pus rapidamente a mesa, ansiosa para comer aquela comida que à primeira vista parecia estar ótima. Nathaniel serviu os ovos numa travessa e tirou duas torradas acabadas de fazer da torradeira, estas estavam perfeitas, nem muito ou pouco tostadas, tal e qual como eu adorava. Sorri com este pensamento, o meu gesto não passou despercebido pelo loiro que até me perguntou:

–Que se passa?

–O quê? – Respondi confusa.

–Estavas a sorrir.

–Ah não é nada.

Percebi que o loiro estava prestes a rematar, no entanto escolheu juntar-se a mim, ficando encostado à bancada da cozinha, de frente para mim. Nathaniel esboçou um novo sorriso, contudo este era diferente, diria melancólico.

–Aya, eu, não nós…

–Nathaniel, por favor, não digas mais nada. – Sim, eu ainda não estava pronta para esta conversa, pelo menos não agora.

–Mas…

–Por favor, eu peço-te não agora. – Será que eu estava assim tão desesperada? Afinal era só uma simples conversa, então porquê tanto exagero da minha parte? Sinceramente não sei, quer dizer, tenho uma leve ideia: Eu estou com medo. Sim, medo. Desde que fechei o meu coração ao mundo que eu tenho medo de…

Fui desviada dos meus pensamentos por Nathaniel, que entretanto já tinha lavado a loiça e estava pronto para sairmos. Levantei-me e acompanhei o loiro. Durante o caminho pude perceber a aura meio depressiva que Nathaniel emanava, era sempre assim que ele ficava quando nos desentendíamos, mas eu não sabia o que fazer, nunca soube. Sempre fui assim, fugindo dos meus problemas, eu era e sou uma cobarde egoísta, não me orgulhava disso, mas também não fazia grandes esforços para mudar. Para quê? Perguntava-me sempre a mim mesma.

Mal cheguei à escola fui recebida por alguns olhares femininos nada agradáveis, despedi-me de Nathaniel, mas os olhares não cessaram, simplesmente ignorei-os e prossegui o meu caminho até à sala de aula. Encontrei China perto dos cacifos, esta cumprimentou-me com um sorriso.

–Bom dia! Então com foi o jantar de ontem? – Perguntou-me curiosa. Eu já sabia que ela ia perguntar-me isso, mas se eu estivesse no lugar dela também estaria curiosa.

–Bom dia, eu acho. Foi horrível. – Desabafei.

–Então porquê? Foi assim tão mau?

–Podes crer, tu nem imaginas. – Contei rapidamente a história à rapariga, ocultando alguns factos menos importantes, como eu ter usado o meu apelido por razões menos importantes, mas realçando outros aspetos, como o facto de eu e Nathaniel estarmos a viver juntos.

Depois do relato China perguntou-me:

–Estás com medo de voltares a apaixonar-te por ele?

–Mais ou menos, eu não sei o que é gostar de alguém a sério, é tudo muito confuso…Eu não quero gostar de alguém.

–Não percebo qual é o problema.

Suspirei antes de continuar

–China há certas coisas que tu não sabes, coisas que me deixam de pé atrás com as pessoas.

–Tais como?

–Olha, vamos começar com algo simples. Sabes quem eu sou?

–Claro, és a Aya, quem mais podias ser?

–Pois sou, mas não sou só a Aya. Eu sou a Aya Wilde, a filha da grande empresa Wilde Company.

–Sim eu já sabia e depois? – Questionou encolhendo os ombros.

–Mas tu já sabias? Como?

–Sim, eu vi no teu teste e o que isso tem?

–Bem, é que sempre que alguém sabe disso a sua atitude comigo muda. Torna-se falsa, superficial.

–Oh Aya nem toda a gente é assim, eu nunca mudaria a minha maneira de ser por algo tão banal.

–Eu agora sei disso, desculpa por ter insinuado aquilo. – Disse com uma voz triste.

A rapariga abraçou-me, talvez por impulso, mas de certa forma saber que China continuava a ser ela mesmo reconfortava-me. Palavras já não eram precisas, eu sabia que estava tudo bem entre nós. Antes que pudéssemos conversar sobre mais alguma coisa o professor de matemática passou por nós e sem mais nenhuma opção tivemos de segui-lo até à sala de aula. China fez-me prometer-lhe que falaríamos melhor na hora de almoço, concordei, mas pedi-lhe que fosse a sós, ela acenou como se concordasse também.

Na porta, encostado à parede, estava Lysandre, este ao ver a sua namorada sorriu-lhe timidamente, China corou sorrindo também e foi a seu encontro. Não pude evitar sorrir também, eu estava contente por China estar feliz e não teria problema algum em perseguir Lysandre até ao inferno se este a fizesse sofrer. Apesar de eles já namorarem antes de me conhecerem e se entenderem perfeitamente um com o outro, eu não permitiria se alguém presentemente os tentasse separar.

Depois de todos os alunos entrarem e se sentarem nos seus respetivos lugares o professor levantou-se e começou:

–Bom dia turma! Como já se passou uma semana e partindo do pressuposto que todos já se conhecem mais ou menos vamos hoje eleger o delegado e subdelegado da turma. Vou fazer passar uns pedaços de papéis onde devem escrever o nome da pessoa que acham que deve ser escolhida, atenção que só devem escrever um nome e escolher bem a pessoa. Sabem que um delegado deve ser… - O professor continuou com o seu discurso de como deve ser um delegado exemplar, mas eu deixei de o ouvir, pois o assunto não me interessava nada.

Os alunos começaram a rabiscar os nomes nos papéis, porém eu deixei o meu em branco, a eleição não me interessava. Quando os nomes foram todos recolhidos e começaram a ser ditos em voz alta enquanto que eram apontados no quadro, arranquei uma folha do meu dossier e escrevi:

“Eu sei que precisamos de falar e estou disposta a isso. Depois das aulas, em minha casa.”

Passei o papel a Nathaniel, que o leu rapidamente antes de rabiscar algo e me entregar de volta.

“Tens a certeza?”

“Sim!”

“Está bem então. Fico à espera na nossa casa.”

“Como assim nossa? A casa é MINHA!”

“Como queiras…Não vamos juntos?”

“Não sei.”

“Por acaso andas a trair-me?”

“Estúpido!”

“Não respondeste à minha pergunta.”

Eu ia responder com umas palavras nada bonitas, mas fui interrompida pelo professor que chamou Nathaniel ao quadro. Foi só nesse momento que olhei para o quadro e vi diversos nomes com o número de votos à frente. O que mais me surpreendeu foi o meu nome estar lá escrito e com três votos! Analisei tudo rapidamente e percebi que Nathaniel tinha acabado de ser eleito delegado de turma e para subdelegado seria…Melody com quatro votos. A morena já se encontrava ao lado do loiro (quase colada) e sorria super contente com o resultado. O professor falou mais algumas coisas que eu não liguei e prosseguiu com a aula, virei o meu rosto para a janela sem alguma vez desviar o olhar dela, deixei-me perder nos meus pensamentos. Seria hoje que tudo se iria resolver, se estou pronta para isso? Não sei.

No fim da aula China e Lysandre saíram de mãos dadas para algum lado; Nathaniel teve de acompanhar o professor e eu deixei-me ficar para trás, ao menos teria tempo para me preparar ou talvez não, já que fui impedida por uma voz que me chamava:

–Aya espera! Tenho de falar contigo. – Disse alguém atrás de mim.


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo: Capítulo 18: Are you ready?

Bye bye

@Marril .



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