But...I Like You. escrita por Marril


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo está um pouco menor, pois serve apenas de introdução. Prometo que os outros serão maiores e mais animados :)

Boa Leitura!



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–Queres ser minha namorada? – Esta pergunta foi a única que nunca pensei ouvir da boca dele e muito menos dirigida a mim. Como isto aconteceu? Bem, é uma longa historia…comecemos pelo princípio.

***

–O quê? Vamos mudar de cidade? Outra vez? – Perguntei surpreendida.

–Sim querida, vamos. Quer dizer, tu vais.

–Como assim eu vou? – Indaguei confusa.

–Tu vais mudar de cidade e nós vamos contigo, mas só para te acompanhar, pois infelizmente não vamos viver todos juntos.

–Porquê?

–Porque nós vamos ter muitas viagens de negócios e não vamos conseguir ficar em casa. Vamos viajar pelo mundo inteiro, sabes que temos de expandir o nosso negócio se quisermos ser os melhores. Percebes? Além disso as tuas notas baixaram no ano passado e não queremos que aconteça o mesmo este ano. Eu sei que as tuas notas não são más, mas podiam ser melhores se tivesses tempo para estudares como deve de ser, pelo menos numa escola boa.

–Sim, já percebi. – Respondi entediada. Na verdade não há nada para perceber, é sempre a mesma coisa: eles viajam e eu fico sozinha.

–Querida, não fiques triste. Vais ver que o tempo passa bem depressa.

–Não estou triste. – Não há razões para estar triste, eu já estou habituada, os meus pais estão fora e não podem dar-me atenção, tenho apenas de viver com isso, viver sozinha.

***

Já passou uma semana desde que descobri que ia mudar de casa, mais precisamente para a minha cidade natal. A mudança foi rápida. Os meus pais trataram da procura de uma casa e também da transferência de escola. Mal chegamos à porta da minha nova morada eles despediram-se, uma despedida sem grandes emoções ou palavras, como de costume.

Entrei na casa, explorando-a logo de seguida. Era simples, o primeiro andar era constituído por dois quartos: o menor servindo de quarto de arrumações, enquanto que o outro obviamente era o meu quarto e uma casa de banho. No andar de baixo existia apenas uma cozinha e uma sala de estar.

Desempacotei as minhas coisas, ao mesmo tempo que arrumava as mesmas nos seus devidos sítios, primeiro a sala, depois nos restantes cómodos e por fim no meu quarto. Este era relativamente simples: paredes brancas, chão de madeira, uma pequena varanda, uma cama de solteira no canto direito, que escondia outra por baixo, uma secretária no canto oposto e um armário perto desta.

Quando terminei de ajeitar o meu quarto, desci para preparar algo, fiz uma comida rápida, pois não estava com muita paciência para cozinhar. Depois de comer deitei-me no sofá. Ainda era cedo, mas eu acabei por adormecer, afinal arrumar uma casa inteira sozinha dá muito trabalho para além de gastar imensa energia.

Acordei com uma dor de pescoço terrível, provavelmente por ter dormido numa posição nada confortável. Já era de noite, a lua estava cheia e refletia todo o seu brilho através da janela, iluminado assim parcialmente a sala.

Levantei-me e comecei a caminhar pela casa sem rumo, passei lentamente por todas as divisões sendo apenas guiada pelo fraco reflexo lunar. Vagas memórias da minha infância naquela cidade corriam pela minha mente, algumas amizades provavelmente já esquecidas e talvez abandonadas, momentos de felicidade e alegria, enfim boas recordações. Na realidade, os melhores 11 anos que vivi em toda a minha vida, já que os restantes 5 que passei a viajar não foram assim tão felizes.

Terminei o meu passeio na varanda do meu quarto, o vento gelado batia contra a minha face fazendo os meus cabelos esvoaçarem livremente. Apesar do frio a sensação era agradável. Olhei para o céu, pensativa. Era a primeira vez que ficava tanto tempo numa cidade (em principio seriam 2 ou 3 anos), talvez assim pudesse mudar um pouco a minha vida, como fazer amizades a sério, por exemplo. Durante os últimos 5 anos apenas ficava alguns meses na mesma cidade e com isso não conseguia integrar-me totalmente na escola, apenas tinha tempo para estudar, pois estava sempre a perder a matéria dada. Amigos? Nunca tive nenhum, pelo menos um de verdade. Todos os que me rodeavam apenas fingiam, então deixei simplesmente de acreditar nas pessoas. Acabei por criar uma barreira, comecei a agir de um modo indiferente por vezes frio, assim podia evitar magoar-me por ter confiado demasiado em pessoas que não devia.

Enquanto pensava nestes assuntos todos, ia observando as estrelas, identificando uma vez ou outra algumas constelações mais conhecidas, até que de repente vi uma espécie de feixe de luz a passar rapidamente. Uma estrela cadente, pensei. Sorri ao mesmo tempo que fechava os olhos para pedir um desejo. Não que eu acreditasse realmente nessas superstições, mas também não haveria problema nenhum em tentar, quem sabe o que poderia acontecer!?

Após fazer o pedido, retirei-me de volta à minha caminha, para assim voltar ou pelo menos tentar dormir. Amanhã seria um novo começo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram?
Se acharem que mereço deixem-me um review!

Bye bye.

@Marril.