A Filha Do Mar escrita por Emm J Ás


Capítulo 8
Pré-Jantar


Notas iniciais do capítulo

É, eu sei. Nada criativo o título, mas que seja né... '-'
Enfim, chato, chato e mil vezes chato. Esse caps tá terrible na minha opinião, mas espero vocês. Então beijos e se cuidem.
Espero que curtam a leitura. Byee



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   Ai... Mas que dor de cabeça. O que aconteceu? Abro os olhos e olho em volta. É o quarto que Emily deu para mim, mas está tão escuro. Nenhuma tocha nem nada para iluminar o lugar. Estendo a mão direita para o lado e sinto dor. Acho que é por causa da espada que eu apertei com tanta força. Luto contra a dor e apalpo o criado mudo do meu lado até achar a cordinha. Achei. Puxo-a e a luz invade meus olhos, fecho os olhos. Acabei de ligar o abajur, pela primeira vez. De verdade, eu nunca tive um abajur antes. Em Alásia nós usamos tochas para iluminar os lugares (Ainda não evoluímos nesse campo).

  Quando me acostumo com a luz abro os olhos novamente. O quarto está do mesmo jeito que estivera quando vim aqui antes, quando me banhei e troquei de roupas. Nem acredito que estou neste navio faz apenas um dia, já sinto como se fosse minha casa. O quarto balança um pouco, mas já me acostumei com o movimento das ondas. Na verdade acho até relaxante. É como se o mar fosse parte de mim.

  O-ou. Lembro-me do que o pirata do olho de vidro disse. Você é a filha do mar, o Rei dos Mares me mandou para te levar de volta. Isso é sério? O que é uma filha do mar afinal? Em certo momento eu apaguei, ou pelo menos quase desmaiei. Não conseguia identificar o que estava acontecendo, era como um transe. Manchas azuis brilhantes voavam para todos os lados. O mar parecia estar nos atacando enquanto sugava minhas forças. Eu não entendi nada, mas acho que eu estava fazendo aquilo. Eu fiquei com tanto ódio daquele homem... Será que eu tenho uma ligação com o mar?

  Levanto-me da cama. Meus cabelos estão soltos e despenteados, mas não me importo em arrumá-los. Apenas prendo-os num coque alto e mal feito. Saio do quarto com pressa. Eles devem saber me explicar o que aconteceu. Eu ouvi Kalyssa conversando com os outros. Falaram algo sobre filhos do mar estarem em extinção e sobre eu não ser filha dos meus pais. Paro imediatamente de andar pelo corredor. É isso. O pirata assassino disse que eu era filha do Rei dos Mares. Disse que eu era a herdeira do trono e por isso tentava me matar, para ele governar. Mas eu não posso não ser filha dos meus pais. Eu sou de Alásia, eu sou filha da rainha Genevieve, a doce e gentil rainha de Alásia. Eu sou a princesa, a irmã mais nova. A que é obrigada a se casar com o príncipe de Galatéia para evitar uma guerra. Não. Eu não quero ser filha de um pirata super famoso, que nunca falhou em nenhum roubo. Não. Eu não quero. Meus olhos se enchem d’água.

— Liz?

  Olho para trás secando os olhos. Jack está olhando para mim, com os olhinhos azuis e cabelos negros. Ele é quase do meu tamanho, um ou dois centímetros mais baixo. Ele sorri para mim, alegre em me ver. Eu sorrio também, mas sei que a qualquer momento vou chorar. Não posso chorar, mas não é algo que eu saiba controlar.

— Oi Jack. — Eu aceno para ele.

  Ele abre um sorriso ainda maior e então pega meu braço. Ele me puxa, me guiando pelo corredor. Ele é mais forte do que parece.

— Para onde está me levando? — Pergunto sem resistir. Acho que tudo bem ele sair me carregando por aí, não é como se fosse me atacar ou algo assim.

— Para a sala de reunião. — Ele responde.

  Tudo bem então. Fico calada esperando chegar lá. Ele segue pelo longo corredor e vira duas vezes, uma para a esquerda e outra para a direita. Então enfim chegamos a uma porta, um pouco maior que as outras do navio (Em que você precisa se inclinar para passar). Ele abre a porta e me puxa para dentro.

— Uou... — Digo.

  A sala é grande, grande mesmo. Ainda não sei como podem existir tantos cômodos neste navio, aparentemente tão pequeno. Acho que a nomenclatura correta para isto é cruzeiro, porque um navio não é tão grande.

  A sala, como todos os outros cômodos, é de madeira mogno. Alguns pilares são talhados em forma de sereias, como se estivessem segurando o teto para ele não cair. No centro do salão há uma mesa redonda enorme, que na verdade é um grande mapa. Em cima da mesa há várias mini esculturas, representando reinos, áreas perigosas e outras coisas. Também há mapas e papéis cheios de escritos colados às paredes. Bem a minha frente, separado de mim pela mesa, está Alexander, apoiado na mesa e movendo um barquinho de madeira extremamente familiar. Ao lado dele estão Kalyssa e Sony, e em volta da mesa também está o resto da tripulação. Emily está com o braço enfaixado e o vestido azul rasgado nas costas, ela não parece muito bem, faz uma careta toda vez que se move.

— Chegamos. — Jack diz.

  Todos se viram para nós. Alex em especial não parece feliz com a minha presença, ele suspira como se eu estivesse o impedindo de resolver um problema que eu mesma causei. Será essa a situação? Eu não estou fazendo nada.

  Jack fecha a porta e me leva até o único espaço vazio da mesa. Há mais três garotos nesta mesa que eu não conheço. Como passar um dia inteiro num navio e não conhecer alguém dali? Bem, o navio é muito grande. Bem, eu estou com um problema sério e não estou com paciência. Ponho as mãos na mesa e olho para todo mundo, que me encaram.

— E aí? Alguém me diz o que aconteceu ontem? — Pergunto.

  Um segundo depois Alex se pronuncia, enquanto o resto me olha ainda calados.

— Ontem nós te sequestramos. — Ele diz.

— O que? — Não entendo.

  Ele olha para a janela do salão, um pequeno círculo de vidro por onde passa uma luz branca fraca. Está de noite. Então aquele pirata nos atacou hoje? Foi de manhã. Eu desmaiei e dormi o dia inteiro? Droga.

— Ótimo engraçadinho, então o que aconteceu hoje? — Corrijo-me.

— Bem, — Ele começa a falar dando a volta pela mesa. — Hoje você quase destruiu meu navio. — Ele diz já a minha frente.

— E salvou todos nós. — Emily adiciona, tentando suavizar a situação. O ar é pesado, mal consigo respirar. Por que tanta tensão?

  Não sei se sorrio ou se choro. O que aconteceu afinal?

— Não entendi.

— Não entendeu? — Ele fala com raiva, me encarando a menos de cinco centímetros de mim. — Você é uma droga de filha do mar. Uma das bem poderosas pelo visto.

  Ele se afasta e coloca o navio de madeira de volta na mesa. Eu não vi que ele tinha levado o navio consigo. Quando olho para ele vejo o nome Andrômeda entalhado no casco. E mais, eu vejo rachaduras e uma falha no terceiro convés. Isso aconteceu com o navio, e foi culpa minha. Culpa de um poder que eu nem sabia que tinha.

— Eu nem sei que droga é essa! — Me revolto. — O que é uma filha do mar?! Como assim eu sou filha de um pirata do mal? E por que vocês me sequestraram se já tem um navio fantasma com um maluco atrás de mim?!

  Todos continuam calados, talvez um pouco surpresos. Não é típico de uma princesa perder o controle. A questão é que, eu estou cansada de tudo isso. Todo mundo tem que mandar em mim o tempo inteiro? Até quando não tem ninguém para me dizer o que fazer? Eu, odeio, a minha, vida!

— Porra, Elizabeth... — Alexander começa a falar.

— Cale a boca! — Eu o corto. — Eu não quero ouvir mais ninguém! Eu não quero ver mais ninguém! Só me deixem em paz!

   Saio do salão batendo a porta com força. Não é justo descontar neles toda a raiva e revolta que me assombrou por toda a minha vida, mas isso é algo com o que eu não me preocupo no momento. Eu só corro pelo corredor até meu quarto. Nem sei como eu sei o caminho, decorei bem rápido pelo visto. De qualquer modo eu entro no quarto e bato a porta mais uma vez. Acho que ouço a tranca quebrando, mas não ligo. Só pulo na cama e enterro o rosto no travesseiro. Estou cansada, só quero ficar sozinha.

¬¬¬

  Toc, toc, toc.

  O quarto está escuro novamente. Acho que devo ter dormido um pouco, pois não me lembro do que houve neste intervalo de tempo desde que entrei no quarto. Só sei que fiquei deitada na cama por vários minutos, chorando e pensando em como minha vida se transformou num inferno de uma hora para a outra. Fiquei me martirizando, por ter matado tantos homens, homens inocentes... Ou talvez nem tanto, mas pessoas que eu não tinha direito de matar. Ainda sinto minhas bochechas secas, como se sentissem falta das lágrimas. Ainda sinto meus olhos lutando para permanecer fechados, para que eu durma pela eternidade, para nunca acordar novamente. Mas eu sei que preciso abrir os olhos, preciso levantar e preciso ser forte. Só porque sou uma princesa não significa que eu deva ser frágil e princesinha (Como o Alex diz).

  Toc, toc, toc. Alguém bate á porta mais uma vez. Esfrego os olhos tentando me livrar da rigidez e logo levanto, devagar e sem ânimo. Não tenho ânimo para absolutamente nada na vida, mais nada. Acendo o abajur ao lado da minha cama com os olhos abertos, obrigando-os a se acostumar com a luz. O quarto não se ilumina de fato, fica apenas com uma luz amarelada como se o abajur fosse um simples lampião. Abro a porta e suspiro com a visão que tenho. Não estou com ânimo para manda-lo embora, apenas deixo a porta aberta enquanto volto para a cama sem dizer uma palavra.

— Você está bem? — Ele diz fechando a porta e vindo se sentar ao meu lado.

  Só respondo depois de me cobrir com os lençóis (Que sinceramente não aquecem nada) e me acomodar em minha cama com as costas apoiadas no travesseiro nada confortável. Ele afasta minhas pernas já que eu quase o chuto esticando-as, ele termina ao lado de minhas coxas. Em outras épocas eu ficaria envergonhada, com as bochechas coradas e sem graça de estar com ele ali agora, mas hoje eu só tenho raiva reprimida. E enquanto ela não se liberta é apenas insensibilidade.

— Sim. — Digo. Após um segundo pensando eu falo novamente. — Não.

— Decida-se. — Ele diz.

— Não te interessa mesmo. — Respondo olhando para a parede.

  Ele parece suspirar baixo para si mesmo, como se de algum modo ele estivesse se controlando. Posso ver suas mãos apertando o colchão fino com força, as veias saltando.

— Eles me obrigaram a vir aqui. — Ele diz olhando para o chão. Sua voz só passa rigidez e frieza.

— Eles?

— Você sabe. — Ele olha para mim. — Emily, Sony, Jack, Tom... Toda a tripulação. Querem que eu peça desculpas.

  Fico pensando se esse Tom não é o garoto que conversava com Emily e Kalyssa naquela sala. Eu não ouvi esse nome ainda, um dos três piratas que ainda não conheci, com certeza. Querem que ele peça desculpas a mim, pelo que? Por me culpar por ter destruído o barco? É, ele está certo, eu sou uma inútil que acabou fazendo besteira. Mas isso não significa que ele possa me tratar desse jeito. É bom saber que ele veio pedir desculpas, mas ele ainda não pediu.

— Fique à vontade. — Cruzo os braços.

  Ele franze a testa e abre pouco a boca.

— É sério? — Indignado. — Você acha mesmo que eu preciso pedir desculpas?

— Então não peça. — Fecho a cara.

— Você destruiu meu navio! — Ele quase grita.

— Eu não tive culpa! — Eu grito.

  Ele bate o punho na cama, quase me atingindo. Me sinto ofendida e bato o travesseiro na cara dele, sem piedade, com toda força que tenho. Ele agarra o travesseiro e o joga com raiva do outro lado do quarto.

— Vai se ferrar. — Me levanto da cama.

— Não, pera aí. — Ele diz. Viro-me para ele e cruzo os braços, impaciente. — Desde que nós te pegamos você age como se fosse dona do navio. Você se apossou da minha cama. — Ele aponta para a cama enquanto fala. — Meu abajur. Você tomou o leme do barco e nos levou para a rota das rochas! E por sua causa agora vamos ter que fazer uma parada na Ilha Karley!

— E daí?! Isso só quer dizer que eu adiei a minha entrega a um grupo de piratas assassinos. Que é exatamente o que vocês vão fazer! Então porque não me amarram e me jogam de novo no armário de suprimentos ham?! Não finjam que se importam comigo!

  Ele se levanta rápido.

— Eu não me importo com você! — Ele diz batendo no tórax com o indicador. — Posso muito bem te deixar presa naquela porra de sala por semanas e nem vou sentir falta!

— Então por que não faz isso?! — Grito ainda mais alto.

  Alexander vem rápido em minha direção. No início isso me assusta, mas depois só me deixa com mais raiva. Ele segura meus pulsos com tanta força que eu grito involuntariamente. Começa a me puxar em direção à porta.

— Me solta seu brutamontes! — Digo puxando os braços e freando com os pés. Mesmo sentindo dor nos pulsos eu continuo puxando, até que suas mãos cedem.

— Você não queria ser amarrada? — Ele sorri irônico.

  Esse sorriso, ele me deixa com tanto ódio. Sorrio e pisco os olhos, tão irônica quanto ele. Quando falo minha voz sai até mais aguda.

— E você não queria ser um idiota? — Falo com um sorrisinho.

  Ele revira os olhos e me solta antes que cheguemos à porta. Ele me segura pelos ombros e me puxa para perto de si com força, deixando-me a apenas dez centímetros de seu rosto. Não é justo. Por um segundo meus olhos se fixam em seus músculos e esqueço que o odeio, que odeio tudo isso. Mas então me lembro disto e sinto raiva por ele estar me segurando.

— Me desculpa, tá bom?!

  Fico atordoada. Ele me pediu desculpas, mesmo. Agora olha para mim com seus penetrantes olhos verdes, que parecem derreter até a minha alma. Idiota, ele não tem o direito de me fazer sentir assim. Lembra-me tanto o Luke esta situação. Agora tenho o mesmo impulso de estapear seu rosto, assim como fiz com Luke, mas fico apenas parada, olhando-o.

— Sim, tudo bem. — Respondo como uma idiota.

  O clima esfria e aquece ao mesmo tempo. Sinto o calor de seu corpo muito perto do meu, mesmo sem saber o porquê de eu ter prestado a atenção nisto. Sinto seu hálito fresco, hortelã? Sim, e ele se aproxima de mim. Seus olhos fitando os meus e seus lábios cada vez mais perto. Me paralisa pensar que ele vai me beijar agora, é um garoto lindo e teimoso, e agressivo e metido. Parece tão atraente que por um momento me entrego aos seus braços esperando seu beijo, mas então retorno a mim. Ele não vai me beijar. Não vai ser o segundo garoto a me beijar sem minha permissão.

  Me solto dele com rudeza e agressividade. Ele também se separa, talvez percebendo o que quase aconteceu. Sua expressão muda, assim como a minha também.

— O que acha que está fazendo? — Pergunto já afastada dele, minha voz demonstrando raiva e frieza.

— Nada. — Ele pisca e inspira profundamente.

  Suspiro impaciente e me sento em minha cama novamente. Quando desabo nela o barulho é tão alto que faz parecer que ela quebrou, mas não foi nada disso.

— Já fez o que tinha que fazer? — Continuo impaciente.

  Ele olha para os lados como se esperasse evitar a situação. Ótimo, fingir que não aconteceu, decisão madura. Talvez eu tenha apenas interpretado errado e ele não tentou me beijar. Talvez.

— Também pediram para eu explicar umas coisas a você. — Ele responde se aproximando lentamente.

— Tipo...? — Não tiro os olhos dele enquanto se aproxima e se senta ao meu lado, perto demais. Ele deveria estar do outro lado da porta, e ainda seria muito perto.

— Tipo, te dizer o que você é. — Ele me encara. — Para uma princesa você não tem muito conhecimento sobre as espécies de Tyron.

— Claro, até porque eu sou incrivelmente capaz de decorar as mais de quinhentas espécies já relatadas. — Reviro os olhos. — Só que de tudo que eu já estudei, mesmo que nunca tenha realmente aprendido, eu nunca ouvi falar em filhos do mar.

  Ele suspira e balança a cabeça, talvez desapontado ou agindo negativamente em resposta a minha ironia. O que ele queria? Em toda minha vida nunca conheci alguém tão irônico quanto Alex, nem mesmo eu. Está reclamando?

— Filhos dos mares são uma espécie de dominadores. — Ele começa a explicação. — Eles se extinguiram, dominavam água e...

— Eu sei sobre dominadores! — Eu o interrompo. — Hoje existem os dominadores do fogo, dos raios, do gelo e do ar.

  Ele não fica feliz com minha interrupção. Olha para mim como se eu fosse uma criança fazendo besteira, com os dentes cerrados.

— Você quer saber a história ou não?

— Quero. — Sorrio e assinto.

— Ótimo. Continuando... O clã da terra e da água morreram, por isso você provavelmente nunca ouviu falar neles. A terra se transformou em magma, eliminando todos os dominadores. E água, bem, o clã se extinguiu apenas. A partir daí um novo clã nasceu, o clã do gelo.

— Mas pera aí... Se eu sou uma filha do mar, então sou de uma espécie extinta?

— Mas que droga Liz! — Ele reclama. — Vai ouvir a história ou não?!

  Rio, rio sem parar. Rio porque ele se estressou, e é super engraçado estressar os outros. Ele fica com raiva.

— Tchau. — Ele diz e levanta.

  Seguro o braço dele impedindo-o e tento conter os risos. Não tenho grande sucesso, mas consigo que ele pare e olhe para mim.

— Hey... — Percebo uma coisa. — Você me chamou de Liz ao invés de princesinha.

  Sorrio. Ele tenta evitar, mas não consegue. Ele sorri também, e é um sorriso que eu ainda não conhecia em seu rosto. Não foi um sorriso debochado ou malicioso, foi apenas um sorriso.

— É que você mandou muito bem lutando com aquele pirata. — Ele deixa escapar.

— Oi? — Digo. Ele não tem chance, eu ouvi. — Você quer dizer que eu lutei bem?

— Ahm, não. — Ele acaba com a minha alegria e ri ao ver minha expressão. — Você se defendeu bem com a minha espada, mas se desequilibrou muito e não distribuiu bem o peso. Na verdade, você foi péssima.

  Tá bom. Não preciso de mais ninguém para dizer o quanto eu luto mal. Haha. Chega, quero ouvir a história.

— Tá legal, continua a história.

— Ótimo. A última família da água que restou foi a família Cooper, que com o passar dos anos foi se perdendo e se dispersando. Até que um pirata que controlava o mar foi encontrado, e ele ficou conhecido como o Rei dos Mares. Ele governa os mares, manda em todo o conselho dos piratas, tem sua própria ilha cheia de tesouros e ninguém ousa enfrenta-lo.

  É, esse é o cara. É o rei de quem o pirata maluco com olho de vidro falou. O que ele disse ser meu pai.

— Você é uma filha do mar como ele. O que nos leva a crer que...

— Eu sou filha dele. — Completo. — E por isso que ele estipulou uma recompensa para a minha captura.

— Isso mesmo.

— É por ele ser o rei que aquele cara tentou me matar. Ele quer ser o próximo a governar, eu sou a única herdeira.

— Tá bom, isso eu não sabia.

— Obrigada Alex. Já é tudo? — Olho para ele, querendo expulsá-lo o mais rápido de meu quarto. Eu preciso pensar, preciso organizar tudo. Não é tão fácil descobrir essas coisas.

— Tá bom princesinha. — Ele diz, sem sorrir. — Tchau.

  Ele se levanta e vai até a porta, então ele para e olha para mim por um segundo.

— A meia noite será o jantar. — Ele anuncia. — A gente pode conversar, quem sabe eu não te ensino a usar uma espada.

  Antes que eu possa dizer algo ele passa pela porta e a fecha. Ela não tranca direito (Eu quebrei a tranca pelo visto). Perfeito. Não sei o porquê, mas estou ansiosa para o jantar.

¬¬¬

— Devem estar seguindo para o sul meu senhor, para La Isla de La Murte. — O imediato diz ao capitão.

— Ótimo, devem estar tentando entrega-la para receber a recompensa. — Luke diz olhando para o mar do convés superior. — Podemos intercepta-los na Ilha Karley, devem parar para se reabastecer.

— Sim senhor. — O homem com uniforme de guarda real se vira para os outros tripulantes e anuncia a todos, em alto e bom som. — Tracem a rota para Ilha Karley!

  Todos no barco obedecem. O barco aos poucos se aproxima do Andrômeda, cada vez mais perto. Agora Luke mais que tudo quer encontra-la. Sua noiva, sua Elizabeth. Tudo que pensa é em encontra-la e dizer a ela que era tudo mentira. Dizer que não é obrigado a casar com ela, mas que a quer porque a ama. A ama agora e sempre amou, desde que eram crianças.


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Notas finais do capítulo