A Filha Do Mar escrita por Emm J Ás


Capítulo 38
Final


Notas iniciais do capítulo

Eu não quis escrever Finale porque ia ficar muito Hush hush. Mas essa estória não tem nada a ver né?
Bem. Espero que não me odeiem.



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Quando nós desembarcamos eu tive certeza de que não era uma ilusão. Até Huron ficou surpreso. Estou despencando em lágrimas, Alex está a uma distância segura, permitindo que eu sofra sozinha enquanto eu corro desesperadamente pela floresta agora seca e sem vida. Quando chego ao meu castelo eu choro ainda mais. São apenas destroços sem vida, negros e cobertos por cinzas do incêndio. Descobri que a culpa foi minha, é só olhar para o topo da montanha de destroços.

— A bandeira de Galatéia. — Huron fala.

Ele e Alex me seguiram. O resto ficou no barco.

— Não... Não... O acordo, a gente tinha um acordo... Por que eles fizeram isso? — Estou chorando.

A bandeira de Galatéia está fincada sobre os destroços do meu castelo. Da minha casa. Então outro pensamento vem à minha mente e percebo que é ainda pior.

— Meus pais! Miranda! Não! — Caio de joelhos no chão.

— Esse ataque não foi de aviso, eles não estavam cientes. — Huron diz. — Não devem ter tido tempo de fugir.

Eu me encolho no chão como uma criança, apertando a cabeça e chorando tão alto que até no polo norte deve ser possível ouvir. É horrível me sentir assim, é horrível parecer tão fraca, mas isso não importa. Nem que eu quisesse eu conseguiria ser forte nesse momento.

— Por quê...? — Levanto a cabeça e olho para o castelo destruído. Meu quarto era na torre mais alta. Ele despencou. Minha família... Katherine já devia ter vindo para o casamento. Todos eles estavam ali quando foi incendiado. Eu perdi todos, eu perdi tudo que eu tinha. — Eu ia me casar... Eu já tinha aceitado... Eu... Eu...

Começo a soluçar. Tento secar meu rosto, mas caem tantas lágrimas que é inútil tentar. Meu corpo está quente e sei que estou vermelha. Não ligo... A dor no meu coração é tão grande que me faz querer morrer. Se um raio caísse na minha cabeça agora eu não me importaria.

— Elizabeth?

Levanto a cabeça ao ouvir a voz conhecida. Por um momento as lágrimas cessam dando lugar a uma surpresa cruel. O jovem louro de olhos azuis com o qual eu estava tão preocupada. Ele sai de trás de um grupo de árvores cremadas e vem na minha direção. Mas eu me levanto e me afasto. Não pode ser, como ele está aqui?

— Você...

— Liz. — Ele diz. — Eu cheguei aqui agora a pouco, você não...

Suas roupas estão diferentes. Ele usa novamente a fantasia de príncipe azul, uma muito parecida com a que ele usava quando nos conhecemos. Ele foi para casa, para Galatéia, só assim poderia ter pego essas roupas. Ele voltou para seu reino e agora está aqui.

— Você! — Eu grito. — O grande general de Galatéia, o príncipe renomado! Você ordenou o ataque!

— Elizabeth, raciocina. — Ele tenta me acalmar.

— Cala a boca! — Grito, minha voz rouca pelo choro. — Você desapareceu por isso! Ficou com raiva? Só porque eu disse que não era mais sua noiva? Decidiu voltar para a mamãe?!

— Elizabeth, não fui eu! Eu acabei de chegar, estou tão surpreso quanto você. — Ele tenta se defender, gesticula e se aproxima de mim encarando meu rosto.

Safado, canalha, sem vergonha. Como eu pude confiar nele? Como eu pude esperar encontra-lo, casar com ele e criar uma família?

— Seu monstro! — Corro até ele e começo a lhe dar murros no tórax, mas isso não o machuca. Estou muito fraca para machucar alguém. Eu só choro.

— Me perdoa, eu tentei chegar antes mas...

— Cala a boca. — Eu me afasto. — Eu nem consigo mais olhar para a sua cara.

Desvio o olhar.

— Liz. — Ele vem até mim e segura meu pulso tentando me obrigar a ouvi-lo.

— Me solta! — Grito.

Ele não me larga quando balanço o braço.

— Solta ela. — Alex empurra Luke com uma mão só, mas não chega a ser um golpe, é mais uma provocação.

Luke me soltou.

Ele olha para mim e para Alex, para mim e para Alex. E novamente. Então ele faz um sorriso, mas não é de alegria nem de satisfação.

— Entendi tudo. — Ele diz. — Então vocês dois...?

— A gente não tem nada! — Me irrito ainda mais. — Nem eu e o Alex, nem eu e você!

Pego uma pedra no chão e taco na direção dele. Ele desvia meio assustado com a minha atitude.

— Sai da minha frente! — Falo ainda entre soluços e choro.

— Não vai me deixar explicar? — Ele pergunta.

Taco outra pedra ele desvia de novo, mas quase que eu atinjo sua cabeça.

— Você quer me matar?!

— Quero! — Grito.

Pego outra pedra na mão. Mas antes que eu possa tacá-la nele ele já saiu. Correu para o caminho pelo qual veio. Covarde.

E depois disso eu continuo chorando. Caio de joelhos de novo, não sabia que tinha tanta água em mim para se transformar em lágrimas. Ele fugiu. A última esperança que eu tinha de que ele não fosse o culpado se extingue. Ele deveria ter se explicado mais, ser mais convincente. Mas ao invés disso ele foi embora. E eu não tenho mais ninguém, nem a Miranda para me abraçar e secar minhas lágrimas. Por que isso aconteceu? Não devia... Não devia...

Depois de mais um tempinho o Alex e o Huron me ajudam a me levantar e me levam de volta ao navio. Seguimos o caminho de volta em silêncio, eu seco minhas lágrimas mas ainda posso chorar mais. Fecho os olhos quando passo por uma parte da floresta que dá visão para a cidade. Todas as casas estão destruídas, não há mais risos de crianças nem música de festas. Posso nunca ter visitado a cidade, mas eu sempre soube que era um lugar alegre. Agora está tudo acabado. Foi um completo massacre. Meus olhos se enchem novamente.

— Não posso dizer que vai ficar tudo bem Elizabeth. — Huron diz. —Mas posso dizer que você vai superar. Um dia não vai doer tanto.

— Pra onde eu vou agora? Eu não tenho mais casa. — Soluço e continuo chorando. — Estou perdida. Eu não tenho lugar nenhum...

— Pode ficar comigo. — Ele diz.

— Ou comigo. — Alex fala também. Olho para ele. — Minha oferta ainda está de pé. Pode ser uma pirata e continuar com a gente. — Ele olha para o navio de meu pai, onde a tripulação remanescente nos observa enquanto voltamos.

Balanço a cabeça para os dois. Não tenho cabeça para decidir nada agora. Eu só quero deitar na minha cama e chorar até desmaiar. E quem sabe eu nunca mais acorde? Do jeito que minha vida está despencando, não seria uma coisa ruim.

Não tenho mais casa, não tenho mais família. Bastou uma simples decisão errada. Ter decidido ir encontrar meu pai ao invés de voltar com o Luke para casa quando ele foi me resgatar. Foi só isso, e agora minha vida desmoronou. E o pior é o ódio dentro de mim, o ódio do reino de Galatéia, o ódio de Luke. Tudo isso, não é só culpa minha. Mas eu não consigo conciliar essa dor.

Sem um reino para governar, não existe mais a Elizabeth princesa. Sou só uma pirata agora. Uma péssima pirata.






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Notas finais do capítulo

E aí? Me odiando? Liga não gente linda, não estão ansiosos pelo próximo livro da triologia?
Bem, se não estiverem, não se preocupem. Tem um último capítulo para deixá-los animados.
Esperem! Não saiam do cinema ainda, eu disse que tem mais um capítulo! MAIS UM!
Ok. Comentários amorzinhos. Bjks
~( Na verdade têm mais dois capítulos.
Ah, obrigada Cece. Então, vão querer ler?



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