A Filha Do Mar escrita por Emm J Ás


Capítulo 36
Um triste fim para a maldita fuga


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo quero avisar que todos esses capítulos são programados para se postarem sozinhos. Por este motivo eu posso não colocar nas notas do capítulo uma coisa importante como: obrigada por todos os comentários e pelas recomendações lindas.
Eu faço isso porque eu não tenho internet em casa, então para vocês não ficarem muito tempo sem ler eu programo as postagens.
Obrigada aos viciados em Sea's Daughter! Amo vocês, byee!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/414770/chapter/36



No exato momento em que eu os alcanço eles começam a correr na minha direção.

— O quê?! Me fizeram correr até aqui à toa???

— Bater em retirada! Você não ouviu? — Alex passa como um foguete por mim e me leva junto.

Ele puxa meu braço tão forte que tenho certeza de que vai ficar uma marca roxa ali, e não é a primeira vez que ele faz isso.

— Você gosta de machucar meu braço?! — Grito com ele enquanto tento correr para acompanha-lo.

— Se quer delicadeza vai ficar com o príncipe encantado. — Sua voz é ríspida.

Me solto dele com violência. Seu comentário não me agradou. Falando no Luke... Onde ele está? Não o vejo em lugar algum. Mas ele devia estar no navio, deveria ter vindo ajudar. Será que ele ficou com raiva depois do que eu disse para ele? Ou será que aconteceu alguma coisa e... Não Elizabeth, está tudo bem. Balanço a cabeça para afastar o pensamento.

Mas por que estamos batendo em retirada?

Olho para trás e entendo a razão. Todos os zumbis que foram mortos reviveram novamente. Quer dizer, remorreram... Ah, sei lá. Eles apenas estão aqui de novo. Eu sei que Valtor os fez voltar com sua magia, mas como? Huron estava lutando com ele, ele não deveria ter tempo para... Onde está Huron?

— Huron! — Grito olhando em volta.

Alex e os outros estão me passando. Sou a que corro mais devagar?

— Hey. — Ele aparece do meu lado. — Eu estou bem. — E sorri.

Suspiro de alívio e sorrio. Será que deu para ver a preocupação no meu rosto?

Já estamos perto do navio. Alguns já estão subindo pela escada improvisada com uma longa tábua de madeira cheia de outras madeiras pequenas pregadas. Mas onde está Carlos? E Emily? Também não vejo Kalyssa. Por que desapareceu tanta gente?

Os zumbis estão seguindo a gente. Olho para minha esquerda. Huron ainda está ao meu lado mesmo que eu tenha certeza de que ele pode correr muito mais rápido que eu. Noto que se não fosse por ele, eu estaria sozinha em último.

— O que houve com Valtor? — Pergunto. Não sei se vou ouvir a palavra “morto”.

Ele me fita por um segundo.

— Fugiu quando estava quase perdendo. Não sei quando ele teve tempo para se tornar um bruxo natural, mas ficou bem poderoso.

Abaixo a cabeça. Faltam menos de cinco metros para chegar até o navio e já sinto minhas pernas cansando novamente. Talvez se eu não pensar nisso eu consiga correr mais sem cair no meio do caminho. Prefiro não olhar para trás, mas sei que os zumbis estão nos alcançando.

Quando subo no navio ele já está andando, digo, navegando para fora da costa. Huron controla o mar para nos impulsionar para cima e eu caio bem no terceiro convés. Ele é bem poderoso, duvido que aqui o Valtor possa vencê-lo, o mar é o nosso território.

Princesinha. — Alex me ajuda a levantar. — Por que você é tão lenta? Vou ter que mudar seu apelido para lesma marinha?

— Ah cala a boca. — Quando estou de pé eu o largo.

Só o ouço rir atrás de mim.

— Gente! — Alguém grita.

Sua voz me faz sorrir mais que imediatamente, é como se eu pressentisse a sua presença antes de ouvi-la.

— Emily!

Ela pousa no meio do convés e quase cai no chão. Eu nunca a vi pousar tão mal.

Jack a agarra e a beija antes que ela possa dizer algo. Minhas bochechas coram com a cena e eu desvio o olhar. Dá tempo de ver que todo mundo que lutou contra os mortos-vivos está com no mínimo cinco arranhões no corpo. E Sony está deitado num canto do convés com uma faixa ensanguentada no tórax. Não vou chorar. Ele ainda está respirando, vai sobreviver. Ele vai sobreviver.

— Saiam todos daqui! — Ela grita.

Eu a olho. Emily e Jack estão um do lado do outro com suas espadas empunhadas. Antes que eu possa sequer pensar em algo a explosão acontece. Não é bem uma explosão. É só que uma quantidade infinita de zumbis começa a sair ininterruptamente do alçapão que leva do terceiro convés aos quartos inferiores, como meu quarto e a sala de jantar.

— São muitos... — Tom está ao meu lado. Em outras situações eu riria do modo como sua voz está repentinamente aguda, mas não é hora de brincadeira.

— Saiam logo! — Ela grita de novo.

E então alça voo. Tudo é um pouco rápido demais, só sinto uma mão quente e forte puxando meu braço com força e me fazendo pular do navio. O resto são imagens embaçadas de pessoas correndo e zumbis pulando tentando pegar Emily no alto. Todos estão fugindo. Mas por quê?

— Alex! — Golpeio sua mão que ainda segura meu braço. Ele balança a mão como se tivesse doído, e espero que tenha.

As ondas estão me afastando do navio. Emily ainda está lá. Nado incontrolavelmente contra a correnteza fazendo de tudo para chegar lá de novo. Não posso deixa-la morrer, ninguém mais vai morrer. Preciso ajuda-la. Onde está Huron? Ele também pode ajudar. Ele também pulou, mas ele é mais poderoso que eu. Por que não ficamos e lutamos?

— O que pensa que está fazendo?! — Ele me segura de novo.

— Me solta! — Mas dessa vez é mais forte e não tenho força para me livrar de seu aperto. — A Emily está lá!

Ele olha para o navio. As ondas começam a me afastar do navio novamente.

— Você vai se matar. — Ele fala.

Me debato tentando me libertar. Já estou cansada dele me carregando para lá e para cá contra a minha vontade. E eu não vou deixar a Emily sozinha. Ela nunca me deixou sozinha quando eu precisei. Ela é minha amiga.

— Eu consigo lutar com eles! Eu consigo! — Lágrimas caem de meus olhos.

— Elizabeth! — Ele me segura pelos dois braços e me balança.

O mar está agitado demais, cada vez me vejo mais longe do Andrômeda. Ele me obriga a olhar em seus olhos. Seu cabelo castanho está molhado e colado no rosto e seus olhos verdes mais penetrantes do que nunca. Não interessa o quanto ele é bonito, quero dar um soco bem forte no seu rosto. Já aprendi, tapas não são o suficiente.

— Não tem mais como voltar. — Ele diz.

As lágrimas não param de cair, misturando-se ás águas do mar.

— Mas ela vai morrer... — Digo. — Ela não pode morrer...

Alex fecha os olhos e balança a cabeça. Como ele pode ser tão frio? Foi ele que me acusou e me culpou pela morte do Law, ele que passou todo aquele tempo em negação tentando reviver o Law sem conseguir, ele que chorou por dias. Agora ele age assim?!

— Alexander. — Uso todo o autocontrole que eu tenho. Aos poucos ele afrouxa seu aperto, suas mãos vão se soltando de meus braços, mas ele ainda está com os olhos fechados. — Eu não vou deixar outra pessoa morrer por minha culpa. — A última frase sai tremida com o choro.

Fecho os olhos tentando limpar as lágrimas, mas elas não param de cair. Quando o olho novamente ele me fita, mas parece mais contrariado e menos preocupado. Ele me larga e assente. Mesmo assim algo em seus olhos me faz querer não ir, como uma preocupação reprimida.

— Está livre princesinha. — Ele diz. — Não tenho mais motivo para prendê-la, não é mais sequestrada.

Bem longe eu consigo ouvir a voz de Jack gritando o nome de Emily. Não, não, não. Eu vou salvá-la.

Não sorrio. Apenas me viro e começo a nadar de volta para o Andrômeda. Mas quando estou no meio do caminho ouço uma explosão, como um trovão ou um raivo atingindo o chão. A luz do fogo machuca meus olhos e o calor na água do mar me machuca. O Andrômeda está em chamas. E o fogo está destruindo tudo.

— Emily...

¬¬¬

— Sai logo daqui! — Ela grita tentando convencê-lo.

O navio ainda não está em chamas, mas Emily e Jack ainda estão nele. Jack está com sua espada empunhada esperando que os mortos-vivos o atinjam. Emily está voando acima dele com os braços erguidos, mas com ele ali ela não consegue se concentrar. Como realizar seu plano sem salvá-lo? Ele vai morrer tentando salvá-la e essa é a última coisa que ela quer. A maldição não vai se cumprir, de modo algum. Ela não vai permitir que Jack morra.

— Eu não vou te deixar. — Ele diz.

Quando o primeiro zumbi o alcança ele corta sua cabeça num único golpe. Mas os outros não vão cometer o mesmo erro. O outro se esquiva do ataque.

— Vai sim. — Ela diz.

Jack não tem tempo de reclamar. Emily o empurra por cima do parapeito e ele cai no mar. Ela sabe que isso vai machuca-lo, mas é melhor do que vê-lo morrer. Lágrimas de sangue começam a se formar em seus olhos. Emily nunca chorou tanto quanto depois que chegou á superfície, quando entrou no Andrômeda, quando conheceu Jack. Antes disso ela nunca havia chorado. Mas agora simplesmente não sabe mais o que fazer.

Eu te amo, nunca se esqueça disso.” Ela o diz em pensamento enquanto volta para o navio.

Ela gastou muito de suas energias. Emily está com pouca magia para usar, está cansada. Para sua sorte os mortos-vivos parecem ter um certo fascínio por seres voadores e por isso nem tentam pular do navio e atacar todo mundo que fugiu. Se é que isso pode ser chamado de sorte.

— Emily! — Jack grita.

Isso só faz as lágrimas caírem com mais força dos olhos de Emily.

O que pensa que está fazendo?!” Ele grita com ela em pensamento.

Vou te salvar. Ela responde, e até mentalmente sua voz está trêmula e chorosa. E salvar todo mundo.

Jack tenta lutar contra a correnteza e alcançar o navio novamente, mas ele não tem a facilidade marinha que Liz tem. Ele não consegue sair do lugar. Enquanto isso Emily abre os braços e tenta se concentrar o máximo possível. O mar agitado faz o navio se mover muito, por isso ela tem que ficar em movimento no ar para se manter acima do navio. Executar seu plano será a parte mais difícil de seu dia.

Está maluca?! Emily! Não faça isso, por favor, Emily!” Jack grita tão alto que os ouvidos dela doem.

Não posso... Por favor me perdoe. Eu te amo tanto...

Eu também te amo, mas por favor desista disso...”

Não vou desistir. Adeus Jack.

E é agora que tudo acontece. A corrente elétrica que percorre o corpo de Emily é tão poderosa que ela sente tudo em si formigar. Seu coração bate tão rápido que é difícil respirar, é como se ele estivesse saindo de seu peito. E sua reserva de magia se extingue com o poder, ela sente como se recebesse uma facada no coração, a dor é tão intensa que ela grita. Mas só Jack consegue ouvir. Um estrondo se faz quando a energia é liberada e atinge cada um dos zumbis no navio. A alta voltagem é tão poderosa que torra seus corpos e quando atinge a madeira no navio, provoca faíscas. E um incêndio se inicia.

Fraca demais para voar, suas asas param e Emily despenca. O impacto quebra pelo menos três costelas suas e ela geme, mas ainda está consciente. A dor é forte demais para que ela pronuncie uma palavra sequer, ela nem mesmo se move. Todos os zumbis se transformaram em cinzas, completamente, agora não tem mais como trazê-los de volta. Ela apenas fica deitada no chão do navio, na parte em que o fogo ainda não alcançou. E mesmo que saiba que o incêndio pode mata-la, ela sabe que ter esgotado sua reserva de magia irá mata-la primeiro. Pelo menos ela sabe que salvou a todos, não só a Jack, mas a Liz, a Alex, e a toda a tripulação que a acolheu quando ela mais precisava.

Emily!” Jack grita na mente dela. “Por favor!”

Me perdoe.

Emily!” Não consegue evitar o choro. Qualquer coisa poderia acontecer à Jack, menos perder Emily. Ela é a primeira e última que ele já amou, e não existe amor maior. E saber que ela está se sacrificando apenas para salvá-lo só o deixa com mais raiva de si. Mesmo sabendo que já é tarde ele não desiste de tentar alcançar o navio, que se perde cada vez mais no mar enquanto ele é puxado para a costa.

Pessoal. Ela fala em pensamento, não apenas com Jack, mas com todos da tripulação. Inclusive Elizabeth a ouve. Eu amo todos vocês, sabem disso não é?

Emily.” Liz não grita, até mentalmente sua voz está rouca de tanto choro. “Você está bem? Diz que sim, diz que se salvou...”

Desculpa Liz, eu não estou bem. Ela responde. E também consegue ouvir Liz chorar. Não chorem, não façam isso comigo. Eu quero me despedir...

Por que você fez isso?” Dessa vez é Alex quem fala. “Você achou que tinha o direito de se sacrificar por nós?!”

Alex. Eu quero falar, dá pra largar o orgulho pelo menos agora? Alguns segundos de silêncio. Obrigada. Quero que entendam que não foi culpa de ninguém, eu decidi isso. Me perdoe Alex, eu sempre te chamei de capitão, mas a verdade é que você foi sempre o que mais cuidou de mim. Vocês fizeram muito por mim, e sinto muito não ter tempo de retribuir o suficiente, mas eu sabia que tinha que fazer isso.

Não, você não tinha.” Vinny fala. “Você vai fazer falta fada.”

Não precisam ficar tristes. Para uma fada a morte não tem o mesmo significado que para vocês. Eu vou renascer daqui a alguns anos, meu corpo e minha mente, só não serão as mesmas memórias. E quem sabe um dia vocês me encontrem novamente. Só peço para não se entristecerem...

Não tem como.” Liz fala. “Não vai ser a mesma coisa sem você.”

Apenas concentrem-se em fugir. Valtor ainda está por aí, ainda pode alcança-los. Fujam logo. Eu... Ela sente seu coração desacelerar. Tem pouco tempo. Eu amo vocês. Adeus. E Liz, saiba que ninguém nunca me entendeu tanto como você. Você é minha melhor amiga. Se cuida. E descubra o que é essa voz na sua cabeça, te amo.

E o fogo começa a alcança-la desde parte da perna. Mas ela não sente a dor, está anestesiada. Seus olhos já estão quase fechados.

Tchau Regaliz, se cuida Alê. Vinny, Drobt, Sony, vocês sempre foram bons amigos pra mim. Tom, obrigada por sempre ter cuidado de mim. E Carlos, eu sei que você está aí em algum lugar, diga a Kalyssa que apesar de tudo ela sempre foi importante para mim. E que vou sentir saudade dela me chamando de Winx. Adeus pessoal. Sua voz já está fraca na última frase.

E assim seus olhos se fecham, e Emily está morta. O incêndio no navio faz com que os mastros caiam e ele se quebre, mas seu corpo é incinerado antes de afundar no mar.

Elizabeth e todos os outros já estão na costa novamente. Huron os guiava para onde seu navio está enquanto eles ouviam Emily se despedir. E quando a voz dela desapareceu, nem os que estavam conseguindo não chorar se controlaram. Nem Jack, que foi praticamente arrastado por Tom para desistir de alcança-la. Ele apenas seca os olhos e anda de cabeça baixa. Nada mais pode doer tanto em seu coração. Ele não diz uma palavra.

¬¬¬

Eu tentei. Eu tentei muito. Eu nadei o mais rápido que pude e tentei fazer as ondas apagarem o fogo, mas eu estava tão nervosa... Com tanto medo. As ondas não me obedeceram. Eu as mandei atingir o barco mas ao invés disso elas me empurraram para longe. E quando Emily começou a falar na minha cabeça... Alex me puxou para a areia, mas eu nem reclamei. Eu andei descalça na areia de olhos fechados e deixando que ele me guiasse enquanto eu tentava parar de chorar. Por que? Ela precisava morrer? Eu entendi o que ela disse, ela disse que nos ama e que fez isso para nos salvar. Disse que não foi culpa de ninguém.

Huron está nos guiando até seu navio, aquele cuja massa eu senti no mar. Quando fui buscar a tripulação para ajudar na luta, eu senti no mar esse navio. Eu estou muito cansada, estou encharcada, não tive ânimo nem para torcer meu cabelo. Eu não fiz nada. Meu corpo está gelado e o único calor que sinto é a da mão de Alex segurando meu braço e me guiando, pela primeira vez sem me machucar. Quando ela para de falar eu não consigo mais controlar as lágrimas, eu choro tanto e tão alto. Alex me puxa para perto de si e me envolve com seu abraço, seu corpo é quente e aconchegante. Ele apoia seu queixo no topo da minha cabeça enquanto eu choro e afaga meu cabelo. Isso não é certo, ela não pode ter morrido...

— Não pode... — Eu sussurro.

Se sua roupa estivesse seca eu o estaria encharcando com meu cabelo e minhas lágrimas. Mas ele está tão molhado quanto eu.

— Vai ficar tudo bem Liz. — Ele diz em meu ouvido.

Ele beija minha bochecha, tão demoradamente que faz meu corpo estremecer. Ele é tão quente, e sua mão em meu cabelo me causa arrepios. Eu não deveria estar aceitando isso. Sinto como se eu estivesse traindo o Luke. Eu ainda tenho que casar com ele quando chegar em Alásia, ainda tenho que unir os reinos. Ao menos eu pude conhecer meu pai, e agora ele está comigo. Vou ter a chance de saber mais sobre meu passado.

Mesmo assim, o prazo que eu dei, o tempo em que eu disse que voltaria já acabou. Espero que tenham sido sensatos, que não tenham iniciado uma guerra. Tenho certeza que meus pais vão saber apaziguar a situação, sei que eles evitarão uma guerra. Nem eu nem Luke estamos de volta e ainda podemos nos casar. Agora preciso voltar bem rápido para meu reino.

Mas Emily... Eu não...

— Foi culpa minha. — Falo baixinho. Tento me afastar de Alex mas ele me aproxima mais, não que eu não esteja gostando da proximidade.

— Não ouviu o que ela disse? Não foi culpa de ninguém. — Ele diz. — Mas se fosse, seria minha.

Ele me solta. Abro os olhos e fito os seus por alguns segundos. Ele não está falando sério está?

— Fui eu que não fui capaz de alcançar o Andrômeda e salvá-la antes dela matar os zumbis. Eu que não consegui. — Digo.

— Mas se eu não tivesse te segurado você teria alcançado o navio antes. Fui eu que estraguei tudo. — Alex responde.

— Sério? Eu devia ter ficado e ajudado vocês durante a luta, ao invés disso eu corri para o mar. A culpa é minha.

— Mas se eu não tivesse confiado na Kalyssa de novo ela não teria nos traído, e nada disso teria acontecido. — Ele retruca.

— Se eu não fosse uma princesa burra e inútil vocês não teriam nem me sequestrado. — Falo.

— Mas aí eu não teria te conhecido. — Ele fala.

— E aí ninguém morreria, nem a Emily nem o Law. — Abaixo a cabeça.

Alexander fica em silêncio.

— Estamos mesmo disputando pela culpa da morte da Emily? — Não me atrevo a olhá-lo novamente.

— Acho que é melhor do que admitir que ninguém é culpado. — Ele fala.

Ele me segura de novo, mas ao invés de apertar meu braço ele segura minha mão e entrelaça nossos dedos. Me puxa em frente. Noto que todos saíram na nossa frente e já estavam embarcando no navio de meu pai. Só nós dois ficamos por último. O fato de estarmos de mãos dadas me faz ruborizar.

Passamos o resto do caminho em silêncio, e eu acho estranho que Valtor não tenha tentado nos atacar novamente. La Isla de la Muerte até que é uma ilha bonita, cheia de árvores altas e com folhas verdes e marrons. A areia é quase branca e quente. E eu esqueci de comentar que o sol se pôs a mais de meia hora e que já é noite. Somente quando chegamos na escada do navio do meu pai que Alex diz alguma coisa.

— Você também não foi culpada pela morte de Law. — Ele fala. — E eu não saberia viver sem ter te conhecido. — Ele me fita. — Foi a melhor coisa que me aconteceu, princesinha.

A distância entre nós começa a ficar perigosamente curta. Não sei o que fazer, me afasto sem mover as pernas. Ele vai me beijar? Não. Não, não. Quando ele já está a menos de trinta centímetros ne mim eu corro. Simplesmente fujo dele. Subo as escadas do navio e desapareço antes que ele me encontre.

Não quero magoá-lo. Mas não é justo com Luke. Não quero machucar mais ninguém.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Àqueles que shippam Jackemily, por favor, NÃO ME MATEM!
Não é culpa minha, é só a minha imaginação cruel. Então vamos fazer um voto de silêncio pela nossa fada favorita... Eu não estou chorando, não estou. Não estou.
Ok. Luto por ela pessoal. Tchaaau;



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Filha Do Mar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.