A Filha Do Mar escrita por Emm J Ás


Capítulo 34
Ainda Fugindo


Notas iniciais do capítulo

Vamos resumir:
Oi gente. Espero que gostem do capítulo. Comentem. Byee!



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A grande pedra se move lentamente. Os três esperam do lado de fora até que esteja aberta.

— Quem está aí? — Um homem pergunta.

Ele é baixo, careca porém com uma barba branca parecida com a do papai noel. Gordo e está com uma espada na mão apontada para eles. E além de tudo ainda tem uma perna de pau. Ao menos nenhuma de suas mãos é um gancho.

— Somos piratas. — Alex fala.

Todos já estão com suas espadas preparadas.

— O que querem? — O velhinho com voz rouca continua falando.

— Viemos buscar uma coisa nossa que foi roubada. — Ele responde.

— Sequestrada. — Emily corrige. — E ela não é uma coisa.

— O que entra em La Isla, fica em La Isla. — O velho pirata diz.

— Que pena. — Alex dá um sorriso. — Para o senhor.

E eles atacam.

O velho senhor rapidamente é vencido, e a porta atrás deles rapidamente se fecha. Mas quando Sony está prestes a cortar a garganta do velhinho, Emily grita.

— Ele já está inconsciente. — Ela diz. — Não precisamos mata-lo.

— Ai ai, coração mole. — Alex reclama e continua andando.

Sony não mata o pirata.

— Ahm, Emily. — Alex chama.

Ela olha para ele, que está andando na frente e já está a uma certa distância.

— Sim?

— Podemos matar esses?

Dez piratas os esperam com as espadas em punho e olhar maligno.

— Ah que ótimo. — Sony resmunga.

¬¬¬

— Meu Deus do céu, esse castelo é muito grande. — Reclamo.

— Demorou muito para montar sabia? — E Huron começa a falar. — Sabe como foi difícil deslocar a lava para que não atingisse as paredes? Eu precisei usar muita água do mar para solidificar todo aquele magma. E o mármore? Como acha que nós o colocamos no chão? Não queira nem saber.

— Eu não quero. — Digo.

Ele me encara.

— Você é muito antipática. — Ele comenta.

— Que ótimo.

— Tente se divertir um pouco mais, estou falando sério. Levar as coisas com alegria as deixa muito mais fáceis.

— É um assunto sério Huron. — Falo com ele como se falasse com uma criança. — Nós estamos presos aqui, precisamos encontrar logo a saída.

— Não precisamos encontrar, só chegar até ela. Eu sei onde é a saída.

— Tanto faz. — Interrompo. — Estamos presos aqui. E eu tenho um compromisso muito importante que não pode esperar. Já estou perdendo as esperanças.

— Se acalme. Vai ficar tudo bem.

Eu o encaro. Como ele pode ser tão otimista?

— Quer ouvir uma piada? — Ele pergunta.

— Não! — Digo.

— Para que serve um óculos verde?

— Por favor... — Reclamo.

— Para vermelhor. — E então ele se afoga em risos.

— Você confundiu. — Falo. Depois rio.

— Confundi o que?

— As cores. Vermelhor é o óculos vermelho. O certo para o verde é pra verde perto.

Ele ri.

— Sabia que ia fazer você rir.

Eu o encaro. Tudo bem então, ele é um pirata legal. Talvez não seja tão ruim ser filha dele.

¬¬¬

Alexander pega sua espada de serras rapidamente. Sony e Emily também se preparam, embora Emily prefira não usar uma espada ela está com a sua empunhada e preparada. São um grupo de piratas, barbudos e com espadas nas mãos. Os habituais apenas, nenhum deles com menos de quarenta anos. Já passaram por situações como essa antes, então será fácil.

O primeiro a atacar é Sony, que corre com sua espada e ataca um dos guardas. O guarda, que tem fios brancos na barba, defende com sua espada e se afasta. E então os dois prosseguem com a luta. Emily é atacada por dois homens, um vindo de cada lado, mas antes que eles pudessem alcança-la ela usa suas asas e voa no último momento. Os dois batem de frente um com o outro e caem n chão atordoados. É nesse momento que Alex vem com sua espada e a crava no coração de um deles, o outro se levanta e o ataca, mas Emily o salva acertando sua espada no pescoço do guarda.

— Sabia que você seria útil. — Alex ri.

— Percebeu agora o erro que cometeu nunca me chamando para as missões? — Ela também ri.

Alex sabe e sempre soube o quanto Emily é talentosa. Talvez realmente tenha sido um erro. Ele não responde, apenas avança para outro guarda que corre gritando em sua direção.

— Com licença senhor. — Emily diz pousando no chão.

O homem que a ouviu para e olha para ela, visivelmente confuso.

— Sabe me informar onde exatamente é o leste? — Ela pergunta amigavelmente.

O homem aparenta ser o mais jovem ali, mas ainda assim é barbudo e tem suas cicatrizes. Enquanto Emily conversa com ele, Sony e Alex massacram os outros guardas que os atacam.

— Ahm, o quê? — O homem ainda está confuso.

— É que alguém se esqueceu de trazer a bússola. — Emily olha acusadoramente para Sony, que apenas dá de ombros e logo se defende de um ataque de um guarda que estava atrás de si, e provavelmente arrancaria sua cabeça.

— Ah... — O homem ainda está confuso, mas levanta o braço apontando com o indicador para um dos caminhos pelos quais o corredor se bifurca. O esquerdo. — Por ali.

— Ok. Muito obrigada. — Emily sorri, depois se vira para Alex e Sony. — Hora de ir pessoal.

— Mas ainda não matamos todos eles! — Sony reclama quando tenta acertar o guarda no ombro, mas o homem se esquiva e começa a rir. — Droga. — Ele resmunga.

— Não precisamos mata-los. — Emily responde. — Não é? — Ela olha para o guarda que acabou de lhe dar a informação, e que ainda está um pouco atônico.

— Faça o que tem que fazer Emily. — Alex praticamente grita quando o guarda com quem luta o atinge de raspão na cintura.

Emily sorri e alça voo novamente. Ela fecha os olhos e sente a energia a percorrer, sutil e eletrizante ao mesmo tempo. Ela também sabe que não pode exagerar na descarga de energia, pois se pedir muito de suas reservas de magia ela pode chegar a até morrer, então respira fundo e se controla. Quando menos esperam uma rajada de raios elétricos saem das mãos da fada e atingem cada um dos guardas remanescentes.

Todos caem desmaiados no chão, inclusive o guarda que disse à Emily para onde seguir. Ela abre os olhos e pousa, já começando a sentir as consequências de usar a sua magia. As reservas de magia das fadas são menores do que a das bruxas ou das sereias, elas não podem usar muito. Aliás, só podem usar muito pouco. Emily se sente cansada e com sede, chegando a tropeçar no chão. Ela cairia se Alex não a tivesse apoiado.

— Está tudo bem? — Ele pergunta preocupado.

— Sim. — Ela assente. — Só um pouco de tontura...

— Então vamos prosseguir. — Ele diz.

E os três voltam a seguir pelo caminho, indo para a esquerda.

¬¬¬

Nós andamos por silêncio por um caminho longo. Não sei o que fazer, já faz muito tempo que Emily não faz contato e estou começando a ficar preocupada. Huron está me levando por todos esses corredores e em momento algum nós encontramos guardas. O que está havendo, por que tudo está tão vazio? Há algo errado. Valtor está tramando algo, com certeza ele já sabe da nossa fuga. Isso não vai terminar bem.

E depois da explosão que a Darklight provocou, estou começando a ficar com medo. “Você nem mesmo fez o juramento”. Aquela demônio da água se referia àquilo que Lady Mina disse antes de se apossar da espada? Será que é preciso fazer isso para que... Sei lá, é uma espada amaldiçoada. O homem da loja disse que ela foi usada para matar o último dragão de Tyron, mas pela época em que a garota estava na minha visão... Acho que ainda existiam dragões. Mas eu também não sei se eu vi o passado, se vi o presente, se vi o futuro ou se simplesmente estava delirando. Mesmo assim, apesar das vestes serem como as de hoje em dia, eu teimo em acreditar que foi algo que estava ocorrendo simultaneamente enquanto eu assistia. Tenho um pressentimento de que foi algo que aconteceu no passado.

— Elizabeth. — Huron fala.

Ele me tira de meus devaneios, volto a prestar atenção no que ocorre a minha volta. Estamos num corredor um pouco diferente, sinceramente não sei quando o cenário começou a mudar, mas agora as paredes são de rochas cobertas com limo verde e o lugar é úmido. Parece uma caverna ou algo do tipo.

— Chegamos. — Ele para de andar.

Estamos num caminho sem saída. Uma parede de pedra enorme na nossa frente, um pouco rachada e por isso emitindo sutis feixes de luz branca que se misturam á luz dourada que vem das tochas presas ás paredes.

— É isso? — Pergunto. — Não acha que foi muito fácil?

— Sim. — Huron suspira. — Por que eu acho que estão nos esperando do outro lado?

— Talvez estejam. Você conhece o Valtor, sabe como ele funciona.

Huron balança a cabeça.

— Eu achava que conhecia o Valtor. Nunca imaginei que ele pudesse me trair.

Abaixo a cabeça. Então o que vamos fazer?

— Vamos ficar aqui parados esperando? — Minha voz soa rígida e raivosa, como se não fosse minha.

Você deveria estar com raiva.

Não devia não.

Devia sim.

Por que eu estaria?

Porque vai morrer, por culpa dele.

Liz”. A voz de Emily ecoa em minha mente.

Por um momento para mim foi como se eu conversasse com outra pessoa, como se houvessem duas pessoas dentro de mim, eu e um outro ser que discute comigo. Que tipo de consciência é essa?

O que foi?” Pergunto à ela. A voz na minha cabeça se silenciou, resta apenas a de Emily.

O que foi isso?” Ela pergunta. Sua voz está séria e serena como sempre, já sem aquele ar elétrico e animado.

Isso o que?”

Essa voz.” Ela fala.

Minha consciência.” Digo. “Eu acho.”

Elizabeth, não é normal ouvir vozes na sua cabeça”

Eu estou ouvindo você agora” Rio, ignorando a seriedade da situação.

Liz, isso foi estranho. Me pareceu que era uma...”

Ela é interrompida por outra voz muito familiar, irritante e idiota.

Onde você está?” Alex pergunta. Ainda estamos em conferência pelo visto.

Na saída dos fundos.” Olho em volta. “É tipo uma caverna.”

Então acho que estamos perto.” Dessa vez é a voz de Sony.

Pois muito bem. Com eles por aqui deve ser mais fácil atravessar a porta, espero que sejam de ajuda ao lutarmos contra Valtor e seu exército. A verdade é que tenho o mesmo pressentimento que meu pai, de que uma cilada nos espera do outro lado dessa passagem.

— E então, estão prontos? — Digo.

Sony, Emily e Alex se aproximam. Suas espadas estão sujas de sangue, o que por um momento me deixa enjoada. Mas então eu esqueço essa sensação.

— Eu nasci pronto. — Sony diz e roda sua espada em sua mão, quase deixando-a cair no chão.

Nós rimos.

— Então vamos lá. — Huron fala.

E nesse momento ele avança até a parede de pedra e põe sua mão sobre ela, pressionando calmamente. Depois que o botão é ativado, ela começa a abrir. E aos poucos a luz fraca do sol prestes a se pôr se põe sobre nós.






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Notas finais do capítulo

Ansiosos? Ate amanhã nesse mesmo horário neste mesmo canal.
Byee!



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