A Filha Do Mar escrita por Emm J Ás


Capítulo 33
Fuga Part.1


Notas iniciais do capítulo

Ok gente, here I am again.
Um novo cap. Obrigada pelos comentários, comentem mais!
Bjs!



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— Como nós vamos fazer? — Ela pergunta.

— Alex faz o plano, assim como sempre. — Sony diz. — E vê se dessa vez me dá uma parte descente cara.

— Suas habilidades serão muito úteis, prometo. — Alexander diz e ri.

— A gente tem o mapa de La Isla nos arquivos? — Emily pergunta.

Alexander balança a cabeça. Estão na sala de controle, no primeiro convés. Ali naquelas estantes estão vários mapas de vários lugares de Tyron, mas até agora eles não conseguiram um mapa de La Isla de La Muerte. Desta vez terão que invadir o lugar às cegas.

— Precisávamos da Kalyssa. — Sony fala.

— Ela não pode ajudar a gente agora. — Alex fala, o rancor é visível em sua voz.

— Podemos pedir para o Carlos vir com a gente. — Drobt ri e pega suas duas facas que estavam presas á sua cintura. — Vocês viram o que ele fez no convés.

— Um demônio negro não será de nenhuma ajuda. — Alex diz.

Não está com raiva dele está? Ele não podia contar...” Emily fala com Alex.

Ele mentiu para nós, só isso.

— Emily, você vem com a gente. — Alex põe as duas mãos sobre a mesa. — Você pode se comunicar com ela á distância?

— Posso tentar encontra-la.

— Então eu vou junto. — Jack se pronuncia. — Você não vai sozinha.

— Não se preocupe, eu sei me cuidar. — Emily tenta acalmá-lo.

— Jack, você fica cuidando do navio. — Alex fala. — Não quero separá-lo dela, mas é preciso.

— Eu posso ajudar. — Jack tenta convencer.

— Não pode. — Emily diz.

Está tudo bem. Eu estou mais preocupada com você... Não quero que se machuque.” Emily fala com Jack.

Promete que vai se cuidar?”

Volto para você inteirinha.” Ela ri.

Mesmo não muito feliz, Jack aceita.

— E depois? — Drobt diz. — Como a gente vai entrar lá? É uma fortaleza.

— Cheia de piratas. — Sony fala enquanto brinca com sua faca. — E de monstros.

— Vamos improvisar. — Alexander ri.

— Sério? — Sony fica surpreso. — Você sempre nos faz seguir o plano, certinho e certinho, sem nenhuma mudança.

— Tempos desesperados pedem medidas desesperadas.

Alexander ri de si mesmo. Tempos desesperados. Ele sabe que Sony está certo, ele nunca mandou ninguém improvisar. Mas não há o que fazer dessa vez.

— Melhor levarmos mais gente. — Drobt comenta. — São muitos para lutar.

— Quanto menos de nós melhor, menos perceptíveis nós ficamos. — Alex responde. — Emily, pode sobrevoar a área para tentar localizar a base?

— Deixa comigo. — Ela sorri satisfeita.

É a primeira vez que Alex a coloca para participar de uma missão em campo. Normalmente ela fica no navio, para ver quando eles estão chegando e preparar tudo para a fuga. E também para proteger o Andrômeda. Ela sabe que a falta de Kalyssa não vai ajudar, mas também sabe que ela pediu por isso. E pelo que ela sabe de Carlos e Kalyssa, os dois devem ficar bem no navio.

Sua maior preocupação é com Elizabeth. Ela não quer que ela se machuque.

— Faltam apenas alguns minutos, preparem-se. — Alex diz.

— Falou então. — Drobt diz e guarda suas facas na cintura novamente. — Pelo menos desta vez eu não preciso escalar nada.

Todos riem. Está na hora.

¬¬¬

Eu corro. Não, correr é pouco, mas por falta de palavra melhor eu digo que estou correndo. Ando tão rápido que minhas pernas latejam. Os guardas estão atrás de nós, nos seguindo e eu agradeço á Deus por ainda não existirem armas de fogo. Claro que Gleycon já deve estar bem evoluída, considerando que é o irmão mais velho de Alásia, já devem haver pesquisas nessa área. De qualquer modo, esse estudo ainda não chegou aos piratas.

Meu pai corre na minha frente, ele é bem mais rápido que eu.

— Parabéns filha. — Ele é sarcástico.

— Você já estava me irritando com aquela lerdeza toda! — Grito.

Não há mais motivos para ser sutil. Atrás de nós há cada vez mais guardas.

— Eu estava errado. Você não é igual a sua mãe, é pior!

— Cala a boca!

Se tivesse água aqui, se tivesse ao menos uma gota de água do mar, eu já teria afogado todo mundo. Com a raiva que estou sentindo até eu seria afogada.

— Você é o rei, faz alguma coisa! — Reclamo com ele.

— Você sabe o que é um motim? — Ele olha para mim.

— Arg...

Continuamos correndo até chegar ao fim da masmorra. Finalmente os corredores da prisão acabaram.

— Para onde vamos agora?

— Essa não. — Ele para de correr.

Eu paro também, a inércia me faz ser arrastada por alguns centímetros no chão. Quando me estabilizo encontro o problema.

Vários guardas mal encarados estão nos encurralando com suas espadas apontadas. Dois zumbis estão aqui também. Quantos o Valtor fez ein? Esse cara é muito neurótico, até parece que tem dois prisioneiros super poderosos tentando fugir e depois voltar para mata-lo. Para que tantos guardas invencíveis?

— Deixem a gente sair, e talvez eu não os mate. — Huron fala.

É um blefe. Ele não tem espada, ele não tem água para controlar.

Pera aí... A minha espada!

Valtor a tirou de mim quando me prendeu, mas ela já deve estar de volta na minha bainha. Olho para minha cintura e agradeço baixinho por tudo. Darklight está aqui, presa à mim. Longa e brilhante como obsidiana. Minha linda espada amaldiçoada. Bem, talvez ser amaldiçoada não seja uma coisa boa... Enfim, ela será de boa ajuda.

Tiro-a da bainha rapidamente e com meu movimento todos os guardas se aproximam com suas espadas. Sou apenas uma contra mais de dez. E meu pai não pode me ajudar sem uma espada.

— Sou o Rei do Mar, lembram-se? — Huron continua. — Posso mata-los quando quiser.

— Está blefando. — Um dos piratas diz, o mais alto e barbudo.

Esses piratas não sabem o que é creme de barbear? Ou navalha? Isso já existe, eles bem que podiam tirar essas barbas de palha de aço.

— Quer apostar? — Huron tira minha espada da minha mão.

— Ei! — Reclamo.

Ele olha para mim me repreendendo. Quem ele acha que é? Meu pai? Não interessa, eu acabei de conhece-lo. Para mim é só mais um pirata abusado.

Mas antes que ele possa ter alguma reação acontece o inesperado. Quando ele segura o cabo de Darklight uma imensa luz negra se origina da ponta da lâmina e se expande até escurecer tudo. Uma explosão. Ele larga a espada e eu a ouço cair no chão, mas não vejo nada. Apenas ouço um zumbido no fundo de meus tímpanos.

Tampo os ouvidos com as duas mãos e com força, mas o som persiste.

Você nem mesmo fez o juramento...” A voz da demônio da água ecoa em minha mente como em meu pesadelo.

Aquele que repousa sob as sombras não é capaz de me atingir.” De repente a voz da garota daquela visão começa a dizer. “E mesmo que me encontre em noite, não temerei seu poder. Pois agora sou eu a nova ama de sua espada. E por mais trevas que ela possa criar, eu ainda serei pura. Darklight, responda ao meu poder. Responda à sua ama.” E nesse momento sua voz fica tremida e eu mal consigo entender o que diz. Mas eu sei o que fala, ela diz seu nome. “Mina Alvarez Del Mar.”

Abro os olhos e a negritude desaparece. O zumbido também.

O que acabou de acontecer?

Olho em volta. Acabou. Todos os piratas estão caídos no chão, suas peles estão pálidas e seus corações parados. Estão mortos, até mesmo os mortos vivos. Até eles estão caídos no chão.

— Como isso é possível...? — Minha voz está rouca.

O que foi isso? Outra visão? Faz mais sentido dizer que foi uma audição, afinal tudo estava escuro.

Darklight não está mais caída no chão, ela está de volta a minha cintura. Meu pai está caído no chão, ele não se move.

Corro até ele e me ajoelho ao seu lado.

¬¬¬

Consegue ver?” Ele pergunta.

Não, mas eu posso senti-la. Deve estar escondido.” Emily responde mentalmente.

Continue sobrevoando.”

O.K”

Emily está voando por cima da ilha, suas asas batem rápidas como as de um beija-flor. Ao constatar que na ilha só existem árvores e um vulcão enorme e adormecido, ela volta para o Andrômeda.

Pousa no terceiro convés, onde Jack, Alex e Drobt a esperam. Sony voltou ao seu quarto para fazer algo que nenhum deles entendeu, mas também não procuraram saber.

— E aí? — Drobt pergunta curioso.

— Só pode estar num lugar. — Ela diz.

— Onde? — Alex fala.

— Dentro do vulcão.

¬¬¬

Huron ainda respira. Isso é bom, muito bom. Ponho as duas mãos sobre seu peito e pressiono com toda a força que eu tenho, tentando fazer massagem cardíaca.

Depois de algum tempo sua respiração fica mais forte e ele abre os olhos.

— Você está vivo. — Comemoro, mas sem parecer muito animada.

Não posso demonstrar a ele que me importo. Ele ainda é um pirata, ainda pode ser muito mal caráter.

— O que aconteceu? — Ele pergunta.

Balanço a cabeça. Eu não sei o que houve.

Ele se levanta e olha em volta. Me levanto também. Ele deve ter mais ou menos a mesma altura que Alex e que Luke, um pouco mais alto.

— Uau, mandou bem. — Ele sorri e olha para mim.

Pera í... Ele acha que eu matei todo mundo?

— Não... Eu não... — Tento explicar, mas ele me interrompe antes.

Ele me abraça forte e me ergue no ar, e tenho a impressão de que era isso que ele desejava desde que descobriu que sou sua filha. Deve ser difícil ser separado de sua própria família, eu imagino. Eu sei como é. Também sinto saudade de meus pais e de minha irmã.

— Sabia que você conseguia. — Ele diz orgulhoso.

Antes que eu pense num jeito carinhoso de explicar tudo, eu ouço a voz dela na minha cabeça.

Liz, você está aí?” Emily diz em minha cabeça.

Um sorriso enorme se forma em minha boca. É tão bom ouvir a voz dela, é tão bom saber que ela está por perto.

Você está aqui?” Pergunto, até em pensamento minha voz soa alegre.

Ah!” Ela grita. Mas depois de um segundo percebo que foi um grito de felicidade. “Você está bem?! Não sabe como eu me preocupei menina, ai que bom...”

Estou ótima. Emily, você está em La Isla?” Pergunto.

Acabamos de matar uns piratas que nos encontraram na floresta. Sabe, foi meio cruel, mas divertido.” Ela ri.

Está perdendo o foco.”

Ah, tá bom. Nós estamos indo te buscar, onde você está?” Ela fala.

Nós. Ela disse nós? Então a tripulação está vindo também? Será que o Alex...

Ele veio também.” Ela responde e ri.

Odeio quando lê meus pensamentos alheios.” Reclamo.

Anda logo, vamos ao trabalho.” Sorrimos.

¬¬¬

Eu e meu pai andamos pelo castelo. Ele está nos levando até a saída, mas pelo tempo que está demorando parece que não há como sair. Desde a explosão de minha espada nós não vimos mais nenhum pirata, nenhum guarda. No final eu achei melhor deixar meu pai achar que eu tinha feito aquilo, afinal, é bom ter alguém que se orgulha de mim. Não quero tirar a alegria dele ainda.

Já chegaram?” Pergunto á Emily.

Estamos atravessando a floresta. É uma entrada secreta?” Ela responde.

Sim. Olha só, pode nos colocar em conferência?” Pergunto.

Uma ideia que tive, mas que sei que Emily é capaz de fazer. Colocar todos nós numa só linha, para falarmos ao mesmo tempo.

Huron também.” Adiciono.

Acho que não faz mal tê-lo conversando conosco também. Ele pode auxiliar.

Você o encontrou? Isso é ótimo! Vou unir nossas mentes, só um segundo.” Ela diz rapidamente.

Emily costuma ser muito calma e serena, mas agora desde que falei com ela tudo parece eletrizado. Ela está elétrica, assim como minha irmã quando mais nova. Aliás, acho que Emily e Katherine têm a mesma idade.

— O que é isto? — Huron fala.

— O quê?

— Isto... — Ele não olha para lugar nenhum.

Desculpe Huron, vou concertar.” Emily fala.

Huron parece ficar assustado por um momento, mas depois parece entender e então suspira.

— Fadas... — Ele resmunga.

Rio. Deve ser a primeira vez que eu o vejo sério desde que o conheci.

E então?” Falo com Emily mentalmente.

Tudo pronto. Estamos te ouvindo.” Ela diz alegremente.

Estão todos aí?” Digo.

Estou.” É a voz de Alex. E é muito estranho ouvir sua voz assim, dentro de minha cabeça.

Presente.” Sony também fala. Rio ao ouvi-lo, já fazia tempo.

Estava com saudades pessoal.” Acrescento. “E o Drobt, não veio?”

Ele está percorrendo a ilha e fazendo um mapa, para o caso de precisarmos voltar um dia.” Alexander responde.

Chegamos ao fim da floresta, só tem uma parede de pedra enorme.” Emily diz.

Querem entrar pela porta da frente?” Pela primeira vez Huron se pronuncia.

Nós continuamos andando pelo corredor, mas a sensação de estar fazendo essa conferência gasta muito nossa atenção. Acho que se formos atacados só vamos perceber no último momento. Ando devagar.

Essa é a porta da frente?” Alex diz.

Deve estar cheia de guardas, eu e Elizabeth estamos indo para a saída dos fundos.”

Continuo andando. Então sinto uma mão apertar meu braço com força e me assusto. Mas então vejo que é Huron, que me puxa para virar à esquerda junto com ele. Os corredores são longos e vazios, mas às vezes existem bifurcações. É bom saber que meu pai ainda está prestando atenção.

Não temos problemas com alguns guardas.” É possível ouvir o som das lâminas batendo em pensamento? Bem, Sony parece ter conseguido me fazer ouvir sua espada sendo desembainhada. Ou talvez seja apenas minha imaginação agindo, eu conheço o Sony, tenho certeza que ele já está com sua espada em punho.

Tomem cuidado. Depois que entrarem sigam para o leste.” Huron anuncia.

Tá bom, mas como nós entramos?” Alex fala. Ele não parece satisfeito, nem feliz, nem com raiva. Parece apenas um homem fazendo seu trabalho.

Sua falta de sentimento me atinge por algum motivo.

Digam abre-te sésamo.” Falo. Depois rio.

Não funcionou.” Sony reclama.

Rio ainda mais.

Procurem o botão. É ao lado da rocha, vão encontrar. Aí é só pressionar bem devagar.” Meu pai lhes dá as instruções.

Ainda é estranho chama-lo de pai. Vamos continuar no primeiro nome.

Encontrei.” Alex fala. “Não está funcionando.”

Eu disse bem devagar. A pressa é inimiga da perfeição.”

Mas é claro. Provavelmente quando eu tentei fugir ali eu apertei muito rápido, e por isso não funcionou. Sou impaciente? Sim, sou mesmo. Talvez eu possa trabalhar isso. Ou talvez eu continue assim para o resto da minha vida. Acho que eu nunca vou conseguir ser uma pessoa calma, eu me estresso facilmente.

Ok. Está abrindo.” Emily diz.

O-ou...” Sony fala.

Boa sorte.” Huron lhes fala.

E a conexão é perdida.






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Notas finais do capítulo

Tem sempre um probleminha ou um suspense no final de todos os capítulos. Por que será?

Gostaram? Kkk



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