A Filha Do Mar escrita por Emm J Ás


Capítulo 32
Chave de Tinta


Notas iniciais do capítulo

Olá amores da minha vida! Perdoem-me, eu suplico! Sei que passei muito tempo sem postar no Nyah!, foi culpa da internet, a que eu não tenho em casa. Enfim, esqueçamos essas coisas ruins, eu estou de volta! E adivinhem só, terminei de escrever o livro!
Então aqui vai mais um capítulo especial. Espero que curtam, e que gostem do Huron. ^ ^ /
Quem estava ansioso para a Liz conhecer o pai dela?



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Novamente, presa numa cela. O homem porco me leva até a prisão, onde existem várias celas, algumas vazias, outras com pessoas dormindo, presas às paredes por correntes nos pulsos. O lugar é de pedra cinza e cascalhos, cheio de musgo, mas o ar é seco. Sinto falta de ar.

O guarda me leva pelo longo corredor de celas até parar numa vazia, abri-la e me empurrar lá dentro como se eu fosse uma mala velha escrito “Coisas velhas para doação”.

— Agora também prendem menininhas? — Ouço um homem dizer.

Me recupero tentando me levantar e limpando minha roupa com as mãos. Há uma cela em frente á minha, e há um prisioneiro dentro dela. Um homem alto, mas que está sentado no chão comendo o último pedaço de sua maçã. Ele tem cabelos castanhos escuros e pele clara, seus olhos mesmo de longe mostram ser de um azul cintilante. Não é o mesmo azul dos olhos de Luke, é menos opaco e mais cristalino, como água. Aparenta ter uns trinta e sete ou quarenta anos, não muito velho. Suas roupas são diferentes das dos outros, lembrando um pouco as roupas que meu pai usa em reuniões, mas sem os vários broches e medalhas de honra. Sem falar que ele usa uma jaqueta estilo “Sou pirata mesmo.” E sapatos tão velhos que é melhor ficar descalço.

O guarda apenas bufa em reação ao seu comentário, depois vai embora. O outro prisioneiro ri.

Ótimo, eu acabei com tudo. Me entreguei para Valtor, ele nem teve que lutar muito. Agora estou presa aqui e não tenho como sair. Rodo a cela toda, que só tem um colchão finíssimo e um balde no canto (Espero que não seja o banheiro). Fico pensando em tudo que eu fiz de errado. Inútil, inútil, inútil.

— O que foi menina, desobedeceu o Rei? — Ele ri da palavra como se fosse uma piada.

Apenas viro a cara e respiro fundo. Não vou falar com qualquer prisioneiro dessa prisão. Piratas prendendo piratas? Não devia me surpreender. Com Valtor no comando nada faz sentido mesmo.

— Ah, não está a fim de conversar. Tá bom. — Ele diz.

Dois segundos de silêncio até eu ouvir sua voz novamente. Está começando a ficar irritante.

— Quantos anos você tem? Doze? Estão prendendo até crianças...

— Eu não tenho doze anos. — Olho para ele incrédula. Sei que não pareço ter dezesseis, mas também não pareço tão criança. Isso me lembra da idiota da Kalyssa, me provocando dizendo eu pareço uma menininha.

— Desculpe. — Ele diz. — Treze? — Arrisca de novo.

— Dezesseis, Dezesseis! — Quase grito com ele.

Ele ri. Estava zoando com a minha cara. Deve ser muito engraçado, haha. Rio de deboche e me levanto. Olho toda a cela. A única abertura são as grades da porta, como as de uma prisão (Não que não seja uma). Nenhuma janela. E parece bem longe do mar, pois nem consigo senti-lo. Como vou sair daqui então? Eu me entreguei, agora tenho que aguentar. Vou esperar pela minha morte? Não, deve ter alguma ligação com o mar por perto.

— Não há água por aqui... — Resmungo baixinho, decepcionada.

— Para quê quer água? — O homem parece realmente interessado.

— Não te interessa. — Respondo rispidamente.

— Eu já verifiquei. Nenhum contato com água, sem mar, mas por que não diz que está com sede?

Olho para ele. Boa ideia.

Corro para as grades e começo a bater nelas e a gritar.

— Ei! EEi! — Chamo algum dos guardas.

Um homem aparece no fim do corredor e corre até mim com expressão mal humorada. Ele tem uma barba espessa preta com fios brancos que está dividida em três trancinhas. Eu não sou nenhuma especialista, mas ele precisa de umas dicas de moda. Trancinhas estão tão fora de moda.

Rio de mim ao imitar Miranda, mesmo que em pensamento. Ela sempre foi a expert em moda e tudo que se refere á beleza. Sinto saudades dela.

— O que você quer garota? Silêncio. — Ele diz, seus olhos são ameaçadores.

— Estou com sede. Me dá um pouco de água? — Jogo toda a minha habilidade em parecer fofa para convencer os outros. Até pisco os olhinhos.

— Não.

Não funcionou.

Ele vai embora com pés pesados que ecoam pelo corredor inteiro. Eu falhei.

— Que pena. — O outro prisioneiro ainda está rindo. — Vai ficar com sede.

— Não era para beber, idiota. — Solto, e acabo me arrependendo depois. Não sei se é uma boa ideia que algum outro pirata daqui saiba o que eu sou.

— E para que era? — Ele ainda ri.

Cerro os dentes. Não posso falar nada. Despenco no cão e cruzo os braços de novo, puramente enraivecida. Não há como sair daqui.

— Qual o seu nome? — Ele pergunta.

— Nãotim. — Digo.

— Nãotimteressa. Olha, essa é muito velha. — Ele ainda faz piada.

— E quem é você? — Me viro para ele, irritada.

— Não sabe quem eu sou? Todos sabem quem eu sou.

Eu não sei. — Dou um sorriso sem dentes. Não devia estar dando papo para esse cara.

— Meu nome é Huron. — Ele diz, e entre um sorriso e outro ele termina. — O Rei do Mar. Ou ao menos era né.

Meu queixo cai. Esse cara... Ele é o rei do mar? O... o-o meu p-pai?

— V-você é o r-rei do mar? — Pergunto ainda não acreditando.

— Aquele traidor fez um motim e me prendeu aqui. Nada demais. Mas tecnicamente eu ainda sou o Rei do Mar. — Ele dá de ombros.

— O Valtor n-não te matou?

Ele me encara.

— O que aquele cara fez pra você saber o nome dele? Gritou aos quatro cantos da terra que era o novo Rei?

Foi uma pergunta retórica. Bato na parede atrás de mim, despencando ainda mais.

Depois de alguns minutos de silêncio maravilhoso eu decido falar, afinal, ele é meu pai. Precisa saber disso. E talvez juntos nós consigamos sair daqui, não é uma má ideia. De acordo com o Alex e todos do Andrômeda ele também é um Filho do Mar.

— Quer saber quem eu sou? — Olho para ele.

Ele está com um papelzinho na mão, aparentemente abrindo-o. Ele olha para mim.

— Eu sou Elizabeth Heart. Princesa de Alásia. — Digo meu título.

Com a mesma surpresa que eu, ele também arregala os olhos.

¬¬¬

— Esperei muito para encontra-la. — Ele diz sorrindo. — Achei que depois disso nunca a encontraria.

— Bem, encontrou. Estou aqui, presa... — Digo e suspiro. Droga.

— Bem, ainda tenho perguntas a fazer. — Ele diz.

— Ok. — Concordo.

Ele sorri e pega novamente o papelzinho. Ele o desdobra e vejo que é um pergaminho. Então ele balança o papel, que se abre usando a lei da gravidade, se espalhando pelo chão. Mais de cinquenta centímetros de papel, completamente cheio de pequenas frases escritas à mão, todas terminadas em “?”. Hoje meu dia vai ser longo.

— Posso começar? — Ele sorri enquanto ajeita o longo papel nas mãos.

Assinto. Eu não tenho opção mesmo, ao menos vou passar o tempo.

E que comece o questionário.

— Quantos anos você tem?

—Dezesseis, já disse.

—Exatamente quantos? É que sua mãe não me contou quando você nasceu. Ela me fez esse favor. — Ele revira os olhos. Não entendo, mas também dou de ombros.

—Faço dezessete daqui a dois meses.

—Então está bem perto! — Ele diz animado. Não sei o que pode haver de tão interessante nisso.

— O que? — Pergunto curiosa.

— Sua ascensão. Não estudou sobre dominadores?

— Sim, mas não sobre os da água. — Lembro-me de quando Miranda me trouxe um livro enorme sobre dominadores, falava sobre todos, até os extintos, como dominadores da terra e da água. Mas sobre esses eu não li, pois achei que seria irrelevante. Agora vejo que estava errada.

—Isso serve para todos os dominadores. Aos dezesseis anos eles ascendem. Alguns até no dia do aniversário.

Havia algo sobre isso... Na seção “Dominadores do Ar”. Depois dos dezesseis anos os dominadores ficavam mais poderosos, chegavam a ser capazes até de criar furacões e destruir milhares de casas. Ficavam descontrolados. Hoje em dia os dominadores estão em falta, é difícil achar algum. Existem mais bruxos naturais e feiticeiros.

— Ahm... Então eu vou poder controlar o mar ainda melhor?

— Quem sabe. — Ele para e escreve algo na lista com sua caneta tinteiro. — Quantas vezes já controlou o mar?

— Até agora umas quatro vezes. Uma involuntariamente.

Conto mentalmente para saber se acertei. A primeira foi quando Valtor nos atacou, eu havia acabado de chegar ao Andrômeda. A segunda quando lutamos com os demônios das águas, eu meio que me descontrolei propositalmente. A terceira foi na noite em que eu acelerei o Andrômeda, e meus ombros ainda doem depois daquele tombo. Então a quarta foi no último ataque, eu acelerei mais o navio. Agora penso se o ideal não seria ter lutado com Valtor e tê-lo atacado com minhas ondas, talvez eu vencesse e agora não estaria aqui.

Mas também não teria conhecido meu pai. Ainda não consigo acreditar que esse cara seja meu pai.

—Só? Quer dizer que em onze anos você só usou seus poderes quatro vezes? — Ele parece surpreso e decepcionado ao mesmo tempo.

— Eu nem sabia que podia fazer isso. Pra mim foi uma grande surpresa.

Ele bate na própria testa. Não sei interpretar isso, normalmente faço isso quando percebo que fiz uma coisa idiota.

— Eu falei para eles te treinarem... Como pode isso? Com quatro anos você já sabia acalmar o mar!

— Eu fazia o quê? — Confusão. Mas é bom isso, acho que posso aprender muito sobre meus poderes com ele.

— Você tranquilizava as ondas, evitando tempestades. Um prodígio certamente, eu só consegui isso aos dez anos.

— Já parou pra pensar que você que é muito atrasado? — Digo.

Depois de tantas perguntas inúteis estou começando a ficar irritada. Preciso me acalmar.

— Haha. — Ele diz, mas não é um riso de verdade.

— Eu nunca nem fui ao mar. Nunca nem saí do castelo. — Acrescento.

Realmente, a primeira vez que saí do castelo foi quando fui sequestrada. Nem meu próprio povo eu conheço, que bela princesa eu sou. E isso foi ironia, se você não entendeu.

— Vou ter uma conversinha com aqueles quatro. — Ele escreve mais alguma coisa na lista.

Eu o ouço resmungar uma palavra baixinho, Inexperiente. Eu sei que é verdade, mas ainda assim eu fico com raiva. Estou me irritando cada vez mais. Respiro fundo três vezes tentando me acalmar. Minha irmã sempre me chamou de pimentinha, pois sempre fui muito estressada. Tenho que aprender a me acalmar.

— Hã?

— Qual o seu estilo de música favorito? — Ele diz logo depois de mim.

— Eu tenho mesmo que responder essas perguntas? Estamos presos aqui, devíamos estar tentando sair. — Cruzo os braços e encaro a parede.

— Passei todos esses anos longe da minha filha, quero conhece-la de novo. — Apenas ouço ele falar.

— Nunca imaginaria que você fosse meu pai.

— O que você esperava? Um cara grandão, fortão, burro e barbudo como qualquer outro pirata?

Rio e olho para ele.

— Por aí. Você é só um homem palhaço e com um perigoso déficit de atenção. Como pode ser o maior ladrão de todos os tempos?

Eu estou realmente com raiva.

— Hey! — Ele fica ofendido. — Você é igualzinha a sua mãe, sabia?

Então ele cruza os braços e bufa. Perceber que estamos do mesmo modo agora me atormenta. Eu e ele não somos iguais. Ele é palhaço, é excêntrico, eu não sou assim. Eu esperava alguém... Diferente. Não sei se isso é cruel, mas eu não conheço esse homem. Por que eu seria agradável com ele? E esse papo me estressa muito.

— Até a cara de raiva é igual. — Ele continua falando. — Séria e sem graça como ela. Só que eu a ensinei a se divertir. Você já tentou isso? Di-ver-são?

— Você parece uma criança. — Digo.

Eu sei o que é se divertir. Eu me divirto sim. Eu passei dezesseis anos da minha vida presa naquele castelo, sendo obrigada a seguir as normas e a fazer tudo como deve ser feito. Tudo bem, talvez eu não saiba exatamente o que é diversão.

— E você uma idosa. — Ele fala logo depois.

Alguns segundos de silêncio. Descruzo os braços e suspiro.

— Já bebeu alguma bebida alcoólica?—Ele volta a perguntar.

— O quê?

O que ele acha que eu sou? Uma bêbada? Volto a cruzar os braços, com força e cerro os dentes. É claro que eu já fiquei bêbada... Mas foi culpa do Alex, ele me obrigou a beber aquela cerveja.

— Tem vergonha de admitir...—Ele fala baixo enquanto escreve na lista.

Olho para ele incrédula. Como ele pode saber disso?

Então percebo a caneta, movendo-se e movendo-se nas mãos dele. Ele para e a mergulha dentro de um pote cheio com um líquido preto e viscoso. Uma caneta tinteiro. É isso, uma caneta tinteiro!

— Você tem um caneta! — Levanto-me.

— Jura?! — Ele parece sarcástico. — Como acha que eu escrevi as perguntas? Vamos lá, tenho mais.

— Não! — Eu o interrompo. — Uma caneta tinteiro! Você pode...

Calo a boca ao ver um guarda passar pelo corredor. Um homem grande e forte com uma armadura negra e cabeça de porco, com uma geleia verde atrás das orelhas e em volta do nariz. Outro Entauro. O aspecto de sua face me dá vontade de vomitar. Ele me encara por três segundos, depois meu pai por mais três. E depois de um momento de reflexão ele decide continuar andando.

Eu o observo seguindo o longo corredor até o fim e virando à esquerda. Quando ele some de vista solto o ar, não havia percebido que prendera a respiração até agora. Então eu volto a olhar para Huron, meu pai, que lê a longa lista nas mãos.

— Seus pais a criaram bem? — Ele se volta para mim, retomando o questionário com toda a calma possível.

— Sim, com muito amor e carinho. Olha só... — Tento falar.

— Seus pais adotivos já te puseram de castigo ou algo do tipo? — Ele me interrompe antes que eu tenha a chance de dizer algo. Ele ainda escreve no papel a resposta da pergunta anterior.

— Já, já. Pai... — A palavra soa ácida em minha boca. É estranho chamar mais alguém de pai sem que seja o meu pai, o rei de Alásia. — Huron... — Prefiro chama-lo assim, pelo seu nome.

— E você já...

— Shhh! — Praticamente grito. — Dá pra parar de falar e me ouvir?! — Eu falo com raiva e impaciência, tentando mediar a ansiedade e manter a voz o mais baixa possível. — Estou tentando arrumar um jeito da gente sair daqui! Você pode controlar a tinta para abrir as celas.

— Claro que não. — Ele revira os olhos. — Eu sou um filho do mar. Eu controlo o mar.

— Não! — Sussurro irritada, com medo de que outro guarda passe por aqui.. — Você é um dominador da água! Você controla a água! E tinta é água, então você que tem muito mais experiência vai controlar a droga da tinta até a porcaria da fechadura e abrir a maldita cela!

Huron me olha de olhos arregalados, realmente assustado. Ele me encara, e sua lerdeza me deixa mais irritada.

— Agora! — Grito.

Huron levanta imediatamente ao momento em que eu falo, finalmente com rapidez. Depois pega o pote preto e dourado cheio de tinta e o põe em sua mão.

— Igualzinha a ela... — Ele resmunga enquanto põe a mão sobre o pote. — Idêntica à sua mãe...

Reviro aos olhos. Depois será a minha vez de fazer perguntas. Ele está falando da minha mãe, eu quero saber quem é ela. Saber disso e tirar essa dúvida da minha cabeça, essa dúvida cruel entre a possibilidade de minha mãe ter traído meu pai com esse pirata e ter ficado grávida de mim, ou de eu ser filha de uma outra mulher qualquer. Só que pelo o que o Luke me disse, e pelo pouco que eu me lembrei, minha mãe me tirou de Huron para cuidar de mim, isso em Galatéia quando eu era criança. Cada vez mais a possibilidade de que Genevieve Heart seja minha mãe diminui. Acho que ela não é minha mãe biológica.

Mas preciso parar de pensar nisso e me concentrar em minha fuga. Preciso sair daqui.

Aos poucos Huron vai controlando a tinta. Depois de alguns segundos o líquido negro como piche começa a ondular e depois começa a se elevar, até sair completamente do pote e revelar ser na verdade uma bolha de água preta. Não é muito grande, nem muito pequena, mas o suficiente. Ele até mesmo fica impressionado, mas logo trata de fazer o que deve. Ele guia a bolha negra até a fechadura, e a modifica lá dentro.

Isso leva um minuto. É sério, eu estou contando. Cinquenta e oito, cinquenta e nove, sessenta. Sessenta e um, e nessa mesma marca ele tira a bolha lá de dentro. Por um momento ela se mostra no formato de uma chave, assim como as chaves que estavam no cinto daquele guarda. Mas logo depois a tinta volta a ser a velha bolha de piche. Ele a põe com cuidado de volta no pote e o fecha.

— Estamos livres! — Comemoro baixinho. — Agora venha me soltar.

Ele guarda o pote dentro do bolso, depois pega a caneta e faz o mesmo. Então se abaixa e pega no chão o pergaminho enorme cheio de perguntas para que eu responda. Tudo calmamente e devagar. Começa a enrolar o pergaminho com toda tranquilidade.

— Dá pra ser mais rápido! — Reclamo impaciente.

— Acalme-se. Paciência leva à perfeição. — Ele diz enquanto dobra cuidadosamente o pergaminho.

Mas que raiva! Isso é sério?! Mesmo?! Eu vou ficar presa aqui enquanto ele enrola aquela droga de pergaminho???

Quando está nos últimos centímetros ele abre a porta de sua cela com os pés, lentamente para não produzir nenhum som, tão lentamente que é como se estivesse m câmera lenta. É tão irritante como ele faz tudo tão devagar. Parece que é só pra me irritar!

Então ele amarra a droga do pergaminho e enfia num dos bolsos da calça. Depois olha para os dois lados do corredor, verificando se há alguém. Vazio. Então ele anda até a minha cela na ponta dos pés. Como se fosse fazer alguma diferença. Reviro os olhos e respiro fundo.

Ele tira novamente o pote de tinta do bolso e trata e abrir minha cela assim como ele mesmo fez.

— Obrigada. — Minha voz não soa gentil.

Ao ouvir o click da cela destrancada eu puxo a porta com força e rapidez. Ela faz um rangido alto e ensurdecedor, que ecoa uma, duas, três vezes pelos corredores da prisão.

— O-ou... — Dou um sorrisinho.

— Você ao menos ouviu quando eu falei da paciência? — Ele me repreende com o olhar.

Sorrio sem graça. Já ouvimos os passos rápidos dos guardas vindo nos pegar.






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Notas finais do capítulo

Você precisa se divertir mais Liz. Kkk
E aí gente, que acharam?

Ps: Não esqueci de vocês minhas flores lindas, as que comentaram e as que recomendaram!
Quero agradecer imensamente à Gabi e Cece pelas lindas recomendações! Fico super feliz de saber que as pessoas estejam gostando do livro e principalmente que estejam achando que um dia ele possa ser publicado. Adoro vocês, não poderiam me dar um presente melhor. Beijão!
Ah, e desculpem se eu exagerei na dose. Mas meu livro acabou ficando com mais de quarenta capítulos. Ç.Ç
Ok, bye. Paciência gente, o próximo cap já está agendado. Kkk, Bjsssss!