–K-Konoha? Gaguejou Sakura com o olhar perdido, enquanto Hinata arregalou seus olhos e abriu levemente à boca, porem nenhum som saiu de lá.

–Quero que todos fiquem comportados e não andem um passo para fora da fila. Se caso isso aconteça você será eliminado imediatamente. Disse Sasuke pouco à frente do portão entreaberto de konoha. Iremos entrar, e caso tenha saía algo de errado lá, peço que ainda assim continuem na fila, terá Zetsus vigiando cada passo seus, e ele tem as minhas ordens caso mau comportamento. Enfim, vamos entrar. Virou-se e caminhou para perto do portão e o abriu as portas para caber a enorme fila.

Enquanto isso os Zetstu ficaram mais atentos e deram mais pressão nos ninjas. Após o portão se escancarado ambos deram passos em direção a ele. Sasuke ficou na frente e olhava atentamente para os ninjas de vigia, que ao invés de fazerem seu trabalho estavam se borrando de medo.

Ate que um grupo de AMBU´s parou a frente dele. Mais ou menos sete. Todos sérios e com suas mascaras no rosto, dariam medo em certos, porem não no “comandante” daquela fila.

–Temos aqui comigo cerca de quinhentas a seiscentas pessoas. Iremos entrar e nos hospedar aqui. A guerra já acabou junto com suas chances de nos derrotar, por isso peço que sejam bons meninos e aceitem isso numa boa, senão as consequências serão ruins. Disse calmamente, deixando o grupo, que antes tinha uma postura de um verdadeiro guerreiro, com raiva e medo.

Três deles se distanciaram do grupo e se colocaram em posição de batalha, enquanto os outros continuaram a frente, e o que parecia o capitão deu um passo a frente e encarou Sasuke.

–Fomos ordenados a matar qualquer um que ameaçasse os cidadoes dessa vila, ate mesmo você. Disse também se colocando em posição de ataque. Sasuke apenas revirou os olhos e suspirou, os abriu mostrando o seu sharingan eterno. Quando ele ia atacar o grupo incomodo, Madara surge a sua frente.

–Acho que não será necessário tudo isso. A guerra já acabou, não tem o porque de nos atacar, estamos fazendo um favor. Disse Madara. Cheguei com mais um grupo de quinhentas pessoas que precisam de cuidados, e como suas ordens foram diretas do hokage, acho melhor conversarem com ela mesma.

Madara fez um sinal com a mão e logo alguns Zetsus chegaram com uma loira com as roupas rasgadas e com um olhar cansado e cheio de repulsa.

–Deixem-nos entrar. Há muitos feridos aqui e lutar nessas circunstâncias e batalha perdida. A mesma disse e logo caiu no chão ofegante, deixando os AMBUS´s assustados e indignados. E sem alguns perceberem lagrimas caíram ao chão. Logo a mesma foi recolhida para dentro da enorme fila.

–Pois bem, acho melhor sair de nosso caminho. Disse andando normalmente junto a Sasuke. Os que ali estavam, observaram pela primeira vez, o terrível monstro que roubara sua liberdade com tanta facilidade.

Era vergonhoso como a Hokage, que significa um ser tão forte e sábio, cair ao chão daquela forma, os deixar ganhar sem luta. Porem Tsunade sabia que nada ela poderia fazer, tinha vários inocentes ali, feridos, pais e mães de família. Em sua visão a decisão mais sabia no momento era recuar.

Esse dia foi marcado. O dia em que recuaram e aceitaram a derrota. Que deixaram os terríveis monstros tirar o que eles tinham de mais precioso. Ao momento em que passavam pelas ruas, muitos se afastavam, ate se escondiam. O que era uma vila unida e forte foi coberta pelo medo e insegurança. Naquele dia tudo mudou.

***

Ao chegar a Konoha, Madara impôs sua força sobre todos de lá. Fez com que todos o temessem e o respeitasse. Enquanto a fila andava pelas ruas ninguém os impedia, apenas os olhavam. Os de curiosidade dos pequenos e de pena e medo dos adultos.

A fila de Madara se espalhou pelos cantos, pois o mesmo fora a algum lugar desconhecido por eles, mas sem antes ter umas palavrinhas com o Uchiha menor.

Sasuke ao contrario separou-os e pegou os médicos e feridos e levou-os para o hospital. Ao olhar para o portão já desistiram de primeira da ideia de fugir, pois tinha vários zetsus ao redor. Um homem de cabelos alaranjados e outro albino se destacavam meio a eles.

–Tsunade-sama! Disse a rosada junto a Hyuuga correndo atrás de sua mestra. Encontraram a mesma rodeada por Zetsus. Estava encostada a uma parede olhando para cima. Ao se aproximarem demais um dos Zetsus que a rodeavam as impediram.

–Não podem cura-la agora. Depois que for permitido, ela será mandada ao hospital. Disse um deles colocando-se a frente das garotas.

–Oras seu des... Disse concentrando chakra na mão, mas foi interrompida por Tsunade.

–Sempre com seu jeito explosivo. Riu trstemente. Deixe-os minha pupila, tem pessoas que precisam mais de seus cuidados do que eu... Fui fraca e estou pagando pelos meus erros, mas não deixe que os outros tenham que pagar por um erro meu... Vá. Disse virando a rosto para o lado. Salve os que não pude salvar...

Hesitante, Sakura pôs se a se afastar da mulher, junto a Hinata que a puxava pela mão. Logo se juntaram ao grupo médico e foram para o hospital.

Por ser a pupila da Hokage, Sakura foi nomeada como médica chefe assim que pôs os pés no hospital. Vários médicos estavam com medo e surpresos, e a mesma se encarregou de encoraja-los e explica-los sobre o que houve, fazendo-os voltarem ao trabalho.

A mando de Sakura ela fez com que Hinata ficasse de repouso, sem dar satisfações aos outros, mantendo o maxímo de segurança possível sobre sua gravidez.

Ao passar dos dias, a situação dos feridos foi se normalizando, gastando todo seu chakra dia e noite Sakura conseguiu por ordem naquele lugar, sendo ajudada por Shizune. Mesmo pedindo, Sakura negava a Hinata qualquer participação sua em qualquer área do hospital, fazendo a mesma ficar segura em sua casa.

Aos poucos ouve-se alguns boatos que os Uchiha’s tomaram posse das outras vilas e que os cinco kages nunca mais deram as caras. Alguns dizem que eles foram mortos, outros que estão presos, ninguém sabia ao certo.

Agora, semanas depois, lá estava ela, ainda trabalhando dia e noite naquele hospital, mas sempre que havia uma folga ela saia para visitar as amigas, mas agora estava a visitar uma em especial.

Enfiou-se pelo corredor da grande casa e pôs a andar pelo chão amadeirado do local, parando em frente a uma porta, abrindo-a.

Ao ver a amiga adentrar em seu quarto, Hinata levantou-se e deu um forte abraço na mesma. Ao se separar sorriu para a mesma, tendo em resposta um também.

–Como você esta Hina? Tudo bem com o garotão aí? Disse a rosada após se separar do abraço da amiga.

–Estamos bem. Não tenho mais tonturas desde semana passada. Disse convidando a amiga para se sentar ao seu lado no sofá.

–Que bom Hina. Senti muita sua falta e não pude te visitar porque o hospital estava meio cheio esses dias. Disse tirando seu jaleco branco, ao se sentar, dobrando-o e colocando em seu colo. Hinata ao ouvir isso fechou a cara e disse:

–Já falei para não trabalhar tanto assim Saky, você devia descansar, isso vai acabar te matando. Cruzou os braços reprendendo a amiga.

–Ah Hina,... E que deu uma apertada esses dias, apenas isso, alem do que, agora sou a diretora do hospital, tenho muitas responsabilidades e não ficar de pernas pro ar.

–humpf... Ta bom, sabe quem estava aqui agora a pouco?... A Ino. Ela veio me visitar também, saiu agora a pouco

–Sério? Que pena, queria visita-la também, saber das novas...

–Pois é. A gente fez brigadeiro, perdeu sua boba devia ter chegado antes.

–Olha essa sua alimentação em sua gorda. Não quero um sobrinho com cara de brigadeiro. Mostrou a língua para a amiga.

–Eu estou seguindo sua receita mamãe. Estou comendo tudo direitinho.

–É bom mesmo. Disse olhando no relógio do braço direito. Bom Hina já e tarde, tenho que ir. Disse se levantando do sofá. O trabalho me chama.

–Mas já? Viu a amiga assentir tristemente para si. Levantou-se do sofá e a abraçou fortemente. Volto sempre que puder, vamos adorar sua visita. Sorriu para a rosada.

–Volto sim. Disse vestindo seu jaleco e indo em direção à porta. Olhou para Hinata mais uma vez, a mesma sorriu para si em forma de despedida, ela retribuiu o gesto e saiu da casa da amiga, voltando a seu trabalho.

***

Acabara de terminar uma cirurgia de risco em um paciente. Depois de muitas horas exaustastes deu tudo certo e finalmente ela permitiu-se deitar no sofá da sala do “cafezinho” como diziam.

Porem seu descanso não durou muito, pois logo pode ouvir seu nome sendo chamado na sala de recepção, o que a estranhou, mas mesmo assim ela foi.

Ao andar pelos corredores com o olhar cansado, finalmente chegara a recepção, encontrando um Zetsu ao lado do balcão de mármore da recepção, sem impedir o atendimento aos outros.

–O que quer? Perguntou ao Zetsu. O mesmo a segurou pelo braço direito e disse:

–Ordenaram-me para leva-la ao escritório do hokage. Ela deu um forte puxão com seu braço direito e com a voz calma e baixa, para não chamar atenção, bradou.

–Sem andar sabia. Sei também muito bem onde fica o escritório, posso muito bem ir lá sozinha. Zetsu tentou se aproximar novamente.

–Foi uma ordem. Insistiu. Ela olhou mais uma vez para ele mais uma vez e disse de forma pesada e lenta.

–Eu já disse que vou. Não preciso de sua ajuda. Já que era só isso que queria me dizer, queira se retirar, pois esta incomodando os pacientes. Zetsu olhou para ela mais uma vez, suspirou e sumiu, afundando-se no chão.

Sakura bufou irritada e seguiu pelos corredores ate sua sala, arrumando suas coisas antes de sair.

***

–Como disse Sasuke, irei a Suna ver como Obito esta se saindo, volta daqui a uma semana. Comporte-se. Disse Madara com a mão na maçaneta da porta, ouvindo de Sasuke um suspiro.

–Você não é meu pai. Disse o olhando com raiva.

–Enfim, cuide de tudo por mim. Irei confiar em você, qualquer ação que eu não espere, te matarei sem hesitar. Boa sorte. Disse finalmente saindo da sala.

Sasuke bufou irritado e sentou-se na grande cadeira do hokage e chamou por Zetsu que logo saiu do chão para atender a suas ordens.

–Traga Haruno Sakura para mim. Ela e muito teimosa então venha com ela. Disse vendo o ser assentir e mergulhar novamente no chão. Voltou sua atenção para os papeis em cima da mesa, ao qual começou a folhear sem dar muita atenção, ate que alguns minutos depois a porta da sala onde estava foi aberta sem cerimônias.

–O que quer Sasuke? Disse fria e sem rodeios, parada frente a sua mesa com o olhar cansado e a mão no trinco da maçaneta. O mesmo revirou os olhos e com um movimento com a mão mandou a mesma se aproximar, o que inacreditavelmente, no ponto de vista do Uchiha, ela obedeceu. Ficou frente a mesa dele e fez a mesma pergunta.

Sasuke se levantou de sua cadeira e foi em direção à porta que a ex- colega deixou aberta e a fechou e trancou.

–Sabe Sakura. Todas aquelas vezes em que você me insultou e me ameaçou, eu me segurei. Ele se virou para ela que continuava imóvel, imaginando o pior. Mas bem que eu te falei que teria castigo por isso. Pegou seu queixo e o levantou para olha-la nos olhos.

Ao acordar de seu transe a rosada se soltou de Sasuke e tentou abrir a porta porem não conseguiu, arrancando risos do mesmo.

–O que você pensa que vai fazer Sasuke! Me matar? Ele novamente riu e puxou a rosada pelo braço para junto de si e ergueu novamente seu queixo, olhando-a nos olhos.

Neste momento, por mais que fosse distante, ela ainda acreditava que o verdadeiro Sasuke voltaria, mas ao olhar naqueles olhos tão frios e distantes, sem emoção alguma alem do ódio, ela teve certeza, o verdadeiro Sasuke nunca voltaria.

O mesmo sorriu malicioso e enfiou seu rosto no pescoço da rosada, sendo coberto pelos seus cabelos. Enquanto Sakura tentava o afastar a todo custo, porem ele era muito forte, e ela já estava sem chakra pelo trabalho exaustivo.

–Sabe Sakura, você cresceu muito, continua a mesma chatinha, mas ta muito gostosa. Sakura arregalou os olhos e debateu-se tentando se soltar do forte abraço do Uchiha.

–Chegou a hora do show. Sussurrou em seu ouvido e sorriu malicioso.

***

–Arh... Estou preocupada com a Sakura. Disse Hinata para sua amiga Ino.

–Pois é. Ela esta trabalhando muito e nem da um descanso para si própria. Disse a loira trazendo mais pipoca na vasilha e se sentando no sofá ao lado de Hinata, frente a TV.

As duas haviam feito uma maratona de filmes, tentaram chamar a Haruno, porem não a acharam na sala dela. Depois ouviram de uma das recepcionistas que um Zetsu foi falar com ela, e logo depois dele a mesma saiu às pressas do hospital.

–Tomará que ela esteja bem. Estou com um mau pressentimento. Disse Hinata abraçando os próprios braços.

–É mesmo... Fico me perguntando o que os Zetsus queriam com ela. Disso Ino pensativa, porem ela saiu de seus pensamentos quando ouviu junto a Hinata frcacas batidas na porta. Ambas se entreolharam.

–Quem deve ser uma hora dessas. Perguntou Hinata ES levantando junto a Ino do sofá e seguindo ate a porta de entrada.

Ino entrou na gente de Hinata e abriu a porta, se assustando com quem estava por trás dela.

–Sakura?! Espantaram-se as duas. Sakura estava com as roupas meio rasgadas, seus olhos estavam vermelhos tinha resquícios de lagrimas em suas bochechas e marcas de verdadeira violência por todo o pescoço.

Sakura olhou para as amigas e logo começou a chorar novamente, ambas a acolheram e sentaram-na no sofá, trazendo água para ela se acalmar. Tentaram perguntar o que hove, mas ela nada respondia, então decidiram deixa-la descansar um pouco.