The Dark empire escrita por danonne, sicpz


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Depois de meses sem postar aqui eu venho postar deixando minhas sinceras desculpas... Tive um bloqueio e não consegui postar, acho que esse é o melhor que consegui até agora, queria deixar o capítulo o melhor possível e meio que deixei um pouco de lado a fanfic, pois é epoca de vestibular, sabem como é né... mas se há algo que quero fazer é finalizar a fic e não abandona-la, espero que me perdoem e mando minhas boas vindas aos novos leitores...
Em compensação tentei fazer um capítulo maior para vocês... Desculpa mesmo :'(
Bom, já falei demais, ao capítulo então, boa leitura!



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–Me solta! Debatia-se o pequeno diante o forte aperto de Madara.

Ao término do jutsu se viram na sala em que Madara e Sasuke compartilhavam, a antiga sala do hokage que agora se encontrava muito diferente do que era antes. O garoto assustado dava tapas no braço que o segurava firme, tentando se livrar do aperto de um Madara bem raivoso.

–Fique quieto garoto! Não estou com paciência para fedelhos mimados como você. Disse o Uchiha apertando-o mais ainda, começando a caminhar sendo seguido por Sasuke.

Passaram por uma porta lateral, restrita somente a eles, fazendo o caminho para sair da sala onde estavam para se dirigir a um corredor pouco iluminado, descendo alguns lances de escadas, até chegar a uma porta de ferro bem resistente. Ao abrir a porta, o ranger dela ao ser empurrada fez o pequeno estremecer.

A sala escura que agora estavam, possuía portões de grade na parede esquerda, dificultando assim ver o cárcere por inteiro. Sem problemas, o Uchiha mais velho arrastou o portão para o lado, arremessando o menino para dentro do pequeno aposento, fechando o portão rapidamente em seguida.

Sasuke que se manteve calado no processo todo resolveu se manifestar, inclinando-se em direção a orelha do mais velho, sussurrando.

–O que pretende novamente com isso tudo?

O mais velho desviou sua atenção do menor que se agarrava nas grades á espernear e fitou o parente, olhando-o de cima a baixo, ao mesmo tempo em que se distanciava automaticamente do cubículo na qual havia prendido o garoto.

–Não me diga que está amolecendo tão rápido assim? Não confia em mim? -Pode-se ouvir um riso debochado vindo do mesmo.- Acha que ele iria te obedecer assim tão fácil? São crianças, precisam saber o lugar delas e a quem temer e obedecer.

–Pode vim alimenta-lo se quiser, mas não se apegue a ele, ele pode acabar enganando você... Disse reticente se afastando a passos lentos para a porta deixando Sasuke sozinho.

Ao olhar para trás pode ver o pequeno o encarando com lágrimas nos olhos, dizendo-lhe baixinho "me tire daqui". Seu corpo e emocional estavam cansados demais para continuar a gritar, seu rosto com a expressão sôfrega e ainda assustada mantinha-se presa entre as hastes da grade, seu corpo estirado no chão e suas mãos apertando firmemente a grade.

Sem conseguir mais encarar o pequeno deu meia volta e foi caminhando em direção a única saída do local. Seu coração, se é que ainda possuía um, estava batendo fortemente em seu peito, sua cabeça estava uma mistura de sentimentos e sensações. Querendo fugir disso tudo, ignorou as imagens do menino que se repetiam em sua cabeça e saiu do recinto sem olhar para trás.

***

Depois de chegarem na ilha com todos os feridos que conseguiram salvar, a mesma virou um tumulto. Pessoas correndo de um lado para outro, algumas temendo o fim, outras carregando armamentos pra lá e pra cá. Preparação para a guerra, novamente teriam que passar por isso.

Naruto ao aparecer pela primeira vez para todos foi sendo muito assediado, muitos pela sua repentina chegada, já outros por preocupações políticas e por seu atual estado fora de controle. Kakashi o vinha perseguindo desde então, fazendo diversas perguntas sobre como estava se sentindo, preparando-se para algo inesperado que poderia acontecer.

Ao se ver em seu primeiro minuto de paz no dia, pode apenas respirar fundo antes de alguém entrar no seu quarto correndo, gritando "Ele acordou!".

No outro minuto já estava debatendo consigo mesmo sobre entrar ou não no bendito quarto onde se residia agora o pequeno ser loiro.

Estava no cômodo mais moderno, podendo assim dizer, da ilha, o hospital. Era um tipo de mansão, construída a base de madeira, mais precisamente do esforço do capitão Yamato. Tinha dois andares bem arejados na qual quase se perdeu por puro nervosismo.

Já estava ali tinha tempo, andando de um lado para o outro em frente a porta, tentando criar coragem para entrar. Tomou um sustou quando alguém abriu a porta, correu desviando-se do campo de visão de quem estava lá dentro, olhando para a pessoa a qual abriu a porta totalmente acuado.

–Naruto! Vai entrar ou não? O que está fazendo aí?! -Disse a loira fechando a porta atrás de si, deixando-o mais tranquilo.

–Eu já vou Ino... Só estou com um pouco de vergonha... - Passou a mão nervosamente nos cabelos, bagunçando-os mais ainda, desviando seu olhar para o chão.

–Sério isso?! Pare de enrolar aí e entre logo! Está com medo de que? Ele é só um menino. - A loira apanhou seu braço direito o guiando até a porta, mas foi impedida pelo mesmo que se soltou do aperto.

–Mas e se, e se ele não gostar de mim? E se ele ficar com raiva? Eu...

–São muitos ''E se" não prefere ir lá e descobrir? Desde quando se tornou tão medroso assim? Seja você mesmo, tenho certeza que ele vai gostar de você. -Sorriu-lhe a loira o passando conforto.

–Agora vem, não da mais para enrolar. -Disse guiando novamente o mesmo em direção ao quarto.

–Certo, eu consigo fazer isso, é só chegar lá e dar um "oi", certo?...

Ao se aproximarem da porta, Naruto pode ver o garoto loiro observa-lo de dentro do quarto, e isso o fez parar bruscamente, recebendo um olhar inquisidor de Ino.

–Ele deve estar cansado né, melhor voltar em outra hora.

Sem falar nada, a loira foi o puxando pelo braço, ignorando os tapas discretos que o loiro dava em sua mão para solta-lo.

–Minato, tem uma visita para você, ignore o jeito dele, ele é meio bobo por natureza, trate o bem, certo? Estou saindo, tenho outras pessoas para medicar hoje, até logo!

Ao entrarem no quarto Ino arremessou o loiro para dentro, voltando para perto da porta em seguida, impedindo a passagem. Após a saída da mesma, Naruto ficou paralisado por alguns segundos até ouvir um pigarro baixo vindo da morena que se encontrava do lado esquerdo da cama do loirinho.

–Ahm... Er... Olá, eu...eu... - Tentava dizer o loiro, coçando a nuca envergonhado e olhando aqueles olhos perolas confusos.

–Este é o Naruto um...amigo que veio lhe visitar. -Disse Hinata tentando demonstrar confiança em sua voz, convidando Naruto a compartilhar a mentira, deixando o loiro desconcertado.

–É... um amigo... mas então, tudo bem com esse braço aí? Não está doendo? -Se aproximou mais o loiro, ficando ao lado direito da cama.

–Até que não muito, a tia Ino cuidou bem de mim. -Sorriu para o mais velho, logo fazendo uma careta confusa. -Naruto igual ao herói? O que lutou na quarta guerra ninja?

–Bom... eu... - Olhou para a morena a sua frente pedindo permissão com o olhar, recebendo um leve aceno em resposta, seguido de um suspiro, ia ser uma longa conversa.

–Certo, o que temos a lhe falar agora é algo sério, tudo bem? Não pode sair espalhando por aí, ok. -Aproximou-se a morena com um ar de seriedade, acomodando-se na cama junto ao pequeno.

–Eu sou aquele Naruto, Minato, eu que lutei na quarta guerra ninja... -Sorriu o loiro diante o resfôlego de surpresa vindo do mais novo que demorou alguns segundos para demonstrar alguma reação.

–Co... como isso é possível?! Eu ouviu mais de cem vezes a história de como você morreu, e... e você está aqui... Isso não faz sentido! -Disse o mais novo atônito, bagunçando seus cabelos tentando entender o que estava acontecendo, variando o olhar entre a mãe e o loiro.

–É meio complicado de se explicar meu amor, mas é a verdade e... -Foi interrompida por um loirinho que saltou da cama afobado.

–Não quero saber como aconteceu mãe! Não é incrível?! Parece um sonho... -Disse analisando o mais velho que continha um sorriso enorme estampado na cara.

A morena observava a cena encantada, não esperava outra reação do pequeno a não ser esta, estava apenas preocupada com a informação que viria a seguir. O loirinho observava fascinado o mais velho, tocando sua face e roupas.

–É igualzinho o das histórias... - Disse reticente. Sem que esperassem o menor alargou mais seu sorriso e saiu correndo em direção a porta, assustando os adultos ali presentes.

–Aonde você vai Minato! - Saiu atrás dele a morena, fazendo-o parar no meio do caminho, com a mão quase alcançando a maçaneta e com o semblante confuso.

–Eu vou atrás do Saito mãe, ele precisa saber disso! Ele vai surtar quando eu contar que...

–Não vai poder contar a ele querido...! -Disse a mais velha contendo o choro.

–Mas mãe é o Saito! Ele não vai contar a ninguém, é o meu irmão! A senhora sabe que desde pequeno não escondemos nada um do outro! -Respondeu indignado, como sua mãe podia negar que contasse algo assim para seu irmão.-

–Eles pegaram o Saito, Minato, o levaram para longe, não vai poder mais vê-lo...! -Disse Sakura surpreendendo a todos com sua inesperada aparição.

A mesma possuía olheiras visíveis e rosto cansado, tentando a todo custo conter suas lagrimas que insistiam em acumular em seus olhos, prontas para descer. Em seu braço direito carregava uma prancheta e o esquerdo mantinha-se encostado na porta, usava o habitual jaleco branco, que agora parecia mais desbotado e triste, como a própria dona.

–Sakura-chan...

–A...a senhora quer dizer que depois de tudo o que fizemos eles conseguiram pegar o Saito, pegaram o meu irmão...? -Todos olharam tristemente para o loiro, compreendendo seus sentimentos.

–Não pode ser verdade...! - Disse Minato arrancando o soro que estava preso a sua veia, notando-o agora quando sentiu um leve formigamento pelo mesmo estar sendo esticado, sem se importar, saindo correndo do quarto ignorando os chamados de sua mãe.

–Deixe-o Hina, ele precisa refrescar a cabeça, não se preocupe, irei atrás dele, cuide da Sakura-chan. - Acariciou o rosto da morena suavemente e saiu do quarto em busca do fujão.

***

–Então aí está você... - Disse o loiro ao chegar ao telhado e avistar o pequeno. Terminou de subir, fechando com cuidado o alçapão. -Estávamos preocupados com você.

O vento fazia os cabelos loiros do menino balançarem, o mesmo estava encolhido com as mãos entorno das pernas formando uma espécie de casulo de proteção.

O garoto nada respondeu, fazendo o mais velho suspirar dirigir-se com cuidado para perto do pequeno encolhido. Seus olhos estavam vermelhos demonstrando o quanto havia chorado, focavam o horizonte ao longe e o pôr do sol, não olhou em nenhum momento para o mais velho, nem mesmo quando o mesmo sentou ao seu lado.

–Sei o quanto deve estar magoado... Eu não sabia, devia ter chego mais cedo, ou ter impedido o Madara de alguma forma...

–Não é culpa sua Naruto, obrigado por ter salvo a minha vida. - Falou vagamente, parando para suspirar e encarar novamente o mais velho.- Só estou... Frustrado, não consegui proteger meu irmão, que tipo de pessoa vou ser se nem isso eu sou capaz de fazer?!

O encarou com os olhos perolados brilhando pelas lágrimas que acumulavam ali. Pensou seriamente o que dizer, analisando seu rosto triste, até que desistiu de refletir sobre o que dizer e o puxou para um abraço, envolvendo-o com os braços de forma que conseguisse acariciar os fios loiros.

Estava tão perdido quanto o menor. Em sua mente repassava todos os acontecimentos daquele dia fatídico, o quão mal Sasuke se tornou a ponto de fazer aquilo com o próprio filho. Sim, infelizmente ele ficou sabendo de coisas que preferia não ter descoberto.

O pequeno deixou suas lágrimas descerem novamente e desabou no colo do desconhecido, o mesmo se sentia confortável ali com ele, estranhamente parecia que se eles se conheciam á séculos.

Ao se recuperar vagamente de seu pequeno momento de desabafo, o loirinho afastou-se cuidadosamente do maior e voltou a olhar o horizonte mais calmo, até ter sua atenção voltada quando sentiu uma mão pesada bagunçar seus cabelos, olhou para ele confuso e o viu abrir um sorriso, dirigindo-se de uma forma calorosamente paterna.

–Sei como está se sentindo Minato, essa dor de ter fracassado, de ter perdido um irmão... Já passei por isso, acredite, é horrível mesmo. -Deu uma leve risada nasal, vendo o menor concentrado em suas palavras. - Mas um grande homem me ajudou a superar isso, me treinou, cuidou de mim, foi um verdadeiro pai para mim... - Ouviu outro suspiro triste vindo do garoto e tirou seus olhos do céu para ouvi-lo murmurar.-

–Não tenho pai... - Disse desviando os olhos dos ardilosos azuis brilhantes que focavam-se extremamente nos seus, sem parecer se abalar.-

–Eu vou cuidar de você, Minato, vou ajuda-lo a superar isto certo? Vou treina-lo, o que acha?

–Por que está fazendo isso tudo por alguém que você mal conhece, não é por ingratidão, mas... - Parou repentinamente encolhendo suas mãos em seu colo, focando-se nelas. - Além do que minha mãe não sei se minha mãe deixaria...

–Não se preocupe, lido com ela depois. - Sorriu para o mesmo, o fitando com sinceridade. - Eu vejo um enorme potencial em você baixinho, sei do que falo, você é um bom garoto, além disso, não sou qualquer um. Confia em mim?

O menor nem pareceu pensar para responder, saiu quase automaticamente, assim como seu sorriso.

–Nunca deixei de acreditar. Obrigado Naruto!

–Não diga isso, se estou fazendo isso é porque me importo contigo, de verdade.

–Você é mais legal do que nas histórias. - Sorriu encabulado o menor, arrancando risos do mais velho.

–Mas então, como você conseguiu sobreviver?

–Bom, essa é uma longa história, quem sabe eu te conto depois, agora vamos sair daqui, está frio aqui, e você deveria estar de repouso. - Disse sério ouvindo um resmungo de descontentamento do menor.-

–Odeio ficar de repouso.

–Pois é, somos dois, mas sua mãe vai me matar se não voltarmos para o seu quarto. - Disse se levantando aguardando a iniciativa do menor de fazer o mesmo.-

–É verdade. - Levantou-se sorrindo, retirando-se junto ao mais velho. Porém ainda havia uma dúvida que não saia de sua cabeça, aproveitou do momento para liberta-la de uma vez.

–Bem, então, de onde você conhece minha mãe? Vocês parecem ser bem próximos. -Perguntou-lhe deixando o maior estático por um instante, causando mais intrigas no menor.

–Temo que isso não possa ser discutido aqui Minato, prometo que iremos esclarecer tudo para você ainda. - Disse um pouco nervoso, temendo mais perguntas vindas do filho, coisa que não aconteceu, para seu alívio.

Desceram as escadas do alçapão que levava ao telhado tranquilamente, ajudando um ao outro no processo, lado a lado, encaminhando-se de volta ao quarto.

Ao chegarem lá viram uma Sakura preocupada, provavelmente pela revelação que tinha feito do nada ao sobrinho, abraçada a Hinata que aguardava-os pacientemente, consolando a amiga rosada.

–Finalmente chagaram! - Suspirou a rosada indo em direção ao menor, abraçando-o firmemente, desculpando-se enquanto enfiava a mão nos cabelos dourados, acariciando-o. -Me desculpe Minato, eu estava brava, frustrada, não devia ter feito isso, sinto muito mesmo...!

–Não se preocupe dinda', eu te entendo, além do que, vou me esforçar e treinar bastante para trazer o Saito de volta, e também o Naruto falou que vai me ajudar, e não vou desistir até ele estiver de volta, prometo! -Sorriu para a rosada tentando lhe passar confiança e determinação diante seu olhar. -

O menor não entendeu a surpresa de todos diante suas palavras, saiu tão naturalmente que não entendeu o espanto vindo deles. A médica nem percebeu quando sua lágrimas passaram a rolar pelo seu rosto livre e soltas, estava em um tipo de transe nostálgico, remoendo as palavras de seu sobrinho com cabeça de adulto.

Hinata olhou surpresa para Naruto, indagando-o com o olhar se ele não sabia de nada em relação ao pequeno, porém significativo discurso do filho. Naruto apenas negou devagar com a cabeça, boquiaberto, abrindo logo em seguida um sorriso orgulhoso e feliz, fazendo seus olhos marejarem em seguida. Já a morena não podia deixar de transparecer a preocupação diante a promessa do filho, pois sabia que o mesmo iria até o fim para cumpri-la.

–Por que a senhora está chorando dinda'? Foi algo que eu fiz? - Perguntou o loirinho preocupado atraindo a atenção da rosada para si, tirando-a do transe para receber outro abraço apertado em seguida.

–Oh meu amor...! Não diga isso, não deve se preocupar com os nossos problemas de adultos, viva sua infância sossegado, não quero esse peso em suas costas, não posso e nem vou fazer isso com você... - Dizia a rosada enquanto encarava Naruto, como uma forma de dirigir aquelas palavras a ele também. -

–Não é um peso tia, é algo que quero fazer por mim, pela senhora e pelo Saito também, não adianta tentar, não irá conseguir me fazer deixar isso de lado. - Subiu seu rosto do aconchego dos braços da mais velha e a encarou firmemente. -Não vou desistir, vou trazer o meu irmão de volta!

A rosada encarou os pais ali presentes com uma parcela de culpa, olhando-os preocupada, sendo retribuída da mesma forma por Hinata, já Naruto, este nunca esteve mais orgulhoso.

***

Saito já estava cansando de ficar naquele lugar, tinha pouco tempo que estava ali e já sentia-se enjaulado e com saudades de casa. Sua cela era pequena, sentia-se um presidiário ali. Havia apenas uma cama com um colchão que parecia que estava ali há anos e um vaso sanitário, a qual ele não sabia como usar.

Pensava em tudo o que havia acontecido naquele dia. Tinha sido sequestrado pelo inimigo, que era seu suposto pai e que o odiava, seu irmão e sua mãe quase se mataram para salva-lo e agora estava ali, preso e sozinho.

Em sua cabeça, não entendia o motivo disso tudo, era para ser o melhor dia de sua vida e acabou se transformando em um desastre completo. Queria apenas voltar ao aconchego dos braços de sua mãe, brincar com seu irmão e voltar para casa.

Em seu intimo desejava nunca ter conhecido e descoberto que seu pai é na verdade o inimigo no qual sempre jurou derrotar quando pequeno. Nunca imaginou que ele seria assim, sempre sonhou com um homem de cabelos negros assim como os seus que o levaria para a escola, brincaria consigo e o colocaria para dormir depois de um dia agitado, mas agora ele estava descobrindo o quanto a vida pode ser má.

Mas aquele homem dos cabelos negros e longos foi quem realmente o assustou, podia ver o ódio verdadeiro em seu olhar, e que por incrível que pareça, não foi o que viu quando olhou para o seu suposto pai, viu em seu rosto a raiva, mas viu ali também o medo e a incerteza, podia até ser pequeno para entender como as coisas funcionavam, mas sabia que o verdadeiro malvado não era o homem dos cabelos espetados.

–Me soltem seus idiotas! - Foi interrompido de seus pensamentos por uma voz infantil de menina vinda do corredor.

–Fique quieta pestinha, já sabe como funciona, acostume-se. -Ralhou um dos homens que carregavam a menina. Estavam se aproximando de sua sela, por isso fez silêncio para não ser notado.-

Ouviu mais resmungos vindo da menina e o portão da cela ao seu lado se arrastando, viu eles jogarem a garota de qualquer jeito para dentro, fechando o portão rapidamente em seguida, permitindo a garota apenas se agarrar as vigas de ferro e reclamar.

–Ainda vou sair daqui seus panacas, aguardem e verão! -Exclamou a menina furiosa.-

–Até parece, não vai mais fugir daqui nunca mais princesinha - Disse um dos homens rindo, distanciando-se junto aos colegas.- Até breve.

Pode ouvir a porta que dava acesso as celas se fechar fortemente, seguido do suspiro da menina. Parecia que ela estava acostumada a essa rotina, pois logo se jogou exausta na cama, jogando um tipo de bolinha que quicava na parede que dividia os dois e voltava para a mão da mesma.

Decidiu não fazer barulho para a mesma não nota-lo, não queria incomoda-la. Ao sair de sua posição desconfortável no chão, esbarrou sem querer na cama, fazendo um pequeno grunhido que incrivelmente foi escutado pela garota, que levantou-se assustada de sua cama perguntando:

–Quem está ai?!

Não respondeu, achou que se ficasse quietinho ali ela pensaria que foi apenas coisa de sua cabeça, mas a menina insistiu deitando-se no chão e encostando o rosto entre as vigas de ferro, tentando enxergar algo do outro lado da parede.

Cansado de se esconder, Saito adotou uma posição parecida com a da menina e encostou seu rosto ás grades, podendo ter um leve vislumbre de sua aparência. A garota tinha cabelos escuros e a pele clara, tinha traços finos e delicados como o de uma princesa. Viu que a mesma se surpreendeu ao vê-lo, fazendo uma careta confusa.

–Quem é você e o que está fazendo aqui?!


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo
Xoxo