O Sorriso Psicopata escrita por Wendy


Capítulo 9
Sangue no carpete


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas o/

Boa Leitura



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O escuro corredor da mansão não estava muito cheio, havia apenas algumas pessoas conversando e quadros um tanto macabros.Seria incrível ter colocado um desses no quarto de Julie. Pensei.
Entrei em um dos quartos, onde duas mulheres usando vestidos muito elegantes e máscaras cobrindo apenas seus olhos e nariz, conversavam sobre a decoração. Não havia mais ninguém, apenas uma estante com vinhos e alguns morcegos de papel nas paredes, então fui para o quarto ao lado.
Parei em frente a porta, cinco pessoas conversavam muito animadas sobre uma viajem para Londres, pelo que entendi. Nenhumas delas era a que eu procurava.
O corredor estava ficando vazio, pois Lady Christine iria fazer um discurso no andar abaixo. Continuei andando, passei por vários outros quartos até chegar no último. O quarto era uma pequena biblioteca, havia várias estantes com livros e uma mesa com papéis, canetas e um globo terréstre de madeira. Entrei no quarto e pude ver que alguém observava o lado de fora da casa pela janela, um homem alto com cabelos negros e uma máscara na mão. Não queria acreditar que era quem eu estava pensando, mas quando ele se virou tive que encarar a verdade: Jack, meu primo psicopata que levou toda a culpa pelos meus crimes, estava na minha frente encarando-me e acredite, não era um olhar muito amigável.
Peguei minha faca.
–Eu não faria isso se eu fosse você...Priminha. -Jack tirou de sua jaqueta uma arma, que estava com silenciador e atirou em minha mão. Por sorte, a bala passou de raspão, mas a dor não me deixou segurar a faca.
–Você tem uma péssima mira! -Eu disse enquanto tentava ignorar a dor.
Jack sorriu.
–Vou fazer você se engasgar com suas próprias palavras, e por que não, com seu próprio sangue também.
–Então faça. -Respondi. Isso foi o bastante para que ele disparasse outra bala, mas dessa vez, fui para o lado e consegui pegar a faca, corri em sua direção e com uma rápida facada um suas mãos consegui derrubar a arma.
–Acho que outra pessoa vai se engasgar com sangue agora. -Minha faca estava tão próxima da garganta de Jack que quase a cortava, era como se ela pedisse para ir apenas um pouco mais perto para que pudesse se banhar em vermelho.
–Sabe Jane... -Disse ele tranquilamente, como sempre. -Eu conheci um cara na prisão, que estava sendo ameaçado e aquilo estava ficando irritante, então eu matei o homem que estava o ameaçando. O cara ficou muito grato e disse que me devia um favor e aqui estamos nós, eu com uma faca ameaçando riscar meu pescoço e uma arma ameçando explodir o cérebro de seu novo amiguinho.
Olhei para trás, um homem que vestia roupas iguais as do Freddy Krueger, estava apontando uma arma para uma pessoa ruiva com óculos escuros, Thomas.
–Se você se comportar como uma menina boazinha -Disse Jack.- E largar essa faca, deixaremos seu amigo ir embora, quer dizer, talvez, não estou prometendo nada...
Nesse momento, tive vontade de esquarteijar o corpo de Jack bem lentamente em mil e um pedaços e depois queimá-los sob a luz da Lua cheia, mas infelizmente, não temos tudo o que queremos e fui obrigada a deixar minha faca cair ao lado dos meus pés.
–Isso mesmo... -Calmamente, ele pegou sua arma e minha faca que estavam no chão.- Ah e obrigado pela ajuda Vincent, mas não vou mais precisar dos seus serviços.
Freddy Krueger (Vincent) soltou Thomas e caiu sem vida no chão, seu coração havia parado de bater devido a um tiro que o louco a minha frente disparou.
–Não podemos confiar muito em qualquer um não é mesmo? -Disse Jack assoprando a arma.
Enquanto meu primo se distraía admirando sua arma, tentei caminhar até a porta que estava próxima de Thomas. O ruivo parecia não acreditar no que aconteceu enquanto sentia o sangue de Vincent no chão.
–Ah não Jane, não cheguei até aqui para deixar você fugir,já disse para ser uma menina boazinha não é mesmo? - Jack apontou sua arma em direção ao meu rosto, raiva e desespero tomaram conta da minha mente, fazendo com que ela não conseguisse pensar em completamente nada, apenas na morte.
–Me desculpe Thomas... -Disse eu, estávamos tão próximos da porta, tive vontade de correr, mas minhas pernas não concordaram com a ideia, estavam paralisadas, assim como o resto do corpo, fugir agora seria inutil. Minha mão ainda doía.
–Jane...Ele está apontado para você não é mesmo? -Thomas parecia estar segurando algumas lágrimas e elas, obedientes, não saíram.
Não respondi, apenas escutei varias palmas vindo do andar debaixo, o discurso de Christine havia acabado.
Ouvi o barulho de uma arma disparar ao mesmo tempo que meu corpo foi jogado para o lado, vi sangue em meu vestido, mas não senti nenhuma dor, foi então que vi óculos escuros caindo no chão. Thomas havia levado um tiro no peito.
A única coisa que ouvi foi meu próprio grito, mais alto do que nunca.
Jack tentou atirar mais uma vez, porém, sua arma já não estava mais carregada.
–Droga! -Sussurrou ele.
Ouvi muitas vozes e passos subindo as escadas, pelo jeito meu grito foi mais alto do que a música que voltou a tocar depois do discurso.
A vontade de meu primo era de me matar ali mesmo, mas os passos e vozes estavam cada vez mais altos. Tudo o que vi foi ele pegar sua máscara novamente, junto com as armas e ir para a varanda, que pensei ser apenas uma janela.
Os convidados chegaram á biblioteca, todos apavorados, falantes e com muitas dúvidas. Uma senhora desmaiou e a polícia foi chamada, uma ambulância também.
Não aguentei ficar perto de tantas pessoas assustadas e fui para o quarto ao lado, minhas lágrimas não queriam parar de descer sobre meu rosto, agora mais pálidos do que de costume, se é que é possível. Sentei atrás de uma poltrona, não queria acreditar no que estava acontecendo. De repente, a porta se fechou com muita força e vi Lady Christine indo para a varanda apressada. Lady tentava falar baixo, mas não conseguia.
–Francamente Jack, você disse que iria apenas atirar na garota, e jogar o corpo dela no meio dos arbustos do quintal, mas agora eu vejo dois corpos na minha biblioteca e nenhum deles é da menina! E o pior de tudo é que o meu carpete ficou todo manchado de sangue, você sabe como vai dar trabalho para limpar isso? Eu paguei caro nele!
–Cala a boca Christine, você fala demais! E nem é você que vai limpar o carpete, é uma de suas empregadas, isso é, se você não matar mais uma, sua patricinha revoltada!
–Cale a boca você, seu cretino! Quando te conheci naquela delegacia podre você era bem mais adorável!
–Que seja! Preciso fugir agora, a polícia já está chegando.
–E eu preciso acalmar os convidados. Mas de qualquer maneira, obrigada por me ajudar a provar que eu não matei Lia, mesmo não sendo verdade.
–Aquilo não foi nada. Te vejo depois.
Quando os dois saíram do quarto fiquei minutos pensando no que tinha acabado de ouvir, agora tudo faz sentido! Não acredito que Jack virou amigo da filha do prefeito! Preciso sair dessa cidade. Pensei.
Antes de ir embora, fui para a biblioteca, agora estava com enfermeiros e policiais. Eles fizeram algumas perguntas para as pessoas que ainda estavam por ali.
–Ele ainda está respirando! -Disse um dos enfermeiros.
Lágrimas escorreram em meu rosto novamente, por alegria e tristeza ao mesmo tempo, Thomas estava vivo, mas se eu continuasse ao seu lado, sua vida estaria correndo perigo, mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

No capítulo de hoje aprendemos que poltronas são bons esconderijos.
Até o/