O Sorriso Psicopata escrita por Wendy


Capítulo 4
Tia Violet


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas...Desculpem a demora, sempre escrevia os capítulos a noite com meu note, mas agora estou sem ele, então só entro um pouco no PC da minha mãe.
Mas essa semana só vai ter aula dois dias, então vou poder escrever mais ;D



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Caminhei até minha casa olhando meus pés enquanto chutavam uma pedra. A chuva havia parado, mas o tempo continuava escuro com um ar de misterioso, talvez as nuvens estivessem de luto. Nem o vento estava soprando.

Quando cheguei em casa quase todas as pessoas já tinham ido embora, só havia uma amiga da família, quando me aproximei ela disse:

-Olá Jane... Os policiais disseram que você ainda não pode morar sozinha por ser menor de idade, então você vai para a casa de sua tia Violet, a irmã mais velha de seu pai.

Tia Violet? Pensei. Eu só a conhecia por fotos, uma mulher que aparentava ter 60 anos, tinha cabelos pretos que sempre prendia em cima da cabeça com um laço, é uma pessoa séria e meu pai raramente falava sobre ela. Apenas quando eu perguntava se tinha primos e ele respondia que ela não tinha filhos e também que morava sozinha em uma casa um pouco afastada.

-Já falamos com ela, arrume suas malas, ela virá amanhã à tarde, depois do enterro.

-Certo. –Respondi tentando dar um pequeno sorriso.

Ela me abraçou e depois foi embora.

Quando entrei já haviam tirado os corpos e estava um silêncio agoniante. Fui até a cozinha e peguei uma maçã, ela estava tão vermelha quanto o sangue de meus pais, que já não estava mais lá, no lugar, estava o cheiro de flores do produto de limpeza.

Depois fui para meu quarto e liguei o rádio em um canal qualquer, peguei uma mala em cima do guarda roupa e comecei a arrumar minhas coisas.

Estava tocando uma música chamada Monster da banda Skillet, nela falava:

The secret side of me

I never let you see

I keep it caged but i can't control it

So stay away from me

The beast is ugly

I feel the rage and i just can't hold it

(O meu lado secreto,

Eu nunca deixarei você ver.

Eu o mantenho preso, mas eu não consigo controlar

Então fique longe de mim.

A fera é feia.

Eu sinto a raiva e eu simplesmente não posso suportar isso.)

Dei um pequeno sorriso, essa música me descrevia e por algum motivo eu me sentia confortável ouvindo ela.

Quando a música terminou, eu também terminei de arrumar minha mala, ela já estava cheia e eu não queria levar tanta coisa, então não peguei outra.

O resto da tarde fiquei lendo um livro e quando a noite chegou fui tomar banho, comer algo e dormir.

No dia seguinte, vesti um vestido preto que ia até os joelhos, foi um presente que ganhei de meu pai no meu aniversário, mas nunca havia usado. Coloquei meu All-Star preto e fui para o enterro levando duas rosas vermelhas e uma branca, elas estavam com um perfume bem forte que fiquei cheirando enquanto esperava o ônibus, o cemitério era um pouco longe.

Quando o ônibus finalmente chegou, fui para o último lugar, ao lado da janela, fiquei observando a paisagem chuvosa, vi várias pessoas nas ruas, algumas com suas famílias, mas não pareciam dar tanto valor a elas. O que aconteceria se as perdessem? Provavelmente ficariam tristes e pensariam: “Bem que eu poderia ter aproveitado mais, mas agora já é tarde.” E falariam para as outras pessoas aproveitarem o que já não podem mais.

Engraçado como as pessoas demoram a perceber o que tem.

Fechei os olhos por alguns segundos e quando os abri já podia ver os velhos portões do cemitério, quando o ônibus parou, eu desci junto de mais duas pessoas, uma mulher de aproximadamente 25 anos com cabelos castanhos muito claros -tinham até um tom loiro- Ela estava bem séria e pude sentir tristeza em seus olhos azuis, carregava um pequeno vaso de flores pequenas e vermelhas.

O outro era um moço de aproximadamente 36 anos, tinha olhos negros, assim como seus cabelos curtos, ele estava com um sobretudo também preto e carregava um guarda-chuva, estava muito sério. Quando desceu do ônibus andou ao lado da moça de olhos azuis, eles entraram no cemitério e eu entrei logo depois.

Caminhei um pouco e encontrei o lugar onde minha família iria ser enterrada, havia algumas pessoas e um homem que provavelmente era um padre, ele ficou em silêncio e depois fez orações.

Quando ele terminou aproximei-me e joguei as rosas sobre os caixões, as vermelhas sobre os de meus pais e branca sobre o de Julie. Senti uma lágrima cair de meu olho, ainda tinha sentimentos. Vou sentir saudades de estar com essa família.

Andei pelo cemitério observando as fotos e estátuas dos túmulos. Vi a moça de olhos azuis e o moço de sobretudo preto, eles estavam na frente de um túmulo com um pequeno vaso de flores pequenas e vermelhas.

A moça estava chorando e pude ouvir alguns soluços. O moço também chorava e estava abraçando a mulher. Eles eram bem parecidos, talvez irmãos.

Caminhei mais um pouco olhando para o chão. Tive a sensação de ser observada. Parei e olhei para o chão, mas essa sensação ainda não ia embora. Olhei para o lado e vi alguma coisa se esconder, mas foi muito rápido; parecia criança.

Aproximei-me do túmulo que a criança teria se escondido atrás, tinha uma estátua de anjo e a foto de uma mulher que parecia ter vivido os anos 60.

Olhei para trás do túmulo rapidamente e para a minha surpresa... Não havia ninguém lá.

Olhei para todos os lados, mas não via nenhuma criança, apenas o moço de sobretudo e a moça de olhos azuis, mas eles estavam muito longe.

Um fantasma? Pensei Não, não é possível! Eu nunca acreditei em fantasmas e não será agora que vou acreditar! Deve ter sido minha mente, eu devo estar muito séria então ela está querendo brincar comigo.

Tentei esquecer isso e fui para casa, onde Tia Violet estava me esperando com seu carro.

-Vamos menina! Vá pegar suas malas rapidinho! A titia está com pressa.

Andei mais rápido até chegar a casa e peguei minha mala que estava em cima do sofá da sala.

Dei uma última olhada para trás e entrei no carro. Apesar de tudo, era uma boa casa, fui muito feliz lá, cortando bonecas e fazendo Julie quase chorar de medo com histórias que eu mesma inventava e contava a ela antes de dormir.

Fechei os olhos e quando abri o carro já estava em outra rua. A viajem foi calma, eu e Violet quase não conversamos, apenas perguntei “Onde é sua casa?” e ela respondeu “Fica um pouco longe daqui, mas é um lugar bem tranquilo e confortável, eu e seu pai morávamos lá quando tínhamos a sua idade...”. E ela contou sobre a reforma da casa quando seus pais morreram e quando papai se casou com mamãe. Eu apenas escutava.

Depois de meia hora, paramos em uma casa bem simples, cheia de plantas e havia dois cachorros deitados na grama.

Peguei minha mala e andei até a porta, um cachorro Vira-Lata médio de pelo amarelo me cheirou desconfiado, mas logo se deitou de novo, ele parecia um pouco velho. O outro mais jovem, também Vira-Lata, de pelo marrom e branco me cheirou com um pouco de medo, mas logo abanou o rabo.

Tia Violet abriu a porta e vi um gato amarelo deitado no sofá, ele me olhou desconfiado e misterioso, como os gatos são. Seus olhos me seguiram enquanto caminhei até o quarto que Violet me mostrou, observei o lugar e deixei minha mala no chão.

Havia uma cama, um guarda roupa pequeno e uma escrivaninha.

Andei pela casa enquanto Tia Violet assistia a uma novela, ela já havia começado á cinco minutos, agora entendi a pressa de minha tia.

Fui para o quintal, onde os dois cachorros estavam dormindo, percebi que o mais jovem abriu um olho, mas logo o fechou, enquanto o mais velho dormia um sono profundo.

Ao lado da casa havia uma floresta, que ficava do outro lado de uma cerca, como não tinha nada para fazer decidi caminhar por lá. Pulei a cerca e pude ver um rio um pouco longe dali.

Quando cheguei ao rio depois de alguns minutos, lavei meu rosto em suas águas e quando me levantei pude ver entre plantas que havia alguma coisa além do rio... Parecia uma casa abandonada.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo o/



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