O Sorriso Psicopata escrita por Wendy


Capítulo 12
O assassinato na Mansão Louise


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou maior do que de costume, mas espero que gostem :3

Boa leitura!



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Mesmo durante a noite, a delegacia não estava vazia. Algumas pessoas estavam sentadas impacientes, outras, quase dormindo. Uma mulher brigava com um policial que parecia cansado de ter de explicar várias vezes uma mesma coisa.

–Você pode esperar um momento? –Daniel disse para mim após entrarmos na delegacia.

–Claro. –Sentei-me na cadeira mais próxima de mim, na primeira fileira.

Daniel abriu uma porta por onde passaram os dois ladrões do mercado, empurrados pelos outros policiais que vieram conosco.

A delegacia não era um dos lugares mais divertidos para se passar uma noite. Depois de algum tempo, dei meu depoimento ao delegado e Daniel disse que eu já poderia ir embora.

–Pelo o que eu vi hoje mais cedo, você tem talento para lidar com isso! –Daniel disse. -Seria ótimo alguém como você por aqui para nos ajudar de vez em quando. Eu posso até falar com o chefe, não é tão fácil encontrar pessoas assim hoje em dia, viu?

–Sr. Daniel! –Um policial com papéis em suas mãos interrompeu nossa conversa. – Está lembrado do caso 2.376? Bem, temos motivos para acreditar que ele está pela cidade. Conseguimos uma testemunha com uma foto,o que prova que realmente estamos falando dele! E também alguns assassinatos aconteceram nesses últimos dias. Foi uma estratégia inteligente, assim como ele está acostumado a fazer!

–O que aconteceu dessa vez? –Daniel estava com uma expressão séria e ansiosa, totalmente diferente de alguns segundos atrás.

–O empresário Michael Louis foi assassinado com um corte na garganta que provavelmente o fez afogar-se com seu próprio sangue, em sua residência, juntamente com sua esposa que foi encontrada enforcada com um cinto próxima a ele. Estudos mostram que foi encontrado sêmen no corpo dela.

–Não há possibilidade de a esposa ter cometido o assassinato de seu marido após uma relação e depois ter se arrependido?

–Com certeza nos livraríamos de muitos problemas se esse fosse o caso! Mas um vizinho amigo de Michael e sua esposa, disse ter visto um homem que ele nunca havia ouvido falar e muito menos o reconhecia. Enviamos nosso desenhista para pedir informações e olhando o retrato é mais do que convincente de que é a pessoa que estamos pensando! –O policial mostrou um dos papéis que estava segurando para Daniel, que o analisou antes comentar sobre:

–Realmente... Se não for o mesmo cara, só pode ser um irmão gêmeo! Mas não há relatos de que ele tenha um...

–Posso dar uma olhada? –Perguntei curiosa.

Daniel me mostrou o desenho.

[Flashback On]

O famoso e milionário Empresário Michael Louis, um homem de meia idade, acabara de fazer um contrato para se tornar sócio de um novo negócio que renderia muito dinheiro com o Empresário Peter Johnson.

Ele estava dirigindo seu luxuoso carro para casa, orgulhoso de si mesmo após ter assinado um contrato e apertado a mão de Sr. Johnson para fechar o negócio.

Não muito longe de lá, uma pré-escola particular dispensava seus pequenos alunos, todos muito felizes pela divertida aluna que tiveram para terminar o dia. As crianças corriam na direção de seus pais ou responsáveis que os recebiam com muita alegria.

Uma menina de cabelos castanhos claros corria na direção de um carro preto muito elegante que a esperava, assim como todos os dias. No banco do motorista havia um homem de cabelos pretos a esperando. Antes de entrar a menina de mochila cor-de-rosa fez uma pergunta ao motorista:

–O Sr. Tony não veio me buscar hoje?

–Sinto muito, ele não pôde vir hoje, por isso estou no lugar dele por enquanto. –Respondeu o motorista.

–Ah... O Sr. Tony nunca me deixou ir no banco da frente, ele pensa que eu ainda sou uma criança, mas mamãe disse que eu já sou uma mocinha! Isso é injusto! –A pequena fez um bico e o motorista riu.

–Você tem razão, já está bem grandinha! Vem, eu deixo você ir ao meu a lado.

A menina sorriu de orelha à orelha, sempre quisera ir para casa ao lado do motorista. Agora ela se sentia uma pessoa extremamente importante. O motorista lhe ofereceu um pirulito o que fez a garota alegrar-se ainda mais.

–Você é legal! Posso te chamar de tio? –Perguntou a alegre menina, que usava uma blusa de frio vermelha.

–Eu pareço velho? Assim você me magoa... –Dessa vez foi o motorista quem fez um bico. – Mas tudo bem, pra você eu irei fazer uma exceção... Mas só para você, viu? Pode me chama de Tio! – A pequena deu uma gargalhada e os dois partiram para a Mansão Louis.

Há alguns metros da Pré-escola, um senhor de cabelos brancos e terno havia sido jogado próximo ao rio da cidade, seu peito estava semiaberto, assim como sua garganta, essa que não parava de jorrar um líquido vermelho que preenchia todo o saco preto em que o homem se encontrava. Em seu bolso havia uma carteira com fotos de duas moças e uma senhora. Também havia alguns documentos; Em todos eles, havia a assinatura de Anthony William Jackson, também conhecido como Sr. Tony.

Alguns minutos depois, o simpático motorista e a filha do milionário Michael chegaram á mansão do Empresário. A menina já havia terminado seu pirulito e caminhava em direção à entrada da mansão quando o motorista a interrompeu:

–Ei, só por curiosidade... Você sabe desligar as câmeras e alarmes da sua casa?

–Sei sim! –Respondeu a garota. – Uma vez eu as desliguei e quando a mamãe percebeu ela ficou maluca! –Ela riu ao lembra-se da situação.

–Será que você pode desligar novamente? Eu queria fazer uma surpresa para a sua mãe!

–Tudo bem! –A garota de blusa vermelha correu em direção aos fundos da mansão e logo voltou, fazendo um sinal de positivo para o motorista que sorriu enquanto andava em direção à porta da frente.

–Vamos! –Disse ele, estendendo sua mão que logo foi agarrada pela pequena. – Onde sua mãe costuma ficar?

–Ela deve estar no quarto dela lá no segundo andar. Ela sempre fica lendo ou assistindo TV quando eu volto da escola.

***

Quando chegaram ao segundo andar, havia uma única porta aberta entre várias outras fechadas em um enorme corredor.

–Você pode me esperar aqui por um instante? Prometo que é rapidinho! Faz parte da surpresa para a sua mãe, está bem?

–Tá! –Falou a menina com um sorriso.

A esposa de Michael Louis estava deitada em sua cama lendo um livro quando o motorista invadiu seu quarto e fechou a porta, assustando a mulher que, momentos antes, estava tão concentrada na história narrada em seu pequeno livro.

–Desculpe se interrompi algo, mas não pude evitar. –Disse o homem.

–Quem é você? E como entrou aqui? –A mulher estava em pé ao lado da cama, não sabia o que fazer diante daquela situação.

–Uau, quantas perguntas! Infelizmente, nenhuma delas é legal para se responder... Ah, a boa e velha criatividade... Por onde será que anda? –A mulher estava ficando mais irritada e nervosa a cada segundo, que parecia durar séculos.

–Ok, - Continuou o homem de cabelos pretos. – Chega de brincadeiras, certo senhorita? Vamos ao que interessa! – Ele trancou a porta e levando a chave consigo foi até o guarda-roupa à procura de algo até finalmente o encontrou e dirigiu-se à mulher novamente. – Qual é a senha do cofre? Estou interessado na do banco também, deve ter uma quantia um tanto generosa. Ah, fiquei sabendo que você tem projetos também! ONGs, etc. Muito legal da parte de vocês! Tão doce que chega até a enjoar...

–Não são simples projetos! E quer saber? Eu prefiro morrer á entregar tudo para alguém como você! Muitas famílias dependem disso, sabia?!

–Você quer morrer? Que desejo mais idiota! Bem, não posso deixar que você faça uma coisa dessas, pelo menos por enquanto... –Ele caminhou em direção a porta e a destrancou, então a pequena menina de cabelos castanho claros entrou, segurando a mão do alto motorista.

–Você tem certeza do que deseja? –Sem que a garotinha percebesse, uma pequena faca surgia atrás de sua cabeça. A mãe havia entendido com o máximo de clareza possível o recado. –Já sei! Por que nós não brincamos de esconde-esconde, lindinha? Vá lá para os fundos e conte até dez, cinquenta vezes enquanto eu e sua mãe nos escondemos.

–Sério?! A mamãe nunca brinca de esconde-esconde comigo! –A menina correu comemorando em direção ao primeiro andar. “Cinquenta vezes?” Pensou ela. “Uau, deve ser assim que os adultos brincam!”

Quando o homem trancou a porta novamente a mulher caiu de joelhos no chão, lágrimas lutavam para saírem de seus belos olhos castanhos.

–Por favor! –Implorou ela. – Eu não sei a senha de meu marido, ele é uma pessoa muito ciumenta e egoísta quando se trata de dinheiro!

–Bem... –Ele checou seu relógio. – Então o jeito é esperar por ele. –O falso-motorista aproximou-se da pobre mulher agarrando seu queixo. –E até lá, não quero um “piu”, entendeu? –Ele sorriu ao encarar a expressão de desespero e choro de sua mais nova refém.

Alguns minutos depois, o Sr. Louis havia finalmente chegado e sua reação ao entrar em seu quarto e ver sua mulher chorando com as mãos amarradas ao lado de um estranho não foi outra se não de muito espanto e horror.

–O que você...

–É o seguinte – Interrompe-o o homem alto. –Eu quero a senha do seu cofre e do seu banco, do contrário, eu tenho sua mulher, sua filha e uma faca à minha disposição. Uma bela combinação, não acha?

Apavorado, o senhor obedeceu às ordens do mais novo.

–Obrigado pela compreensão Sr. Ex-Milionário. –O homem de cabelos pretos ia saindo do quarto até que parou em frente à porta e voltou-se para Michael. –Ah! Eu parece que o Sr. Não vai se esquecer do meu rosto tão facilmente não é mesmo? –Antes que o homem mais velho pudesse pensat em algo para responder uma faca já havia percorrido sua garganta, fazendo com que o sangue jorrasse descontroladamente, até seus pulmões se enxerem do mesmo e finalmente, entrar em um sono profundo.

–E você, senhorita, eu ainda tenho sua filha lembra-se? Eu me obedeceria se fosse você, sabe?... Bem, ali tem um cinto e mais para frente uma cadeira, faça bom proveito. –A corda que prendia suas mãos foi cortada e assim como o seu marido fizera antes, ela obedeceu às ordens do desconhecido.

Antes de sair da casa, o assassino teve outra perturbadora ideia.

–Ei pequena! –Disse ele para a menina que ainda contava até dez, cinquenta vezes.

–Sete... Oito... Treze... Ah, Tio!

–Quer dar uma volta? É um lugar super-legal, tem até cachorrinhos!

–Cachorrinhos?! –Os olhos dela brilharam. –Quero sim!!!

–Então vamos!

–Obaaa! Ei Tio... –Disse ela olhando para as mãos do “Tio”. –Que maleta é essa?

–Ah, isso? É apenas um presente para um amigo do seu pai.

Os dois partiram em direção à uma floresta que ficava muito afastada de qualquer cidade, onde desceram do carro e caminharam por um tempo, atravessando dezenas de arames farpados que o motorista cortava com sua faca.

–Essa não... –Sussurrou o homem... –Esqueci que o amigo do seu pai vai viajar, preciso levar o presente para ele imediatamente! Você pode me esperar aqui por cinco minutinhos?

–Claro! Mas não demora ta?

–Ordens são ordens! –Sorriu ele. –Se aparecer algum cachorrinho não se preocupe, eles adoram brincar e sempre andam em grupo.

Enquanto a inocente garota de blusa vermelha olhava as imensas árvores da floresta, o homem afastou-se e sussurrou para si mesmo em meio de um sorriso:

–Cuidado com o Lobo Mau, Chapeuzinho...

Quando estava quase saindo da floresta, ele pisou um uma placa que estava completamente enterrada por areia e plantas. Nela havia um desenho parecido com um cachorro e dizia a seguinte frase: Mantenha distância! Animais selvagens.

A floresta ficava mais fechada a cada passo que a curiosa menina andava, até que ela ouviu um barulho, parecia um rosnado.

–Um cachorro! –Exclamou ela.

Em sua frente, um lobo rosnava desconfiado para menina e outros apareciam atrás deste.

–Por que você está tão bravo? Eu só quero brincar! Vem aqui... –A garota caminhou rapidamente na direção do labo, fazendo com que o instinto deste o mandasse ataca-la.

Com a ordem do Chefe, os outros lobos partiram em direção à sua presa que corria o mais rápido possível, agora entendendo a verdadeira intenção dos animais. Suas pernas nunca haviam feito tanto esforço, ela estava em sua velocidade máxima, até que não sentia mais o chão abaixo de seus pés e sim água. Cansada da corrida, não conseguia controlar sua respiração que hora era tomada pela água do rio em que se debatia para tentar se salvar até que de repente, seus pulmões se tornaram pequeno para o tanto de água que havia entrado neles.

Seu corpo se afundou no crepúsculo do rio e não demorou muito para que alguns animais a identificassem como alimento.

Naquele mesmo dia, um grito foi ouvido no escritório de Peter Johnson. Ele estava apavorando, encurralando-se em sua parede. Em sua mesa havia uma caixa repleta de sangue e dentro dela um coração humano. Havia letras que pareciam ter sido feitas com pele humana, elas formavam a frase “Me aposentei”.

[Flashback off]

Fitei o desenho, com toda a certeza do mundo eu reconhecia aquele rosto, aquele cabelo preto, aquela pessoa. Meu sentimento queria reaparecer apenas ao olhar para aquele retrato.

–E a menina? –Disse Daniel.

–Ela foi encontrada morta... - Ele parou por um instante. –Provavelmente devorada por algum animal marinho... Quase não pudemos reconhecê-la.

Daniel fechou os olhos com uma expressão de dor e tristeza.

–Parece que ele foi visto comprando um carro de luxo, onde foi tirada sua foto e está fugindo à uma hora daqui, segundo a empresa, que tem rastreadores em seus carros. Se formos rápidos, teremos a chance de encontrá-lo no caminho. –Disse o parceiro de Daniel.

–Eu posso ir com vocês? –Eu precisava entrá-lo de qualquer jeito. Mesmo mentindo, aquilo ainda era verdade para a polícia. –Foi essa pessoa quem matou minha família.


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Notas finais do capítulo

Eaí, o que vocês acharam? Mereço comentários? Nem que seja uma palavrinha! ç.ç
Até o próximo capítulo pessoas ^^