O Sorriso Psicopata escrita por Wendy


Capítulo 10
Cor ruiva


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas do meu coração -isso é, se alguém ainda lê essa fic- Em primeiro lugar eu peço milhões de desculpas pela demora pra postar esse capítulo maaaas... eu tenho motivos u.u
Entrei numa escola nova e o ritmo de lá é bem diferente da minha antiga escola, eu fico quase o dia inteiro por lá e depois ainda tem muitos trabalhos/lições para fazer.
A matéria também é mais puxada então eu tenho que estudar mais para não ficar com nota vermelha (na antiga eu não esforçava muito, pois era mais leve).
Ah e sem contar que eu estava com um bloqueio criativo horrível, vocês nem imaginam D:
Bem, espero que vocês entendam e agora que já sei como é o ritmo da escola, quando as aulas voltarem (estou de férias) vou me organizar melhor e postar mais vezes ^^
Boa leitura õ/



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As ruas estavam vazias quando voltei para a casa de minha tia Violet, o único barulho era o de meus próprios passos. Não consegui esquecer a imagem de Thomas quando deixei a mansão de Christine, espero que ele esteja bem.

A cidade continuava do mesmo jeito de quando eu havia a deixado a dois anos atrás: Calma e chuvosa.

Nesses anos em que passei viajando e me escondendo pelo país, por ser menor de idade, meu “sentimento” crescia cada vez mais, por esse motivo não pude ficar muito tempo em um mesmo lugar, já que ele resolvia se acalmar apenas após o último suspiro de uma pessoa. Resolvi voltar para minha cidade natal à procura de tranquilidade, talvez aqui, onde tudo começou tudo possa encontrar um fim.

Encontrei a Cabana de Tia Violet ainda com a mobília, mas agora sem ninguém. Os animais provavelmente foram para rua ou para algum abrigo de animais abandonados.

Tirei minhas coisas da mochila que eu carregava e encontrei um pequeno espelho. Fitei-o por alguns instantes, ele estava quebrado, talvez mais sete anos de azar estivessem me aguardando, ou talvez, poderiam resolver despejar-se em apenas um único dia, afinal, é de azar que estamos falando.

Meus olhos continuavam pretos como a noite, mas não como antes. Consegui lentes de contato. Pelo menos assim as pessoas não se assustam ao olhar para eles, agora cobertos por o que seriam olhos comuns.

Estava perdida em pensamentos e lembranças até que fui despertada por uma sombra na janela que o espelho refletia pela metade, pois estava sem uma parte. Quando olhei para trás, a sombra rapidamente desapareceu, como se nunca estivesse naquele lugar. Mas eu tinha certeza de que havia algo ali e não deixaria a curiosidade tomar conta de mim por muito tempo, o que provavelmente aconteceria se eu não fosse a procura desse “fantasminha fujão”.

Saí pela porta dos fundos, a mais próxima da janela onde o vulto havia aparecido, mas não havia ninguém por ali. Se você fosse um fantasma em fuga, onde se esconderia?

Fui em direção à floresta, era um ótimo lugar para se esconder, principalmente com aquele clima de chuva, quando o tempo ficava escuro e sombrio.

Caminhei pela floresta por alguns minutos, porém, não encontrei mais do que alguns passarinhos que procuravam insetos por ali. Mas com certeza, aquela sombra na janela não poderia ser de um passarinho.

Quando eu já estava pensando seriamente em desistir e voltar para casa ouvi um barulho que parecia bem próximo: Algumas plantas estavam se mexendo e aquilo não parecia ser o vento. Aproximei-me da planta, havia alguma coisa escondida entre suas folhas e eu estava muito próxima de descobrir o que era, mas de repente, algo desviou minha atenção. Outra planta, esta atrás de mim, também se mexia.

Talvez o fantasma estivesse se sentindo entediado e chamou um amigo para pregarem peças em outras pessoas – Pensei – Mas infelizmente, eu não quero brincar de esconde-esconde.

Dei um passo em frente abrindo caminho entre a planta que eu ouvira se mexer primeiro. Quanto mais eu abria caminho por entre folhas e galhos mais cores passavam pelos meus olhos: Muitas folhas verdes, algumas secas, já com um tom amarelo e marrom claro, algumas flores vermelhas e alaranjadas, insetos vermelhos, pretos, marrons, algo ruivo... Espera! Algo ruivo?

Abrindo ainda mais espaço entre todas aquelas cores foi que encontrei algo diferente: Uma pequena menina ruiva e com várias sardas pelo rosto estava em minha frente, foi então, nesse momento, que me lembrei.

–Oi, você é irmã do Thomas não é? –Eu disse com um sorriso no rosto. Apesar da pergunta eu tinha certeza de que aquela era uma das irmãs gêmeas do Thomas, nunca iria esquecer um rosto tão fofo e cheio de pintinhas como os delas!

–Isso mesmo... –Disse ela envergonhada. Foi realmente muito bom ter encontrado ela ao invés de um fantasma travesso.

–Kiara, você está bem?! –Outra pessoa estava se aproximando de nós.

–Estou bem Brenda! Ela já descobriu que estamos aqui. –Kiara respondeu à sua irmã gêmea que já estava ao nosso lado.

–Quanto tempo! Vocês cresceram bastante desde a última vez que as vi.

–Verdade! Por isso nem estávamos acreditando que você havia voltado. –Disse Brenda.

–Quando vimos você vindo para essa casa tínhamos certeza de que era a amiga do nosso irmão, mas queríamos ter certeza e fazer uma surpresa para ele. –Kiara estava feliz.

–Quando ele soube que você havia ido embora ele ficou muito triste e com isso nós também ficamos... –Brenda agora estava com um ar triste.

Ao lembrar de Thomas, tudo o que aconteceu nessa cidade tomou conta dos meus pensamentos, uma parte de mim queria ficar para tentar acabar com esse “sentimento”, porém, outra parte desejava ir embora de uma vez por todas para não lembrar do que havia acontecido e do que poderia acontecer no futuro, caso eu resolvesse ficar. Eu não queria me aproximar de Thomas e de suas irmãs por que assim eu estaria colocando suas vidas em risco. Mesmo se eu conseguisse parar o “sentimento” ainda havia Jack, ainda havia Christine. Nos últimos anos eu não tive notícias deles, aliás, o que teria acontecido com esses dois?

–Bem, acho melhor sairmos desse mato agora, não é? –Finalmente consegui me libertar daqueles pensamentos que só me deixavam mais e mais confusa.

–Sim, concordo. –Disse Kiara com um riso.

–Melhor irmos rápido por que essas plantas já estão me dando coceira! –Kiara começou a rir da irmã que estava coçando seus braços sem parar.

–Eu falei para você vestir uma blusa de frio, Brenda!

–Você não pode me dar ordens, Kiara, eu sou a mais velha! –Brenda fez um “bico”.

–Mais velha por um minuto! –Kiara também estava com um bico.

Eu ri da situação, aquelas duas eram realmente incríveis.

–Vamos vocês duas, já está anoitecendo!

–Jane, vem jantar na nossa casa! Você vai jantar sozinha mesmo, não é? –Kiara estava quase pulando de entusiasmo.

–Desculpe, mas... Vou ter que recusar seu convite. Eu acabei de voltar de viajem, vou descansar e jantar em casa mesmo. – Eu ainda não estava preparada para encarar Thomas naquele momento, precisava pensar um pouco antes de me encontrar com ele novamente.

–Ah, tudo bem então... –Kiara ficou desapontada.

–Vamos logo Kiara! Eu preciso me lavar! -Disse Brenda enquanto saia correndo. – Tchau Jane, a gente se vê outra hora!

–Eu te avisei, boba! -Kiara saiu correndo para alcançar sua irmã. –Tchau, Jane!

Quando as duas já haviam se misturado com a escuridão que a floresta se tornara fui para a cabana, eu estava realmente cansada da viajem. Dessa vez eu havia escapado de me encontrar com o Ruivo, mas se eu continuasse nessa cidade alguma hora nós nos encontraríamos. Meu estômago reclamou, eu já estava um bom tempo sem comer. Os armários estavam todos quase vazios. Se eu quisesse pensar em alguma solução precisaria de mais comida e também de mais chá.


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Notas finais do capítulo

Se você fosse um fantasma, onde você se esconderia?