Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 39
Chapter 39: He Knows


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, sei que faz um loooongo tempo, mas sim, estou viva! E aqui vai um capítulo novo. Realmente espero que gostem!
E para minha surpresa, havia uma recomendação da Mandaa G me esperando pra ser lida. Muitoooo obrigada e aproveite o capítulo dedicadíssimo à você ♥

**Playlist atualizada!
Youtube: https://www.youtube.com/playlist?list=PLKwupk0S9-0dHE3qVub28XF-mMbsoT5nC
Spotify: https://open.spotify.com/user/k_aris/playlist/5NRpzDgfyG2JLq8XPilQdO



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/412993/chapter/39

“Na aula de hoje estudaremos sobre filmes e programas de TV. Por isso, tenho aqui hoje o que eles chamam de televisão.” Contou a prof. Bright. Em seguida, com um agito da varinha, fez um objeto enorme e quadrado flutuar até sua mesa. “Como todos vocês deveriam lembrar, nossa querida falecida professora, Caridade Burbage, ensinou um pouco sobre eles nos anos anteriores.” Ela deu um tempo de silêncio, em nome á falecida, que Hermione descobriu, fora sua mentora no passado

Hermione olhou para o aparelho à sua frente e sorriu, saudosa, lembrando de todas as tardes que passou assistindo filmes com os pais, principalmente no inverno. Amava seus livros, mas um bom filme também tinha sua magia.

“O que é um filme?” Perguntou um aluno da corvinal, extremamente curioso. Hermione olhou em volta e percebeu o espanto e cochicho da maioria. Havia sido um alvoroço enorme na única vez em que a prof. Burbage conseguiu trazer para a aula um aparelho de TV, embora nenhum tão grande quanto àquele.

“Mostrarei em um momento.” Pediu a professora. “Primeiramente, gostaria de relembrar como funciona a televisão. Esse aparelho precisa de eletricidade para funcionar, eletricidade a qual vocês também já aprenderam com a Professora Burbage no começo do curso.” A classe assentiu, animada. “Como não temos disponível esse tipo de coisa aqui em Hogwarts, iremos utilizar magia para liga-la.”

Com mais um aceno brusco da varinha, a televisão piscou, chiou e ligou. Mesmo não sendo uma total novidade, o espanto foi geral quando várias imagens começaram a movimentar-se dentro da tela. Um pouco à sua esquerda, Zabini olhava fascinado para o que acontecia na tela, assim como Nott, que quase pulou para fora da sua cadeira com o susto. Draco parecia intrigado e hesitante quanto ao que estava acontecendo. Naquela classe, Hermione era uma das únicas que viera de família trouxa, portanto, não havia surpresa da parte dela.

Algum filme trouxa rodava na tela e depois de alguns minutos Hermione reconheceu Edward, Mãos de Tesoura. Havia visto esse filme há anos atrás quando lançou no cinema perto de onde sua avó morava.

Para o espanto ainda maior da turma, a professora aumentou levemente o áudio da televisão, fazendo possível ouvir pela sala inteira. Depois de mais alguns momentos, ela tornou a desligar a televisão, fazendo os alunos parecerem voltar de um transe.

“Legal, não acham?” Perguntou animada.

“Eles passam as lembranças deles em uma tela?” Perguntou Nott, completamente confuso.

“Não.” A professora sorriu. “Isso é o que chamamos de filme. Lembram que comentei brevemente sobre isso algumas aulas atrás? Alguém pode me dizer o que é. Srta. Parker?”

“São produções audiovisual formadas por séries finitas de imagens registradas e que, projetadas a uma velocidade maior que a capacidade resolutiva da visão humana, dão a quem está assistindo, a sensação de movimento.”

“Muito bem.” Elogiou a professora, sorrindo. “Isso que eu acabei de mostrar a vocês, é um filme.” Apontou para o televisor. “São comumente transmitidos através desses aparelhos de televisão, por meio de um sinal enviado por uma antena parabólica que fica localizada ao ar livre para melhor captação desse sinal.” Ela tornou a ligar o aparelho e apontou. “O que vemos aqui, são apenas pessoas atuando, fingindo ser outras pessoas para formar uma história, geralmente escrita por alguém. Elas são filmadas e essas imagens se tornarão um filme. É quase como uma lembrança em uma penseira, porém um filme não costuma ser real. É apenas para entretenimento.”

“É com isso que os trouxas gastam seu tempo?” Duvidou Millie, uma aluna da corvinal.

“Sim.” Respondeu a professora. “É uma forma deles se divertirem em seus tempos vagos. Se algum dia forem ao Mundo Trouxa, poderão encontrar o que eles chamam de Cinema. É um lugar onde as pessoas vão somente para assistir filmes.”

“E eles acham isso divertido?” Perguntou cético, outro garoto da Corvinal que Hermione não lembrava o nome.

“Pode ser bastante divertido sim.” Respondeu a prof. Bright. “Por exemplo, esse filme chama-se Edward, Mãos de Tesoura. A história é sobre um moço que tem tesouras no lugar dos dedos. É realmente divertido e até emocionante, pois mostra a superação dele em viver com algo tão fora do ordinário.”

Os alunos ainda pareciam céticos, então, a prof. Bright levitou o televisor até a frente da classe e o deixou ali.

“Que tal assistirmos um pouco?”

Conseguiram assistir mais da metade do filme quando o sinal do fim da aula tocou. Muitos resmungos foram ouvidos e protestos. “Na próxima semana poderemos terminar de assistir. Quero que pesquisem um pouco sobre filmes e me tragam suas dúvidas e descobertas na próxima aula.”

Hermione juntou suas coisas e se levantou, junto com o restante dos alunos, mas deixou-os passar à frente quando viu Draco fazer o mesmo atrás de si. Zabini passou por ela, assentiu e sumiu com Nott pela porta da sala. Hermione combinou seus passos com Draco e os dois caminharam para fora da sala, discretamente, lado a lado até o corredor ficar silencioso e eles ficarem sozinhos.

“Filme, hã?” Perguntou Draco, pensativo.

“Sim.” Hermione sorriu. “Meus pais e eu assistíamos filmes todo fim de semana.” Ela desviou o olhar triste mas Draco percebeu.

“Você tem uma tevelisão em casa?” Draco fez uma careta ao pronunciar a palavra. Hermione riu, dessa vez divertida.

“Televisão.” Corrigiu. “E sim, eu tenho uma em casa. E um vídeo cassete.”

“Um o que?” Ele perguntou confuso.

“Um vídeo cassete.” Ela respondeu. “É como uma fita cassete, só que reproduz vídeo.”

“Entendi.” Ele respondeu mas pela expressão dele Hermione duvidava que ele tivesse entendido.

“Vamos nos atrasar para o jantar.” Ela segurou a mão dele e o puxou pelo corredor. Quando encontraram alguns alunos atrasados pelo caminho, afastaram-se. Separaram-se por definitivo na porta do Salão Principal.

“Te vejo na biblioteca mais tarde?” Ele perguntou baixinho.

“Transfiguração?” Ela perguntou de volta.

“Sim.” Ele respondeu, bufando. Hermione sorriu e revirou os olhos.

“Biblioteca então.”

Hermione entrou primeiro e foi direto para a mesa da Grifinória, onde Ginny e Neville conversavam animados.

“Boa noite.” Disse aos amigos quando sentou-se no banco e começou a servir-se.

“Oi Mione.” Respondeu Ginny, sorridente. Neville respondeu o mesmo.

“Alguma novidade sobre a Luna?” Perguntou, fazendo conversa.

“Na verdade, sim.” Comentou Neville, feliz. “Diz que vem nos ver de novo no próximo fim de semana em Hogsmeade.”

“Isso é ótimo!” Exclamou Ginny, abraçando o amigo de lado.

A conversa foi interrompida pela chegada apressada de Ron e Harry.

“Onde estavam?” Perguntou Hermione.

“Pirraça.” Resmungou Ron. Então Hermione notou os cabelos molhados do ruivo e o fato de Harry estar tentando esconder uma risada.

“Balões de água no corredor.” Revelou Harry. “Um deles acertou Ron bem no meio do rosto.”

Boa parte das pessoas ao redor, que ouviram, desandaram a rir, Hermione junto com eles. O rosto e as orelhas de Ron ficaram tão vermelhas que parecia que iriam derreter a qualquer momento. Hermione se sentia mal por estar rindo, mas não conseguia tirar a imagem engraçada da cabeça e podia ver que Harry também não se segurava mais. Depois de umas boas risadas, Hermione foi quem se pronunciou.

“Ok, acho que é o suficiente.” Anunciou para os amigos, repreendendo-os, mas ainda tinha um sorriso nos lábios. De qualquer forma, Ron suspirou aliviado e lhe agradeceu com um olhar. “Aqui, deixa eu dar um jeito nisso.” Falou ela, puxando a varinha dos robes e apontando para o ruivo. Com um aceno da varinha e um feitiço murmurado, Ron estava seco e novo em folha. Mais uma vez o garoto lhe agradeceu com o olhar aliviado.

Hermione estava radiante com a possibilidade de realmente reatar sua amizade com Ron e o progresso que estavam fazendo era tremendo. Já parecia que eram os mesmos de antes, mas sabia que ainda haveria um caminho longo. Mas o perseguiria sem hesitar.

Seu olhar percorreu o Salão enquanto os amigos retomavam a conversa, e como se fosse possível, seu sorriso cresceu ainda mais quando viu os, agora familiares, olhos cinzas a observando de longe. Discretamente, ele lhe sorriu de volta, mas desviou o olhar quando foi suavemente cutucado por Blaise e voltou à conversa.

“Volta com a gente pro Salão Comunal hoje, Mione?” Perguntou Harry. Hermione sacudiu a cabeça.

“Não posso. Prometi tutorear um aluno da Sonserina na biblioteca.” Respondeu.

“Sonserina?” Perguntou Harry intrigado. Hermione assentiu e cerrou os olhos para a expressão divertida de Ginny.

“Por que um sonserino pediria sua ajuda?” Indagou Ron.

“Talvez porque ela seja a aluna mais inteligente da escola inteira?” Ironizou Ginny, chamando a atenção para ela. Talvez Hermione não tivesse feito bem em dizer que era um sonserino. Ron assentiu para a razão da irmã, mas ainda parecia desconfiado.

“Tome cuidado, Mione.” Falou ele. “Uma vez cobras, sempre cobras.”

“Tudo bem, Ron.” Murmurou Hermione, exasperada. E triste. Aquela reação era bastante desencorajadora. “Mas pessoas mudam.” Completou.

“Se você diz.” Ele respondeu e deu de ombros, voltando ao seu prato de comida.

“Estaremos no Salão Comunal se quiser se juntar a nós depois.” Ofereceu Harry, sincero.

“Obrigada, Harry.” Agradeceu ao amigo. Talvez fosse para lá depois de ajudar Draco.

Em pouco tempo Hermione terminou seu jantar e se despediu, pegando sua mochila e saindo do Salão Principal. Algumas pessoas que terminavam o jantar também saíam, algumas estavam agrupadas na entrada conversando, mas a maioria ainda jantava.

A castanha correu até o corujal, agradeceu por estar vazio, tirou um pedaço de pergaminho e uma pena de dentro da mochila e rabiscou algumas palavras rápidas.

Mudança de planos, meu dormitório, traga seu material de Transfiguração.

A senha é bichento.

Pegou uma das corujas da torre e enviou. Sem se demorar muito, saiu do corujal e começou a fazer o caminho de volta para o seu dormitório. Passou por algumas pessoas nos corredores mas não encontrou nenhum conhecido. Em alguns minutos chegou ao quadro da Medusa.

“Bichento.” Murmurou a senha. Alguns corvinais cochicharam algo no fim do corredor, indo em direção ao seu Salão Comunal, do lado oposto onde estava. Os cabelos da mulher no quadro mexeram e sibilaram, mas o quadro não se moveu. Hermione bufou e respirou fundo para não se irritar. “Sobre o que conversamos da última vez que fez isso?” Perguntou irritada.

“Que eu fui colocada aqui para servir ao castelo, que é a minha casa e que eu devo retribuir sendo prestativa.” Recitou tediosamente.

“Exato.” Suspirou Hermione.

“Pois eu pensei bem no que disse. Eu sirvo a este castelo, não à senhorita.” Afirmou.

“Bichento.” Hermione murmurou de novo, impaciente. “Ou terei que pedir que seja substituída porque não faz bem o seu trabalho.” Ameaçou.

Foi a vez do quadro bufar.

“Que seja. Prefiro mesmo quando os Monitores Chefes são-“

“Medusa!” Irritou-se ainda mais Hermione. A mulher no quadro revirou os olhos e suspirou desgostosa.

“Tudo bem, não precisa ser tão rabugenta.”

O buraco do quadro finalmente se abriu e Hermione entrou. Agitou a varinha com delicadeza e o ambiente se iluminou. Jogou-se no sofá, cansada, no momento em que ouviu a voz da Medusa do lado de fora.

Uuuh, agora sim eu vi vantagem. A que devo a honra?” Ouviu a voz abafada. Hermione revirou os olhos. Outra voz abafada foi ouvida, em seguida a do quadro novamente. “Uhhh, ele tem a senha. O prazer é todo meu.

A passagem foi aberta e por ela entrou Draco, a mochila jogada no ombro e um sorriso canalha no rosto.

“Nunca me canso dela.” Ele disse, divertido.

“Ela me cansa, todo dia.” Hermione disse, revirando os olhos de novo. “Eu tive que genuinamente ter uma conversa com ela pra convencê-la a me deixar entrar no meu próprio dormitório. Mais de uma vez.” Contou indignada. “Incluindo ameaças e mais.” Completou.

“Hermione Granger, ameaçando um quadro.” Riu Draco.

“Há há, muito engraçado realmente.” Debochou.

“Estamos de mau humor essa noite?” Perguntou Draco, colocando a mochila em cima da mesa e sentando-se ao lado dela.

“Só cansaço.” Confessou, aconchegando-se no ombro dele. Draco passou o braço pelo ombro dela e beijou o topo de sua cabeça.

“Não precisamos fazer isso hoje.” Ele murmurou contra os cabelos dela.

“Não, tudo bem. Só preciso de um momento e quem sabe um chá bem forte.”

“Você fica aqui, eu lido com o chá.” Ele disse, desvencilhando-se dela e levantando.

Alguns minutos depois, Draco voltou com duas xícaras e ofereceu uma a ela. Hermione a olhou duvidosa mas tomou um gole. Suspirou sonhadora quando o líquido quente desceu por sua garganta.

“Como aprendeu a fazer chá? Achei que tivessem elfos justamente pra isso.”

“E temos. Mas minha mãe tinha o costume de preparar o dela. Alguma coisa sobre ninguém saber fazer igual.” Revelou.

“Narcisa Malfoy te ensinou a fazer chá?” Hermione perguntou espantada.

Draco riu um pouco, tomou um gole e assentiu.

“Essa é uma imagem que eu definitivamente não consigo criar.” Hermione fez uma careta e Draco riu de novo.

“E você, como aprendeu?” Perguntou Draco.

“Minha mãe também.” Hermione suspirou, pensativa. “Ela era realmente uma fã de chá, como uma boa inglesa.” Contou. “Ela e meu pai sempre tomavam uma xícara toda manhã. Eu detestava o gosto no começo, mas passei a gostar com o tempo. Agora, é mais puro conforto.” Disse tristemente.

Draco colocou a xícara vazia na mesinha de centro e puxou as pernas esticadas de Hermione para o seu colo, se aproximando dela. Hermione apoiou a cabeça no peito dele e passou os braços por seu torso.

“Eu sinto tanta falta deles.” Ela confidenciou.

“Eu sei.” Murmurou Draco, secando com o polegar uma lagrima perdida que escorreu pela bochecha. “Ei, tudo bem ficar triste por isso.” Ele disse, quando ela escondeu o rosto em sua camisa, envergonhada. Hermione assentiu e se afastou, olhando-o com um sorriso fraco.

Aquela domesticidade toda era nova para eles, mas até o presente momento, havia sido natural. Bom, até.

Draco passou a mão pelos cabelos de Hermione e puxou seu rosto para o dele, lentamente, dando espaço para que ela se afastasse. Hermione fechou a distância entre os dois sem hesitar. Os lábios se encostaram suavemente, apreciando a maciez um do outro de primeira. Momentos depois, Draco pressionou com mais força, obrigando-a a se ajustar a nova força que o beijo estava tomando. Suas línguas se encontraram e se tocaram com avidez; era como saciar uma sede depois de tanto tempo sem beber agua. Hermione levou as mãos para o pescoço dele e o puxou para si, fazendo-o deitar por cima dela, suas pernas ainda confortavelmente no colo dele. Draco a seguiu, deixando-se ser levado e apoiando uma das mãos no sofá para ajustar seu peso.

Não faziam ideia de quanto tempo havia passado, mas pareceram horas, quando separaram-se brevemente. Draco apoiou sua testa na de Hermione e a castanha suspirou, ainda de olhos fechados. O loiro sorriu e se aproximou para mais um beijo, fazendo Hermione rir mas corresponder mesmo assim.

Quando se separaram definitivamente, era Hermione quem sorria. Draco a olhou, subitamente lembrando de algo.

“Não íamos estudar na biblioteca?” Ele perguntou desconfiado.

Ela suspirou e, tirando suas pernas do colo dele, levantou, pegando as xícaras vazias e levando para a cozinha.

“Achei que poderíamos ter problemas se algum dos meus amigos fossem nos visitar.”

“Bem, estaríamos apenas estudando.” Ele lembrou. Ela voltou para a sala e dessa vez pegou a mochila, trazendo-a para o sofá junto com ela.

“Sim, porém...” Ela parou, deixando a frase no ar e fazendo uma careta. “É complicado.”

“Hermione.” Ele chamou, pedindo a atenção dela, que ela finalmente deu. “Eu sei que é complicado, mas... temos que começar por algum lugar.” Ele argumentou.

“Eu sei.” Ela sussurrou. “Mas eu tenho medo.” Ela confessou, levando as mãos ao rosto.

“Ei.” Ele chamou novamente, aproximando-se dela e colocando uma mão reconfortante em suas costas.

“Eu e Ron acabamos de nos reconciliar, eu não quero perder isso de novo.”

“Hermione, eu acho que você não dá crédito suficiente aos seus amigos.” Ele falou.

“Acho que você tem razão.” Ela assentiu. “E essa é definitivamente a coisa mais absurda que já me ouvi dizendo.”

“Hey!” Exclamou Draco, ofendido, fazendo Hermione rir gostosamente por algum tempo.

“Então, transfiguração?” Ela perguntou. Draco bufou da mesma forma que fizera mais cedo. “Qual o problema?”

“Tudo?” Perguntou em tom duvidoso.

“Tudo bem.” Disse Hermione, reconfortante. “Que tal começarmos pela teoria? Talvez esteja aí o problema.”

Draco assentiu e meticulosamente começou a prestar atenção no que Hermione explicava. Muito tempo depois, os dois estavam de pé com as varinhas em punho, olhando para alguma coisa que Hermione havia colocado no centro da sala.

“Agora, visualize bem o que você deseja fazer, isso é extremamente importante, agite a varinha da forma que acabei de mostrar e diga o feitiço.”

O loiro respirou fundo e se concentrou, mirando na caneta que haviam colocado no chão. Focou na imagem do que queria que aquela caneta se transformasse e fez o movimento que Hermione havia lhe ensinado uma porção de vezes ainda há pouco. O feitiço saiu naturalmente de seus lábios ao fim de tudo. Draco olhou para onde antes estava a caneta e sorriu ao ver um enorme armário no lugar, quase tocando o teto do salão e que havia quebrado a quina da lareira.

“Você conseguiu!” Celebrou Hermione, correndo para abraçar o loiro aos risos.

“Graças a você.” Ele respondeu quando a segurou, cuidando para que os dois não caíssem no chão com o peso.

Quando a colocou de volta no chão, a castanha cerrou os olhos e sorriu.

“Essa foi apenas a primeira aula, Draco Malfoy. Eu vou fazer de você um Mestre em Transfiguração.”

“Fico feliz que tenha tanta fé em mim, Granger, mas estou acabado por hoje.” Ele retrucou.

Hermione revirou os olhos mas ainda sorria. Uma batida na porta tirou a atenção dos dois. Hermione agitou a varinha e rapidamente desfez o feitiço de Draco, transformando o armário em caneta novamente e liberando a passagem.

“Hermione..” Hesitou Draco, juntando suas coisas e indo em direção ao quarto.

“Não.” Respondeu Hermione, impedindo que ele saísse do lugar. “Fique aqui.” As batidas soaram novamente e Hermione foi até a entrada do quadro e o abriu.

Harry e Ginny estavam do outro lado. Harry parecendo cansado e Ginny irritada.

“Aconteceu alguma coisa?” Perguntou Hermione, já ficando aflita.

“Ron aconteceu.” Respondeu Ginny, revirando os olhos e bufando. Hermione olhou interrogativa para Harry.

“Ron não calou a boca desde que você saiu pra tutoria com o suposto aluno da sonserina.” Suspirou o moreno.

“E quando não te encontrou na biblioteca pelo Mapa do Maroto, pirou.” Concluiu Ginny.

“Mas nós sabíamos que estaria aqui. O Mapa não mostra esse lugar, por incrível que pareça. Nunca conseguimos saber onde Percy se escondia.” Harry sorriu.

“Então, como foi a tutoria?” Perguntou Ginny, entrando quando Hermione deu passagem para a mesma. “Oh.”

Harry, que vinha logo atrás, parou quando ouviu a exclamação da namorada. As sobrancelhas subiram até a raiz dos cabelos quando viu quem estava sentado no sofá de Hermione, extremamente confortável no meio de uma bagunça de pergaminhos.

“Ainda acontecendo.” Hermione constatou, segurando o riso quando viu Ginny voltar um passo e esbarrar em Harry.

“Potter, Weasley.” Cumprimentou o loiro, a varinha em mão e os pés arrogantemente em cima da mesinha de centro.

“Malfoy.” Cumprimentou Harry, de volta, curioso mas confuso. Ginny olhou o sonserino de cima abaixo e sorriu divertida, voltando o olhar para Hermione que não pôde evitar sorrir de volta. Draco desviou o olhar do casal brevemente para olhar para Hermione e revirar os olhos.

“Acho que acabamos por hoje.” Respondeu Draco, levantando e voltando à tarefa de juntar suas coisas rapidamente e quase correr para a saída. Draco e Hermione trocaram um olhar rápido de despedida e ele se foi deixando os três para trás ao som das insinuações de Medusa.

“Draco Malfoy?” Perguntou Harry quando o quadro fechou atrás de Draco.

“Sim.”

“Bem, isso explica muita coisa.” O moreno respondeu significativamente. Hermione sorriu amarelo mas deixou o assunto morrer; ainda não estava pronta para aquilo.

“Harry, acho que é melhor voltar e dizer a Ron que a encontramos sã e salva.” Falou a ruiva. “Te encontro mais tarde no Salão Comunal.” Dispensou o namorado. Harry apenas assentiu e despediu-se da castanha com um abraço, finalmente deixando as duas sozinhas.

“Estávamos realmente estudando.” Hermione interrompeu Ginny no momento em que a ruiva abria a boca para falar alguma coisa. A ruiva riu abertamente, deixando Hermione envergonhada.

“Aquilo foi esquisito.” Comentou Ginny. “Mas melhor do que eu esperava.”

“Sim.” A castanha suspirou aliviada. “Você acha que agora ele sabe?” Perguntou.

“Tenho certeza que sim, ‘Mione.” Afirmou. “Os sinais estão todos aí pra qualquer um ver.”

“O que quer dizer?” Hermione perguntou intrigada.

“Sorrisos, trocas de olhares, mãos se tocando e por aí vai.”

“Merlin!” Suspirou Hermione exasperada e aflita.

“Não se preocupe, ninguém mais conseguiria ver se vocês dois se beijassem na frente de todo o Salão Principal.” Garantiu Ginny. “Se eu não soubesse melhor, diria que era loucura.” Sorriu para a amiga.

“Mas você sabe melhor.” Afirmou a castanha.

“Mas eu sei melhor.” Assentiu a ruiva. “E vejo melhor.” Deu de ombros. “Está muito mais feliz do que quando pisamos nesse castelo no começo do ano. E isso é bom.”

“Eu me sinto mais feliz.” Murmurou Hermione. “Mas ainda é complicado.”

“Hermione, nada é fácil pra nós desde que chegamos aqui a oito anos atrás. Podemos ter vencido Voldemort mas tudo que ele destruiu ainda precisa ser reconstruído e provavelmente passaremos o resto de nossas vidas fazendo isso.”

“Quando ficou tão sábia, Ginevra Weasley?” Perguntou Hermione, assentindo e sorrindo para a amiga.

“No dia em que decidi que me casaria com Harry Potter.”

Hermione abraçou a amiga o mais forte que conseguiu. As vezes esquecia o quanto ela também havia sofrido. Era fácil se afundar nos próprios problemas e esquecer que os outros também tinham os seus. Momentos como esses vinham como um tapa na cara para lembrar à Hermione de que ela não estava sozinha.

Quando as duas se separaram, secando as lágrimas, Ginny sorriu e assentiu novamente.

“Preciso ir, mas nos vemos amanhã.”

“Amanhã bem cedo.” Garantiu a castanha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Me deixem saber!