Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 33
Chapter 33: Justice


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Como vão vocês?
Voltei hoje com um capítulo enorme. Espero que gostem!

Obrigada por acompanhar a história e me incentivar a não desistir dela, vocês são nota 1000!



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Capítulo 33 - Justice

No momento em que pôs os pés para fora do seu dormitório na manhã de quinta-feira as primeiras caras que viu foram de Ginny e Harry. Quando Hermione perguntou por Ron, Harry deu de ombros e sorriu meio triste.

“Dê um tempo a ele.” disse o amigo. Hermione assentiu sentindo o coração apertando dentro do peito.

Os dois levaram Hermione direto para o Salão Principal, que estava lotado. A castanha tentou ignorar os burburinhos que começaram assim que entrou e sentou-se na mesa da Grifinória ao lado de Neville que conversava animadamente sobre a aula de Herbologia passada com uma menina que Hermione só sabia ser do sexto ano. O amigo deu bom dia e sorriu firme para ela, mas não disse nada. Hermione agradeceu silenciosamente.

Harry e Ginny tentaram fazê-la comer alguma coisa mas as entranhas de Hermione estava em nós. Estava nervosa, isso era visível, mas no fundo do estômago sentava um medo irracional de ver Cormac Mclaggen de novo. Ainda lembrava com clareza tudo o que tinha acontecido naquele fatídico dia e todos os sentimentos envolvidos e isso a assustava.

Quando o sinal indicando o fim do café da manhã tocou, todos começaram a fazer seus caminhos para fora do Grande Salão. Levantando junto com os outros, Hermione respirou fundo e assentiu para si mesma. Tinha chegado a hora de fazer justiça.

Despedindo-se dos amigos, recebendo um abraço bem forte de cada um, a castanha começou a caminhar em direção à Torre da Gárgula. Alguns alunos passavam rapidamente por ela na direção oposta, balançavam a cabeça demonstrando apoio e seguiam em frente.

Do final do corredor, em frente à Torre, Hermione viu duas figuras loiras conversando baixo. Ao se aproximar, conseguiu identificar os dois como White e Malfoy. Hermione teve que desviar o olhar da cena íntima que era os dois à vontade na presença do outro. Nunca havia visto Malfoy tão relaxado na presença de qualquer um de seus amigos como ele parecia relaxado na presença de Meg White. Um sentimento feio e asqueroso se enrolou em suas entranhas e Hermione o forçou a ir embora.

Com seus passos ecoando pelo corredor de pedra os dois logo a notaram. Com um último aceno e um abraço rápido, Meg murmurou a senha e a escada para o escritório da Diretora se abriu; e de repente eram apenas os dois ali.

Hesitando, os dois pararam frente a frente, olhando um para o outro. E então Hermione estava nos braços de Malfoy e o loiro a apertou em volta da cintura com força. A castanha enterrou seu rosto no pescoço do sonserino e respirou fundo. Quando alguns segundos passaram de um apenas sentindo o outro, Malfoy se afastou e encostou sua testa na dela.

“Weasley?” ele sussurrou. Sentindo o hálito quente do loiro bater em seu rosto, Hermione estremeceu. Merlin, como ela queria aquilo!

“Não mais...” ela sussurrou de volta. Em um momento ela estava falando, no momento seguinte os lábios dele estavam sobre os dela, silenciando-a. Primeiramente foi apenas uma pressão de lábios hesitante, mas depois aprofundaram o beijo e agarraram-se com força, num desespero repentino, como se um ou outro fosse evaporar no ar. Malfoy pressionou uma mão no pescoço de Hermione e a puxou para ainda mais perto enquanto as mãos da castanha se embrenhavam nos cabelos loiros. Ofegantes, separaram-se mas ainda seguravam com força um no outro. Encostando mais uma vez sua testa na dela, Malfoy suspirou e sussurrou tão baixo que se Hermione não estivesse tão perto, nunca teria ouvido.

“Vai dar tudo certo.”

Mas ela ouviu e sorriu. E ele sorriu de volta. Arrumando os cabelos do sonserino que havia bagunçado, Hermione desvencilhou-se, assentiu e murmurou a senha para que a Torre da Gárgula se abrisse. Com um último olhar para o loiro, Hermione subiu as escadas e bateu na porta do escritório.

“Entre.” Veio a voz clara de Minerva Mcgonagall de dentro da sala. Quando abriu a porta, ouviu as vozes do Professor Marshall e de Meg conversando. Pisando dentro da sala, os olhares se voltaram para ela e Hermione ficou desconcertada. Professor Marshall sorriu e assentiu para ela e Meg a deu um olhar sabido que a fez ficar ainda mais desconcertada. Respirando fundo, Hermione parou ao lado da Diretora que já estava em frente a lareira com um saco de pó de flu.

“Professor, o senhor irá primeiro, em seguida irá a Srta. White e logo após a Srta. Granger. Eu estarei logo atrás. O Ministro da Magia estará esperando por nós do outro lado.”

Pegando um punhado de pó de flu na mão, Professor Marshall entrou dentro da enorme lareira e com uma voz clara dizendo “Escritório do Ministro da Magia” sumiu num clarão verde; em seguida Meg e logo atrás Hermione. Sacudindo o pó e a sujeira das roupas, Hermione se permitiu olhar o escritório em volta enquanto o Professor Marshall e Meg cumprimentavam Kingsley Shacklebolt, o Ministro da Magia. A Diretora McGonagall apareceu poucos segundos depois também sacudindo o pó de suas vestes.

“Minerva,” cumprimentou o Ministro.

“Kinsgley.” Cumprimentou de volta a diretora acenando com a cabeça. E então o Ministro virou-se para Hermione e sorriu.

“Hermione,” cumprimentou “é bom vê-la depois de tanto tempo embora a ocasião não seja a melhor.”

“Quim.” Hermione cumprimentou e sorriu. Kingsley havia sido sempre um homem bom e carinhoso com todos da Ordem, mas após os dois trabalharem juntos defendendo um ao outro durante a escolta de Harry da Rua dos Alfeneiros até A Toca, Hermione desenvolveu um carinho ainda maior pelo homem. “É bom vê-lo também.”

 “O Julgamento começará em dez minutos, melhor irmos.” E dizendo isso, o Ministro virou nos calcanhares e saiu pela porta, com os outros acompanhando logo atrás.

O grupo passou por algumas pessoas que cumprimentavam o Ministro respeitosamente até chegar ao elevador abarrotado de gente e de memorandos voando para todos os lados. Hermione estremeceu ao relembrar da última em que estivera dentro de um elevador no Ministério da Magia, dementadores aos montes tentando sugar o pouco de felicidade que ainda restava no trio de ouro naqueles dias.

Quando o elevador anunciou o Departamento de Mistérios, o grupo, que já estava sozinho, desembarcou.

A passos rápidos, chegaram na porta do Tribunal.

“Aqui eu me despeço.” Gesticulou o Ministro e foi tomar seu lugar à frente do Conselho dos Bruxos nos bancos altos do Tribunal. Havia inúmeras cadeiras de madeira e de estofado fofo lado a lado em um canto da sala, e outra monstruosa e assustadora, toda de ferro, com encaixes para dezenas de diferentes correntes e algemas.

Os quatro sentaram-se nas cadeiras estofadas ao canto. A porta do Tribunal se abriu mais uma vez e Hermione teve que respirar fundo quando Cormac McLaggen, junto com seu pai, entrou como se fosse dono do lugar. Olhando em volta, seus olhos passaram por todos os presentes, se demorando alguns segundos a mais em Hermione. A castanha agarrou com força o braço da cadeira tentando manter a repulsa, que fazia seu estômago embrulhar, na baía. Hermione olhou surpresa quando Meg pôs uma mão sobre a sua e sorriu para ela.

“Ele não merece nem o nojo que você sente por ele nesse momento.” A loira comentou. “De fato, o que ele merece, ele terá.” Ainda surpresa, Hermione não respondeu. Mas ficou aliviada quando Meg não removeu sua mão deixando um peso reconfortante sobre a de Hermione.

O Ministro bateu o martelo, dando início a sessão e gesticulando para que Mclaggen sentasse na cadeira de ferro no centro do salão. Fazendo uma careta ele sentou-se enquanto a corte o olhava impassível.

“Começa a audiência disciplinar de 25 de Abril sobre ofensas cometidas por Cormac Tiberius Mclaggen onde fazia residência na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Inquiridores Kingsley Shacklebolt Ministro da Magia com o auxílio dos membros do Alto Conselho de Bruxos. Testemunhas de acusação Minerva McGonagall, Diretora da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Erik Marshall, professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Megany White, vítima e Hermione Granger, vítima. Testemunha de acusação Leon Mclaggen, pai do acusado.”

No silêncio, podia-se ouvir a respiração de todos os presentes ecoando pelo salão. Hermione ainda segurava com força o braço da cadeira quando citaram seu nome e todos do Conselho viraram-se para olha-la. Na cadeira de ferro, Mclaggen tinha uma expressão entediada. Respirando fundo e buscando força para ficar calma através do contato com Meg, Hermione ouviu Kingsley continuar.

“Sob as acusações de fazer ameaças, tentativas de abuso sexual e de cometer atos de violência contra colegas de classe, como se posiciona?” perguntou o Ministro.

“Inocente.” Falou Mclaggen, alto e claro, para a surpresa de todos. Desacreditada, Hermione só conseguia olhar abertamente para o homem que havia tentado estuprá-la no corredor deserto de uma escola. O homem que havia covardemente espancado Draco Malfoy e deixado-o praticamente morrendo no chão gelado. O homem que havia ameaçado a tudo e todos que se colocassem no seu caminho desde que começara o ano letivo de Hogwarts. Que havia voltado da Guerra com um ódio e um calculismo que não estivera lá antes.

Ainda olhando-o impassivamente o Ministro ordenou que a primeira testemunha de acusação se levantasse.

“Diga seu nome para os registros.” Pediu um dos membros do Conselho.

“Megany White, senhor Ministro.”

Com um aceno de varinha, Kingsley fez uma cadeira de costas altas e elegante aparecer no salão, no lado oposto da onde Hermione estava e uma grande distância de onde Mclaggen sentava. Fazendo um gesto com a mão, o Ministro pediu para que a sonserina se sentasse.

Hermione tinha que dar crédito à Meg; tinha uma aura confiante ao sentar-se e nem sequer piscou ao olhar Mclaggen com desdém.

“Conte-nos o que aconteceu.” Pediu uma das senhoras do Conselho. Tinha os olhos gentis quando olhou para Meg mas severos quando olhava para Mclaggen.

Respirando fundo, a loira acomodou-se e contou do dia em que Mclaggen tentou agarra-la no corredor mas Draco Malfoy interviu. Contou de como a briga se desenrolou e de como os dois se enfrentaram. Contou como Hermione chegou e impediu que algo pior acontecesse e como Hermione o denunciou à Diretora da escola. Contou como Mclaggen ficou absolutamente furioso quando soube que ficaria fora do Time de Quadribol como punição e como ele ameaçou Hermione por ter causado isso.

O Conselho ouvia tudo atentamente e uma pena mágica -ao lado de um dos Conselheiros mais velhos- escrevia sem parar tudo que era dito em sessão. Quando Meg acabou de relatar o que havia acontecido, a mesma senhora que havia pedido que falasse, agradeceu e pediu que a loira voltasse ao seu lugar. Em seguida, chamou Hermione.

“Diga seu nome para os registros.”

“Hermione Granger.”

“Senhorita Granger, sinta-se à vontade para falar quando estiver pronta.” Respondeu uma moça do Conselho que aparentava ser mais nova que o próprio Ministro. No seu rosto estava estampado simpatia.

A castanha sentou-se na cadeira e respirou fundo. Estava mais do que preparada. Hermione assentiu para o Conselho.

“Conte-nos o que aconteceu.”

“Era um sábado, dia de jogo de Quadribol, todos estavam no campo do outro lado do Castelo. Eu havia voltado sozinha para o meu dormitório pra pegar meu cachecol. Estava passando por um dos corredores desertos quando McLaggen veio em minha direção.”

A castanha fez uma pausa para olhar para o dito cujo. Mclaggen tinha uma sobrancelha levantada e um olhar vago no rosto. Hermione estremeceu ao perceber que ele estava se recordando daquele fatídico dia.

“Ele me acusou mais uma vez de ser a culpada por não poder mais participar do Time da Grifinória.” Continuou. Boa parte do Conselho havia desviado o olhar de Hermione para Mclaggen. Dizem que muito se diz sobre observar alguém que não está no foco das atenções. “Eu tentei ir embora, então ele perguntou se eu estava com medo. Eu disse que não. Ele disse que eu deveria e avançou pra cima de mim. Antes que eu pudesse fugir ou me defender ele me puxou pelo braço e me jogou no chão. Eu tentei me soltar, pegar minha varinha, qualquer coisa, mas ele era muito mais forte do que eu.” Hermione desviou os olhos do Conselho para seus pés antes de continuar a falar com um suspiro profundo. “Ele começou a me morder, deixar marcas e eu tentei gritar mas não tinha forças. Quando eu tentei me soltar de novo ele me deu um tapa no rosto e começou a me xingar e fazer ameaças de...” A voz de Hermione quebrou e a castanha teve que engolir em seco o nó na garganta. Odiava lembrar dos sentimentos que a assolaram naquele momento horrível. “Depois disso tudo ficou confuso. A próxima coisa que eu lembro é a voz da Diretora chamando meu nome e Mclaggen encolhido num canto.”

Dando por encerrado o testemunho, o Ministro pediu para que Hermione se retirasse, mas antes que fosse conjurou um copo de água para a castanha. Agradecendo com um sorriso, Hermione voltou para seu lugar ao lado de Meg. A loira logo envolveu a castanha num abraço. Hermione nem havia percebido que estava tremendo antes do abraço acontecer e Meg força-la a beber a água. Enquanto as duas sentavam novamente, Meg segurando mais uma vez na mão de Hermione, a Diretora McGonagall foi chamada para testemunhar.

“Diga seu nome para os registros.” Pediu o Ministro.

“Minerva McGonagall.”

“Conte-nos o que aconteceu.”

“Como a senhorita Granger disse, era um sábado, dia de Jogo de Quadribol. Professor Marshall e eu estávamos tomando chá em meu escritório naquela manhã e vínhamos conversando pelos corredores em direção à saída do Castelo para irmos assistir o jogo junto com as crianças. Por sorte, havíamos nos atrasado. Ouvimos um barulho em um dos corredores próximos e fomos investigar. Ao nos aproximarmos, ouvimos alguém gritando. Só pudemos ouvir porque já estávamos próximos. Quando vimos o que estava acontecendo, corremos em direção aos dois e o Professor Marshall usou sua varinha para tirar o Senhor Mclaggen de cima da Senhorita Granger.” A diretora olhou para Hermione e sorriu triste. “Quando chegamos, não sabíamos que era a Senhorita Granger e qual foi a minha surpresa ao vê-la deitada no chão chorando. Quando a chamei pelo nome percebi que estava em choque e quando virou para olhar pro lado, vi a marca de uma mão, obviamente do Senhor Mclaggen. Finalmente a realidade do que havia acontecido estava clara.” Agora a diretora olhou severamente para o Mclaggen. “De imediato, o expulsei da Escola, voltei para meu escritório para enviar uma carta ao Ministro e uma carta urgente ao responsável do Senhor Mclaggen.” Nisso, a diretora olhou para o homem sentado no salão.

“Obrigada Senhora McGonagall.” A diretora assentiu e levantou-se, juntando-se aos outros.

“Por favor, nossa última testemunha de acusação.” Professor Marshall foi até a cadeira no meio do salão e sentou-se. “Diga seu nome para os registros.”

“Erik Marshall.”

“Por favor Senhor Marshall, conte-nos o que aconteceu.” Pediu mais uma vez o Ministro.

“Minerva e eu estávamos atrasados para o Jogo, por isso estivemos cortando caminho pelos corredores mais desertos do Castelo, onde contem dezenas de passagens secretas para quem sabe usá-las. Era difícil ouvir qualquer coisa além dos gritos das torcidas no Campo ou dos alunos a caminho de lá mas ouvimos algo e fomos investigar. Era difícil ter ideia do que estava acontecendo mas ouvimos alguém gritando. Eu apenas reagi por instinto quando lancei um Alarte Ascendare contra o Senhor Mclaggen que o fez voar de encontro à parede de pedra e bater a cabeça. Quando olhei de volta para a cena, vi que a pessoa que estivera gritando por ajuda era a Senhorita Granger. Imediatamente levei-a para a Ala Hospitalar onde a deixei nas mãos capazes de Madame Pomfrey.” O Professor Marshall se acomodou melhor na cadeira antes de prosseguir. “Então fui direto para o escritório da Minerva depois de pedir que Madame Pomfrey fosse até lá quando possível; ela chegou lá pouco tempo depois e atendeu Mclaggen. Minerva já havia expulsado o garoto quando cheguei lá e estava escrevendo uma carta para o senhor Ministro. Após Madame Pomfrey ir embora, Minerva pediu que eu acompanhasse o Senhor Mclaggen até seu dormitório antes do fim do jogo para que pudesse juntar todas as suas coisas. O acompanhei em silêncio e fiquei perturbado pelo seu olhar frio quando entramos no Salão Comunal da Grifinória. Vários minutos depois estávamos de volta ao escritório onde o Senhor Leon Mclaggen aguardava. Sem dizer uma palavra, os dois sumiram pela lareira.”

“Obrigado Senhor Marshall. Agora, por favor, a testemunha de defesa.” O Professor Marshall se levantou e deu o lugar a Leon Mclaggen. “Diga seu nome para os registros.”

“Leon Mclaggen.”

“Pois bem, Senhor Mclaggen, o que tem a nos dizer?”

“Vocês estão julgando a pessoa errada. Meu filho foi enfeitiçado pela Maldição Imperio.”

O silêncio desceu sob o tribunal. Os membros do Conselho olharam um para os outros estupefatos.

“E eu suponho que tenha provas disso?” Perguntou o Ministro.

“Eu sou a prova. Meu filho não era ele mesmo quando o levei para casa. Seus olhos estavam vagos e sem vida e ele não se lembrava de nada do que havia acontecido.”

De suas cadeiras, Hermione e Meg olhavam incrédulas para o homem testemunhando.

“E o senhor sabe quem poderia ter feito isso?”

“Draco Malfoy. O garoto já havia ameaçado meu filho antes. Ele é igual ao pai, deveria estar trancado em uma cela de Azkaban da mesma forma.”

“Com a sua permissão Ministro” Hermione levantou-se e começou a falar sem nem ao mesmo perceber que o estava fazendo. “Draco Malfoy pode ser qualquer coisa mas nunca será igual ao pai.”

Aproveitando o foco, a Diretora McGonagall também se pronunciou.

“O Senhor Malfoy é um ótimo aluno, e embora tenha tido péssimas influências durante toda sua vida ele tem se tornado cada dia mais uma pessoa melhor.”

“Eu estive com Draco o tempo todo nas últimas semanas e posso afirmar com certeza de que em nenhum momento ele lançou uma Maldição Imperdoável em Mclaggen.” Completou Meg.

O Conselho olhava pensativamente entre Mclaggen pai e Mclaggen filho, como se decidindo o destino dos dois.

“Provavelmente ele enfeitiçou a você também, menina. Os servidores do Lorde das Trevas são traiçoeiros. Malfoy não poderia ser diferente.”

Hermione respirou profundamente para controlar sua raiva. Como o julgamento de Mclaggen havia se tornado sobre Malfoy?

“O Lorde das Trevas está morto. Seus servidores estão presos. Está na hora de seguir em frente, Mclaggen.” Falou severamente o Ministro. O homem bufou e gargalhou.

“Eu não duvidaria de que estivessem recebendo algo em troca para que meu filho seja preso e aquele Filhote de Comensal continue livre.”

Todos engasgaram ao ouvir o óbvio desrespeito ao Conselho e ao próprio Ministro da Magia.

“Acho que isso é o suficiente.” Respondeu Kingsley impetuosamente. O homem se encolheu em seu assento com a autoridade que a voz do Ministro esbanjava e, ao perceber os olhares dos demais notou que havia passado dos limites.

Um dos senhores mais velhos do Conselho chamou a atenção do Ministro e cochichou algo em seu ouvido. Kingsley olhou friamente para Leon Mclaggen.

“Parece que teve alguém tentando subornar o Conselho, embora definitivamente não seja o Senhor Malfoy.” Começou o Ministro. “Gostaria de explicar minha afirmação Senhor Mclaggen?”

O homem permaneceu calado. Dispensando-o, o Ministro voltou a falar.

“Pois bem.” Então Kingsley olhou para todos na sala, um de cada vez. ”Antes de encerrarmos a sessão, quero deixar bem claro que nós aqui no Ministério fazemos justiça não importa a quem seja e o que tenha a oferecer. Tivemos anos pavorosos sem poder termos justiça plena e lutamos muito para que um dia pudéssemos ter. Esse dia é hoje.” Então o Ministro se levantou junto com o Conselho. “Por isso, hoje, através de testemunhos e provas inegáveis, eu, Ministro da Magia, junto do Alto Conselho dos Bruxos declaro Cormac Tiberius Mclaggen culpado dos crimes de tentativa de estupro e agressão física contra colegas de classe. A sentença é de 6 anos em Azkaban, sendo destes, 3 anos de acompanhamento na Ala Psiquiátrica.”

Kingsley bateu o martelo e foi para Hermione como se a mão invisível, que estivera esse tempo todo apertando seu intestino, sumisse. O suspiro aliviado de Meg ao seu lado refletia basicamente o que sentia.

“Podem levá-lo.” Guardas entraram e colocaram algemas de ferro nos punhos de Mclaggen. Se debatendo, o ex-Grifinório foi levado.

“O que vocês estão fazendo é uma injustiça!” Gritou Leon enquanto tentava puxar a varinha de dentro das vestes mas sendo parado por vários outros guardas que também entraram no tribunal. “Vocês estão tirando de mim a única coisa que me restou.” Hermione teve que desviar o olhar da miséria do homem pois fazia a mão invisível voltar e apertar seu coração.

A castanha não sabia que a Senhora Mclaggen havia sido morta, e que havia sido morta durante a Guerra. E pelo que entendera, por um Comensal da Morte. Isso a fazia pensar em quantas vidas Voldemort havia destruído. A sua não era a única.

O Alto Conselho esvaziou o salão e o Ministro levou o grupo em silêncio de volta para seu escritório. Um por um, despediram-se e entraram na lareira. Kingsley deu um enorme abraço em Hermione antes da castanha sumir nas chamas verdes.

“As duas estão liberadas do resto das aulas de hoje. Descansem.” Disse a diretora dispensando-as. O Professor Marshall sorriu simpático para as duas meninas, assentiu para a diretora e também deixou o escritório.

Hermione e Meg, ainda de mãos dadas, fizeram o caminho até o dormitório da Hermione no quinto andar. Dizendo a senha a castanha puxou a loira para dentro.

“Uau.” Comentou a sonserina assim que olhou em volta.

“Privilégios de ser Monitora-Chefe.” Hermione deu de ombros mas tinha um sorriso no rosto. “Chá?” perguntou. Meg assentiu.

Enquanto Hermione deixava a água na chaleira ferver, Meg olhava em volta curiosa, mexendo vez ou outra nos pergaminhos que Hermione havia deixado na mesa de centro. Quando a grifinória voltou com duas xícaras, minutos depois, Meg estava sentada no sofá lendo um dos seus trabalhos de História da Magia.

“Você é boa mesmo nisso.” Disse suspirando. “Quase um artigo de alguma revista bruxa importante.” A loira pegou a xícara que Hermione ofereceu e bebeu um gole enquanto a castanha sentava ao seu lado no sofá.

As duas ficaram em silêncio durante um bom tempo apenas apreciando suas bebidas.

“Surreal.” Murmurou Hermione. “Muito mais intenso do que qualquer filme trouxa poderia mostrar.”

“No final, eu achei que... Como puderam acusar Draco por algo tão horrível?”

“Ele já fez isso antes.” Falou Hermione mas não tinha nenhuma acusação em seu tom. “Penso que a ideia era deixar ao menos a dúvida de que ele seria capaz de fazer de novo.”

“Aposto que ele não contava que houvesse defesas em nome do Draco.” Respondeu Meg. Hermione riu.

“Não, estou certa de que ele não contava.” Afirmou a castanha.


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Notas finais do capítulo

*Então, o que acharam? Além do ~eu ouvi um finalmente?~ beijo Dramione, claro. Nunca tinha feito um capítulo de um tribunal bruxo então peguei algumas partes do filme da Ordem da fênix e adaptei pra história. Espero que não tenha ficado tão ruim.



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