Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 32
Chapter 32: Then it ends


Notas iniciais do capítulo

Bom, cá estou eu! Consegui escrever mais um capítulo e espero conseguir escrever muitos mais. Finalmente estou de férias, livre pra poder pensar em Dramione em paz haha

Esse capítulo ta bem grande e eu espero que vocês gostem.
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Capítulo 32 - Then it ends

A primeira coisa que Hermione fez ao pegar a carta que a Diretora McGonagall lhe deu, foi sentar. O selo inconfundível do Ministério da Magia deixava claro do que se tratava. Em breves palavras, a carta dizia que o julgamento de Cormac Mclaggen, datado para a próxima quinta-feira quatro dias a partir dali, pelos crimes de tentativa de estupro e agressão física iria acontecer. Dizia também que eles contavam com a presença dela como testemunha principal. De repente, tudo o que tinha em mente desaparecera e aquilo era a única coisa que importava.

No momento em que saíra da Sala da Diretora depois de saber que McLaggen seria denunciado Hermione tinha certeza de que testemunharia. Ainda assim, sentia um frio desagradável no estômago.

“A senhorita sabe que não precisa, não é mesmo? O próprio Ministro me garantiu que tinham o bastante para condená-lo culpado de suas ações.” Perguntou a diretora mais cedo naquela manhã.

“Mas eu quero.” Respondeu Hermione.

“Tem certeza disso Srta. Granger?” perguntou o Professor Marshall.

“Absoluta.” Afirmou Hermione convicta.

“Pois bem, na manhã de quinta-feira logo após o café, esteja aqui. Irei abrir a conexão da lareira do meu escritório com o do próprio Ministro, não precisamos que a imprensa bruxa nos encontre por lá pois acabará ficando fora de controle.” Hermione assentiu.

Por uns segundos, Minerva McGonagall hesitou e Hermione soube que o que ouviria a seguir não seria agradável.

“Como a senhorita já é maior de idade, chamar seus responsáveis não seria necessário. Presumo que ainda não tenha falado com ninguém sobre isso.” Hermione assentiu mais uma vez e tentou engolir o nó na garganta. “A ausência deles sem um motivo poderá ser questionada.”

“Eu não me importo.” Hermione falou sacudindo a cabeça. As duas continuaram em silêncio por algum tempo, Hermione olhando para qualquer lugar que não fosse a diretora. Aquele era um assunto que ela preferia dar por encerrado.

“Pois bem, que assim seja.”

Agora, Hermione estava sentada entre seus três melhores amigos durante o almoço, tentando sem sucesso participar da conversa. Ron não havia soltado sua mão desde o momento em que Hermione contou sobre o julgamento assim que saíra do escritório da diretora. Era, de fato, reconfortante ter a presença dele naquele momento, mas lá no fundo, Hermione sentia que não era essa a presença que tanto ansiava. E isso a fazia sentir-se tão culpada o tempo todo que às vezes ficava tonta.

“...uma coruja hoje, dizendo como estava indo a reforma da loja em Hogsmeade.” Hermione ouviu ao forçar-se a sair de seus próprios pensamentos. Sentada de frente à ela e Ron, estavam Ginny e Harry. Ginny sendo a que estava falando.

“Sinceramente não vejo a hora da inauguração.” A ruiva suspirou. “É tão bom sentir essa alegria de novo.”

“Melhor ainda é ver Jorge sentindo o mesmo.” Concordou o irmão sorrindo.

“Todos nós só precisamos de tempo.” Disse Harry dando à Hermione um rápido olhar significativo. Distraída, a castanha não notou.

“Bem, o que acham de irmos à biblioteca depois?” Perguntou Hermione. “Eu até prometo deixar vocês dois olharem minhas anotações por cinco minutos.” A castanha sorriu ao ouvir Ron bufar ao seu lado.

“Isso não é justo.” Argumentou o ruivo.

“De fato, Ron, isso é trapaça.” Retrucou a castanha fazendo os outros rirem.

Xx

Pela, talvez, centésima vez aquela semana, Draco saiu da sala de aula para encontrar Meg esperando por ele para que pudessem ir juntos para o almoço. Draco admitia que já estava ficando acostumado com a presença da loira e sentia-se confortável o suficiente para ser ele mesmo ao redor dela.

De braços dados, os dois, mais Blaise, Daphne e Astoria começaram a fazer o caminho em direção ao Salão Principal, perdendo Theo de vista no minuto que levou para o grupo sair da sala de aula. Provavelmente havia sumido com alguma garota. De novo.

Quase chegando no salão, o grupo foi parado por um quintanista da Sonserina.

“White, a diretora quer vê-la.” Disse o sonserino, ao entregar um pergaminho enrolado com o selo de Hogwarts. Ao ver a loira assentir, o sonserino deu meia volta e foi embora. Franzindo a testa a loira pediu licença aos amigos e seguiu o caminho para a Torre da Gárgula.

Aproveitando a ausência da sonserina, Blaise aproximou-se de Draco, enquanto as outras duas sonserinas conversavam animadamente à frente.

“Então...” Começou Blaise, olhando cuidadosamente para o rosto do amigo. “Você e Meg...” Continuou, deixando a frase no ar. Draco franziu a testa e olhou confuso para o amigo.

“O que tem?” perguntou o loiro.

“Vocês estão juntos, então?” perguntou o moreno, suspirando.

Draco olhou para o amigo como se ele fosse louco.

“Não, Blaise.” Respondeu. Draco sabia que era fácil assumir coisas, assim como Hermione havia assumido o mesmo poucos dias atrás. Mas Draco estava cansado e não queria tentar explicar que ele era capaz de ter amizade com uma mulher sem necessariamente estar em um relacionamento com ela. E Draco achava a companhia de Meg muito confortável para mudar isso. “Somos apenas amigos.”

Blaise assentiu, olhando para o semblante cansado do amigo. De fato, Draco parecia cansado a cada dia mais. E o moreno não podia evitar ficar preocupado. Ao olhar para o outro lado do salão, para a mesa da Grifinória, e ver o mesmo olhar refletido na Granger, Blaise teve que conter um suspiro. Teimosos!

Enquanto Blaise voltava a conversar com as outras duas sonserinas, Draco permitiu-se um olhar rápido para a mesa do outro lado do salão, a mesma que seu amigo havia olhado segundos atrás. O que viu fez seu coração apertar no peito. Era difícil desviar o olhar do casal que sentava confortavelmente em meio aos amigos. A castanha rindo de algo que o ruivo havia dito enquanto o mesmo bufava. Mesmo daquela distância, Draco conseguia ver a admiração do Weasley toda vez que a olhava. Era desconcertante assistir algo tão íntimo; Draco sentia-se um intruso. Engolindo em seco e tentando fazer as palavras de Hermione sumirem de sua cabeça, Draco finalmente conseguiu desviar o olhar. Olhando para o lado para ver o que havia tirado sua atenção, Draco viu o sorriso simpático de Meg enquanto sentava-se à mesa.

“Então Meg, o que foi que aprontou dessa vez?” perguntou Daphne rindo ao ver a loira.

“Dessa vez, nada.” Respondeu Meg, rindo também. Mas não elaborou o que queria dizer. Aproveitando a distração da chegada de Theo com a garota da semana, Meg virou-se para Draco. “Era sobre o julgamento de McLaggen.” Respondeu a loira ao olhar inquisitivo de Draco.

Respirando acentuadamente, Draco mais uma vez deixou seu olhar vagar para a mesa da Grifinória.

“A diretora me entregou uma carta do Ministério da Magia, dizendo que vou ter que testemunhar. Contar sobre o que aconteceu naquele dia.” Meg gesticulou vagamente.

Draco assentiu, lembrando do dia em questão e lembrando do dia em que quase morrera num dos corredores desertos do castelo se não fosse pela Granger.

“Será na quinta-feira, pela manhã.” A loira suspirou. Sentia-se nervosa, mas confiante o suficiente pra ajudar no que fosse possível para que o desgraçado fosse mandado direto para Azkaban.

Xx

Na manhã de quarta-feira, o Salão Principal estava agitado. De todos os lados havia cópias d’O Profeta Diário e estudantes cochichando. Segurando o jornal bruxo com uma mão e apertando com força o talher com a outra, a castanha tentava ignorar todos os olhares nada discretos em sua direção.

Na primeira página estava uma foto de Hermione na arquibancada durante o torneio Tribruxo há anos atrás com o título piscando para chamar a atenção.

PRINCESA DA GRIFINÓRIA É ATACADA EM HOGWARTS? VEJA A VERSÃO DOS FATOS POR CORMAC MCLAGGEN” por Rita Skeeter.

Vozes por aí dizem que nossa Princesa da Grifinória, integrante do famoso Trio de Ouro que derrotou o Lorde das Trevas, foi atacada por um de seus colegas de classe mais queridos. Procuramos por uma das partes envolvidas para que possamos esclarecer e contar o que realmente aconteceu.

Segundo Cormac Mclaggen, quem fora acusado de ter feito tal ataque, não foi nada disso que aconteceu. Mclaggen garante que, e aqui eu cito “prezava muito pela amizade que nós dois tinhamos, mas Hermione sempre quis mais desde o sexto ano, quando fomos juntos a Festa de Natal do Professor Slughorn. Infelizmente, as coisas saíram dos trilhos quando ela quis forçar algo que nunca iria acontecer.”

Vejam bem, senhoras e senhores do mundo bruxo, sabemos desde o Torneio Tribruxo (veja O Profeta Diário, edição Nº 543/1994 para mais informações) que Hermione Granger gosta de homens destemidos, ousados e corajosos assim como Harry Potter e, claro, Cormac Mclaggen.

Perguntado sobre como se sentia com toda a repercussão dessa história, respondeu “Me sinto frustrado, pois essa vingança me custou uma expulsão de Hogwarts e um processo no Ministério da Magia. Ás vezes me pego pensando se não teria sido melhor simplesmente ter cedido à ela e a seus avanços. Mas agora é tarde demais.”

Cormac Mclaggen também contou como isso afetou seu emocional “Perdi minha mãe durante a Guerra e nós éramos muito próximos, e isso me deixou destruído. Estava apenas tentando me recuperar antes de tudo isso acontecer e me deixar totalmente abalado.” Segundo o pai de Cormac, Leon Mclaggen, a Ordem da Fênix seria a culpada pela morte de Elyan Mclaggen pois não puderam protegê-la, assim como a muitos outros que também partiram dessa para uma melhor. Na opinião do Sr. Mclaggen “a Ordem deveria ser julgada por seus crimes tanto quanto os próprios Comensais da Morte.”

Aqui eu encerro a matéria, mas entre nós fica a dúvida: Hermione Granger teria tanta sede de vingança a ponto de destruir a vida de um amigo?

Amanhã será o dia em que saberemos a verdade logo após a Audiência que acontecerá no Ministério da Magia, durante a manhã, no Tribunal 15. Estaremos esperando ansiosamente pelo veredicto e que a justiça seja feita!

Hermione entregou de volta o jornal para Harry e tentou com ainda mais força ignorar as maldições que Ron soltava a cada segundo enquanto lia atentamente a matéria em seu próprio jornal. Ginny estava soltando fogo pelos olhos, o rosto vermelho de raiva enquanto Harry xingava junto com Ron.

“Eu não acredito que ele teve a audácia de dizer que você fez isso por vingança.” A ruiva amassou o jornal com força. “A mãe dele morreu porque não pudemos protegê-la? Deveríamos ser julgados por isso? Que pensamento mais absurdo!” Exclamou.

“Bem, isso explica o porquê de tanto ódio. Nunca é fácil perder alguém que se ama.” Comentou Harry.

“Cada um lida com o luto de formas diferentes.” Disse Hermione. A castanha teve vontade de se contorcer diante do olhar intenso que Harry a lançou.

Depois disso tentou voltar ao seu café da manhã. Embora pudesse evitar todos os outros olhares, Hermione conseguia sentir o peso de apenas um, do outro lado do salão. Suspirando, a castanha terminou o mingau que já estava praticamente frio e levantou-se. Tinha tanta coisa na cabeça que mal percebeu quando a ruiva levantou-se também e começou a segui-la, alcançando Hermione já quase fora do salão.

“Você esta bem?” perguntou Ginny ao alcançá-la e Hermione diminuiu o passo para que a amiga a acompanhasse.

“Sim.” Suspirou.

As duas caminharam em silêncio até chegarem à Torre de Astronomia. Apesar do sol iluminando a torre, ainda fazia frio lá em cima e Ginny encolheu-se em sua capa.

“Não consigo acreditar que aquele verme fosse capaz de algo assim. De Skeeter eu não duvido nada. Se eu ver aquele desgraçado na minha frente...” Ginny cerrou a mandíbula, tentando conter a raiva que sentia no momento em nome da amiga.

“Tá tudo bem, Ginny, nós todos sabemos que tudo não passa de mentira. Você me conhece, não deixaria que algo tão insignificante quanto uma matéria em um jornal duvidoso me afetasse.” A castanha virou-se para a amiga, pensativa. “Não é sobre isso que ando pensando.”

Assentindo, Ginny debruçou-se para olhar lá embaixo, embora a torre fosse alta o suficiente para que tudo parecesse muito pequeno àquela altura. Hermione diria o que tivesse que dizer quando estivesse pronta. Após anos de amizade, a ruiva havia aprendido que o melhor a fazer era dar espaço para que a amiga pudesse falar algo quando se sentisse confortável o suficiente.

“Ginny, vou terminar com Ron.”

A ruiva não podia dizer que estava surpresa pela confissão. Estava mais surpresa pela castanha ter demorado tanto para fazê-la. Embora estivesse triste pelo irmão, sentia-se feliz pela amiga. Aliviada até.

“Eu sei.” Respondeu a ruiva. “Eu sei durante um tempo já.”

Hermione assentiu.

“Eu só não sei como fazer isso sem magoá-lo.” Sussurrou Hermione sentindo as  lágrimas escorrerem de seus olhos.

“Sinto muito, Hermione, mas você sabe que irá, de um jeito ou de outro. Mas é necessário.” A ruiva sorriu triste. “Quanto mais você continuar se enganando, e o pior enganando Ron, mais difícil vai ser quando chegar a hora de terminar tudo. Acredita em mim. Ron vai ficar arrasado, mas ele vai entender suas razões. Eventualmente.”

Vendo as lágrimas nos olhos da amiga, Ginny a envolveu em um abraço.

“Não se sinta culpada por isso. Você também merece ser feliz e tenho certeza que com o tempo meu irmão vai seguir em frente.”

“Obrigada, Ginny.” Falou Hermione quando as duas se separaram. A ruiva sacudiu a cabeça dispensando o agradecimento.

“Sem problemas.” Respondeu Ginny. “Só lembre que estou aqui quando precisar.”

“Não esquecerei.” Sorriu a castanha.

“Nervosa pra amanhã?” perguntou Ginny.

“Um pouco.” Hermione assentiu. “Nunca vi um julgamento antes. Ou participei, no caso. Não sei o que esperar.” A castanha deu de ombros.

“Podemos esperar que Mclaggen vá pra Azkaban.”

Hermione assentiu de novo. “Podemos. Nem que seja a última coisa que eu faça.”

Xx

Após a aula de História da Magia, Hermione, Ron, Ginny e Harry foram para a Torre da Grifinória. Haviam combinado de passarem o maior tempo possível juntos antes do julgamento na manhã seguinte. Não importava quantas vezes Hermione dissesse que estava bem, os amigos apenas a ignoravam e mudavam de assunto. O assunto estava proibido pelo resto da noite.

Ron e Harry sentaram em frente a lareira para jogar xadrex bruxo enquanto Hermione e Ginny sentavam no sofá e conversavam.

“Já pensou no que fará quando sairmos de Hogwarts, ‘Mione?” perguntou a ruiva.

“Na verdade não.” Hermione suspirou. “Departamento da Execução de Leis da Magia, talvez? Não tenho certeza.”

“Achei que fosse se tornar uma Auror.” Comentou Ginny.

Hermione sacudiu a cabeça. “Tivemos perigo o suficiente pra uma vida, Ginny. Tudo que eu quero é continuar em paz.”

As duas assentiram em silêncio.

“E você?”

“Quero investir na minha carreira de Quadribol mas...” agora era a vez da ruiva suspirar. Olhando de relance para os dois homens jogando xadrex bruxo à sua frente, abaixou a voz e olhou de volta para Hermione. “Harry quer que moremos juntos assim que nos formarmos. Quer começar uma família.”

“Qual o problema com isso?” perguntou a castanha.

“Eu viajaria muito, o tempo todo. Passaríamos a maior parte do tempo separados, ao menos no começo.”

“Foi isso que Harry te disse?”

“Não,” Ginny sorriu “Na verdade, ele disse que não quer me prender a ele. Que eu devia seguir meu sonho. Disse que poderíamos começar uma família no futuro e que ele esperaria por mim o tempo que fosse.”

“Soa como Harry.” Sorriu Hermione. “Mas?”

“Já esperamos tanto pra ficarmos juntos que a ideia de nos separarmos agora me deixa arrasada.”

A conversa foi interrompida quando um barulho de algo quebrando no dormitório feminino ecoou pelo Salão Comunal. Hermione e Ginny levantaram do sofá num pulo, a castanha com a varinha em mãos. Seguindo uma das gêmeas Patil e outras quintanistas, subiram até os dormitórios. O barulho de asas chamou a atenção de Ginny para dentro do dormitório dela. Abrindo a porta, a ruiva soltou uma gargalhada ao ver o que havia acontecido. Pichitinho voava de um lado para o outro no quarto em pânico, provavelmente por causa do barulho, sem conseguir achar a janela de novo.

As outras meninas também riram ao ver o que era e voltaram para o Salão Comunal. Hermione ainda levou uns bons segundos para acalmar seus batimentos cardíacos e abaixar a varinha que estava firmemente apertada em sua mão.

Passando por cima dos cacos de vidro do espelho que a coruja havia derrubado, Ginny aproximou-se de Pichitinho para acalma-lo. Depois de um momento a coruja parou seu voo desesperado e pousou na cômoda mais próxima da janela. Tirando a carta presa em sua pata, Ginny deu algumas guloseimas para Pichitinho e o levou de volta à janela. Hermione poderia jurar que ouviu o bicho suspirar de cansaço quando levantou voo de novo. Afinal, era um caminho longo da Toca até ali.

“Reparo” Hermione murmurou e o espelho voltou a ser o que era antes. “No mundo trouxa dizemos que quem quebra um espelho terá sete anos de azar.”

As duas pararam por um momento, pensando em como Pichitinho poderia ser mais azarado do que já era, e caíram na gargalhada.

Abrindo a carta, Ginny leu e suspirou. Estivera esperando por isso há algum tempo. Dobrando novamente a carta, entregou-a a Hermione.

A carta era de Molly e Artur, querendo saber se Hermione estava bem. Haviam sabido através de Ginny sobre o que havia acontecido e ficaram preocupados ao verem a notícia no Profeta Diário naquela manhã.

Antes que pudesse dizer alguma coisa, seu relógio de pulso tocou avisando que faltava pouco para o começo da ronda. Embrulhando de novo a carta e colocando no bolso, despediu-se da amiga.

Antes de descer de volta para o Salão Comunal, Hermione respirou fundo. Precisava fazer o que tinha que fazer, e logo.

“Ron, podemos conversar?” Perguntou a castanha ao se aproximar dos dois amigos. Pelo que Harry resmungava, Ron havia acabado de vencer mais uma rodada.

O ruivo tirou os olhos do tabuleiro e sorriu para Hermione. “Claro.” Ele levantou-se e acompanhou Hermione até o lado de fora do Salão Comunal. Tinham algum tempo antes do toque de recolher.

Nervosa, Hermione parou para observar o ruivo ao seu lado. Estava sorrindo e comentando sobre a partida de xadrex bruxo que tinha acabado de vencer. Com o coração apertado, Hermione o interrompeu.

“Ron.” O ruivo parou de andar e se virou para ela expectante. “Quero terminar.”

A castanha esperou pela raiva, mas ela não veio. Por vários segundos Ron apenas continuou parado, observando-a. Hermione desviou o olhar, incapaz de sustentar o olhar ferido dele.

“Por que?” Ele perguntou.

Hermione secou as lágrimas que começavam a cair. “Não estamos felizes, Ron."

“Fale por si mesma.” Retrucou nervoso e então a castanha viu o ruivo começando a ficar com raiva. “Mas isso foi o que você sempre quis.” Acusou; Hermione riu sem humor diante da acusação. “Você sempre quis que estivéssemos juntos.” O relacionamento deles se resumia a isso?

“Não é mais.” Ela finalmente encontrou seus olhos. “Vamos ser sinceros um com o outro Ron. Nunca foi o que você quis e agora não é mais o que eu quero.”

“Como pode dizer isso?” E lá estava a raiva. “Como pode dizer que eu nunca quis isso? Eu te amo!” Ele gritou. Hermione teve que segurar as lágrimas ao pensar que aquelas três palavras eram exatamente o que gostaria de ouvir alguns meses atrás. Mas sacudiu a cabeça para o homem à sua frente.

 “Eu te amei, Ron. Mas nós passamos por muita coisa nos últimos anos. Nós mudamos muito; eu mudei muito.”

“Você ama outro?” Ron perguntou de repente pegando Hermione de surpresa. Atordoada, a castanha não soube o que responder. Interpretando sua falta de palavras de forma errada, Ron desatou a gritar mais. “Eu sabia!”

“Não exist-“ Hermione tentou responder mas Ron a interrompeu.

“É a única explicação!” Ele gesticulou com os braços. “Ninguém deixa de amar outra pessoa da noite pro dia!”

“Não foi isso o que aconteceu!” Hermione gritou de volta. Estava dando graças a Merlin por estar tão próximo do toque de recolher que ninguém estaria pelos corredores.

“O que aconteceu então, Hermione?” perguntou o ruivo. Hermione estremeceu com seu tom de voz frio.

Suspirando, Hermione começou a andar de um lado para o outro no corredor. Havia pensado muito naquela pergunta e ainda não tinha certeza da resposta.

“Muita coisa.” Ela deu de ombros. Parou por um segundo para olhar para o ruivo irado na sua frente. “Acho que eu idealizei algo que nunca poderia ser real.”

“Mas nós somos reais, Hermione.” Insistiu.

“Exatamente.” Hermione fechou os olhos contra as lágrimas mais uma vez. “Agora eu sei que eu deixei de te amar há muito tempo Ron, ao menos da forma que amava. Você sempre foi um amigo maravilhoso, meu melhor amigo.” Com os olhos abertos, Hermione procurou os do ruivo. “Eu idealizei por anos que iríamos namorar, nos casar, ter filhos e ficar velhinhos juntos. Eu percebo hoje que tudo não passava de um sonho de uma menina. Tudo o que faltava pra que eu visse essa verdade era eu deixar esse sonho ir embora. E ele... foi.”

Um silêncio pesado caiu sobre os dois antes de Ron falar de novo. “Se é o que você quer.” O ruivo deu de ombros mas sua voz tinha um tom grave de finalidade.

“Por favor, Ron, não faz isso.” Hermione implorou ao ver o ruivo começar a se afastar. Ela seguiu e puxou-o pelo braço. “Você ainda é meu melhor amigo, sempre vai ser.”

Puxando o braço de volta, Ron assentiu e voltou a fazer o caminho de volta à Torre da Grifinória.

Respirando fundo e secando as lágrimas, Hermione começou seu caminho em direção as masmorras. Ron só precisava de tempo, assim como ela.

Quando foi que sua vida começou a ficar tão caótica? Se perguntou.

Ao chegar nas masmorras, Hermione encontrou a resposta; em pé, encostado na parede enquanto assoviava uma música bruxa que Hermione havia escutado uma vez no rádio de Molly.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpa desde já por qualquer erro ortográfico ou na história mesmo. As vezes me esqueço de alguma informação importante, etc.

Deixem mais sugestões sobre o que vocês gostariam de ver (além de pegação dramione que é o objetivo principal de vocês estarem aqui haha) porque me ajuda bastante.

**Espero também que tenha ficado claro o motivo do Mclaggen tá com tanto ódio no coração. Como disse Hermione, todos nós lidamos com o luto de forma diferente. Essa foi a forma que ele encontrou de lidar com isso.



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