Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 22
Chapter 22: Why?


Notas iniciais do capítulo

Meu Deus, tem sido um longo tempo (e provavelmente torturante) desde que eu apareci aqui com um capítulo pronto.
Felizmente, meu computador está de volta (todos pulam, gritam, choram, festejam) mas o vestibular (são 3h da manhã e eu deveria estar dormindo porque amanhã tenho aula mas estou aqui escrevendo como se não houvesse um amanhã) ainda tá aí, então eu não posso prometer nada. Mas garanto a vocês que as coisas começarão a melhorar, finalmente.

Sobre o capítulo: bastante drama, grande e com briga de casal. Eu admito, estava com saudades disso aqui! Espero que vocês gostem do capítulo, de verdade. Ah, quem quiser uma dica de música para ler o capítulo eu recomendo Give Me Love do Ed Sheeran, que foi a música que me inspirou a escrevê-lo :)

AH, ANTES QUE EU ME ESQUEÇA, IGNOREM O PREVIEW DO CAPÍTULO ANTERIOR POIS ESTAVA ERRADO!!! (mas aquela porradaria ainda vai rolar, heim)

E mais uma vez obrigada por não me abandonarem, amo vocês ♥



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Capítulo 22 - Why?

O dia amanheceu escuro e pesado, era certo que haveria uma tempestade de neve mais cedo ou mais tarde. Hermione não havia dormido, fazia horas que estava sentada na poltrona do quarto encarando o céu tempestuoso através da janela aberta. Seus pensamentos estavam tão confusos quanto sua vida, ou pior. O vento, agora insuportavelmente frio, entrou e atingiu seu rosto como se estivesse a esbofeteando.

O som do seu relógio de cabeceira despertando a tirou do seu torpor e Hermione finalmente deixou seus olhos voltarem para dentro do quarto. Eram 7 horas e Hermione precisava se preparar para encarar o dia. Suspirando resignada, levantou da poltrona, saiu do quarto e caminhou até o banheiro.

A água quente ajudou a relaxar, mas a castanha ainda sentia-se cansada. O seu reflexo no espelho mostrava que ela não havia dormido na noite passada mas ela decididamente não se importava. Sem demonstrar pressa, ela se enrolou no roupão e começou a escovar os dentes. Os movimentos eram vagarosos e quase mecânicos. Finalmente, ela deixou o banheiro e entrou no quarto. O ar frio que entrava pela janela ainda aberta quase a congelou. Tremendo dos pés à cabeça, correu até a janela e a fechou, mas o quarto ainda continuava gelado. Rapidamente se vestiu e tentou dar um jeito no cabelo, sem muito sucesso.

Sem paciência para continuar tentando, pegou a mochila no canto do quarto e olhou o relógio. Eram 8h24, todos deviam estar no café da manhã.Todos. Suspirando pesadamente, abriu a porta do dormitório e saiu para o corredor de pedra. Algumas meninas da Corvinal vinham em sua direção conversando e rindo audivelmente. Seguindo as meninas de perto, rapidamente fez seu caminho pela escada e chegou à entrada do Salão Principal.

Antes que cruzasse as portas do Salão, Hermione sentiu aquele tão conhecido olhar caindo sobre ela. Ela levantou a cabeça e seus olhos se encontraram. Malfoy levantou da onde estava sentado, aparentemente tendo alguma conversa com Blaise, o qual parecia estar preocupado. Hermione acompanhou seus passos, enquanto ele vinha em sua direção mas sua visão foi interrompida por um grande e sorridente ruivo.

"Bom dia" ele cumprimentou alegremente. Sobre o ombro de Ron, Hermione conseguiu ver o momento em que Malfoy parou no meio do caminho.

"Bom dia Ron" ela cumprimentou de volta, voltando seu olhar para o seu mais novo namorado. Forçando um sorriso de volta enquanto Ron entrelaçava seus dedos e a conduzia para a mesa da Grifinória, Hermione não pôde deixar de notar o olhar do loiro fixo em suas mãos. Ela sentiu mais do que viu ele passar com passos pesados por eles e sumir pelas portas do Grande Salão.

"O que será que deu nele?" Ron perguntou confuso. Hermione engoliu com força e o puxou para a mesa da Grifinória, dizendo apenas um "Ele está apenas sendo um Malfoy".

xx

Draco estava ficando louco. Isso era absolutamente certo. Após inúteis tentativas de dormir e acordar com os gritos dela em seu sonho, ele desistiu e sentou-se na cama. Seus colegas de quarto felizmente ainda estavam dormindo quando ele deixou o quarto e foi para o salão comunal vazio.

Ainda era madrugada e estava frio. Ninguém se atreveria a sair do seu quarto e ele não se atreveria a sair do dormitório quando nem sequer podia pensar direito. Puxou o maço de cigarros que sempre estava com ele e o isqueiro dourado que Hermione havia dado à ele apenas algumas semanas atrás. Quantas coisas haviam mudado desde então? Muitas, sem dúvida.

Draco acendeu o isqueiro e observou a chama azul dançar sob a luz fraca do salão comunal. Acendeu o cigarro e finalmente tragou a fumaça tóxica, enchendo seus pulmões e jogando-a para fora em seguida. Não estava funcionando para acalmar seus nervos mas trazia algum conforto. Era algo no qual ele era familiarizado, simplesmente sentar em algum canto e fumar. Pelo menos acalmava seus pensamentos, tornava-os mais claros e compreensíveis.

A manhã chegou e trouxe junto o falatório matinal. Draco não havia notado que havia caído no sono sentado no sofá. Não até ser sacudido violentamente por alguém.

"Vamos lá Draco, acorde."

Resmungando algo incompreensível, ele se forçou a abrir os olhos e deu de cara com Blaise.

"Bastardo." Draco resmungou sob a respiração.

"Bom dia pra você também princesa." Blaise bufou. "O que faz dormindo aqui no sofá?"

"Não conseguia dormir com os roncos daqueles idiotas." ele estalou a língua tentando parecer verdadeiro.

"Sei..." Blaise murmurou, desconfiança evidente em seu tom. "Bem, acho melhor você ir andando se não quiser perder o café da manhã." mudou de assunto.

"Tanto faz." resmungou irritado e saiu em direção ao quarto.

Trinta minutos depois Draco estava de volta, de banho tomado e de uniforme. Os cabelos molhados e bagunçados caíam sobre o rosto deixando-o com uma aparência mais jovem.

"Até que enfim, Cinderela, achei que estivesse se arrumando para o baile." bufou Theo que agora estava sentado ao lado de Blaise. "Vamos logo antes que eu literalmente desmaie de fome."

Draco apenas olhou para o amigo com olhos ameaçadores, o que foi ignorado por Theo, e o acompanhou para fora do salão comunal com Blaise logo atrás.

Os três sentaram na mesa da Sonserina e serviram-se, mas Draco não sentia fome. Uma olhada para a mesa da Grifinória mostrou que apenas o herói e a namorada haviam chegado para o café. Draco desviou o olhar para Blaise quando o mesmo chamou seu nome.

"O que?" perguntou mau humorado.

"Eu estou tentando conversar com você mas aparentemente você está em outro lugar." Blaise bufou.

"Vê se não enche, Zabini." retrucou irritado.

"O que há de errado com você?" Blaise perguntou com raiva.

"Nada!" Draco respondeu ríspido.

"Não parece nada pra mim. Obviamente alguma coisa tá acontecendo! Tem haver com o que disse na aula de Estudo dos Trouxas ontem?"

Draco gemeu.

"Não. Você sabe que tudo aquilo foi apenas um monte de baboseira." defendeu-se.

"Engraçado, cheguei a pensar que você estava sendo absolutamente sincero." debochou o moreno.

"Não seja um idiota, Blaise."

"Você é o idiota aqui! Somos amigos, tá lembrado? Te conheço melhor do que ninguém Draco, seja lá o que for, só..." Blaise parou e observou Draco olhar para a entrada do Salão bruscamente. Ele seguiu seu olhar e com conhecimento de causa, concluiu: "só aceite isso."

xx

Draco andou o mais rápido que suas pernas podiam. Não sabia para onde ia, só queria sair dali. Seu coração batia acelerado e seus punhos estavam cerrados. Ele sentia que iria explodir. Precisava descarregar toda essa adrenalina do seu corpo antes que fizesse alguma besteira. Já havia feito uma coleção de coisas para se arrepender na vida e definitivamente não queria acrescentar mais uma.

Ele sabia o que poderia fazer e sem pestanejar correu para as masmorras e para o salão comunal da sonserina. Correu até seu quarto e pegou sua vassoura, há muito tempo esquecida, e voltou a correr, dessa vez para fora do castelo. Voar. Era disso que precisava.

Quando pisou fora do castelo o vento sacudiu seus cabelos e começou a levar a tensão do seu corpo embora. Estava absurdamente frio e provavelmente nevaria em breve, mas Draco não se importava. Andou, agora calmamente, até o campo de quadribol deserto e subiu na vassoura. Lá em cima, voando de um lado para o outro com a habilidade que só um apanhador tinha, o frio era centenas de vezes pior, mas isso ajudava-o a não pensar. Além de tudo, ele sentia tanta falta de estar em uma vassoura, voando, se sentindo livre... só fazendo o que ele mais gostava no mundo. Sentia falta da emoção única de estar em uma partida de quadribol, a adrenalina correndo no sangue. A frustração tomou conta da sua mente ao lembrar-se que havia sido privado de tal sensação, graças ao cara que se diz capitão do time da Sonserina. Não pensar, ele precisava não pensar. Não importava que provavelmente perderia aula, não importava que seria castigado se fosse encontrado ali. Nada importava, só ele, sua vassoura, não pensar e o vento frio.

Xx

O café da manhã tinha sido relativamente fácil para Hermione, pelo menos mais fácil do que esperava. Ron não havia tentado nenhuma demonstração de afeto maior do que as mãos entrelaçadas e ela sentiu-se aliviada. Quando o horário da primeira aula veio, os quatro saíram para suas aulas, despedindo-se de Ginny no caminho. A sala de Defesa Contra as Artes das Trevas já estava parcialmente cheia quando eles chegaram. Como sempre, os três sentaram-se na frente da classe e esperaram pelo professor.

“Você parece cansada, Hermione.” comentou Harry. Não haviam conversado muito no café, tendo chegado atrasados e sendo obrigados a comerem rápido.

“E estou.” ela deu de ombros. “Dormi pouco na noite passada.” acrescentou como explicação.

“Aposto que ficou estudando a noite inteira.” Ron bufou uma risada.

“Algum de nós tem que se sair bem nos NIEM’s” ela retrucou, mas seu tom era divertido.

“Hey, o que você quer dizer com isso?” perguntou Harry fingindo estar ofendido.

“Quero dizer que vocês deviam prestar mais atenção nas aulas e fazerem suas próprias anotações.”

Ron abriu a boca para retrucar, mas o Professor Marshall entrou na sala que ficou em silêncio.

A aula seguiu sem mais conversas, o professor ensinou aos alunos como o poder de três ou mais pessoas poderia lançar um estupore tão poderoso capaz de deixar a pessoa desacordada por dias ou até mesmo semanas.

Ao fim da aula, Harry e Ron arrumaram as coisas e foram para Adivinhação, enquanto Hermione iria para Aritmancia. Ela calmamente arrumou suas coisas e estava prestes a deixar a sala quando ouviu a voz do Professor Marshall chamá-la.

“Sim, professor?” perguntou voltando para dentro da sala.

“Você está bem, Hermione? Pareceu meio dispersa hoje...” a palavra de novo ficou pairando no ar, mesmo que não tivesse sido dita. Hermione sorriu com o tom bondoso explícito na voz dele. Por algum motivo desconhecido, gostava de ter o Sr. Marshall por perto.

“Sim, professor, apenas não dormi bem na noite passada.” respondeu com um suspiro.

“Isso vem a acontecer com freqüência?” ele perguntou, apoiando-se na carteira ao seu lado.

“Sim.” ela suspirou. “Mas eu já me acostumei, então não se preocupe professor, vou ficar bem.” ela tentou sorrir.

“Espero que sim, mas caso precise de algo me procure.” ele sorriu de volta.

“Pode deixar. Tenha um bom dia Sr. Marshall.”

“Tenha um bom dia Hermione.” ela acenou para ele e deixou a sala.

Estava atrasada para a aula de Aritmancia e sabia que a professora não gostava de atrasos, então correu o mais rápido que podia até o sexto andar. Com alívio, percebeu a professora ainda na porta da sala conversando com alguns alunos do quinto ano. Pedindo licença, Hermione entrou e olhou ao redor da sala. Involuntariamente seus olhos procuraram por Malfoy, mas aparentemente ele não poderia ser visto em lugar nenhum da sala. Sentindo um sentimento de decepção, Hermione sentou em uma das carteiras vagas ao lado de uma menina da Corvinal. Mas afinal, o que ela esperava? Suspirando, abriu a mochila e dedicou sua total atenção para a aula.

Xx

O dia passou lento, devagar, quase torturante. Hermione praticamente suspirou de alívio quando deixou a sala da última aula do dia com Ron e Harry em seu encalço. Os dois não paravam de falar o quanto estavam famintos, por isso, quase correram em direção ao Grande Salão onde já estava sendo servido o jantar. Hermione os acompanhou, mas não sentia fome. Quando entrou no Salão a primeira coisa que notou foi o cabelo loiro, agora tão familiar, na mesa da Sonserina. Hermione insistiu no olhar, mas não recebeu nada de volta, Malfoy parecia concentrado em alguma conversa com alguns outros alunos da Sonserina. Pelos gestos, Hermione poderia jurar que era algo sobre a primeira partida de Quadribol do próximo fim de semana.

Após o jantar, Hermione acompanhou os amigos até a torre da Grifinória. Sentia falta de suas noites lá, apenas fazendo conversa fiada ou lendo. O quarteto entrou no salão comunal, agora movimentado pelas pessoas que voltavam do jantar e Harry e Ginny logo se sentaram a um canto para namorar. Hermione às vezes ficava enjoada com o quanto os dois não conseguiam separar-se, mas apesar de tudo conseguia compreender o motivo dos dois serem assim um com o outro, ela mesma sentia-se assim a um tempo atrás em relação à Ron.

Finalmente ela virou-se para o ruivo ao seu lado. Ele era tudo que ela sempre tinha sonhado, querido, amado. De repente, ele não era mais tudo isso, de repente ele havia tornado-se somente o Ron. O garoto ruivo que era uma das melhores pessoas que ela havia conhecido, mas ainda assim, só o Ron.

Ela piscou tentando espantar os pensamentos e prestar atenção ao que ele dizia.

“Você tem ronda hoje, certo?” ele perguntou.

Hermione piscou mais algumas vezes para a pergunta. Como ela podia ter esquecido sobre a ronda de hoje à noite?

“Sim, eu tenho.”

“Bem, que tal aproveitarmos esse tempo juntos para dar uma volta pelo castelo e conversar?”

“Claro.” Ela sorriu. Conversar. Ela gostava de conversar e podia fazer isso, sem problemas.

Os dois deixaram a torre da Grifinória e caminharam pelos corredores frios sem rumo, jogando conversa fora. Ron era uma boa companhia, apesar de tudo.

“Toque de recolher.” Hermione comentou olhando para o seu relógio de pulso. “Você precisa ir, antes que eu tenha que te dar uma detenção.” ela riu, ainda divertida pela conversa que estavam tendo antes.

“Sim senhora Monitora-Chefe!” Ron bateu continência, fazendo Hermione rir ainda mais.

“É sério, Ron, preciso fazer a minha ronda e você precisa voltar para a torre da Grifinória.”

“Tudo bem, tudo bem.” Ron aproximou-se dela. “Posso apenas tentar uma coisa antes de ir?” ele perguntou cauteloso.

Hermione ficou tensa, mas tentou relaxar. Ela assentiu, e tentou forçar um sorriso. Ron aproximou-se ainda mais e antes que Hermione pudesse se dar conta, ele estava beijando-a. Era bom. Ron tinha gosto de suco de abóbora e bolo de chocolate. Por algum motivo, Hermione viu-se mentalmente comparando-o ao já conhecido gosto de nicotina e uísque de fogo que parecia ter ficado gravado em sua memória. Sentindo-se culpada, Hermione quebrou o beijo.

“Melhor do que da primeira vez.” Ela ouviu Ron sussurrar sob a respiração e tentou sorrir. Lembrar daquele dia era lembrar como tudo havia começado.

“Agora vá, Ron.” Hermione tentou brincar. E ele se foi.

Sozinha no corredor, Hermione deixou o sorriso cair e se transformar em uma carranca. Tinha que ir encontrar Malfoy. Isso se ele resolvesse aparecer. Quando Hermione desceu em direção às masmorras, ficou surpreendida ao avistá-lo em pé ali.

Sem nenhuma palavra, Malfoy a olhou e os dois seguiram pelo corredor. Depois de um longo momento, o silêncio era ensurdecedor. Hermione decidiu fazer as perguntas que tanto rondavam sua mente.

“Não apareceu em Aritmancia hoje.” Hermione observou. Malfoy bufou.

“Bela observação, Granger.”

“Por quê?” ela perguntou e ele parou.

“Por quê?” ele repetiu a pergunta e depois riu sem humor, continuando seu caminho.

“Sim, por quê? Onde esteve?” ela atirou de volta para suas costas.

“Eu acho que isso não te interessa, Granger.” ele voltou-se para ela e retrucou com raiva.

Ela ficou em silêncio, pensativa.

“Malfoy?” ela chamou perdida. “Eu sinto muito-“

“É? E sobre o quê, Granger?” ele gritou. “Quer saber? Apenas pare de confundir minha cabeça e me deixe em paz!”

Hermione sentiu as palavras como um tapa na cara. Ela deu um passo para trás como se tivesse sido atingida enquanto Malfoy deu a volta e sumiu pelo corredor.


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Notas finais do capítulo

Sem preview's time hoje galera, mas não desanimem. Foco, força e fé! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHHA