Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 19
Chapter 19: Lighter


Notas iniciais do capítulo

Hey babies, tenho péssimas notícias: estou sem computador, por tempo indeterminado (todos choram sangue T_T).
Vou na minha avó quando der pra usar o computador dela, mas levando em conta que tô em ano de vestibular, estudando em tempo integral, vai ser um pouco mais difícil! Por isso, não vou prometer não demorar, mas prometo que vou postar sempre que der. Não me abandonem, eu amo essa história e não vou abandoná-la, eu garanto!

Mas deixando as tristezas de lado, vamos ao que interessa: um capítulo fofo e que eu sei que vocês vão gostar!
E obrigada Mari Sousa pela recomendação, amei, de coração



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Capítulo 19 - Lighter

O Expresso de Hogwarts já havia deixado os alunos na Estação de Hogsmeade. O fluxo de crianças e adolescentes era grande na entrada do castelo. Filch recolhia os malões na entrada com seu típico mau humor enquanto os alunos faziam brincadeiras entre si.

"Estou faminto." exclamou Ron. "O Expresso sempre me dá fome."

"Grande novidade, irmãozinho." zombou Ginny.

"Ah, não comecem vocês dois." irritou-se Hermione. "Passaram as férias de Natal inteira brigando. Qual o problema de vocês?"

Ginny e Ron emburraram e olharam para lados opostos, o nariz em pé demonstrando que não cederiam.

"Deixa eles, Mione, uma hora eles cansam." Harry suspirou.

O quarteto passou por Filch, deixando seus malões e seguiu para a escadaria do castelo. Hermione tinha passado as duas últimas semanas na Toca. No fim, decidiu que era uma boa ideia não estar sozinha, que tudo o que havia dito para Jorge também servia para si mesma. Talvez ela estivesse cada dia mais pronta para contar a verdade as pessoas sobre seus pais. Ela só precisava superar primeiro. E estava no caminho.

Sentaram-se na mesa da Grifinória e esperaram pelo anúncio do início do jantar. Quando todos estavam acomodados em seus lugares, as comidas apareceram. Hermione não estava com fome, na verdade procurava com os olhos uma pessoa em especial. Ele não estava em qualquer lugar visível.

Hermione comeu sem vontade; estava preocupada com o que poderia ter acontecido em sua casa durante as férias de inverno. Havia o visto durante alguns momentos no trem e o que viu foi o suficiente para se preocupar.

Ele estava pálido, com olheiras profundas e parecia alheio à sua volta. Era estranho ver Malfoy tão escondido dentro de si. Ele costumava se expor e mostrar ao mundo o que ele achava que eram suas qualidades. Pelo olhar que seus amigos lhe lançavam ocasionalmente, algo havia acontecido.

Hermione empurrou o último pedaço de seu frango na boca e levantou.

"Estou muito cansada da viagem, acho que já vou deitar, nos vemos amanhã, tudo bem?" explicou-se para os amigos.

"Tudo bem." murmurou Ron, enquanto Harry e Ginny assentiam.

Hermione deixou o Grande Salão e subiu as escadas. Se ela estivesse certa sabia onde poderia encontra-lo. Parou na entrada da Torre de Astronomia e o viu em pé debruçado no muro.

Nevava bastante lá fora e estava parcialmente escuro lá em cima. Hermione segurou a respiração para não ser notada. Queria observá-lo o máximo de tempo que conseguisse antes que ele notasse sua presença.

Ele estava de cabeça baixa. A camisa do uniforme estava para fora da calça e seu cabelo estava uma bagunça. Provavelmente era obra de suas próprias mãos. Para confirmar seu pensamento, Draco correu a mão pelos cabelos e suspirou.

A mesma mão que levou ao cabelo, desceu e entrou no bolso da calça. De lá, Draco puxou um maço de cigarros amassado. Puxou um e colocou na boca. Suas mãos tatearam o bolso a procura de algo que não encontrou. Sua varinha.

"Droga!" ele exclamou com irritação, tirando o cigarro da boca e jogando no canto oposto ao que estava na Torre.

Hermione enfiou as mãos no bolso da saia e sentiu a frieza do isqueiro que trazia consigo. Tomando coragem, pegou-o e se aproximou.

"Problemas com a falta de fogo?" ela perguntou. Draco sobressaltou-se e olhou para ela.

A castanha estava parada no meio da Torre de Astronomia, os cabelos voando furiosamente em todas as direções, o nariz e lábios vermelhos pelo frio. Um isqueiro dourado brilhava em sua mão direita que estava levantada em sua direção.

"Não preciso disso, Granger." desdenhou, mas não tinha emoção em suas palavras. Hermione revirou os olhos.

"Não seja um idiota arrogante, apenas aceite meu presente."

"Presente?" sua máscara de raiva caiu. "Por que me daria um presente?" perguntou curioso.

"Só… achei que fosse gostar." ela deu de ombros sentindo-se envergonhada.

Finalmente ele encurtou a distância entre os dois e tomou o isqueiro de suas mãos. Era gelado ao toque e leve. Era de uma cor de ouro amarelada e tinha aspecto envelhecido mas muito bem conservado. Tinha o formato quadrado e curvas suaves; um isqueiro elegante, sem dúvidas.

"É bonito." afirmou Draco. Tirou outra vez um cigarro do maço e ativou o isqueiro. A chama azul tão conhecida por Hermione brilhou e acendeu o cigarro.

A fumaça entrou nos pulmões de Draco como um amortecedor. Seus músculos relaxaram e sua cabeça ficou ligeiramente mais leve. Ele estava querendo fazer aquilo a tanto tempo. Era difícil fumar na Mansão quando Narcisa estava grudada nele as 24 horas do dia.

"Bem melhor." ele murmurou para ninguém em particular. Mas Hermione ouviu e sacudiu a cabeça exasperada.

"Isso um dia ainda vai te matar." censurou-o.

"Não vamos entrar nesse tópico de novo, Granger." ele soltou a fumaça em seu rosto, fazendo-a tossir exageradamente. "Além do mais, seu presente alimenta meu vício." ele sacudiu o isqueiro na sua frente.

Hermione revirou os olhos, deu as costas para ele e passou a admirar a paisagem branca pela neve do lado de fora.

"Como foi seu Natal?" ela perguntou casualmente depois de um tempo.

Malfoy continuou em silêncio. O único som era o assobio do vento na Torre. Ela assistiu quando os músculos dele que haviam relaxado a minutos atrás ficarem tensos. Definitivamente alguma coisa havia acontecido durante as férias.

"Já esteve em Azkaban, Granger?" perguntou de repente quando a castanha achou que ele não se daria ao trabalho de responder. Hermione virou-se para ele.

"Não, nunca." respondeu baixinho. Draco continuava a olhar para a neve caindo do lado de fora, seu olhar distante e o cigarro esquecido entre os dedos.

"Claro que não, o que uma pessoa como você faria lá?" ele riu sem humor. Hermione se encolheu ao ouvi-la. Era tão fria e morta. Mas continuou a olha-lo. Ele tragou mais uma vez, sem desviar os olhos das árvores da Floresta Proibida.

"É um lugar terrível. É frio, perturbador e tem cheiro de morte. É enlouquecedor." ele fez uma pausa. "É fácil entender como as pessoas ficam loucas e preferem à morte naquele lugar."

"Você foi visitar seu pai?" Hermione conseguiu perguntar em um fio de voz. Tinha medo de qualquer tipo de reação que ele poderia ter. 

"Eu e minha mãe. Era o seu presente de Natal para Lúcio."

"O que foi que aconteceu lá, Draco?" ao som de seu primeiro nome, Draco finalmente se virou para ela.

"Ele deveria ter ficado feliz por ainda existir alguém que se importa com ele como a minha mãe." ele voltou à sua posição inicial, olhando para fora. "Mas tudo o que ele toca, destrói, quebra, vira pó." repetiu suas próprias palavras, as mesmas que disse para Lúcio. "Ele sempre a deixa despedaçada. Ele sempre tem que fazê-la sofrer…" sua voz falhou e ele engoliu o nó na garganta.

Instintivamente Hermione se aproximou e o abraçou. Os braços dela envolveram sua cintura e sua cabeça descansou em seu peito. Atordoado, Draco demorou longos segundos para retribuir o abraço.

Ele percebeu, assustadoramente, que aquele abraço acalmava, mesmo que apenas brandamente, suas aflições. Draco enterrou o rosto em seus cabelos e ela se acomodou em seus braços. O cheiro dela era bom. Algo entre baunilha e lavanda. Muito bom.

O coração dos dois estavam acelerados. Os dois trancaram olhares, ainda abraçados. A mão de Draco colocou um tufo de cabelo dela atrás da orelha e em seguida parou em seu rosto.

Ele olhava para ela com carinho. Um carinho que nunca havia dado a ninguém. Seus olhos castanhos brilhavam de lágrimas não derramadas. Seus olhos azuis-acinzentado estavam cristalinos. Draco sabia que devia ser possível ver sua alma através deles e ele não tinha porque esconder nada dela. Ele sabia que ela podia ver a sua alma mesmo que ele não quisesse.

Seu rosto se aproximou do dela, suas mãos se embrenharam em seu cabelo, ela fechou os olhos e esperou. O toque dos lábios dele foi suave apenas para dar-lhe tempo de desistir daquela loucura. Os lábios dele se afastaram milímetros. Ela não queria desistir. Hermione retribuiu o beijo. Com toda a vontade que sentia naquele momento. A mão de Draco que estava em seu cabelo puxou seu rosto para ainda mais perto. Os braços de Hermione que estavam na cintura dele foram para seu pescoço.

Ele tinha gosto de nicotina e Uísque de Fogo.

O coração de Hermione bateu com mais velocidade e seu cérebro perdeu a capacidade de raciocinar direito. As borboletas em seu estômago haviam acordado e estavam nervosas. Ela sabia que não devia sentir essas coisas, mas sentia.

Quando o ar faltou, Draco separou sua boca da dela. Hermione estava zonza. O gosto da nicotina e do Uísque de fogo tinham ficado em sua língua. Então, Hermione expressou a primeira coisa que veio em sua cabeça.

"Você esteve bebendo? Isso é contra as regras da escola."

Segundos depois ela queria se estapear pela sua idiotice. Mas Draco riu.

"Você nunca vai mudar." constatou, voltando a rir.


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